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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Basto do Acordeon

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O cantor, compositor, arranjador, acordeonista Sebastião Trajano da Silva, Basto do Acordeon, nasceu em Nazaré da Mata – PE, mas veio morar na Paraíba com cinco anos de idade e fui registrado como paraibano.

Em 1963 começou sua carreira musical aos 13 anos de idade tocando Pandeiro e fazendo vocal em Itabaiana-PB, no grupo Os Cabras do Baião. Aos 15 anos começou a tocar acordeon. Em 1964 foi para Recife-PE com Martinho do Pandeiro. Apresentou-se no Teatro Marroque, Clube Aliança, Casa de Show Cavalo Dourado. E participou do Programa Cantos e Pandeiro na Rádio Clube do Recife.

Em julho de 1965 apresentou-se como acordeonista e vocalista do seu Grupo Os Novos do Xaxado no Clube Cabo Branco, em João Pessoa-PB. De 1968 a 1969 apresentou-se com as Quadrilhas Juninas de Coronel Izaque, Bayeux-PB, Esperança – PB, da Ilha do Bispo, em João Pessoa-PB. De 1976 a 1980 atuou como acordeonista da Quadrilha Junina de Chico Tripa. De 1983 a 1985 foi o acordeonista do Toinho do Rojão. Em 1983 a 2011 foi o acordeonista de Parrá. De 1984 a 1995 foi o acordeonista do cantor e compositor João Gonçalves que se apresentou pelo Brasil por conta dos seus sucessos “Severina Xique-xique”, “Pescaria em Boqueirão”, dentre outras músicas de grande sucesso popular. De 1989 a 1993 foi o acordeonista do Grupo Tropeiros da Borborema, participou de apresentações em várias partes do Brasil e de uma turnê de 60 dias pela Europa. De 1995 a 2009 foi o acordeonista e cantor do seu grupo Basto do Acordeon e Trio Velhos Forrozeiros. Apresentou-se em eventos da Funjope, casas de shows e na Associação Balaio Nordeste, em João Pessoa-PB. De 2002 a 2011 foi o acordeonista do Grupo Forró Bodó, de Jô Mendonça. De 2004 a 2006 participa como acordeonista de Francisco Diniz e o Projeto Cordel em Santa Rita-PB, Bayeux-PB, João Pessoa-PB. Em 2007 lançou o seu primeiro álbum “Sanfoneiro Bom Danado”. Em 2007 participou de gravação na Coletânea SOFORRO/PB, na faixa 23. Em 2009 participou como sócio fundador do lançamento da Associação Balaio Nordeste. Em 2010 ministra aulas de acordeon três vezes por semana no Projeto Oficinas Culturais nos Bairros, através da Funjope, em João Pessoa-PB, nos meses de maio a dezembro. Em 2012 participa do II Encontro de Foles e Sanfonas da Paraíba.

Em 2012 participa do Projeto Aboio Sanfonado realizado com o patrocínio da Funjope juntamente com Seu Cícero de Várzea Nova em locais como Praça do Castelo Branco, Ponto de Cem Réis, Casa da Pólvora, Espaço Cultural e Feira de Artesanato da cidade de João Pessoa-PB. De 2013 a 2017 participou com Francisco Diniz do Projeto Cordel Mais Cultura na Escola São Marcus, Várzea Nova, Santa Rita-PB. Em 18 de junho de 2018 recebe o título de Mestre das Artes da Paraíba, uma honraria concedida através de lei e que oferece um prêmio de dois salários mínimos por mês para os artistas contemplados.

Basto do Acordeon continua com os seus ensaios e estudos diários. Quando recebe convite faz apresentações com seu acordeon de 120 baixos alegrando o público do Forró Pé de Serra. Há 15 anos acompanha o grupo musical da sua igreja.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Basto do Acordeon para a www.ritmomelodia.mus.br, por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa, 04.05.2021:

01) RM: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Basto do Acordeon: Nasci no dia 04.05.1950, em Nazaré da Mata – PE.  Aos cinco anos de idade minha família mudou-se para Itabaiana-PB e fui registrado como Sebastião Trajano da Silva como paraibano.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Basto do Acordeon: Comecei aos 15 anos de idade tocando pandeiro e fazendo vocal em grupos de Itabaiana-PB.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Basto do Acordeon: Sou autodidata, nunca estudei formalmente música. Aprendi a tocar acordeon, pandeiro, zabumba, triângulo e um pouquinho de violão com amigos. Na escola eu frequentei somente o Ensino Fundamental.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Basto do Acordeon: No passado principalmente: Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga. No presente: Lucy Alves, Dorgival Dantas, Flávio José, Petrúcio Amorim, Maciel Melo. 

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Basto do Acordeon: Eu comecei em Itabaiana – PB. Vi um amigo tocando acordeon, achei bonito e resolvi aprender. Comprei uma sanfona e peguei umas dicas com algumas pessoas que já tocavam e fiquei treinando nas horas vagas do meu trabalho de pedreiro.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Basto do Acordeon: Em 2007 gravei meu primeiro álbum. Os músicos que participaram foram: Antônio Couro: acordeon; Wilson: zabumba e agogô; Sivuca do triângulo; Hadamés: guitarra e contrabaixo; Silvana Nascimento, Roberto Silas, Rosa Couro, Carlinho Couro no coral. O perfil do álbum é Forró Pé de Serra. A minha música mais apreciada é: “Pra gente se balançar”.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Basto do Acordeon: Forró, Xote, Baião, Arrasta-pé, Xaxado.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Basto do Acordeon: Um pouco com Levi na Associação Balaio Nordeste, quando participei de um trabalho oferecendo oficinas de acordeon para crianças e jovens.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Basto do Acordeon: O estudo de técnica vocal é para melhorar o canto e não desgastar tanto as cordas vocais e também para melhorar o estilo.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Basto do Acordeon: Marinês, Lucy Alves.

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Basto do Acordeon: É por etapas. Quando vem uma ideia, uma inspiração vou passando para o acordeon.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Basto do Acordeon: João Gonçalves, Francisco Diniz.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Basto do Acordeon: João Gonçalves, Diomedes do Acordeon.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Basto do Acordeon: É bom não depender de atravessador, por outro lado, sem apoio da grande mídia e empresários demoramos mais para sermos vistos pelo público.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Basto do Acordeon: Combino tudo com as pessoas que me acompanham o que vamos fazer.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Basto do Acordeon: Uso as redes sociais para divulgar o que faço.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Basto do Acordeon: Não há desvantagem. Apenas precisamos aprender como usar e tirar proveito das ferramentas da internet.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Basto do Acordeon: Estar mais fácil hoje gravarmos música e o levarmos para o mundo inteiro. Precisamos apenas aprender como fazer isso, mas com a vivência estamos aprendendo.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Basto do Acordeon: Eu apenas me dedico a estudar, a cantar e a aprender mais músicas. E mantenho contato com alguns amigos que me ajudam a divulgar o meu trabalho musical.

20) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Basto do Acordeon: O Forró Pé de Serra autêntico tem pouco espaço, mas surgiram bons nomes como: Lucy Alves, Dorgival Dantas, Flávio José, Petrúcio Amorim, Maciel Melo. 

21) RM: Quuais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Basto do Acordeon: Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Sivuca, Marinês, Jorge de Altinho.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Basto do Acordeon: O que foi citado na pergunta já passei. Mas nada demais para registrar, agora, a falta de apoio para fazermos o nosso trabalho é o que me causa aborrecimento.

23) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Basto do Acordeon: Quando consigo trabalhar com a música eu fico feliz, ou seja, quando me convidam para apresentações. Quando isso não acontece, eu fico triste, mas nunca perco a esperança.

24) RM: Qual a sua opinião sobre o movimento do “Forró Universitário” nos anos 2000?

Basto do Acordeon: Quando a grande mídia divulga muito uma coisa eu fico desconfiado.

25) RM: Quais os grupos de “Forró Universitário” chamaram sua atenção?

Basto do Acordeon: Falamansa.

26) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Basto do Acordeon: Não. Só se tiver alguém conhecido na Rádio, diretor artístico ou radialistas.

27) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Basto do Acordeon: Digo para estudar e seguir seus sonhos.

28) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Basto do Acordeon: O positivo é a oportunidade criada para o artista se apresentar. O negativo é que quase sempre há arrumadinho no resultado.

29) RM: Hoje os Festivais de Música revelam novos talentos?

Basto do Acordeon: Qualquer coisa que se faça para divulgar a boa música é muito importante.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Basto do Acordeon: A grande mídia, de uma maneira geral, só dá oportunidade a quem produz bobagem, quem já tem um trabalho consagrado e quem paga o jabá.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Basto do Acordeon: São boas oportunidades para os artistas.

32) RM: Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró das antigas e as atuais do Forró Estilizado?

Basto do Acordeon: As bandas das antigas (anos 90) eram boas demais, já as de hoje só têm enganação, palavrão, melodias fracas, desrespeito às mulheres, aliás, nem deveriam ser chamadas de bandas de Forró, deviam receber outro nome, não Forró.

33) RM: Basto do Acordeon, Quais os seus projetos futuros?

Basto do Acordeon: Pretendo ainda gravar mais CDS.

34) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Basto do Acordeon: (83) 99917 – 4719 |https://web.facebook.com/basto.acordeon.1

Canal: https://www.youtube.com/channel/UCdkQFqyei2YeCUHjw7_5fWA

Encontro de sanfona no ponto cem rei com mestre basto do acordeon: https://www.youtube.com/watch?v=y3m4HrbHdcw

Basto do acordeon em homenagem a Zezinho da Paraíba: https://www.youtube.com/watch?v=dJ0HWTvLBHQ

Basto do acordeon aboio sanfonado:
https://www.youtube.com/watch?v=Kt4rmYnRHfw

Sândalo – Francisco Diniz ao vivo na Tenda do Cordel 2014: https://www.youtube.com/watch?v=_dmeMmFn-4c

Literatura de Cordel – Francisco Diniz: https://www.youtube.com/watch?v=qqk5Ge-WOog

Prece para a libertação do homem: https://www.youtube.com/watch?v=8vUygmVIXwI

Francisco Diniz no São João da Escola Paulo Jorge, 2017.: https://www.youtube.com/watch?v=6orLIEB5qHk

www.projetocordel.com.br/bastodoacordeon  


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.