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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Banda Sudestino

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A banda Sudestino iniciou suas atividades em 2015 como um Trio tradicional. Hoje se apresenta no formato de banda, somando a formação do trio (Acordeon, Zabumba, Triângulo), o Contrabaixo e o Cavaquinho.

Na busca de escrever uma história notável no cenário forrozeiro, a banda desenvolve seus próprios arranjos em busca de uma sonoridade autêntica e vibrante, trazendo ao público um repertório escolhido com muito esmero, contendo músicas autorais e releituras de compositores contemporâneos.

A banda tem como referência os grandes mestres e mestras do forró. Como: Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos, Anastácia, Mestre Zinho, Os 3 do Nordeste, Trio Nordestino, entre outros.

A banda também se inspira em outros gêneros. Tais como: Rock, Pop, Samba e música instrumental, além de artistas contemporâneos como: Ó do Forró, Mestrinho, Nando Nogueira.

Em 2022, a banda Sudestino foi premiada com o segundo Lugar no Fenfit – Festival Nacional de Forró de Itaúnas – ES, e Lucas Oliveira foi indicado entre os três melhores sanfoneiros (acordeonistas).

Sudestino participou do Primeiro Festival de Forró da Lua Cheia, em Altinópolis – SP, se sagrando campeão e tendo Lucas Oliveira nomeado como Melhor Sanfoneiro da edição.

Possui um álbum gravado, “Bora de Forró” (2017), com 8 músicas inéditas, contando com participação de Anastácia, disponível nas plataformas digitais. A banda também já se apresentou no Forró do Ouriço em Caraíva – BA, Remelexo, Festa Junina de Osasco – SP, Circo Voador – RJ, Bujas – Santos-SP, Centro de Tradições Nordestinas, Locomotiva, Bar do Baixo, Bahia Sul, Tupinikim, Casa de Cultura Itaim Paulista, Forró na House, Forró do Funil, Mural Casa de Cultura, Hangar – Caçapava-SP, Bar do Funil – São José dos Campos – SP, Miliduki, entre outros.

Segue abaixo entrevista exclusiva com a banda Sudestino para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01.11.2022:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Banda Sudestino: Lucas Oliveira (acordeon e voz), nasceu no dia 02/06/1994 em São Paulo – SP. Lincoln Pontes (cavaquinho), nasceu no dia 07/03/1987 em São Paulo – SP. Nando Souza (triângulo e Percussão), nasceu no dia 21/11/1984 em São Paulo – SP. Ralf Durão (zabumba), nasceu no dia 10/07/1986 em São Paulo – SP. Luizinho Luz (contrabaixo), nasceu no dia 23/02/1982 em Ilhéus – BA.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Banda Sudestino: Lucas Oliveira: tive meus primeiros contatos com instrumentos musicais, através do meu pai, na minha casa. Ele sempre se reuniu com amigos para tocar Forró em casa.

Lincoln Pontes: através dos discos que meus pais tinham em casa e, com amigos mais velhos, que tocavam violão no meu condomínio.

Nando Souza: meu primeiro contato com a música se deu através dos meus tios que tocavam violão e pandeiro nas reuniões familiares.

Ralf Durão: iniciei minha vida musical participando de um projeto social que ensinava a montar e tocar instrumentos percussivos da cultura baiana na Cohab Adventista, Capão Redondo. 

Luizinho Luz: interessei-me pela música a partir do reggae. Pedi, de presente de aniversário, um violão para minha avó e ela me deu.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Banda Sudestino: Lucas Oliveira: Mecânica automotiva (SENAI); Técnico em música (Conservatório Musical Villa Lobos).

Lincoln Pontes: Técnico em música (Conservatório Musical Beethoven); Estudou composição musical na UNESP; Formado em Cavaquinho (EMESP).

Nando Souza: Licenciado em Educação Física (Anhanguera Educacional); Bacharel em Turismo (Uninove); Curso de Percussão no CEU das Artes Camila Rossafa.

Ralf Durão: Designer gráfico (Adobe); Estudou percussão no Projeto Cultural Erikerê.

Luizinho Luz: Sou totalmente autodidata.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Banda Sudestino: Nós temos uma influência bem ampla, que vai de MPB até música internacional. Obviamente, nós também recorremos a grandes metres como: Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Marinês, Anastácia, Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Elba Ramalho, Falamansa. Acho que nenhuma influência musical deixa de ter importância. O que precisamos é saber filtrar a parte boa de tudo o que chega até nós e reverter isso em saldo positivo para o nosso trabalho.

05) RM: Quando, como e onde você começou a Banda Sudestino?

Banda Sudestino: A primeira vez que a Sudestino se apresentou, ainda como trio, foi no dia 01/03/2015 no Remelexinho, no bairro de Pinheiros – SP. Fizemos o nosso primeiro show lá. Lá iniciamos nossa história.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Banda Sudestino: Lançamos um álbum “Bora de Forró” (2017).

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Banda Sudestino: Nos definimos como Forró Pé de Serra.

08) RM: Lucas, você estudou técnica vocal?

Banda Sudestino: Lucas Oliveira: Sim. Fiz cerca de três meses de aula.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Banda Sudestino: Lucas Oliveira: A voz é um instrumento bem delicado e nós não temos chance de adquirir outra com o tempo. Diferentemente de um acordeon, violão ou qualquer que seja o instrumento que a gente possa tocar. Sendo assim, é de suma importância que a gente zele pela voz. Existem casos famosos de cantores que acabaram machucando a voz e têm de lidar com isso ao longo da carreira.

10) RM: Quais as cantoras (es) que vocês admiram?

Banda Sudestino: Lucas Oliveira: Tenho admiração por muita gente. No Forró, gosto muito de Dominguinhos, Janayna Pereira, por exemplo. Também acompanho cantores que não fazem parte do Forró, como: Ana Carolina, Seu Jorge, Wesley Safadão, Bruno (BeM).

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Banda Sudestino: Lucas Oliveira: Não sou alguém que compõe muita coisa. Acho uma arte linda e admiro bastante quem tem esse dom. Quando compus, foi algo repentino. A música veio na minha cabeça com letra e melodia e eu passei para o papel em cerca de 20 minutos. Já tentei compor de outra forma, escolhendo um tema, tentando fazer algo de forma mais racional, porém, nunca deu certo.

12) RM: Lucas, quais são seus principais parceiros de composição?

Banda Sudestino: Lucas Oliveira: Minhas composições foram feitas apenas por mim.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Banda Sudestino: A parte ruim é a questão financeira. Não temos muitos recursos e tudo deve ser bem pensado e programado. As coisas demoram um pouco mais para acontecer. Porém, você faz o seu trabalho como acha melhor. Não temos, necessariamente, que seguir alguma regra que o mercado e os produtores queiram impor. Acho que, no final das contas, temos um trabalho bem verdadeiro no que diz respeito ao que a banda pensa como trabalho ideal.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da banda dentro e fora do palco?

Banda Sudestino: Estamos nos preparando para lançar um EP com a música que concorremos no FENFIT 22, Até Sair Fumaça. Além disso, já estamos de olho na gravação de um disco com músicas autorais. Em nossos shows, focamos bastante nos arranjos diferenciados, e isso afeta diretamente nossa performance nos palcos. Então nosso planejamento passa muito por isso: músicas autorais e arranjos.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que vocês praticam para desenvolver a sua carreira?

Banda Sudestino: Essa visão empreendedora da banda ainda é uma coisa nova para nós. Nós, enquanto músicos, temos uma preocupação muito grande com a performance, sonoridade, arranjos, repertório, agenda. Porém, chega um momento em que se percebe que para o trabalho chegar a um lugar melhor, é preciso se fazer outras coisas que vão além da parte musical. Hoje percebemos a importância das redes sociais, das publicações patrocinadas e etc. Temos mais metas a médio/longo prazo com o intuito de estruturar a banda para alçar voos cada vez maiores e não apenas a preocupação com os próximos shows.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Banda Sudestino: Acho que a internet tem um papel de ajudar mesmo. Não acho que ela prejudique o trabalho de alguma forma. Ela não faz isso sozinha. Talvez você possa ser cancelado em algum momento da carreira, mas isso tem mais a ver com as ações que o artista tem. A internet te leva a lugares inimagináveis. Através dela, um artista pode chegar ao sucesso, mesmo sem grande investimento ou contrato com uma produtora.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Banda Sudestino: Acontece, mais ou menos, o mesmo processo da internet. A pessoa consegue produzir um material sem depender de um grande estúdio ou investidor. Por vezes, vejo que a qualidade fica um pouco de lado porque nem todo mundo está preparado tecnicamente para fazer uma gravação, mas acho que, no final das contas, o saldo é positivo.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que vocês fazem efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Banda Sudestino: Tudo o que a banda faz, tenta fazer de forma diferente e única, trazendo identidade ao trabalho. Nós pesquisamos um repertório diferenciado, nos afastando do que outras bandas já tocam. Os arranjos também são todos pensados de forma única. Quando fazemos uma releitura de uma música, ela, com certeza, virá com nossa impressão digital. É o nosso jeito de fazer as coisas.

19) RM: Como vocês analisam o cenário do Forró. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Banda Sudestino: O Forró está um pouco afastado da grande mídia e isso é triste. Em compensação, forrozeiro é um povo fiel e apaixonado pelo Forró. É um estilo de vida. Isso faz com que o forró nunca acabe. Temos casas que tocam forró semanalmente, fora os festivais que acontecem mundo afora durante o ano todo. Acho que regredir é um termo forte. A música tem essa variação mesmo. Em um momento estamos na crista da onda e em outro estamos batalhando para conseguir aparecer. Alguns nomes fazem a cena acontecer e vêm evoluindo sempre. Alguns exemplos são: Mestrinho, Trio Dona Zefa, Nando Nogueira, Dois Dobrado, Ó do Forró.

20) RM: Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que vocês têm como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Banda Sudestino: Mestrinho, Nando Nogueira e Ó do Forró, com certeza, são referências para quem trabalha com Forró.

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Banda Sudestino: Situações inusitadas vivem no nosso caminho. Som ruim é algo que acontece com uma frequência assustadora. Mas o que considero mais chato é tocar e não receber. Sobretudo quando não vem justificativa. Isso é ridículo e acontece bastante no meio musical. Já aconteceu com todo mundo, conosco não foi diferente. Já tocamos e, quando fui cobrar o valor do cachê, fui bloqueado no WhatsApp.

22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Banda Sudestino: Música e, principalmente Forró, é um sonho que vivo. Se estou no palco, estou feliz. É a minha verdade e o que nasci para fazer. Mas a insegurança financeira é o fantasma que nos acompanha.

23) RM: Qual a sua opinião sobre o movimento do “Forró Universitário” nos anos 2000?

Banda Sudestino: Importantíssimo para nosso cenário do Forró. O Forró Universitário, de certa forma, resgatou a cultura forrozeira, principalmente se tratando do Sudeste. As bandas que trabalham com Forró, hoje em dia, devem muito a esse movimento, mesmo sem ter participado. Esse é o nosso caso. Hoje em dia ainda colhemos frutos plantados pelo Forró Universitário. Desde bandas que começaram por causa disso, até o público que frequenta o forró até hoje.

24) RM: Quais os grupos de “Forró Universitário” chamaram atenção?

Banda Sudestino: Bandas como: Falamansa, Bicho de Pé, Raiz do Sana, Rastapé, Forroçacana, Caiana.

25) RM: Vocês acreditam que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Banda Sudestino: Na verdade, acreditamos que colocar Forró nas grandes rádios está difícil mesmo com pagamento de jabá. Já ouvimos de um artista que uma rádio não aceitou tocar sua música por não fazer parte do estilo que a rádio toca.

26) RM: O que vocês dizem para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Banda Sudestino: Sempre aconselhamos a estudar bastante e a persistir. Acho que são as duas coisas que um artista deve focar.

27) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Banda Sudestino: O contra principal é o investimento monetário que deve ser feito. Participamos do FENFIT – FESTIVAL NACIONAL FORRÓ DE ITAÚNAS – ES em 2022 e para que tivéssemos algum conforto, foi necessário desembolsar passagens, valor de transfer, alimentação e hospedagem. A parte boa é mostrar o trabalho para bastante gente e tentar, de alguma forma, trazer visibilidade para o trabalho.

28) RM: Hoje os Festivais de Música ainda revelam novos talentos?

Banda Sudestino: Talvez não como antes, mas acredito sim que traga visibilidade e possa revelar novos talentos. Até por isso a Sudestino decidiu participar do FENFIT – FESTIVAL NACIONAL FORRÓ DE ITAÚNAS – ES em 2022. Ficamos em segundo lugar e os caminhos estão se abrindo aos poucos. Muita gente passou a conhecer e se interessar pelo nosso trabalho.

29) RM: Como vocês analisam a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Banda Sudestino: Isso depende um pouco do estilo musical que cada um curte e/ou trabalha. Alguns ritmos estão em voga e aparecem diariamente nos principais canais de rádio, TV e internet. Infelizmente não é o caso do Forró tradicional. São raros os momentos que assistimos representantes do ritmo em um grande canal. Geralmente apenas na época junina. Isso termina por anexar o Forró a uma época determinada ou até a uma região do país (Nordeste). Só ouvimos Forró em novela se a novela estiver falando do Nordeste. Isso é injusto. Tem Forró no Brasil e no mundo, durante o ano todo e falando sobre os mais diversos temas. É triste como a grande mídia trata nossa cultura.

30) RM: Qual a opinião de vocês sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Banda Sudestino: É ótimo. A Sudestino ainda não conseguiu trabalhar nesses circuitos, mas é, com certeza, um objetivo nosso. Pelo que sabemos, são cachês dignos, equipamentos e profissionais de qualidade. É uma iniciativa importantíssima.

31) RM: Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró das antigas e as atuais do Forró Estilizado?

Banda Sudestino: Não tenho nada contra e, por vezes, ouço também. Existem muitos trabalhos de qualidade. Só acho que, de certa forma, é basicamente um ritmo diferente. É complicado ter que explicar que minha banda faz forró, que o forró é “tradicional” ou “pé-de-serra”, sendo que, esse é o verdadeiro forró. As vezes nós “sumimos do mapa” porque o nome do ritmo com o qual a gente trabalha e que foi tão difundido por Luiz Gonzaga, levando em consideração também os seus elementos instrumentais, foi anexado a um estilo totalmente diferente. Esse é o único ponto que eu questiono. No mais, acho que, se tem qualidade, tem que tocar e que fazer sucesso.

32) RM: Qual a sua opinião sobre o uso do Teclado no Forró?

Banda Sudestino: O Teclado é um instrumento musical cheio de recursos e, como qualquer outro, se bem tocado, é de grande valia onde quer que esteja.

33) RM: Quais os projetos futuros da banda?

Banda Sudestino: Estamos nos organizando para entrar em estúdio e gravar músicas novas e músicas que gravamos no nosso primeiro álbum com a outra formação. Também projetamos um material áudio visual quase com os moldes de um DVD.

34) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Banda Sudestino: (11) 95792 – 2782 (Lucas Oliveira) | [email protected]

Facebook: https://web.facebook.com/sudestinoficial 

Instagram: https://www.instagram.com/sudestinoficial 

Instagram: https://www.instagram.com/sanfoneiroliver 

Canal: https://www.youtube.com/sudestinoficial 

Sudestino no Fenfit 2022 – Música: Amassando Barro/Música incidental: Forró do Fim do Mundo: https://www.youtube.com/watch?v=g3TL4bbScfo

Sudestino – Desisto/Preciso do teu sorriso/Sozinho/Coração/É o amor/Dormi na praça/Tareco e Mariola: https://www.youtube.com/watch?v=8SQIQMqmKXI


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