More Augusto Teixeira »"/>More Augusto Teixeira »" /> Augusto Teixeira - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Augusto Teixeira

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O compositor, cantor e violonista paulista Augusto Teixeira, estudou Canto e Violão popular pela Escola de Música do Estado de São Paulo – EMESP Tom Jobim, em São Paulo, além de ser formado em Filosofia pela UNESP – Universidade Estadual Paulista.

Participou de diversos grupos musicais dos gêneros Forró, Samba e Choro. Em 2011, mudou-se para São Paulo, onde teve contato com grandes musicistas e compositores. Isso contribuiu para que produzisse e arranjasse seu primeiro CD – “Estação Felicidade”, juntamente com o violonista Leo Costa. Este disco, que contou com a participação de Zeca Baleiro e Ceumar, foi classificado na décima primeira posição entre os Melhores de 2018 pelo site Embrulhador. Realizou espetáculos de lançamento deste CD com banda em várias cidades, principalmente no interior paulista.

Em 2021, lançou seu segundo álbum, “Um Mundo em Nós”, juntamente com Leo Costa. Este disco homenageia o letrista Léo Nogueira e contou com a participação de vários convidados, entre os quais estão Camilla Farias, Virgínia Rosa, Kléber Albuquerque, Ilessi, entre outros. Desde 2019 faz parte do duo “Camilla Farias & Augusto Teixeira” tendo se apresentado em espaços culturais.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Augusto Teixeira para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 07.03.2022:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Augusto Teixeira: Nasci em 14 de maio de 1980, em Jundiaí – SP. Registrado com José Augusto Teixeira da Silva.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Augusto Teixeira: Em minha infância, lembro-me de quando meu pai Antônio Teixeira da Silva pegava o violão. Era coisa rara de acontecer, mas quando acontecia era encantador. Eu gostava muito. Ele sempre tocava as mesmas músicas: “Tristeza do Jeca”, “Saudade da Minha Terra”, “Chico Mineiros”, entre outras. E na casa de meu avô Francisco também meus tios e seus amigos tocavam música sertaneja raiz. Eu gostava de ouvir e ver. Tenho dois irmãos, um mais velho e um mais novo. Meu pai, nos deu um teclado pequeno e os três irmãos disputavam quem iria tocar o teclado. Era uma boa competição. Aprendi algumas músicas. Lembro-me de ter aprendido a tocar no teclado a música “No Rancho Fundo”. Depois disso, uma prima começou a cantar e tocar violão e, por influência dela, e já resolvendo a disputa para ver quem tocava o teclado, eu também quis aprender violão. Na época, década de 90, eu aprendi os primeiros acordes no violão e gostava de música sertaneja. Depois, comecei a frequentar a igreja católica e entrei para o grupo de jovens do bairro do Jardim Tamoio, em Jundiaí – SP. Logo que entrei, o rapaz que tocava nas missas se mudou de cidade e perguntaram abertamente para o grupo de jovens quem poderia substituir. E logo algumas pessoas que sabiam que eu estava aprendendo, disseram meu nome. Foi aí que comecei a tocar publicamente, na igreja. Pouco tempo depois, me apresentei algumas vezes com um grupo de rock. E tive uma mudança grande quando uma amiga deste grupo de jovens da igreja me deu uma fita k7 com canções de MPB. Lembro-me que lá continha “Leãozinho” e “Qualquer Coisa” de Caetano Veloso, “Um Rapaz Latino Americano” de Belchior, “O Bêbado e a Equilibrista” de João Bosco / Aldir Blanc e “Travessia” de Milton Nascimento e Fernando Brant, “Cais” (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos) com Elis Regina. Eu nunca tinha parado para ouvir estas músicas e comecei a perceber a valorizar a riqueza poética, delicadeza, a afinação presente nestas músicas e nestes artistas. Daí em diante, meu gosto musical se expandiu bastante e comecei a pesquisar e ouvir este estilo e me aprofundar na MPB.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Augusto Teixeira: Tive algumas aulas de violão com alguns professores em Jundiaí – SP. Depois entrei no coral CLAP também em Jundiaí, sob regência de Elisséia Duarte. Cursei Filosofia pela UNESP – Universidade Estadual Paulista em Marília-SP de 2003 a 2007. Lá também participei do coral Boca Santa, sob a regência de Ubirajara Rancan Marques. Em São Paulo, estudei Canto com Magali Mussi e violão com Conrado Paulino na Escola de Música do Estado de São Paulo – EMESP Tom Jobim (antiga ULM). Também foram muito importantes para minha formação na EMESP as aulas de Harmonia com Rodrigo Lima e de Canto com Cristina Alemann e com Andrea dos Guimarães.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Augusto Teixeira: Então, como disse ouvia músicas sertanejas quando criança. Era Tonico e Tinoco, Liu e Léo, João Mineiro e Marciano, Chitãozinho e Xororó. Depois, virei fã de Zezé Di Camargo e Luciano e Leandro e Leonardo na época em que eles explodiram, início da década de 90. Depois, tive um período que ouvi bastante Legião Urbana e Raul Seixas. E no final dos anos 90 eu comecei a ouvir MPB: Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan, Milton Nascimento, João Bosco, Elis Regina, Nara Leão, Tom Jobim. Tive épocas que ouvi bastante Baden Powell, Guinga, Bach, Villa Lobos, Noel Rosa, Cartola, Adoniran Barbosa, Piazzolla, Luiz Gonzaga, Alceu Valença. Presentemente escuto o novo disco do Caetano Veloso, alguns novos artistas como Ilessi, Thiago Amud, Pedro Iaco. Destes que citei, deixaram de ter importância Zezé Di Camargo e Luciano; Leandro e Leonardo.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Augusto Teixeira: Minha carreira como músico da noite começou em 2009, em Marília – SP tocando em Bares, Restaurantes e Eventos. Em 2011 me mudei para São Paulo e comecei a trabalhar aqui.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Augusto Teixeira: Lancei dois CDs. Em 2018, lancei meu primeiro CD – “Estação Felicidade” e em 2021, o CD – “Um Mundo em Nós”, este juntamente com Leo Costa e com letras de Léo Nogueira.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Augusto Teixeira: Meu estilo musical é MPB. Acredito que há variedades de ritmos e formas e que o estilo MPB abarca este conjunto que produzo.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Augusto Teixeira: Sim, estudei com algumas professoras entre elas estão, Elisséia Duarte, Magali Mussi e Andrea dos Guimarães.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Augusto Teixeira: É importantíssimo para conhecer a própria voz, suas possibilidades e limites. Cada voz é única e tem seu valor e suas peculiaridades. Já tive problemas na voz quando comecei a cantar profissionalmente e técnicas vocais e exercícios vocais me auxiliaram muito para resolvê-los. Também, frequentei por um tempo um tratamento com a fonoaudióloga, em Marília – SP, que me ajudou a resolver muitas dificuldades. E depois, lendo livros sobre técnica vocal, descobri a Técnica Alexander, que foi transformador para mim, para conhecer melhor a mim mesmo, como meu corpo e voz funcionam. Fiz aulas desta técnica com a francesa Joelle Colombani por um período em que ela morou em São Paulo.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Augusto Teixeira: As cantoras que admiro são: Elis Regina, Elba Ramalho, Gal Costa, Maria Bethânia, Elza Soares, Ella Fitzgerald, Juçara Marçal, Ilessi, Luísa Lacerda, Camilla Farias, Renata Chiqueto. E os cantores: Milton Nascimento, Caetano Veloso, Djavan, Luiz Melodia, Renato Braz, Pedro Iaco, Ney Matogrosso, Pedro Iaco.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Augusto Teixeira: Na maioria das vezes eu começo com algum trecho de melodia e que vou desenvolvendo junto com o violão. Para mim a melodia e harmonia funcionam como um enredo: precisa sair de um lugar, trilhar caminhos e chegar num ponto final. Isto quanto à melodia e harmonia. Geralmente começo por aí e depois escrevo a letra a partir do que entendo que seja a alma da música ou passo para alguém escrever.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Augusto Teixeira: Meus principais parceiros são Léo Nogueira e Álvaro Cueva. Ambos possuem vasta obra com diversos parceiros.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Augusto Teixeira: Os prós são a liberdade de escolhas e direcionamentos e os contras é a grande dificuldade de estrutura e financiamento.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Augusto Teixeira: Fora do palco se baseia em composições, arranjos, instrumentações, contatos com músicos e estúdios, contratação de pessoal, gravações, assessoria de imprensa, designer gráfico, fotógrafos, divulgação em redes sociais, vídeos. Dentro do palco é a performance, o cuidado com o áudio, equipe técnica, iluminação, posicionamentos, escolha de repertório, enredo do show, instrumentação, divulgação e produção.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Augusto Teixeira: Realizo inscrição em diversos editais sendo selecionado em alguns, já fiz por conta solicitações para apresentação em teatros, casas de shows; produção e edição de músicas e vídeos, diversos trabalhos como MEI (microempreendedor individual), trabalho de liberação ou pagamento de ECAD, contratação de equipe: músicos, técnicos, designers, assessoria de imprensa.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Augusto Teixeira: A internet ajuda na divulgação de forma aberta aparentemente de forma democrática e livre. Porém com o número enorme de posts, se dissolve e perde-se a importância. Além disso, os algoritmos, o interesse financeiro e a monetização fazem com que apareça para o público muito mais posts supérfluos, banais, apelativos e de teorias da conspiração, principalmente, de alguma forma ligados a marcas e ideologias financiadas por grupos de maior poder, diminuindo assim o caráter democrático.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Augusto Teixeira: A vantagem é a possibilidade de gravar a qualquer momento com tempo livre e sem a necessidade de gastar com horas limitadas em estúdio externo. A desvantagem é a limitação de quantidade de pessoas gravando ao mesmo tempo e a limitação de tecnologia. Mesmo sendo melhorados os equipamentos de home estúdio de hoje em dia, os equipamentos de estúdios profissionais são caríssimos e de qualidade superior em relação aos de home estúdio. Além de terem salas e ambientes com acústicas bem mais equilibradas e a possibilidade de gravar vários instrumentos ao mesmo tempo. 

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Augusto Teixeira: Procuro a partir da minha história pessoal e do que consigo absorver da história em geral, algo de autêntico e que posso trazer mais poesia e beleza ao mundo. Como você disse, a concorrência é enorme e não há espaço mercadológico para todos. Não espero fazer aquele “sucesso” como víamos há algumas décadas. Não acho que valha a pena o esforço homérico no foco do sucesso, porque geralmente quando isso acontece, perde-se em qualidade e no que se quer transmitir, na autenticidade. Para mim o ideal seria valorizar cada expressão artística e que haja cada vez mais espaços e financiamentos destas expressões, ao invés de centralizar em pouquíssimos escolhidos e em shows enormes. Conheço diversos artistas excelentes que tem certa importância em seu nicho musical, que trabalham muito, mas que não “estouram”. Porém, suas obras vão crescendo com o tempo e aparecendo aqui, ali e lá. Valorizo muitos estes trabalhos. Hoje, há uma política de desvalorização destes artistas e da arte em geral. Há menos recursos, maiores dificuldades e um deixar à margem – marginalização – do artista. Ao invés de competir com a concorrência, penso ser mais importante aumentar o número de espaços para apresentação, incentivar a participação das pessoas nestes espetáculos e, para isso, além do esforço pessoal dos músicos e apreciadores e da união entre eles, é preciso uma política pública de incentivo e financiamento.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Augusto Teixeira: Tenho dificuldade de analisar o cenário da Música Popular Brasileira hoje. Chego a escutar vários discos dos que se tornaram famosos recentemente: Anitta, Silva, AnaVitoria, Thiago Iorc, Duda Beat, Marcelo Jeneci, Melim, Vitor Kley.  Gosto de algumas canções de cada artista citado – com exceção do Marcelo Jeneci e Duda Beat, que gostei de muitas canções. A imensa maioria das músicas destes artistas, mesmo sendo gravadas e mixadas com excelente qualidade, na minha percepção acho bastante banais, de pouca qualidade artística e poética. Mas acredito, mesmo assim, que irão ficar marcados por um bom tempo para uma geração que não a minha. Mas sinceramente prefiro mais artistas que ainda não são conhecidos nacionalmente, mas que tem seus pequenos nichos e tem muitas obras maravilhosas. Caso de Thiago Amud, Ilessi, Pedro Iaco, Luísa Lacerda, Camilla Farias, entre outros.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Augusto Teixeira: Muitas situações inusitadas aconteceram, vou descrever aqui algumas. Três vezes já aconteceu de me convidarem para tocar em Bar ou Restaurante e, no mesmo dia e horário, também chamarem outro músico ou banda para tocar. Situação bastante constrangedora e em todas foi por confusão do programador. Aí, ou tínhamos que ceder ou o outro grupo tinha que ceder. Mas em uma destas situações, na cidade de Pompéia-SP, em uma cervejaria, meu grupo e o outro grupo agendado no mesmo dia resolvemos fazer juntos a apresentação e foi bastante enriquecedor e o público gostou bastante. No final, o gerente pagou o combinado para cada um dos grupos, ou seja, o dobro para aquele horário. Em uma época eu participava de um grupo de Forró e costumava tocar em alguns lugares em Marília – SP sempre com ótima recepção e público. Fomos convidados para tocar em uma festa junina em uma cidade ao lado, Echaporã. Tocávamos Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Jackson do Pandeiro. Fomos pensando em tocar para cerca de cem pessoas, e chegando lá, era um salão enorme que cabiam umas duas mil pessoas e estava cheio. Pensamos no início, que bom! Porém, várias pessoas começaram a pedir músicas sertanejas, esta que muita gente chama de brega, e explicamos que o que tocávamos era este Forró mais tradicional. Resultado, acho que tocamos umas sete músicas, todas populares, mas o organizador da festa deu lugar ao DJ para tocar as músicas que pediam. Saímos de lá acabados e bastante constrangidos.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Augusto Teixeira: O que me deixa mais feliz é quando alguém se sente tocado por uma canção que interpreto, principalmente quando é composição minha; quando uma música faz sentido da pessoa e ela, de alguma maneira, comunica isso. Acho que me deixa triste é quando há certa apatia do público.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Augusto Teixeira: Acho que existe muita influência da família e na história pessoal. Não acho que exista um puro dom musical. Existe uma facilitação para o aprendizado de música, a partir do entorno, do que se ouve desde o nascimento, das experiências e de como as pessoas à volta tratam e reproduzem a música. Minha mãe Elza Medeiro Silva e meu pai Antônio Teixeira da Silva sempre gostaram de música, ouviram música, e cantavam música em casa. Meus tios também. Isso influencia bastante. E a partir desta iniciação musical praticamente herdada, há o interesse e busca pelos caminhos da música. E escolhendo um estilo, uma maneira, um instrumento em que se identifique o gosto e a efetividade no aprendizado, o desenvolvimento musical é trabalhado quase que naturalmente.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Augusto Teixeira: A improvisação Musical a meu ver é o início da grande maioria das composições. Eu sinto que componho improvisando. E improvisar em cima de uma música já pronta também vejo como uma criação. E neste caso é preciso um sentir a música, e conhecer as possibilidade e limites de campo harmônico, melodias, ritmos.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Augusto Teixeira: Acredito que existe improvisação musical, sim. O estudo é para conhecer as possibilidades e limites. Improvisa-se na melodia, na harmonia, no ritmo, no timbre. Em cada um destes campos da música, há um número enorme de possibilidades. E interessante ver que grandes improvisadores fazem isso muito bem e em alguns momentos, de maneira linda e marcante, com consciência, chegam a ultrapassam estes limites.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Augusto Teixeira: Acho que o pró destes métodos é para se conhecer, ver o que soa melhor, as possibilidades harmônicas, rítmicas, melódicas. Os contras desses métodos, e acho que nem está ligado aos métodos propriamente, mas do tratamento dado ao método, é quando se dogmatiza e não se permite nada além do que é ensinado. Mas vejo que é importantíssimo conhecer os métodos, quanto mais, melhor. Mas também de vez em quando transgredi-lo, com consciência e beleza.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Augusto Teixeira: Isso é o mesmo que disse sobre métodos de improvisação. Acho ótimo saber as relações harmônicas, as possibilidades, e o que soa melhor. Porém, é importante às vezes se libertar disso, com consciência, não somente por querer fazer diferente, mas por sentir que a música pede isso.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Augusto Teixeira: Minhas músicas tocam em algumas rádios como rádio USP, Rádio Brasil Atual e já ouvi na Rádio Cultura e em algumas rádios online. Estas rádios não têm jabá. Outras rádios de alcance maior já me foi comentado pela assessoria de imprensa sobre o jabá. Mas não tenho interesse nisso. Várias rádios, as maiores não tocarão minhas músicas sem jabá.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Augusto Teixeira: Digo para tentar se conhecer, estudar, e identificar os próprios gostos, habilidades, limites e procurar se desenvolver. E sempre procurar as escolhas certas, mas nunca ficar muito tempo sem escolher. Procurar trilhar seu próprio caminho escolhido, e isso, na maioria das vezes implica em construir este caminho ainda não pronto.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Augusto Teixeira: Hoje em dia não. Isso já aconteceu no passado. Conheço algumas pessoas vencedoras de vários festivais de música e que praticamente vivem de festivais. São ótimos músicos e compositores, mas que não são revelações, apenas se especializaram em festivais. Virou um nicho limitado.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Augusto Teixeira: Então, acompanho pouco a grande mídia, por isso não vou saber analisar o que aparece nela. O pouco que vejo é uma grande valorização da imagem do artista, do entretenimento, em detrimento da música mesmo. A música ficou em segundo ou até terceiro plano na maior parte das vezes na grande mídia.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Augusto Teixeira: Acho importante ter estes espaços até porque se diferenciam bastante da grande mídia. Já me apresentei nestes espaços e muitos amigos já se apresentaram. Há um tratamento excelente aos músicos, há equipamentos e até a divulgação é ótima. Porém, uma crítica que faço é que quando há escolhas de grupos musicais por parte destes espaços, os outros grupos que ficam de fora têm uma dificuldade enorme em se produzir, e até aumentam-se as dificuldades. Isto por que os preços de ingressos no SESC, SESI e Itaú são muito mais baratos que praticamente qualquer outra casa de espetáculo. Isso é bom por um lado, mas que fica difícil a concorrência. Portanto, vejo como quase um monopólio do que os programadores consideram a boa arte por parte nestes espaços. Os que não entram, e há grupos e artistas excelentes que não entram, são tratados como inferiores e tem maior dificuldade em se promover do lado de fora.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Augusto Teixeira: Estou finalizando um projeto com uma cantora do Rio de Janeiro, a Camilla Farias. Nos apresentamos várias vezes no SESI da Paulista e em alguns espaços de São Paulo cantando canções dos nossos primeiros discos e do cancioneiro popular, entre os quais estão canções do avô da Camilla, o grande Vital Farias. A partir deste trabalho, começamos a compor várias parcerias e as gravamos no final do ano passado. Acredito que lançaremos ainda neste semestre. E há dois outros projetos. Um segundo disco com canções de Léo Nogueira. O primeiro foi o disco “Um Mundo em Nós”, lançado no ano passado com letras de Léo Nogueira. Agora a ideia é gravarmos um disco com as melodias do Léo e letras de seus parceiros. E outro projeto é um disco todo autoral. As canções já estão escolhidas, e este ano ainda pretendo trabalhar nos arranjos, instrumentação, ensaios para este projeto.

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Augusto Teixeira: (11) 985586555 | [email protected]

| www.instagram.com/augustoteixeira

| www.facebook.com/augustoteixeiraoficial

| www.youtube.com/augustoteixeiraoficial

Sem-Fim feat. Zeca Baleiro (CD Um Mundo em Nós) [Clipe Oficial]: https://www.youtube.com/watch?v=z9TghznS3p0

Bem Me Quer feat. Carla Casarim (CD UM MUNDO EM NÓS] (Clipe Oficial]: https://www.youtube.com/watch?v=nAFA-qD8BPI

Balada do Amor Clichê feat. Clarisse Grova & Juca Novaes (CD Um Mundo em Nós) [Clipe Oficial]: https://www.youtube.com/watch?v=pBtyZUwzLZc

s Porquês feat. Kléber Albuquerque (CD Um Mundo em Nós) [Clipe Oficial]: https://www.youtube.com/watch?v=-I8TxSNf73s

Augusto Teixeira – “Vírgula” feat. Ceumar (Clipe Oficial): https://www.youtube.com/watch?v=HPLTxGsCyp4


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.