Tribo do Sol, como banda de reggae, está inspirada nas células rítmicas e nos temas abordados pela música de origem jamaicana, como música de origem negra, foca nos temas de desigualdades sociais, busca espiritual e defesa do meio ambiente, que são temas comuns ao povo brasileiro.
Sendo assim, reconhece a importância no seu trabalho, do maior expoente desta cultura, Bob Marley. Como banda brasileira, a Tribo do Sol se diferencia por receber fortes influências de notáveis compositores da música popular brasileira como Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Jorge Benjor, dentre outros. Isto está evidente nos seus arranjos, nas suas melodias e harmonias.
A Tribo do Sol atinge o coração, a consciência, o ser e o eu de quem a assiste, de quem a ouve, você vibra, alinha suas frequências, não importa idade, sua origem ou cultura, o “Reggae é a Terapia, organicamente”. A Tribo do Sol vem desenvolvendo ao longo de 23 anos o seu repertório musical, fortemente alimentado e influenciado por músicas de matrizes africanas, tendo como sua grande inspiração, o cantor Bob Marley. A Tribo do Sol aborda em suas composições asserções que inspiram reflexões acerca do caminho espiritual, de “Jah” como supremo criador e sobre temas socioambientais, sempre focando em mensagens que impulsionam quem as escuta em um caminho de autotransformação e libertação.
A Tribo do Sol nascida em Salvador em 1995 e integrada atualmente por Pedro Ivo (vocalista), Alê Vilhena (Flautista), Felipe Cruz (Baixista), Fernando Junqueira (Baterista), Iago Tojal (Guitarrista), Júlio Astral (Percussionista), Pedrishina (Cantor), Tomaz Freitas (Tecladista) e produzida por Denis Jordão, a banda possui como seu principal trabalho o “Reggaeterapia” de 2010 a convite do produtor canadense Caf Thor, sendo esse o trabalho que proporcionou uma maior difusão da banda, que acabou por receber notoriedade nacional e internacional.
“O álbum “Cura cura” vem coroar a caminhada de 25 anos da banda Tribo do Sol. Uma caminhada que iniciou em Salvador – BA e que por volta do ano de 2012 deu continuidade em São Paulo. O álbum “Cura cura” foi concebido em plena pandemia do covid-19. Totalmente autoral, com músicas que vem de encontro ao momento em que estamos vivendo. Um momento em que precisamos de alegria, de esperança, de paz, amor e positiva vibração. É com imensa alegria e gratidão a todas as forças que se moveram para a construção deste trabalho, que a banda Tribo do Sol traz a luz as canções do “Cura cura”, com a certeza de estar dando a sua contribuição para o despertar do nosso povo e a cura do nosso planeta”, comenta Pedro Ivo.
Atualmente a banda se prepara para a realização de dois shows em São Paulo, com datas marcadas para os dias 20 e 21 de novembro de 2021 e o lançamento do seu novo álbum “Cura Cura” que deve ser lançado ainda em dezembro de 2021, coroando a celebração de 25 anos da Banda Tribo do Sol.
Segue abaixo entrevista exclusiva com a Tribo do Sol para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 22.10.2021:
01) Ritmo Melodia: Qual a data de nascimento e cidade natal dos membros da banda?
Banda Tribo do Sol: Alessandra Anunciação Vilhena (Alê Vilhena – vocalista e flautista), nasceu no dia 23.02.1983 em São Paulo – SP. Felipe Cuzziol Cruz (Felipe Cruz – baixista), nasceu no dia 20.08.1989 em São Bernardo do Campo – SP. Fernando Junqueira Correia (Fernandinho – baterista), nasceu no dia 20.01.1992 em São José dos Campos – SP. Iago Tojal Araújo (guitarrista), nasceu no dia 20.09.1992 em Rio Branco – Acre. Julio Cesar de Souza Pelli (Julio Astral – percussionista), nasceu no dia 06.03.1972. Pedro Francisco dos Santos – (Pedrishna – backing vocal), nasceu no dia 04.10.1984 em Piracicaba – SP. Pedro Ivo Pinto Argolo (Pedro Ivo – cantor, compositor), nasceu no dia 18.01.1961 em Salvador – BA. Tomás Freitas Assis (Toots I – tecladista), nasceu dia 20.10.1987 em São Paulo – SP.
02) RM: Como foi o primeiro contato dos membros da banda com a música.
Banda Tribo do Sol: Alê Vilhena (vocalista e flautista), nasci numa família musical onde todos tocam e cantam. Dizem que comecei a cantar antes de falar e aprendi a assoviar muito pequena, por isso me chamavam de passarinha!
Felipe Cruz (baixista), me recordo que meu avô tinha uma gaita, e foi nela que arrisquei minhas primeiras notas musicais. Depois aos 11 anos de idade comecei a estudar Teclado e Violão.
Fernandinho (baterista), meu primeiro contato com o fazer musical foi através do meu irmão que começou a fazer aulas de violão quando eu era bem pequeno e me ensinava a tocar algumas coisas.
Iago Tojal Araújo (guitarrista), a primeira vez que escutei música foi na barriga de minha mãe. Meus pais sempre escutavam música e meu pai sempre tocou Violão. Aos 8 anos de idade comecei a estudar música desde então faço isso primordialmente em minha vida.
Julio Astral (percussionista), meu primeiro contato com a música foi desde criança, senti o chamado aos tambores dentro de terreiros, o som dos atabaques me levou a ter certeza que era isso que eu queria para a minha vida.
Pedrishna (backing vocal), meu pai Nivaldo Pedro dos Santos é músico desde antes de eu nascer, então desde a barriga de minha mãe Lydia Emanuela de Aguiar, que durante um tempo o acompanhou como backing vocal, sempre estive totalmente imerso na música.
Pedro Ivo (cantor, compositor), sou de uma família musical. Meu pai Florêncio Argolo dos Santos e minha mãe Lavínia Pinto Argolo sempre participaram de coral na igreja, somos uma família de nove filhos. Nossa família até hoje é um coral com todas as vozes: soprano, contralto, tenor e barítono. Meu pai além de poeta era compositor, alguns irmãos aprenderam a tocar instrumentos e criaram um grupo de música gospel. Meu primeiro contato com a música é desde a barriga da minha mãe.
03) RM: Qual a formação musical e acadêmica fora música dos membros da banda?
Banda Tribo do Sol: Alê Vilhena (vocalista e flautista), comecei tirando músicas de ouvido no piano e na flauta doce. Estudei um pouco os dois instrumentos, depois me foquei na flauta transversal, percussão, canto e recentemente me dedico ao Ukulele. Tenho formação acadêmica em Rádio e TV na Universidade Metodista de São Paulo.
Fernandinho (baterista), formado em Música Popular na Unicamp.
Iago Tojal Araújo (guitarrista), formado em Música Popular, modalidade contrabaixo, na UNICAMP.
Julio Astral (percussionista), estudei percussão na Universidade Federal da Bahia. Até hoje estudo com os mestres africanos de percussão, sou também formando e pós-graduado em engenharia de software.
Pedrishna (backing vocal), formação musical de família. Estudei Geografia na USP.
Pedro Ivo (cantor, compositor), formação musical de berço. Fiz formação em Antropomúsica – Música para o desenvolvimento humano pelo Instituto Ouvir Ativo. Formação acadêmica em Arquitetura pela UFBA.
04) RM: Quais as influências musicais no passado e no presente dos membros da banda? Quais deixaram de ter importância?
Banda Tribo do Sol: Alê Vilhena (vocalista e flautista), sempre escutei muita MPB e músicas instrumentais, como Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, outros. Na adolescência tive a fase de Hard Core e Punk Rock, mas passou.
Felipe Cruz (baixista), ouço bastante Reggae em todas suas vertentes, MPB, Jazz,
Soul, Funk, Hip Hop, Afrobeat, Samba raiz e música brasileira raiz em geral.
Fernandinho (baterista), minha infância e adolescência foi mais influenciada pelo Rock, apesar de ter um contato superficial com outros estilos. Hoje em dia ouço muito reggae e jazz principalmente, mas trabalho e trabalhei com diversos estilos como Samba, Afrobeat, FUNK, música latina, entre outros. Nenhuma influência deixou de ter importância e todas compõe o meu saber musical.
Iago Tojal Araújo (guitarrista), comecei a estudar música clássica, mas minhas influencias principais foram Blues, Rock, MPB, Heavy Metal em geral. Depois de entrar na universidade, minhas influencias maiores foram a música da cultura popular tradicional, ligadas as tradições rurais brasileiras, com o pífano, e o reggae. Até hoje, Rock, Reggae e Forró são muito importantes para minha vida.
Julio Astral (percussionista), Reggae, Música instrumental, Percussão, Jazz, Afrobeat.
Pedrishna (backing vocal), da infância, as principais influências trazidas por meu pai Nivaldo Pedro dos Santos foram os grandes nomes da MPB, em especial seu preferido, João Bosco. Na juventude me aproximei do Reggae, vertente que trabalho até hoje. Há algum tempo tenho estudado e apreciado os ritmos regionais brasileiros.
Pedro Ivo (cantor, compositor), sempre escuto e amo a MPB, reggae baiano como Edson Gomes, Nengo Vieira, Tim Tim Gomes, Sine Calmon, Geraldo Cristal, Alumínio Roots… Samba reggae baiano, reggae jamaicano… internacionalmente fora do reggae, Beatles é minha referência. Como exemplo de artista que deixou de ter importância foi Roberto Carlos quando enveredou pelo caminho “romântico melancólico”.
05) RM: Quando, como e onde começou a carreira musical da banda? E qual o significado do nome da banda?
Banda Tribo do Sol: A partir do ano de 1992, no Vale do Capão, na Chapada Diamantina – BA, o trabalho musical da Tribo do Sol começou nas rodas de fogueiras dos ENCAS – Encontro Nacional das Comunidades Alternativas. Foi aí que o trabalho se expandiu, sendo difundido no “boca, boca” através das rodas de fogueiras das diversas comunidades alternativas espalhadas pelo Brasil e no exterior. Na época não havia a facilidade de divulgação via internet. O nome Tribo do Sol inicialmente foi dado a uma linha de camisas produzidas em Salvador – BA por Pedro Ivo. Posteriormente, quando começou o trabalho musical em grupo o nome foi escolhido para denominar a banda que na época já exaltava o astro rei Sol através da música “A grande estrela”.
06) RM: Quantos discos lançados?
Banda Tribo do Sol: Em 2007 um EP. Em 2010 o álbum “Reggaeterapia”.
07) RM: Como define o estilo musical da banda dentro da cena reggae?
Banda Tribo do Sol: Acredito que nosso trabalho tem uma originalidade que é difícil tentar enquadra-lo dentro de um estilo da cena do reggae. Sem querermos ser pretensiosos, temos profundo respeito e admiração por inúmeras bandas brasileiras e internacionais, inclusive vemos muitas influencias em nosso trabalho, porém não conseguimos identificar um estilo em que nosso trabalho possa se enquadrar. Nosso espectro de influencias abarca desde o chamado swing da música baiana, passando pela música de rodas de fogueira das comunidades hippies misturados com o caldo cultural da nossa MPB, tudo isso compactado na célula que caracteriza a música reggae que aprendemos com os irmãos jamaicanos. Utilizamos todos estes elementos como veículo para transmitir nossa mensagem que tem raízes espirituais. Esta mensagem é o componente ativo do nosso trabalho.
08) RM: Como você se define como cantor/intérprete dentro da cena reggae?
Banda Tribo do Sol: Defino-me (Pedro Ivo) com um estilo próprio, original. Admiro vários cantores, mas não vejo meu estilo identificado com nenhum deles, espero que isso não soe como uma afirmativa pretensiosa, arrogante. Talvez, alguém com um olhar de fora, ou melhor, com um ouvido externo possa encontrar alguma semelhança que eu não consigo identificar. Certa vez me disseram que eu seria uma mistura de Raul Seixa com Bob Marley, achei muito interessante isso e me sinto honrado. Eu gosto da ideia de que na real sou apenas um instrumento para receber as mensagens que vem de uma esfera espiritual e transmiti-las através da música. Acredito na existência de um terceiro ouvido não visível que fica ligado em alguma frequência elevada buscando captar estas mensagens para serem trazidas a nós humanos. Muitas vezes estas mensagens chegam prontinhas, letra, melodia e até arranjos. Outras vezes somos nós que a complementamos com nossos conhecimentos e principalmente nossos sentimentos. Mas o nosso compromisso é trazer a público estas mensagens musicais que recebemos das esferas sutis com o objetivo de trazer paz, amor, alegria, esperança a vida das pessoas e a nossa própria vida.
09) RM: Quais os cantores e cantoras que vocês admiram?
Banda Tribo do Sol: Alê Vilhena (vocalista e flautista), Milton Nascimento, Renato Braz, Gilberto Gil, Elis Regina, Mônica Salmaso, Dorival Caymmi e sua família abençoada!
Fernandinho (baterista), Bob Marley, Dennis Brown, Milton Nascimento,
Gilberto Gil, André Matos, Fela Kuti, Elis Regina, Ella Fitzgerald, Richard Bona, Erykah Badu, Alicia Keys.
Iago Tojal Araújo (guitarrista), Bob Marley, Gregory Issacs, Don Carlos, Steven Tyler, Fred Mercury, Buddy Guy, Janis Joplin, Nina Simone, Socorro Lira, Luis Gonzaga, Chris Cornell, Patrícia Bastos, Toto la Momposina, dorival Caymmi, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rita Lee.
Julio Astral (percussionista), Gilberto Gil, Caetano Veloso, Bob Marley, Gregore Isac, Burning Spear, Dezerrie.
Pedrishna (backing vocal), Caetano Veloso, Bob Marley, Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Os Novos Baianos, Chico Buarque, Chico César, Chico Science, Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia, Marisa Monte.
Pedro Ivo (cantor, compositor), a lista é enorme. Desde os gigantes da MPB como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque e tantos outros. Tem que destacar Bob Marley, obrigatoriamente, dentre a extensa lista internacional, reggae nacional. Para fechar é necessário falar de Beatles como referência de harmonia, melodia e poesia.
10) RM: Como é o processo de composição musical dentro da banda? Quem faz a letra e melodia?
Banda Tribo do Sol: A banda se dedica a arranjar e executar as obras compostas pelo compositor e vocalista Pedro Ivo. Muitas vezes as músicas chegam para a banda com um caminho bem definido em termos de arranjo. Outras vezes os arranjos são criados coletivamente com liberdade para cada músico de acordo com seu instrumento, mas orientados por uma direção musical. Esta obra é tão extensa que até o momento não houve oportunidade de incluir outras obras no repertório da banda, mas isto não é descartado e acontecerá no momento em que a banda considerar adequado.
11) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Banda Tribo do Sol: A grande vantagem é a liberdade que se tem de escolher seu repertório de acordo com o caminho que se acredita, especialmente com a mensagem que a banda que passar e isso nos torna inteiros. Os desafios são a falta de recursos para investir e manter o trabalho, conseguir fazer a mensagem chegar ao maior número de pessoas e conseguir sobreviver neste caminho. Mas quando se tem uma carreira que não é independente, ou seja, quando se tem uma carreira dependente, corre-se o risco de manipulação e de abandono, ou seja, se a produtora ou seja lá quem impulsiona o trabalho do grupo, resolver não mais investir no trabalho, o grupo despenca do patamar ilusório onde se encontrava. Sempre acreditamos no nosso esforço coletivo e na persistência, sem concessão, e assim vamos lapidando e expandindo gradativamente o trabalho. Resumindo, os prós é a liberdade e os contras é a falta de recursos.
12) RM: Quais as ações empreendedoras que vocês praticam para desenvolverem a carreira musical?
Banda Tribo do Sol: Houve um amadurecimento orgânico dos integrantes e aprimoramento em estudos com aprofundamento da produção nos últimos anos Por muito tempo nos dedicamos quase exclusivamente ao trabalho musical, ensaios, shows, etc… em detrimento do trabalho de produção executiva. Com a pandemia estamos nos debruçando sobre os projetos e já começamos a experimentar o retorno desta ação.
13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da carreira musical?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), ajuda na divulgação e na pesquisa. Não vejo nenhum contra para artistas de pequeno e médio porte.
Julio Astral (percussionista), ajuda da propagação da música, ajuda também na pesquisa e estudo.
Pedrishna (backing vocal), acredito que a internet por enquanto só tem ajudado, mas temo que com o tempo as empresas que controlam as redes sociais passem a cada vez mais só expor o que for patrocinado, funcionando cada vez mais como o jabá da rádio. Espero que não aconteça e siga sendo um território livre para divulgação.
Pedro Ivo (cantor, compositor), na minha visão só ajuda. Na medida que se tem conteúdo para lançar na rede e se consegue se dedicar a isso, creio que ajuda sim. tem que estudar estratégias eficientes de fazer o trabalho chegar ao público porque a concorrência é grande, então é isso, tem que ter conteúdo de qualidade, tempo de dedicação e estratégia de expansão.
14) RM: Como vocês analisam o cenário reggae brasileiro? Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quem regrediram?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), ao meu ver o reggae brasileiro passou por uma grande profissionalização no aspecto da produção musical, principalmente nos últimos 10 anos. Pra mim todas as bandas progrediram, no começo era realmente muito amador e os músicos não possuíam domínio do instrumento, mas foram gradativamente melhorando. As bandas que mais me chamaram a atenção foram Leões de Israel, Ponto de Equilíbrio, Jah I Ras, Sattivus, Solo Fértil, Laylah Arruda, Ambulantes, entre outras.
Julio Astral (percussionista), muitas bandas surgiram, muitas sumiram, mas ficaram as boas. No meu ver para as bandas de reggae nacional falta estudo, falta lapidação…
Pedro Ivo (cantor, compositor), acredito que o reggae brasileiro tem produtos de alta qualidade, tem público, mas falta estratégia coletiva para enfrentar a falta de interesse dos meios de comunicação em geral para divulgar os trabalhos. A gente tem que entender que a música se expande quando toma a conotação de movimento. Por exemplo: há alguns anos atrás o reggae estava bombando, especialmente em São Paulo. Grandes shows, artistas nacionais e internacionais, etc… Mas havia reserva de mercado, sempre as mesmas bandas tocando, não havia espaços para trabalhos novos, diferentes… Aí chega um momento que o público se cansa, já assistiu todos aqueles artistas pelos menos cinco vezes, aí começa a perder o interesse e vem a decadência. Se houvesse rodízio no palco, mais trabalhos sendo mostrados, mais trabalhos se tornando conhecidos, conquista de mais público, etc… aí o reggae se caracterizaria como movimento que veio para ficar, com inúmeras possibilidades de espaços, de público, de bandas… é necessária uma visão estratégica coletiva. Quando entendermos o mecanismo de distribuirmos os espaços com todos que tenham capacidade talvez tenhamos chances de voltarmos aos grandes shows. Como exemplo de bons trabalhos vou começar com Edson Gomes como o grande fenômeno do reggae brasileiro, os cachoeirenses Nengo Vieira, Sine Calmon, Geraldo Cristal. Vindo para o sudeste, Ponto de Equilíbrio, Leões de Israel, Ambulantes, Força da Paz. No sul Gaiapiá, Chama Crescente. Não se pode deixar de fora a Tribo de Jah. Sei que citar nomes é sempre um convite a omissões, sei que tem mais inúmeros trabalhos bons
pelo Brasil que não caberiam numa página.
15) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (Home Studio)?
Banda Tribo do Sol: Na nossa visão só existem vantagens. Se você tem trabalho expressivo e conhecimento, no mínimo vai conseguir uma boa pré-produção antes de ir para um estúdio profissional. Vai ter tudo bem mais definido, vai ganhar tempo vai ter mais chances de chegar a um resultado satisfatório. Agora se não tem bom conteúdo a tecnologia não vai fazer milagres, não vai transformar um trabalho medíocre numa grande obra.
16) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que vocês têm como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), tive a oportunidade de abrir alguns shows da banda Mato Seco e admirei o esforço para se fazer um bom espetáculo e a humildade ao tratar o público e todos os envolvidos no trabalho.
Iago Tojal Araújo (guitarrista), Bob Marley.
Pedrishna (backing vocal), um exemplo que não diz respeito às minhas preferências musicais, mas uma banda que admiro muito é O Terno. Há alguns anos tem a rotina de lançar um disco num ano e passar o ano seguinte fazendo turnê. Lançam também em disco de vinil, e fazem videoclipes realmente incríveis, que lembram o auge dos anos 90, além de terem uma linguagem muito moderna e próxima do público nas redes sociais.
Pedro Ivo (cantor, compositor), tem inúmeros exemplos, mas vou citar só um nome: Edson Gomes. Se ele chega no evento e não estiver tudo de acordo com o contrato, ele dá meia volta e vai embora. É um exemplo exagerado de profissionalismo, mas obriga os promotores do evento a serem profissionais. À medida que o grupo vai abrindo portas para grandes shows isso vai obrigando a se profissionalizar. Uma boa produção ajuda muito.
17) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?
Banda Tribo do Sol: Alê Vilhena (vocalista e flautista), certa vez toquei com “O Encanta Realejo” num circo. Tinha levado meu microfone, mas não tinha pedestal. Então o pedestal foi improvisado com uma vassoura apoiada em um monte de tijolos! Ficou muito engraçado!! Ainda bem que estávamos num circo e o estilo da banda era teatral.
Fernandinho (baterista), todas as situações citadas acima já passei.
Pedrishna (backing vocal), certa vez tínhamos uma turnê por Minas Gerais, onde tocaríamos em Belo Horizonte, depois de alguns shows no interior do Estado. Em um dos locais, no entanto, não tínhamos acesso nenhum à internet, um Festival de música no meio da roça em São Thomé das Letras, e não tínhamos o transporte para chegar em Belo Horizonte a tempo. Passamos a madrugada em claro tentando, acreditando e rezando, quando de repente bem cedinho chega nosso
abençoado transporte. Um micro-ônibus remanescente de uma antiga Caravana Cultural, parceiro em muitos momentos, nessa hora nos salvou aparecendo de forma muito inusitada e nos levando direto ao local onde tínhamos nossa Van esperando para o show. Foi uma lição para acreditar sempre que Jah está no comando, como tantas vezes disse Pedro Ivo nos momentos mais difíceis desse episódio.
Pedro Ivo (cantor, compositor), na região sudeste as coisas são mais estruturadas, mas na Bahia já aconteceu de tudo. Um dos primeiros shows da banda em Itacaré o responsável pelo som não levou pedestais, os cabos dos microfones foram pendurados no teto e os microfones ficavam pendurados. Em Muritiba num carnaval chegou nossa hora de subir no palco e uma banda de Pagode queria tocar antes, começaram a ameaçar a gente de dar porrada, claro que deixamos eles tocarem antes. Um carnaval no palco de Itapuã só tinha banda de Pagode. Quando entramos o público estava tão condicionado com o Pagode que ficou paralisado tentando entender o que estava acontecendo, aos poucos foram começando a dançar. Ao final do show ficaram pedindo mais e o locutor do show disse que aquilo é que era música. Os pagodeiros não gostaram nada.
18) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), o que me deixa mais feliz é fazer música, o que me deixa mais triste é a desvalorização da profissão.
Julio Astral (percussionista), o prazer de fazer uma música que acredito e que amo, tristeza para mim não existe.
Pedrishna (backing vocal), minha maior alegria é ver nossas músicas autorais transformando vidas, expandindo consciências e levando mensagens importantes. A arte conhece atalhos onde a palavra muitas vezes encontra bloqueios. A maior tristeza é a desvalorização, e a dificuldade que nós artistas independentes encontramos para simplesmente viver do que amamos e sabemos fazer bem, tendo que recorrer a alguma outra ocupação que não a música.
Pedro Ivo (cantor, compositor), creio que o momento mais feliz da carreira do músico é chegar no evento bem produzido, bom público, banda completa e bem ensaiada, e a positiva vibração arrebatando as almas. É ver depoimento de pessoas testemunhando o quanto nosso trabalho contribuiu para a sua melhora como ser humano. O que existe de mais triste é ver o povão escutando músicas de baixa qualidade, baixa vibração que contamina a alma.
19) RM: Vocês acreditam que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Banda Tribo do Sol: Acreditamos que é possível sim. Se o trabalho está bem produzido e tem um forte potencial, uma grande capacidade de agregar público acredito que as rádios também terão interesse em colocar na programação para alcançar audiência. Não trabalhamos voltados para as rádios, mas não descartamos a possibilidade. Hoje com a popularização do streaming e demais plataformas ocorre ainda raramente a difusão em rádios abertas de músicas de todos os universos, mas sempre é uma troca as emissoras precisam de novidade e o público que indica a tendência. Temos exemplo como a rádio Educadora FM que sempre toca Tribo do Sol sem que tenhamos feito sequer algum pedido ou pago jabá. Algum programador curte nossa música e colocou na playlist.
20) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), tenha paciência, humildade, perseverança e estude muito.
Iago Tojal Araújo (guitarrista), acredite na sua música e não deixe que a atenção do palco suba a cabeça.
Julio Astral (percussionista), só vale a pena se a música tocar a sua alma.
Pedrishna (backing vocal), se é o que te faz feliz, acredite até o fim! Muitos desafios virão, é algo que tem que querer de verdade e assumir que há um longo e difícil caminho. Mas a recompensa de fazer o que gosta de fazer não tem preço.
Pedro Ivo (cantor, compositor), se o que você faz te agrada, se você se sente chamado para isto, se você faz por amor, se existe dentro de você uma grande certeza de que aquilo é o que de melhor você sabe fazer, o que de melhor pode oferecer ao mundo, vá em frente, não desista nunca. E estude para ficar cada vez melhor.
21) RM: Como vocês analisam a relação que se faz da música reggae com o uso da maconha?
Banda Tribo do Sol: Um estigma, mas também um signo da cultura ancestral do reggae herdada desde a África que quando observamos globalmente. Percebo o atraso ideológico em vários países além do Brasil, mesmo os países desenvolvidos tem sistemas repressores, que qualificam o consumo seja recreativo, medicinal. A parte crítica e até criminosa em que vimos diversas vezes amigos próximos da música serem tratados como traficantes por terem um jardim onde produziam para consumo próprio. Tudo que é bom, natural, faz bem e ajuda a libertar as pessoas, o sistema não tem interesse que se expanda porque coloca em risco o projeto de dominação da mente das pessoas. É isso que a ganja (cannabis sativa) e o reggae tem em comum, é uma cultura que ameaça o sistema. Como eles não conseguem frear o consumo, eles criam o tráfico. O tráfico é um projeto do sistema babilônico, além de dar lucro pra eles, lançam inúmeras e promissoras vidas jovens na marginalidade e ceifam as vidas de muitos. Sou a favor do cultivo domiciliar para consumo próprio, mais cedo ou mais tarde isso será ou já está sendo disseminado.
22) RM: Como você analisa a relação que se faz da música reggae com a religião Rastafári?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), nem toda banda de reggae hoje em dia é composta por rastas ou sequer menciona o rastafári. Porém o reggae em sua fundação é indissociável dessa filosofia de vida.
Julio Astral (percussionista), rastafári é estilo de vida, o reggae tem que ter esse reverencia.
Pedrishna (backing vocal), o rastafári nasceu da força de resistência de um povo oprimido que encontrou em suas origens um caminho para se reconectar, se integrar e louvar através da música. O reggae nasce nesse contexto, uma música que nasce e traz até hoje um propósito, de resistência e luta social, totalmente associada com o caminho espiritual.
Pedro Ivo (cantor, compositor), originalmente cantar é louvar o criador. Quando a gente canta reggae a gente tem a consciência de estar louvando. Noventa e nove por cento das músicas populares narram um sentimento geralmente romântico, uma historinha de casais apaixonados. O reggae tem outro compromisso, expressa o sentimento da alma em busca de dar sentido à vida, de aliviar o sofrimento humano através da justiça social. Independentemente de estar vinculado a uma religião rastafári, somos seres humanos numa busca espiritual e é isso que nos move a fazer reggae music. Temos que reconhecer a importância do movimento Rastafári na música reggae e vice versa. O reggae se expandiu não só como música, mas como movimento por ter o rastafarianismo como base filosófica e ao mesmo tempo ajudou a difundir o movimento Rastafári.
23) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como vocês analisam tal afirmação?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), eu não concordo pois você não precisa se identificar como rastafári para ter valores em comuns como união, paz, amor e direitos iguais. O reggae se trata de trazer esses valores para o mundo, independentemente de qualquer escolha religiosa.
Julio Astral (percussionista), não precisa ser rastafári para fazer Reggae, precisa de amor ao próximo, mas é importante saber e ressaltar que o Rastafári está na raiz do reggae.
Pedrishna (backing vocal), respeito essa afirmação, por estarem diretamente ligados com a origem do Reggae. Mas acredito que levamos em nossas vidas e em nossa música a cultura Rastafári à nossa maneira, com respeito e gratidão.
Pedro Ivo (cantor, compositor), entendo que alguns adeptos do rastafarianismo têm uma preocupação vendo o uso da música reggae, que teve sua origem ligada a este movimento, muitas vezes sendo usada de maneira banal, leviana, comercial, etc… Mas particularmente não acho que ser adepto da religião Rastafári seja uma espécie de pré-requisito para se produzir música reggae. Acredito que os elementos que caracterizam a música reggae estão atrelados a mensagem, ao sentimento e ao ritmo. Só quem pode julgar se estou usando estes elementos de maneira verdadeira é a minha consciência.
24) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), a falta de bandas com um trabalho sério e profissional é um dos maiores motivos. Outros motivos é o desinteresse de quem possui capital em investir nas bandas boas que existem para colocar o trabalho delas no mapa. O reggae não vende tão facilmente como outros estilos.
Julio Astral (percussionista), muitas bandas e músicos sem qualidade.
Pedro Ivo (cantor, compositor), em parte porque a música brasileira é muito rica em suas várias vertentes e o reggae não é considerado uma vertente da música brasileira. Por outro lado, o pouco espaço que sobra para o reggae é muito disputado e não existe a consciência de um movimento coletivo para abrir espaço para o máximo de trabalhos que tenham expressão de qualidade. Mais um motivo que percebo na falta de interesse dos empresários é porque “shows de reggae não vendem cerveja”. Boa parte dos grandes eventos musicais no Brasil hoje são patrocinados por grandes cervejarias e a mensagem da música reggae não estimula o consumo de álcool, pelo contrário, até abomina. Então acaba não sendo interessante investir nesta vertente musical.
25) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), acredito em herança genética que propiciam mais facilidade ao desenvolvimento musical. Porém sem esforço e sem estar em um ambiente musical, nada acontece mesmo com muito “dom”.
Julio Astral (percussionista), acredito que uns nascem com o dom e outros adquirem com o passar do tempo e a dedicação a música.
Pedrishna (backing vocal), algo que vem de forma inata, porém não significa nada sem esforço e dedicação.
Pedro Ivo (cantor, compositor), existe o dom musical e existe o esforço, o estudo que pode levar alguém que não tem tanto dom a se tornar músico. O dom é algo divino, que vem com o ser humano desde o seu nascimento, e que se esta pessoa se dedica a desenvolver aquele dom vai se sentir realizado e vai presentear muitas pessoas com seu dom. É importante que os pais percebam esse dom o quanto antes e incentivem a criança a se desenvolver musicalmente.
26) RM: Quais os prós e contras de você atuarem no formato Sound System?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), o sound system pode ser uma maneira mais viável economicamente de divulgar o trabalho da banda e está totalmente dentro da cultura reggae. Porém a Tribo do Sol é uma banda e atua como coletivo, portanto a preferência é de se tocar como banda.Julio Astral (percussionista), não vejo problema.
Pedrishna (backing vocal), não vejo nenhum problema, mas temos preferência por algo que remonte mais a uma fogueira, mesmo que tudo plugado, a vibração de se tocar junto ao vivo e entrosado, disso não abrimos mão.
Pedro Ivo (cantor, compositor), nosso trabalho é um trabalho de natureza humana coletiva, quanto mais pessoas envolvidas mais completos nos sentimos. É uma soma de vibrações e que transmite ao público a energia coletiva que está sendo gerada e acaba envolvendo o público. Não descarto sound system, mas darei sempre preferência a banda.
27) RM: Quais os prós e contras de soltar o playback já mixado e fazer a mixagem ao vivo?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), só vejo prós, o Dub é uma joia preciosa da cultura reggae.
Iago Tojal Araújo (guitarrista), no caso do DUB, acho excelente.
Julio Astral (percussionista), depende do proposito…
Pedrishna (backing vocal), não vejo contra, vejo como uma ferramenta que podemos usar o quanto e quando acharmos interessante.
Pedro Ivo (cantor, compositor), depende das circunstâncias. Se tem alguém sensível e habilidoso pode ser interessante a mixagem ao vivo. Porém nossa música tem origens tribais, na fogueira, acústica. Particularmente, se não puder fazer com banda, prefiro fazer voz e violão do que usar playback, mas também não descarto desde que não descaracterize o trabalho.
28) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), horrível e rasa.
Julio Astral (percussionista), a grande mídia só quer falar do que dá resultado para ela, sou mais a mídia alternativa e popular.
Pedrishna (backing vocal), infelizmente prioriza um reggae com uma linguagem mais pop, geralmente afastada da essência, enquanto um Reggae mais raiz, mais conectado com suas origens, tem muita dificuldade de alcançar um bom patamar.
Pedro Ivo (cantor, compositor), para mim a programação da grande mídia é bastante pobre, tendenciosa, interesseira, fábrica de ídolos, que servem a interesses da indústria. Não tenho o menor interesse em acompanhar os chamados “artistas globais”. Até porque não há originalidade, existe um padrão pré estabelecido e que deve ser seguido se o artista quiser entrar na cena global. Realmente não perco meu tempo com esse tipo de programação, nem conheço os artistas que hoje estão na mídia.
29) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Banda Tribo do Sol: Fernandinho (baterista), são lugares que, em estrutura e economicamente, atendem as necessidades e valorizam o músico. Porém pode levar um certo tempo até conseguir acessa-los.
Iago Tojal Araújo (guitarrista), apesar desses lugares serem excelentes para se trabalhar com arte, acredito que deveria outra forma mais democrática, talvez um edital no caso do Sesc, para os artistas entrarem nesse circuito.
Julio Astral (percussionista), muito importante!
Pedrishna (backing vocal), um ótimo caminho, valorizando e dando oportunidade de estar sempre mostrando o trabalho, levando as mensagens de forma valorizada.
Pedro Ivo (cantor, compositor), acho que são os melhores espaços não só para a música como para toda a expressão cultural. Pela qualidade dos espaços, pelo profissionalismo, a valorização dos artistas. Deveríamos ter espaços ativos como estes pelo Brasil inteiro e haver mais possibilidade de acesso e diversidade musical.
30) RM: Quais os seus projetos futuros?
Banda Tribo do Sol: Fomos aprovados no edital 4º Fomento a Linguagem Reggae da Secretaria Municipal de Cultura São Paulo no qual gravaremos o álbum “Cura cura” durante o primeiro semestre de 2021 e com lançamento previsto para agosto com dois shows pela Rede Municipal de Cultura de São Paulo. Fomos também contemplados pelo Prêmio Proac Lab eixo de licenciamento com “Tribo do Sol no Club da Música” onde tivemos a oportunidade de fazer cinco músicas em performance ao vivo de estúdio (disponível no canal de Youtube). Em breve haverá a divulgação destes vídeos pela Secretaria de Cultura.
31) RM: Quais os seus contatos para show e para os fãs?
Banda Tribo do Sol: www.bandatribodosol.com.br | [email protected]
(11) 98115 – 9862 (produtor Denis Jordão) – [email protected]
(16) 99991 – 9183 (Iago Tojal)
| https://www.instagram.com/bandatribodosol
| Canal: https://www.youtube.com/user/tribodosol
Arrecadação Tribo do Sol – Álbum Cura Cura – Benfeitoria: https://www.youtube.com/watch?v=H0LEsZaeu8A
Tribo do Sol no Clube da Música – 20.04.2021: https://www.youtube.com/watch?v=aHydp9fhl-w
Tribo do Sol – Álbun Reggaeterapia [2010]: https://www.youtube.com/watch?v=ysIKsJU812Q
Tribo do Sol – Álbum Reggaeterapia [2010]: https://www.youtube.com/watch?v=ysIKsJU812Q
Gratidão por esta honra em, participar da Ritmo e Melodia