More Augusto Martins »"/>More Augusto Martins »" /> Augusto Martins - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Augusto Martins

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Voz de sobra. Dessas raras de se encontrar por aí. Timbre grave, amplitude tonal, elegância nas improvisações, Augusto Martins é um carioca que soube mixar o suingue das rodas de samba com o classicismo das aulas de canto.

Começou no violão, estudou piano e mantém a cadência musical com um acompanhamento pessoal do seu pandeiro. Afinou a garganta com a professora e cultuada cantora Clara Sandroni, além de Ângela Herz, entre outros professores, o que lhe permitiu um olhar multifacetado para o que de melhor sabe fazer: cantar. Cantor, compositor e poeta, iniciou a carreira artística em casas noturnas e festivais estudantis no Rio de Janeiro.

Em 1997 lançou o primeiro álbum “Augusto Martins”, pela gravadora Dabliú Discos, no qual interpretou “Cordas de aço” (Cartola), “Mistério da raça” (Luiz Melodia), além de composições de Gonzaguinha, Baden Powell, Dori Caymmi e Chico Buarque, contando com músicos consagrados como Paulo Malaguti, Vittor Santos, Marcelo Bernardes, Luiz Alves, Ovídio Brito e Dirceu Leite. O álbum contou com texto de apresentação de Beth Carvalho.

Na divulgação deste trabalho apresentou-se no eixo Rio-São Paulo, além de Belo Horizonte – MG e Brasília – DF, tendo contado com a direção geral de Túlio Feliciano. No Rio: Teatro Rival, Teatro Carlos Gomes, Mistura Fina, Sala Baden Powell, Tetro Café Pequeno, Carioca da Gema, Terraço Rio Sul (Projeto Novo Canto, tendo Leila Pinheiro como madrinha), Estrela da Lapa, Rio Scenariun, Hipódromo Up, Vinicius Piano Bar, Merci, Sala Funarte, Cinemathèque, Centro Cultural da Light, entre outros.

Em São Paulo esteve no Tom Jazz (ao lado de João Donato), Supremo Musical, SESC Ipiranga (no projeto Antenas do Ipiranga ao lado de João Nogueira), SESC Vila Mariana (lançamento do CD Gema do Novo) e no SESC Pompéia, com a Velha Guarda da Mangueira.

Em 1998 participou do álbum “Gema do novo”, da rádio Musical FM de São Paulo, junto com outras revelações como Zeca Baleiro, Belô Veloso, Pedro Mariano e Rita Ribeiro. Neste mesmo ano teve uma faixa incluída no álbum “Novo canto”, da rádio JB FM do Rio de Janeiro.

Ainda 1998 apresentou-se no “Projeto Novo Canto no Terraço Rio Sul”, tendo como madrinha a cantora Leila Pinheiro. No ano seguinte, em 1999, participou, como convidado especial, do disco “Velha Guarda da Mangueira e convidados”, assim como Lenine e Fernanda Abreu, entre outros. Neste mesmo ano apresentou-se com João Nogueira no show “Antenas do Ipiranga – SESC Ipiranga”, em São Paulo.

No ano de 2002 lançou o álbum “Canta Djavan” (Dabliú Discos), relendo a obra do compositor alagoano Djavan, destacando-se “Flor de lis”, “Sina”, “Azul”, “Pedro Brasil” e “Outono”. O álbum contou com as participações especiais de Beth Carvalho, Leila Pinheiro, Fátima Guedes, João Donato, Aquarela Carioca, Seu Jorge e Yamandu Costa, sendo lançado no Rio de Janeiro, no Teatro Rival com participações especiais de Seu Jorge e Fátima Guedes. Entre 2002 e 2005 foi incluído em cinco coletâneas de música brasileira: três no Japão, uma na França e uma na Inglaterra.

Em 2007 lançou “No meio da banda”, pela gravadora Fina Flor, álbum no qual interpretou composições inéditas de sua autoria e também de outros autores, entre os quais Ivan Lins, Eduardo Gudin, João Donato, Fátima Guedes, Elisa Lucinda e Fred Martins. O disco contou com as participações especiais de João Donato, Moacyr Luz, Otto e Fred Martins.

Em 2008 montou o show “Meio da Banda”, apresentado no Teatro do Tom Jazz, em São Paulo, evento no qual contou com a participação especial de João Donato.

Em 2010 participou da gravação do DVD “Homenagens – Velha Guarda da Mangueira”, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro.

Em 2009 lançou o livro “A emoção como método de trabalho” (Editora Sette Letras). Entre 2009 e 2011 foi o Curador e Diretor artístico do “Projeto Sete em Ponto”, apresentado no Teatro Carlos Gomes, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, realizando 1982 shows com um público de mais de 25.000 pessoas, por onde passaram grandes nomes e novos talentos da música brasileira como: Martinho da Vila, João Bosco, Moska, Dominguinhos, Alcione, João Donato, Edu Krieguer, Ana Costa, D. Ivone Lara, João Donato, Fred Martins, Arlindo Cruz, Dorina, Diogo Nogueira, Yamandu Costa, entre outros.

No ano de 2011 lançou o álbum “Samba Popular Brasileiro” em espetáculo, com direção musical de Josimar Monteiro, no Teatro SESI, no Rio de Janeiro. No álbum interpretou “Passarela” (Carlos Dafé) e “Samba do avião” (Tom Jobim), “Dois de fevereiro” (Dorival Caymmi), “Consolação” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), entre outras com participação de músicos consagrados como Almeida Hulk (cavaquinho), Zé Paulo Becker (violão) e Roberto Marques (trombone).

No ano de 2012, ao lado de Jorge Vercillo, Nelson Sargento, Elba Ramalho, Lenine e Sandra de Sá, foi um dos convidados da Velha Guarda da Mangueira a participar do álbum “Homenagens – Volume 2”, no qual gravou faixa ao lado de Mocinho, Tia Zélia e Erivah, disco lançado no Teatro Rival Petrobras, no Rio de Janeiro.

Ao final de 2012, Augusto lançou seu quinto álbum, “Felizes Trópicos” (Gravadora Fina Flor) em parceria com a Orquestra Criôla, na qual apresenta um repertório todo inédito, com obras de autores novos e consagrados como João Donato, Joyce, Francis Hime e Fred Martins além de outras do próprio Augusto e conta com as participações de Moska e João Donato.

Em 2014, Augusto lançou seu sexto álbum em parceria com o virtuoso violonista Marcel Powell, “Violão, Voz e Zé Kéti” pela Kuarup Discos. Marcel e Augusto injetam uma sonoridade muito original e paradoxalmente respeitosa dessa obra irretocável. Nela o cantor carioca e o violonista franco brasileiro passeiam com raro refinamento e desenvoltura.

Em 2016, apresenta em parceria com o cantor e compositor Cláudio Jorge, o álbum “Ismael Silva: uma escola de samba”Mills Records. Artistas, músicos cariocas que tabelam a paixão pelo samba num mergulho no universo deste compositor-lenda atemporal que fundou a primeira escola de samba do Brasil.

Em 2017, Augusto lançou o álbum “Piano, Voz e Jobim”Mills Records – em homenagem aos 90 anos que faria o maestro soberano, em parceria com Paulo Malaguti Pauleira, pianista arranjador e vocalista do MPB4. O álbum conta com a participação especial de Ivan Lins.

Em 2021, Augusto lança com Paulo Malaguti seu nono álbum (Mills Records) “Como Canções e epidemias”, um tributo a Aldir Blanc com sucessos e canções menos conhecidas em releituras surpreendentes, além de uma inédita: “Muito além do jardim” obra primorosa da dupla Moacyr Luz/Aldir Blanc. O álbum traz a participação especial do cantor Zé Renato.

Em 2023 Augusto lançou dois singles. O primeiro em parceria com o MPB4: “Que tal um samba” (Chico Buarque) e o segundo com Marcelinho da Lua: Que maravilha, sucesso de Toquinho e Jorge Ben Jor).

Sobre Augusto Martins, Beth Carvalho destaca: “Augusto Martins veio para ficar e para suprir a falta de grandes intérpretes masculinos em nosso país. Está pronto. Timbre de voz muito bonito, bom gosto, musicalidade, sensibilidade à flor da pele, consciência do que está cantando e brasilidade. Salve símbolo Augusto Martins da paz”.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Augusto Martins para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 02.02.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal? 

Augusto Martins: No dia 04/01/1969 no Rio de Janeiro – RJ. Registrado como Augusto Martins dos Santos.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Augusto Martins: Em casa. Meu pai (Alair dos Santos) era cantor amador. Muita música na vitrola e saraus de amigos músicos.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Augusto Martins: Sou médico de formação.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Augusto Martins: São muitas. Do Samba de Cartola e João Nogueira ao Jazz de Louis Armstrong. Passando por todos os grandes da MPB. Todos seguem importantes.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical? 

Augusto Martins: Por volta dos 17 anos de idade (1986) cantando em Bares e em Saraus estudantis.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Augusto Martins: Lancei nove álbuns. Em 1997 lancei o primeiro álbum “Augusto Martins”, pela gravadora Dabliú Discos. Em 2002 lancei álbum “Canta Djavan” (Dabliú Discos). Em 2007 lançou “No meio da banda”, pela gravadora Fina Flor. Em 2011 lancei álbum “Samba Popular Brasileiro” em espetáculo, com direção musical de Josimar Monteiro, no Teatro SESI, no Rio de Janeiro. Em 2012 lancei “Felizes Trópicos” (Gravadora Fina Flor) em parceria com a Orquestra Criôla. 

Em 2014 lancei um álbum em parceria com o virtuoso violonista Marcel Powell, “Violão, Voz e Zé Kéti” pela Kuarup Discos. Em 2016, apresenta em parceria com o cantor e compositor Cláudio Jorge, o álbum “Ismael Silva: uma escola de samba” – Mills Records. Em 2017, lancei o álbum “Piano, Voz e Jobim” – Mills Records – em homenagem aos 90 anos que faria o maestro soberano, em parceria com Paulo Malaguti Pauleira, pianista arranjador e vocalista do MPB4.

Em 2009 lancei também o livro “A emoção como método de trabalho” (Editora Sette Letras).

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Augusto Martins: Entre a MPB e o Samba.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Augusto Martins: Sim. Por vários anos. primeiro com Clara Sandroni, depois com Angela Herz.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Augusto Martins: É imenso a importância do estudo técnica vocal traz autoconhecimento e qualidade.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Augusto Martins: Nana Caymmi, Zizi Possi, Cássia Eller, Leila Pinheiro, Beth Carvalho, Fátima Guedes, Taiguara, João Nogueira, Tony Bennett, Milton Nascimento.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Augusto Martins: Como letrista, ouvir muito a melodia até ela estar na minha alma e depois me debruço. Na inspiração e no suor de estudar cada sentido e sonoridade dos fonemas, das palavras e da magia do som. Melodias vêm a partir das experimentações com o Violão.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Augusto Martins: Israel Meirelles e Paulinho Athayde.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Augusto Martins: O bom é só fazer o que move minha alma sem concessões. Contras: menor poder de investimento.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Augusto Martins: Adoro projetos que me instigam. Vou mantendo a chama acesa com novos projetos.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Augusto Martins: Parcerias com outros artistas. Acabei de montar um estúdio profissional na minha casa, @estudiovaledatijuca.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Augusto Martins: Hoje a internet ajuda a divulgar. Não acho que ela prejudique. A internet em si… Já as empresas seguem a lógica capitalista sem nenhum interesse cultural…

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Augusto Martins: Acho que só tem vantagens… Claro que se houver uma qualidade associada. Muitas vezes não é suficiente, mas resolve boa parte, ao menos da pré-produção.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Augusto Martins: Acho que não me esforço pra me diferenciar. Apenas me dedico ao que sei, ao que preciso fazer. E a fazer com absoluta verdade, absoluta sinceridade.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Augusto Martins: A música Brasileira segue riquíssima… tanto instrumental como cantada. Moacyr Luz, Cláudio Jorge, Marcelo Menezes vem produzindo coisas lindas… Moiseys Marques. Mart’nália, Hamilton de Holanda, Yamandu Costa. Tantos incríveis…

20) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Augusto Martins: Mais feliz: fazer os álbuns que imagino. Gostaria de alcançar mais amplamente o público potencial que gosta do tipo de música que faço, o que não é simples…

21) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Augusto Martins: Há pessoas que nascem especialmente musicais…

22) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Augusto Martins: Ambas possibilidades existem!

23) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Augusto Martins: Estudos são sempre interessantes contanto que não congelem formatos. Mas isso não é problema dos métodos…

24) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Augusto Martins: Na limitação prevista no sistema capitalista.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Augusto Martins: Que a carreira musical não é simples, mas se for realmente importante ou vital. Encare!

26) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Augusto Martins: Sim.

27) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Augusto Martins: A grande mídia é muito mais comercial que artística…

28) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Augusto Martins: Em geral prestam um bom serviço à sociedade.

29) RM: Quais os seus projetos futuros?

Augusto Martins: Lançar dois álbuns recém gravados ambos com produção do Moacyr Luz. Um deles um dueto com o violonista e guitarrista Hélio Delmiro e outro com arranjos do Rodrigo Campello de canções com um leve sotaque pop brasileiro.

30) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Augusto Martins: http://www.augustomartins.mus.br

Contatos para show com Marcelo Cabanas: (21) 98665 – 4226

| [email protected]

| https://instagram.com/augustomartinsmusica

| https://www.facebook.com/augustomartinsmusica

Canal: https://youtube.com/user/martinsaugus 

Augusto Martins e Paulo Malaguti – Muito Além do Jardim (Moacyr Luz e Aldir Blanc) | Videoclipe: https://www.youtube.com/watch?v=SF1SXZGaUso 

Playlist Como canções e epidemias: https://www.youtube.com/watch?v=0IdaoaKnzWc&list=PL15jEST7FciZWCcIzmcSWjRCxshvJHNjq


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.