O Compositor, instrumentista e cantor paranaense Arrigo Barnabé. Muda-se para São Paulo em 1970 para estudar Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP).
Em 1972, inicia a composição do disco “Clara Crocodilo”. Em 1979, participa do Festival Universitário da TV Cultura com a música “Diversões Eletrônicas”, em parceria com Regina Porto, ganhando o primeiro prêmio. No ano seguinte, lançou o disco “Clara Crocodilo”, produção independente de Robinson Borba, relançado em 1983 pela Barclay/Ariola. O trabalho conta com a participação da banda “Sabor de Veneno”.
Em 1983, compõe a “Saga de Clara Crocodilo” para a Orquestra Sinfônica Juvenil do Estado de São Paulo e grupo de rock. Escreve a trilha sonora do filme Janete, de Chico Botelho, recebendo o prêmio da categoria no Festival de Gramado. Lança o disco “Tubarões Voadores” em 1984, eleito pela revista francesa Jazz Hot como um dos mais importantes discos do mundo. Grava o LP – “Suspeito” em 1987 e lança a trilha do filme Cidade Oculta, de Chico Botelho, que ganha prêmio no Riocine Festival.
Com Paulo Braga e Péricles Cavalcanti lança o disco – “Façanhas” em 1992. Sua peça “Nunca Conheci Quem Tivesse Levado Porrada”, para a Orquestra Jazz Sinfônica, banda de rock e quarteto de cordas é apresentada em São Paulo, em 1994. Dois anos depois é convidado para Sonidos de las Américas: Brasil, em Nova York. Monta e grava a opereta Gigante Negão em 1998, com participação de Itamar Assumpção.
Em 2004, lança a coletânea “25 Anos de Clara Crocodilo”, que inclui as obras “Clara Crocodilo”, “Tubarões Voadores”, “Gigante Negão”, “A Saga de Clara Crocodilo” e “Uma Suíte a Quatro Mãos”. No mesmo ano, grava o réquiem Missa in Memorian – Arthur Bispo do Rosário e idealiza e apresenta o programa Supertônica, na Rádio Cultura de São Paulo.
Em 2005, escreve a ópera Enquanto Estiverem Acesos os Avisos Luminosos, com libreto e direção de Bruno Bayen. Lança outro réquiem, Missa in Memorian – Itamar Assumpção, em 2007.
Sob encomenda do grupo de percussão Drumming, compõe “Caixa da Música” e “Out of Cage”, peças cênicas para percussão, estreadas no Teatro Nacional São João, em Porto – Portugal, sob direção de Ricardo Pais, em 2008.
Também lança Arrigo Barnabé & Paulo Braga – Ao Vivo em Porto. No ano seguinte, grava o DVD Metamorfose, com a Orquestra a Base de Corda, em Curitiba. Entre 2010 e 2011, dedica-se ao show Arrigo Barnabé em Caixa de Ódio, interpretando canções de Lupicínio Rodrigues, com lançamento de DVD.
Arrigo é referência para a vanguarda paulista ao inserir atonalismo e serialismo na MPB. O rock está presente nas suas canções. Participantes desse movimento, como Premê, Itamar Assumpção, Língua de Trapo e Rumo se utilizam de uma instrumentação oriunda do universo do rock para compor seus trabalhos.
Os dois discos mais importantes de Arrigo Barnabé, as óperas-rock “Clara Crocodilo” e “Tubarões Voadores”, têm características comuns, já que são obras que compensam seus aspectos serialistas e atonais com ostinatos rítmicos (motivos ou frases musicais sempre repetidos), diálogos falados e uma estrutura narrativa linear.
Essa narrativa está associada tanto às Histórias em Quadrinhos como ao cinema e aos programas policiais de rádio e TV. Também é uma marca dos sambas dos anos 1930, que influenciam a vanguarda paulistana. O músico coloca células de samba em seus motivos musicais, porém com temática urbana, marginal e dramática, ressaltada pela influência dos cartunistas Will Eisner, Robert Crumb e Luiz Gê.
Sua intenção de ressaltar os “horrores do entretenimento de massa” reflete as frustações com o período de redemocratização do país. Por esse motivo e pela obstinação em buscar uma linha evolutiva da MPB, sua obra é considerada um dos ápices do movimento da vanguarda paulistana.
O músico propõe uma linguagem poética e musical anticonvencional, mesclando música erudita de vanguarda, rock e MPB. Assim, retoma experiências radicais do tropicalismo, exploradas por Rogério Duprat e Caetano Veloso, agregando “locuções radiofônicas” e outros aspectos como o Dodecafonismo de Arnold Franz Walter Schönberg e a música concreta.
A preocupação em fazer com que a palavra saia fluente e natural dentro da frase musical se evidencia na fase seguinte, na década de 1980, quando compõe mais canções. Os discos: “Suspeito” e “Façanhas” expõem um aspecto mais pop, mas mantém; mesmo nas canções românticas, uma comicidade sombria, que também permeia grande parte de sua assinatura como compositor de trilhas sonoras.
No trabalho de releitura de Lupicínio Rodrigues, Arrigo ressalta os aspectos comuns de angústia, raiva e revolta presentes nas obras do cantor. A voz é um diferencial em toda a produção de Arrigo: ele tem um estilo de cantar rouco, grave e rasgado, que remete ao cantor norte-americano Tom Waits. Em seus arranjos, também utiliza padrões de fala e exploração das vozes agudas. Arrigo influencia diversos artistas, desde Itamar Assumpção a Carlos Careqa.
Segue abaixo entrevista exclusiva com a Arrigo Barnabé para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 19.04.2019:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Arrigo Barnabé: Nasci no dia 14.09.1951 em Londrina – PR.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Arrigo Barnabé: Meu primeiro contato com a música foi estuando piano aos 10 anos de idade com uma professora de piano em Londrina – PR.
03) RM: Qual a sua formação musical?
Arrigo Barnabé: Estudei música em Conservatório Musical em Londrina – PR e cursei por um tempo Composição na USP, mas não me formei. Cursei Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), mas não me formei. Tive aulas de piano com Eduardo Hazan e Caio Pagano e de composição com Willy Correa de Oliveira.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente?
Arrigo Barnabé: Principalmente Béla Viktor János Bartók de Szuhafő que nasceu em Nagyszentmiklós – Romênia no dia 25 de março de 1881 e faleceu em Nova Iorque – EUA no dia 26 de setembro de 1945. Um compositor húngaro, pianista e investigador da música popular da Europa Central e do Leste e era mais conhecido como Bela Bartók.
E Ígor Fiódorovitch Stravinsky nasceu na Rússia no dia 17 de Junho de 1882 e faleceu em Nova Iorque – EUA no dia 6 de Abril de 1971. Foi um compositor, pianista e maestro russo, considerado um dos compositores mais importantes e influentes do século XX. Foi o arquétipo do russo cosmopolita, escolhido pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do século.
Além do reconhecimento que obteve pelas suas composições, ficou ainda famoso como pianista e maestro, estando nessa condição muitas vezes nas estreias das suas obras. E Janis Joplin. E os brasileiros Heitor Villa–Lobos, Antonio Carlos Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Edu Lobo, entre muitos outros.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Arrigo Barnabé: Comecei a minha carreira musical em 1979, participa do Festival Universitário da TV Cultura com a canção “Diversões Eletrônicas”, feita em parceria com Regina Porto e ganhamos o primeiro prêmio.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Arrigo Barnabé: Arrigo Barnabé – “Tubarões Voadores” em 1984. Arrigo Barnabé – Trilha Sonora do Filme “Cidade Oculta” em 1986. Arrigo Barnabé – “Suspeito” em 1987. Arrigo Barnabé – “Façanhas” em 1992 pela Camerati. Arrigo Barnabé – Trilha Sonora do Filme Ed Morte em 1997. Arrigo Barnabé – “Gigante Negão” em 1998. Arrigo Barnabé – “A Saga de Clara Crocodilo” em 1999. Arrigo Barnabé, Paulo Braga – Ao Vivo Em Porto em 2004 pela Atração. Daniel Taubkin, Arrigo Barnabé & Benjamim Taubkin – “Uma Beleza Estranha” em 2004. Arrigo Barnabé – Missa In-Memoriam Arthur Bispo Do Rosário em 2004 pela Thanx God Records. Arrigo Barnabé – Missa In Memoriam Itamar Assumpção em 2006 pela Thanx God Records. Arrigo Barnabé, Luiz Tatit & Lívia Nestrovski – “De Nada A Mais A Algo Além” em 2016 pela Atração.
07) RM: Qual a importância da obra musical dos músicos e grupo do “movimento” Vanguarda Paulista (Itamar Assumpção (e a banda Isca de Polícia), e grupos, como Rumo, Premeditando o Breque e Língua de Trapo?
Arrigo Barnabé: Os músicos que foram sendo identificado como fazendo parte da “Vanguarda Paulista” fazia um trabalho de ruptura com a tradição e revelávamos uma nova sensibilidade.
Uma sensibilidade que refletia o anseio da sociedade dos anos 80 e ela tinha a expectativa do que nós fizemos musicalmente e esteticamente fosse aparecer. E Refletir politicamente e esteticamente o anseio da sociedade em dado momento histórico e datado é muito importante.
08) RM: Vanguarda Paulista era uma movimento coletivo ou uma coincidência de artistas contemporâneos fazendo músicas de ruptura?
Arrigo Barnabé: A “Vanguarda Paulista” não era um movimento coletivo organizado e planejado pelos músicos. Foi uma coincidência dos músicos que foram identificados como “Vanguarda Paulista”. São eles: Arrigo Barnabé; Itamar Assumpção e Isca de Polícia (Paulo Lepetit, Jean Trad, Luiz Chagas, Marco da Costa, Vange Milliet, Susana Salles; Grupo Rumo (Luiz Tatit, Ná Ozzetti, Hélio Ziskind, Akira Ueno, Paulo Tatit, Ciça Tuccori, Pedro Mourão, Gal Oppido, Zecarlos Ribeiro, Geraldo Leite, Ricardo Breim, Fábio Tagliaferri), Premeditando o Breque (Azael Rodrigues, Wandi Doratiotto, Mário Manga, Claus Petersen, Marcelo Galbetti, Danilo Moraes, Adriano Busko, Skowa, Igor Lintz Maués, Osvaldo Luiz Fagnani, Azael Rodrigues, A. C. Dal Farra, Sylvinho Mazzuca); Língua de Trapo (Laert Sarrumor, Guca Domenico, Luiz Domingues\”Tigueis”), Pituco, Carlos Melo, Lizoel Costa, Fernando Marconi, Celso Mojola, Luiz Lucas, João Lucas, Sergio Gama e Silva, Ademir Urbina, Nahame Casseb).
09) RM: Qual a sua relação pessoal e profissional com o compositor, cantor, instrumentista, arranjador e produtor musical Itamar Assumpção (Francisco José Itamar de Assumpção, nascido em Tietê, no dia 13 de setembro de 1949 e falecido em São Paulo, no dia 12 de junho de 2003, que se destacou na cena independente e alternativa de São Paulo nos anos 1980 e 1990)?
Arrigo Barnabé: Conheci e trabalhei pela primeira vez com o Itamar Assumpção quando fui fazer um show em Londrina – PR. Ele mora em Araponga – PR e na época ele fazia um som e era amigo do meu irmão Paulo Barnabé (Patife Band).
Depois o Itamar veio morar em São Paulo e arrumamos uma república de estudantis para ele morar junto e criamos circulo de relacionamento e proteção para ele desenvolver a carreira na capital paulista. E depois moramos no bairro Bixiga (Bela Vista) dividindo o mesmo apartamento com mais dois estudantes de medicina. E depois fomos morar na Represa de Eldorado em Diadema – SP. Tivemos uma convivência pessoal e profissional muito próxima e forte.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Arrigo Barnabé: Meu processo de compor é muito cerebral. Eu pensei muito para fazer música e arranjos.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Arrigo Barnabé: Com Mário Lúcio Cortes fiz “Clara Crocodilo”. A parte musical de nasceu antes e não tinha nome. Fizemos a melodia em Londrina em 1972. Trabalhavam usando o sistema Dodecafonismo em módulos seqüenciais. Eu escrevi a letra, algo que não gosta mais de fazer. Neusa Pinheiro, autora de um único verso, assina a canção.
Se é que se pode chamar “Clara Crocodilo” de canção. Foi apresentada pela primeira vez em Londrina – PR, num show chamado “A Boca do Bode”. Tenho parceria com meu irmão Paulo Barnabé que escreveu as letras da “Acapulco Drive’In”, “Neide Manicure Pedicure”, “Ô Maldição”, “Tamarana”. E tenho parceria com Eduardo Gudin, Carlos Rennó, Roberto Riberti, esses são os mais constantes…
13) RM: Quem já gravou as suas músicas?
Arrigo Barnabé: Quem já gravou minhas músicas foram: Vânia Basto, Eliete Negreiros, Tetê Espíndola, Gal Costa, Cida Moreira, Eduardo Dussek.
14) RM: Quem não gravou as suas músicas que você gostaria que gravasse:
Arrigo Barnabé: A cantora americana Barbara Hannigan. E fiz uma música a pedido da Elis Regina, mas ela faleceu pouco tempo depois do pedido.
15) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Arrigo Barnabé: Na minha época as gravadoras não queria gravar as minhas músicas e gravei de forma independente, mas ninguém queria gravar de forma independente, todos queriam ser contratados pelas gravadoras e termos a liberdade na criação e estética das nossas músicas.
Portanto, não escolhi ser independente, mas a minha proposta estética e de alguns músicos nos anos 80 era diferente do que as gravadoras produziam e vendiam para o mercado musical. E talvez por isso, não investiam no que elas julgavam não ser “comercial”.
16) RM: O que te atraiu para Dodecafonismo serial (no Dodecafonismo as 12 notas da escala cromática são tratadas como equivalentes, ou seja, sujeitas a uma relação ordenada e não hierárquica. As notas são organizadas em grupos de doze notas denominados séries as quais podem ser usadas de quatro diferentes maneiras na composição Dodecafônica)?
Arrigo Barnabé: Eu me interessava por um processo de composição que fosse diferente do usado pelo sistema tonal. O sistema Atonal do Dodecafonismo me chamou atenção por usar intervalos que não eram usados no sistema tonal. E usando ritmos que era mais utilizado na música erudita contemporânea moderna.
Quando eu descobri o Dodecafonismo eu ganhei um livro que explicava as séries e eu fiquei fascinado por essa formar de composição. Muitas músicas minhas não foram criadas usando o sistema do Dodecafonismo e as que foram usando são: “Office-boy”, “Infortúnio”, “Diversões Eletrônica”.
17) RM: Quais os prós e contras de compor música usando o sistema Dodecafonismo?
Arrigo Barnabé: Os contras é que se fosse não conseguir fazer o sistema fluir não funciona. O sistema tem que funcionar de forma orgânica. E o que atrapalha é ficar procurando criar de forma idealizada.
Quando conseguimos encontrar as séries começamos a ir para o lado da matemática e querer ter uma coerência matemática na criação musical. E às vezes o compositor perde tempo buscando uma coerência matemática, mas essa coerência matemática não se traduz em coerência estética e sonora.
18) RM: Qual a sua relação pessoal e profissional com Hans Joachim Koellreutter?
Arrigo Barnabé: Não tive aula com Hans Joachim Koellreutter. Minha amiga Regina Porto foi aluna dele. Ele foi assistir o meu show. E anos depois, eu pedi para ele, uma carta de recomendação para uma bolsa de estudo que eu estava preiteando.
19) RM: Você acredita em Dom musical?
Arrigo Barnabé: Sim. Pessoa s como Hermeto Pascoal nasceram com o dom musical ou com muita facilidade para aprender música. Eu já não sou dessas pessoas. Eu tive que estudar muito para aprender o que sei fazer.
20) RM: Existe improvisação musical em tempo real ou é tema estudado antes e aplicado ao vivo?
Arrigo Barnabé: Existem muito tipos de improvisação. Tem a improvisação proposta por Anton Walter Smetak (nascido em Zurique – Suíça, no dia 12 de fevereiro de 1913 e falecido em Salvador, Bahia, no dia 30 de maio de 1984. Um músico, pesquisador, Violoncelista, compositor, escritor, escultor e inventor de instrumentos musicais e professor suíço, naturalizado brasileiro. Viveu no Brasil a partir de 1937.
Smetak lecionou na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia e influenciou toda uma geração de músicos brasileiros, dentre os quais Tom Zé, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Marco Antônio Guimarães), ele não queria que músico usasse Escala nem padrão rítmicos. E tem a improvisação que se faz em Jazz que pode usar o tema estudado previamente ou improvisar livremente. Tem muitos estudos sobre improvisação.
21) RM: Quais os principais erros didáticos do ensino musical?
Arrigo Barnabé: O ensino musical no Brasil é muito complicado, pois, não temos uma pedagogia musical semelhante aos americanos e cubanos. Na minha época os professores eram músicos profissionais e não tinham muito interesse pelo ensino, didática nem tinham vocação para lecionar.
22) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas?
Arrigo Barnabé: O cenário musical brasileiro é o que vemos pela TV e Rádio e circuitos alternativos. Os que artistas que estão se destacando são: Tulipa Ruiz, Criolo, Banda Quarta B, Carlos Careqa, Iara Rennó. Os músicos de maneira geral ainda estão no processo de adaptação às novas tecnologias e informações rápidas pela internet através de redes sociais e plataformas digitais.
23) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Arrigo Barnabé: As minhas músicas não tocam nas rádios. Pagando o jabá talvez elas tocassem.
24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Arrigo Barnabé: Hoje para trilhar uma carreira musical é mais fácil. A família compreende mais a opção do filho pela profissão de músico e tem muitas escolas e universidades ensinando música. Os equipamentos e instrumentos musicais são mais acessíveis. Hoje quem opta pela carreira musical tem que se aplicar em estudar.
25) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Arrigo Barnabé: Festival de Música é legal, pois revela novos talentos. Mas quando o Festival de Música serve para revelar alguém de gravadora já é ruim.
26) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Arrigo Barnabé: A grande mídia não dar mais espaço para críticos musicais como era nos anos 60,70,80. Hoje os jornalistas fazem várias atividades na redação e escrevem para vários assuntos editoriais. Não tem mais espaço para o profissional que se dedicar a um nicho e se especializar. Na minha época a imprensa tinha espaço para os músicos.
27) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Arrigo Barnabé: São empresas que dão um espaço muito importante para os músicos e para a música. É uma boa oportunidade profissional para os músicos.
28) RM: Qual a importância da escola livre de música Tom Jobim?
Arrigo Barnabé: É muito importante na formação dos músicos. Muitos músicos começam aprender nas igrejas ou tendo aulas particulares que prestam teste para a estudarem na Escola Livre de Música Tom Jobim e melhorar seus conhecimentos e ter mais segurança de seguir uma carreira musical.
29) RM: Qual a importância do Projeto Guri para a iniciação musical?
Arrigo Barnabé: O Projeto Guri é uma iniciativa sensacional de iniciação musical para criança e jovens das comunidades. E promove uma mudança de fato das crianças e jovens que são beneficiados.
30) RM : Quais filmes, peças teatrais e novelas que tiveram trilha sonora de sua autoria e que você atuou?
Arrigo Barnabé: Participei como ator dos filmes: “Nem Tudo É Verdade” (1984), de Rogério Sganzerla, interpretando Orson Welles, e “Anjos da Noite” (1987), de Wilson Barros, além da novela da TV Globo “Direito de Amar” (1987). Fiz trilha sonora para: Alô?!; Cidade Oculta; O Corpo; O Desconhecido; Ed Mort; Estrela Nua; Família Vende Tudo; A Ilha das Cangaceiras Virgens, Janete, Lua Cheia, Oriundi, Sabendo Usar Não Vai Faltar, Tensão no Rio, Vera. E fiz trilha sonora para três peças do grupo Sobrevento (Luiz André Cherubini e Sandra Vargas): “Noite”; “Só”; “Escombros”.
31) RM : Quais seus contatos para show e para os fãs?
Arrigo Barnabé: [email protected]
Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arrigo_Barnab%C3%A9