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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Banda Semente Reggada

Semente Reggada
Semente Reggada
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A Banda Semente Reggada com integrantes nascidos ente os anos 80 e 90 teve como influência bandas nacionais Cidade Negra, Skank, Tribo de Jah e Natiruts, que mudou todo o cenário da música reggae nacional, acrescido das influências de Bob Marley & The Wailers, Sublime, além de outros ritmos, como MPB, Ska, Rock nacional e internacional.

A musicalidade da banda Semente Reggada é a junção de todas essas influências com uma boa pitada de originalidade que faz com que tenha uma sonoridade única, raíz e pop ao mesmo tempo. Não espere somente letras ativistas. O reggae da Semente Reggada fala sobre o nosso cotidiano, direitos sociais e espiritualidade, mas navega muito pelo POP, tendo uma sonoridade comercial e de fácil aceitação pelo público.

A banda foi fundada em 2001 pelo vocalista, músico e compositor Fabricio Picone. Já no segundo show da banda, acontece a entrada do guitarrista solo Léo Ferreira. Hoje, juntos, lideram a banda e são os únicos músicos remanescentes da formação original. Ao longo da trajetória, a banda já dividiu palco com as principais bandas do reggae nacional, como Ponto de Equilíbrio, Planta & Raiz, Maneva, Tribo de Jah e SOJA, tocando pelas principais casas de shows e bares da cidade de São Paulo.

Em 2014, a banda entrou em estúdio para gravar o single “Tacando Fogo!” com a participação do cantor britânico Pato Banton. No mesmo ano, a banda recebeu o convite e fez a sua primeira apresentação na TV no quadro Talentos da Record News, se apresentando e sendo entrevistada pelo renomado jornalista Heródoto Barbeiro.

Mais de 10 mil cópias do CD Demo gravado em 2009 foram vendidas e distribuídas gratuitamente e, este ano, a banda vem com muitas novidades, como o a releitura da música “Um reggae” em um liryc vídeo. Essa música foi uma das principais responsáveis por fazer a banda ganhar fãs pelo país na época de KVA, Projeto Equilíbrio e outras casas famosas na década de 2000. Nessa releitura, a música tem a participação de Juliano Rodap, baterista da banda Planta & Raiz, com produção de Adriano Costa e Sergio Almada, dono do estúdio Feeling, que já produziu bandas como Strike, entre outras.

O repertório de shows é composto por músicas autorais, mas ao longo da apresentação a banda faz questão de interagir com o público apresentando clássicos do reggae nacional e internacional, fazendo um resgate da história da música reggae com um acervo preparado com carinho para cada ocasião.

Segue abaixo entrevista exclusiva com a banda Semente Reggada para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 12.10.2020: 

01) Ritmo Melodia: Qual a data de nascimento e cidade natal dos fundadores do Semente Reggada?

Banda Semente Reggada: Fabricio Picone (voz e percussão) nasceu no 12.10.1983 em São Paulo – SP. Léo Ferreira (guitarrista solo) nasceu no dia 05.04.1983 em São Paulo – SP. Rafael Kbeça (voz e violão) nasceu no dia 03.01.1984 em São Paulo – SP .

02) RM: Como foi o primeiro contato dos membros da banda com a música? 

Banda Semente Reggada: Fabricio Picone (voz e percussão): A paixão pela música veio através dos meus pais, que se conheceram no coral do clube e sempre gostaram muito de ouvir música. Meu primeiro contato com a música foi com um reco-reco no jardim da infância e meu primeiro instrumento foi um pandeiro.

Léo Ferreira (guitarrista solo): Era fanático por Guns’n Roses e Michael Jackson e ao ver seus clipes, insisti em pedir uma guitarra de presente. Então, aos nove anos de idade, ganhei um violão da minha avó, mas na verdade só comecei a tocar com 16 anos de idade e a me apresentar aos 18 anos de idade.

Rafael Kbeça (voz e violão): Meu primeiro contato com a música foi através de um curso gratuito de violão, na escola Olavo Setúbal. Fiquei sabendo desse curso e convidei alguns amigos para fazer também. Na época eu tinha 13 anos de idade e fiz o curso por três meses, junto com mais quatro amigos. Depois do curso, resolvemos montar uma banda de pop rock, chamada Blackout. Essa banda existiu por três anos e foi o meu primeiro contato com a música e com o público.

03) RM: Qual a formação musical e acadêmica dos membros da banda, fora da área musical? 

Banda Semente Reggada: Fabricio: Durante a infância tive uma leve passagem por bandas marciais, tocando instrumentos de percussão e na adolescência, frequentava rodas de samba com meu pai e amigos. Alguns anos depois, aprimorei meu conhecimento na capoeira no grupo Sul da Bahia (com o mestre Eros Teixeira), participei do CoralUsp, durante três anos (sob regência de André Juarez), onde também fazia acompanhamento com percussão em ensaios e apresentações. Sou Bacharel em Comunicação Social, com ênfase em Publicidade e Propaganda – pela Universidade Anhembi Morumbi.

Léo Ferreira: Sou autodidata. Aprendi ao ouvir e olhar. Porém, quando já tocava há um tempo, estudei cerca de um ano no IG&T – Instituto de Guitarra e Tecnologia. Além disso, fiz curso de Gaita na Universidade Livre de Música – ULM. Hoje, além de atuar como guitarrista em outras bandas, também sou Diretor de Criação em uma agência de publicidade, setor em que atuo desde 2006. 

Rafael Kbeça: Estudei canto na ULM – Tom Jobim por um ano. Também participei do CoralUsp pelo mesmo período. Sou formado em Design Industrial e atuo no mercado de brinquedos e jogos infantis há mais de 10 anos.

04) RM: Quais as influências musicais do passado e no presente dos membros da banda? Quais deixaram de ter importância? 

Banda Semente Reggada: Fabricio: Ouvia muito MPB – principalmente samba, por influência do meu pai. Meu primeiro ídolo foi Michael Jackson e na adolescência já gostava muito de Legião Urbana. Antes de saber que Bob Marley existia, ouvia muito Cidade Negra, Paralamas do Sucesso, Skank, O Rappa e Natiruts, que influenciaram muito em minhas composições. Saindo do reggae, não posso esquecer de mencionar Tom Jobim, Jorge Ben, Raul Seixas e Luiz Gonzaga. Após sentir a melodia e buscar o entendimento das palavras de rei do reggae (Bob Marley & The Wailers), minha vida se transformou. A partir de então, mergulhei em sua discografia e na música de Jah. Com mais sede de conhecimento, busquei nas raízes outros grandes mestres e bandas, dentre os quais posso citar: o príncipe do reggae Dennis Brown, Peter Tosh, Bunny Wailer, Ini Kamose, Max Romeo, Burning Spear, Jacob Miller, Barrigton Levy, Pato Banton, Steel Pulse, Black Uhuru, Alpha Blondy e muitos outros.

Atualmente, continuo ouvindo e reouvindo esses grandes mestres, buscando bandas antigas que ainda não ouvi e de novas bandas de reggae em todo mundo. A maior revelação do reggae nos dias atuais e de grande influência é Alborosie, que ouço bastante e já tive a oportunidade de assistir ao show, no festival One Drop, realizado em 2013. 

Léo Ferreira: Gosto de tudo. Ouço tudo ao menos uma vez. Quando pequeno, ouvia Dire Straits, Guns, Xuxa, Michael Jackson (risos). Aos 16 anos de idade conheci Nirvana, Green Day, Penywise e várias outras bandas de Punk / Rock / SkaCore, como Skuba, Sublime, Sapo Banjo, Might Migh Bostones, etc. Aos 17 anos conheci a banda Nativus e daí em diante fui me aprofundei no Reggae, ouvindo Bob Marley, Peter Tosh, Toots and Maytals, Skatalites, The Slackers e por aí vai. Hoje em dia ouço de Johhny Cash, B.B King até Música Havaiana como Ka’aau Crater Boys e Kimie. Minhas bandas preferidas são: Sublime (na qual já tive a honra de fazer uma participação num show, no Via Funchal) Joss Stone, Natiruts e Bob Marley. Ah! E claro, a Semente Reggada (risos). Acho que hoje a única coisa que não ouço é Xuxa mesmo (risos). 

Rafael Kbeça:  Eu dividiria minhas principais em dois blocos: as influências herdadas pelos meus pais e familiares e as minhas escolhas musicais. Minha família sempre teve um contato muito forte com a música: tenho parentes muito próximos que são músicos há muitos anos, desde que eu era bem pequeno. Tim Maia, Jorge Benjor, Raul Seixas, The Doors e Bob Marley foram as principais heranças musicas que tive. Aos 9 anos de idade ganhei LPs desses artistas e fiquei viciado na qualidade musical. Mais tarde, com meus próprios critérios e gostos acabei optando por conhecer tantos outros artistas que influenciaram minhas composições e arranjos até os dias de hoje. São: Steel Pulse, John Coltrane, Black Uhuru, The Gladiators, The Skatalites, Miles Davis, Beatles, Pink Floyd, Peter Tosh, UB40 e Groundation entre outros”.

05) RM: Quando, como e onde vocês começaram a banda?

Banda Semente Reggada: Começamos a tocar ao som de violão e bongô, sem compromisso, como muitas bandas no final dos anos 90, na zona sul de São Paulo. O Fabricio fundou a banda com amigos do prédio em que morava e com um amigo (Rafael Kbeça), de seu colégio. Antes mesmo de realizar o primeiro show, Rafael Kbeça decidiu sair da banda para montar sua própria banda “Naturalmente”. Léo Ferreira e Fabrício se conheceram em um ensaio da “Naturalmente” e alguns meses após disso, Léo Ferreira se desligou da banda e assumiu a guitarra da Semente Reggada, já no segundo show.

Desde então, a banda passou por diversas mudanças e logo remanesceram dois integrantes: Fabrício e Léo. Em busca de novos integrantes e de uma forma natural conheceram Rafael Mendes, em uma fogueira de Natal que é realizada todos os anos, na Vila Mariana. Rafael criou um Baixo de improviso para a música “Curió” e passou a fazer parte da banda, hoje não estar mais na banda. Precisando de um baterista, decidiram convidar Robson de Souza, vizinho e amigo de Léo desde pequeno, que era percussionista de pagode, para compor a base da banda e expor sua paixão pelo Reggae, hoje não estar mais na banda.

Juntos, os quatro integrantes se apresentaram por anos e em uma dessas apresentações conheceram Cintia e Taís Lindolfo, irmãs que além de cantar, tocam viola erudita. Elas assistiram a uma apresentação da banda e logo entraram em contato para somar ao time. Foram muito bem recebidas e são responsáveis por uma “pitada musical” inusitada na banda, hoje não estão mais na banda.

Após um ano com essa formação, Fabricio convidou Rafael Kbeça para ingressar novamente na banda como guitarra base e Arthur Gallina (antigo vocalista da banda Irmão de Alma e tecladista da banda Brasza), como tecladista, hoje não estar na banda. Hoje na Semente Reggada estão: Fabricio, Léo e Rafael Kbeça.

06) RM: Quantos são os discos lançados?

Banda Semente Reggada: Em 2009 lançamos CD com 8 músicas, que foi gravado ao vivo no estúdio Ramatis – SP durante um ensaio de 2008, mas só foi lançado em 2009. Mas depois resolvemos trabalhar por singles e, entre eles, o mais emblemático foi “Tacando Fogo”, música que gravamos com a participação do cantor britânico Pato Banton. Recentemente também lançamos o lyric vídeo dá música mais conhecida da banda: “Um Reggae”. Em breve termos mais novidades, com muitas parcerias.

07) RM: Como vocês definem o estilo da banda dentro da cena reggae?

Banda Semente Reggada: Tocamos reggae nacional, passando por todas as vertentes da música reggae. Preferimos não rotular. 

08) RM: Fabricio Picone, como você se define como cantor/intérprete?

Banda Semente Reggada: Acredito que ainda estou em desenvolvimento e preciso evoluir muito, mas vejo minha evolução desde que comecei a cantar pra valer em 2001. Mas prefiro me ver como um mensageiro que gosta de transmitir através de melodias, pensamentos e inspirações do que um cantor profissional.

09) RM: Fabricio Picone, quais cantores e cantoras você admira?

Banda Semente Reggada: Tim Maia, Dennis Brown, Michael Jackson, Bob Marley, Peter Tosh, Bradley Nowell, Renato Russo, Gilberto Gil, Luis Armstrong, Elis Regina, Marisa Monte, Céu, Alcione, Elza Soares, Lauryn Hill, Joss Stone, Gwen Stefani e muitos(as) outros(as)”.

10) RM: Quem são os autores das canções da banda?

Banda Semente Reggada: Grande parte das músicas atuais é de autoria do Fabricio Picone, mas também existem músicas compostas em parceria com Rafael Kbeça, Léo Ferreira e Marcos Bellinati, que também têm composições solo.

11) RM: Quais as ações empreendedoras que vocês sempre praticam para o desenvolvimento da carreira?

Banda Semente Reggada: Essas foram algumas das ações que ao longo dos anos fomos desenvolvendo em prol da banda: Registro do nome Semente Reggada; Licenciamento e manutenção do site www.sementereggada.com.br ; Gravação do CD Demo (2008); Duplicação de CD Demo (mais de 5000 cópias distribuídas gratuitamente); Confecção e distribuição de adesivos com a logo da banda; Confecção de camisetas, em parceria com a rádio 105,1 – Programa Encontro das Tribos. Inserção de matérias sobre a banda, em revistas e sites do gênero – como a Revista Reggae Brasil e Surforeggae.

12) RM: Em que a internet ajuda ou prejudica no desenvolvimento da carreira musical?

Banda Semente Reggada: A internet trouxe muitas facilidades, mas também desafios. Uma vez que a cada dia nasce uma nova banda no planeta e compartilha sua música nas mesmas plataformas de música disponíveis. A vantagem é poder divulgar da mesma forma em diferentes lugares, fazendo com que diferentes grupos de pessoas venham a conhecer o nosso trabalho”.

13) RM: Como vocês analisam o cenário reggae brasileiro? Em sua opinião quem foram as revelações musicais nas duas últimas décadas, quais permaneceram com obras consistentes ou regrediram?

Banda Semente Reggada: Vemos o cenário do reggae brasileiro na situação atual como um celeiro de muitos talentos e grandes bandas que ainda não têm o devido reconhecimento, ficando na mão de poucos que produzem shows de qualidade. Falta investimento e ações de grande porte para massificar e fazer com que o reggae volte a tocar nas principais mídias (TV e rádio), mas existem pessoas que fazem do reggae sua vida, criando seus próprios eventos e tirando do bolso para tocar e divulgar sua música. Esses são os “regueiros guerreiros”.

As bandas revelações recentes, das quais pudemos acompanhar a trajetória, além de Natiruts – que emplacou muitos hits, foram Leões de Israel, Planta & Raiz, Ponto de Equilíbrio, Mato Seco e, recentemente, Maneva. Acreditamos que todas as bandas vêm aperfeiçoando seu trabalho e mostrando a cada CD lançado, seu crescimento.

Num geral, percebemos que o reggae está voltando a crescer e tem tudo para alcançar novos patamares. Ele vem influenciando outros ritmos como o “Sertanejo Universitário”, que está bebendo muito das raízes do reggae. Recentemente a banda Magic está há algum tempo em primeiro lugar na Bilboard, com a música Rude. Também podemos citar outros grandes artistas pop internacionais que fazem reggae, como Rihana, Jason Mar, Bruno Mars, entre outros.

14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (Home Studio)? 

Banda Semente Reggada: A gente acredita que há muito mais vantagens do que desvantagens. Hoje tudo ficou mais acessível, com pouco investimento você consegue fazer um Home Studio e se aperfeiçoar em cursos online e tudo mais. Isso facilita muito o processo de pré-produção. 

15) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que vocês têm como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Banda Semente Reggada: O Brasil tem uma veia artística muito forte. Somos abençoados com muitos gênios da música. O que começou com Gil, Caetano, Novos Baianos, etc., não parou mais. Temos uma velha guarda de respeito e uma nova geração que vem fazendo muita coisa boa. Admiramos muito o trabalho do Alexandre Carlo à frente do Natiruts, Kiko Perez, guitarrista do Natiruts, Rael, Emicida, Mano Brown. Esses caras são verdadeiros gênios e puxam pra cima o nível musical do país.

16) RM: Quais as situações mais inusitadas que aconteceram na carreira musical?

Banda Semente Reggada: Durante esses 13 anos de experiência já vivemos muitas situações inusitadas e engraçadas, como a vez em que o baterista Robson precisou de uma camiseta e de última hora, teve que se apresentar usando uma camiseta de outro time. Também passamos por momentos desconcertantes, como quando viajamos para outra cidade para tocar e ao chegarmos no local do evento, o show foi cancelado.

17) RM: O que deixa vocês mais felizes ou mais tristes na carreira musical?

Banda Semente Reggada: A cada vez que recebemos uma palavra de elogio, de força e agradecimento pelo nosso trabalho sentimos que estamos cumprindo o nosso papel. Mas a estrada é difícil e é preciso de muita dedicação se quisermos viver da música. Acreditamos que o cenário no país pode melhorar, com contratantes pagando mais, com mais união das bandas no gênero reggae, assim como acontece no sertanejo e com um olhar mais apurado para o cenário cultural. Esse é o principal ponto. O governo tem que estimular mais.

18) RM: Vocês acham que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocariam nas rádios?

Banda Semente Reggada: Jabá para tocar nas rádios ainda é um recurso usado por algumas pessoas para alcançar o mainstream. Infelizmente é assim e já tivemos que entrar nesse jogo para fazer parte de uma programação. Acreditamos que deveriam existir mais programas nas grandes rádios que dessem abertura a bandas independentes com um bom trabalho, para alavancar sua carreira. Hoje, com a internet nossas músicas tocam em programações de diversos DJs e blogs especializados em reggae, sem que precisemos pagar por isso. Muitas vezes, em troca, divulgamos o site e damos apoio”.

19) RM: O que vocês dizem para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Banda Semente Reggada: Não faça pelo dinheiro, fama ou sucesso. Faça primeiramente, por amor à arte e para você mesmo, que as coisas acontecerão naturalmente.

20) RM: Como vocês analisam a relação que se faz do reggae ao uso da maconha?

Banda Semente Reggada: A relação da maconha com o gênero vem diretamente da imagem que as pessoas têm dos “rastas” fazendo uso e tocando reggae. Bob Marley tem uma grande parte nessa questão, pois defendia o uso. Hoje, muitos eventos não são incentivados por prefeituras e outros órgãos, porque existe uma marginalização do cenário reggae nesse sentido. Mas as pessoas têm que entender que tanto no reggae, quanto no sertanejo, no funk ou no rock, existem pessoas que usam maconha e outras drogas. Nunca podemos generalizar.

21) RM: Como vocês analisam a relação que se faz do reggae à religião Rastafári? 

Banda Semente Reggada: É uma relação natural, pois o Rastafarianismo, na Jamaica, se fundiu à música reggae, influenciando muitas bandas nas letras de música e modo de vida.

22) RM: Algum de vocês é adepto à religião Rastafári?

Banda Semente Reggada: Seguindo como uma religião não, mas nos identificamos com os ideais “rasta” de respeito ao próximo, cultura da paz, amor, união, resistência e combate através da música.

23) RM: Os adeptos à religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como vocês analisam essa afirmação?

Banda Semente Reggada: Respeitamos todas as religiões, mas não acreditamos que para se fazer um reggae original e de qualidade seja preciso acreditar no mesmo ideal que eles. Mesmo na Jamaica podemos ver grandes mestres que não seguem o rastafarianismo e nem por isso são menos respeitados. Somos cristãos e fazemos o reggae do fundo da alma e direto do coração, para passar a mensagem e positiva vibração por onde nos apresentamos.

24) RM: Na sua opinião, porque o reggae no Brasil não tem o mesmo prestígio da Europa, EUA e exterior em geral?

Banda Semente Reggada: A cultura reggae e o público que segue esse estilo musical não é visto com seriedade pela grande mídia. O reggae não é visto como um gênero musical e até o RAP, que surgiu do próprio reggae, na época dos Sounds Sistems já tem maior aceitação. Grandes festivais como o Ruffles Reggae, que eram voltados especificamente ao estilo, deixaram de existir, fazendo com que o movimento perdesse força. Muitas bandas beberam da água do reggae em seu início e depois partiram para a mistura com outros gêneros, como Titãs, Paralamas do Sucesso e Skank. Mas acreditamos que muito disso é devido à marginalização do gênero e à desunião das novas bandas do cenário.

25) RM: Quais as atitudes individuais que permitem manter uma banda por longos anos?

Banda Semente Reggada: Em primeiro lugar, respeito e comprometimento. Também são necessários o espírito de união, bom humor, fé e proatividade. 

26) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical independente?

Banda Semente Reggada: Os prós são poder escolher cada um dos próximos passos e liberdade de direção musical. Os contras são a falta de apoio em ações de marketing que gravadoras costumam fazer e ter que correr atrás de casas e eventos para apresentações. 

27) RM: Quais os projetos futuros da banda?

Banda Semente Reggada: Temos alguns singles para lançar, roteirização de clipes e muitas parcerias em vista. Em 2021 teremos muitas novidades para os fãs com muita música nova e releituras de algumas antigas.

28) RM Quais os contatos para shows e para os fãs?

Léo Ferreira (11) 99154 – 9216 (guitarrista) / [email protected]  

(11) 97600 – 3051 – Fabricio Picone / https://web.facebook.com/sementereggada / https://web.facebook.com/fabricio.picone / https://web.facebook.com/leo.ferreira.161 / https://www.instagram.com/sementereggada/ 

Site: http://www.sementereggada.com.br/ 

Canal Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCI58iBnYFVOFLaDkURh9xNw 

SEMENTE REGGADA – Um reggae: https://www.youtube.com/watch?v=jww2WTp68i0 

Heródoto Barbeiro entrevista a banda Semente Reggada: https://www.youtube.com/watch?v=pyrgTIH4YZs 

Ouvir CD: https://open.spotify.com/album/1Pwh9oz53Jj5gvJTAxGtzg 

Ouvir CD: https://soundcloud.com/sementereggada


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.