More Aminthas Angel »"/>More Aminthas Angel »" /> Aminthas Angel - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Aminthas Angel

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O cantor, compositor, músico, poeta, escritor, diplomata baiano Aminthas Angel primogênito de casal de professores da rede pública estadual de ensino, nasceu em Salvador – Bahia.

Estudou nos dois históricos conventos das Ursulinas na Capital baiana, formou-se em Psicologia pela UFBa e, ora, serve, em Estocolmo, como Adido Cultural da Embaixada do Brasil.

Em 2015 lançou o álbum Aminthas Angel (Samba, Ijexá e MPB) – independente. Em 2017 lançou o Poema: Coletânea Poetize pela Editora Vivara. Em 2021 participou do álbum de Música de Câmara Contemporânea Pinnacle II – Navona Records. Em 2022 lançou o conto “Papai Revestido de Púrpura”: Coletânea Prêmio Off Flip de Literatura. Em 2022 lançou Crônica sobre Estocolmo: Coletânea Prêmio Off Flip de Literatura. Em 2022 lançou Epístola “Eletronicidade”: Coletânea Prêmio Off Flip de Literatura. Em 2022 o Conto “É lá na Aldeia Caboclo, é lá na Aldeia, Guerreiro”: Revista Literária São Paulo Review e Magazine Pro/p(r)ose (França).

Segue abaixo entrevista exclusiva com Aminthas Angel para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 11.10.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Aminthas Angel: Nasci no dia 10/06/1977, em Salvador da Bahia. Registrado como Aminthas Angel Cardoso Santos Silva.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Aminthas Angel: Minha primeira lembrança musical foi a de ouvir “Morena Tropicana” de Alceu Valença, numa visita que fizemos a meu tio (Anailton da Silva), irmão mais novo de Painho (Ademir da Silva). Eu tinha três anos de idade, mas, mesmo antes disso, embora eu não me lembre com exatidão da data, Mainha (Darci Cardoso dos Santos Silva) inventava canções para mim e para minha irmã (Deise Cardoso Santos Silva) mais nova.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Aminthas Angel: Sou formado em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (2000) e concluí o Curso de Formação de Diplomatas do Instituto Rio Branco (2011). Minha formação musical é majoritariamente autodidata, embora eu tenha tido aulas esporádicas de trombone, percussão afrobaiana e afro-uruguaia, piano, guitarra, contrabaixo elétrico, bateria e um ano de violão clássico.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Aminthas Angel: Minhas principais influências musicais são Canto Coral (hinos católicos e música popular de diversos países), Samba da Bahia, os ritmos do Candomblé baiano, Música para Orquestra, os Beatles, Bryan Wilson, Chico Buarque, Gilberto Gil, Trio de Armandinho Dodô e Osmar. Atualmente, não vejo mais influência de Chico Buarque em minha obra.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Aminthas Angel: Comecei a compor canções aos 16 anos de idade (1993). Fiz uma canção em homenagem a minha professora de literatura. Anos mais tarde, em 1997, na Faculdade, formei a “Banda Três”, com dois amigos.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Aminthas Angel: Em 2015 lancei Aminthas Angel (Samba, Ijexá e MPB) – independente, um álbum de música baiana-brasileira, com canções autorais, algumas das quais em parceria com o poeta premiado, amigo e colega diplomata, Jean Tahruhn.

Em 2021 fiz parte de um álbum coletânea Música de Câmara Contemporânea Pinnacle II – Navona Records, com adaptação, para quarteto de cordas, das primeira e segunda partes da Sinfonia “Bem-Vindo”, que acabo de finalizar, em homenagem a meu falecido Pai, professor Ademir da Silva.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Aminthas Angel: Meu estilo musical é eclético, tal como são minhas influências.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Aminthas Angel: Estudei técnica vocal quando fiz parte do Coral da Associação Cultural Brasil Estados Unidos (ACBEU) e com professora particular, ambos na Bahia. Em Brasília – DF, onde morei durante grande parte de minha carreira diplomática, fiz alguns meses de técnica vocal com a professora Patrícia Tavares.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Aminthas Angel: Técnica vocal e cuidado com a voz, em meu caso, ajudaram-me a sentir a música de forma corporalmente mais intensa e a cantar melhor. Isso traz-me muito contentamento.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Aminthas Angel: Louis Armstrong, Simonal, Gilberto Gil, John Lennon, Bryan Wilson, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Carmem Miranda, Maria Bethania, Elis Regina, Clara Nunes, Nat King Cole, Frank Sinatra, Jimmy Hendrix, George Harrison, Jair Rodrigues, Billie Holiday, Gal Costa, Rita Lee, Paul McCartney, Little Richards, Elvis Presley, Dusty Springfield, Georges Brassens, Charles Aznavour,  Françoise Hardy, Areta Franklyn, Laura Figi, Elizeth Cardoso, Erick Burdon, Micky Jagger, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Nara Leão, entre outras e outros…

11) RM: Como é seu processo de compor?

Aminthas Angel: A melodia vem, muitas vezes, em sonhos. A letra aparece e depois encaixo uma à outra. Às vezes, mudo a letra, mas fica melhor com a inspiração original, ainda que, geralmente, o texto seja bem simples. Costumo musicar poemas de amigos e botar letras em melodias de outras pessoas, também. Não se trata de processo racional, a maioria das vezes. Engraçado é quando componho temas para música orquestral. O tema, muitas vezes, aparece do nada, quando estou treinando uma escala qualquer no piano ou no violão, ou quando ouço alguém cantarolar alguma coisa. O sonho também traz temas instrumentais…

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Aminthas Angel: A linda e falecida poeta gaúcha Clóris Sada Ribeiro, o poeta e diplomata catarinense Jean Tahrun, o professor de violão clássico e meu conterrâneo Horácio Barros Reis e a poeta brasiliense Vanessa Dourado, hoje radicada na Argentina.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Aminthas Angel: A vantagem é a liberdade criativa a desvantagem é ter que montar rede de divulgação de seu trabalho, sozinho ou com ajuda de amigos. A desvantagem, entretanto, pode-se tornar vantagem, com o advento da internet e das redes sociais…

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Aminthas Angel: Minha estratégia é abraçar o que a Vida me presenteia. Nesse sentido, ter uma base e bons contatos que advieram de minha carreira como diplomata tem sido uma boa opção cheia de potenciais parcerias, como é o caso com você (Antonio Carlos) e com nosso grupo Uma Terra Só no WhatsApp, agora!

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Aminthas Angel: Divulgação de meu trabalho nas redes sociais e aceitar desafios.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Aminthas Angel: A internet somente ajuda. As pessoas conseguem ter acesso a meu trabalho.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Aminthas Angel: Creio que ter um estúdio em casa deva ser uma benção. Não o tenho ainda. Oxalá o tenha ainda este ano! Gravar seu trabalho no conforto de seu lar deve ser um luxo!

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Aminthas Angel: Eu procuro ser eu mesmo e fazer um trabalho holístico. Além de compositor, sou cantor, escritor, diplomata, psicólogo, gosto de fotografar. Acho que quanto mais plurais formos, melhor! É a volta ao artista renascentista. Eu sempre ficava confuso e fascinado com o fato de eles fazerem tudo ao mesmo tempo.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Aminthas Angel: A música popular brasileira acompanha o desenvolvimento do País. A recente riqueza financeira de Goiás trouxe ao Brasil o novo “Sertanejo”.

A exploração industrial da inesgotável fonte de riqueza cultural baiana, do Samba ao Ijexá, passando pelo bolero transformado em arroxa, trouxe ao Brasil Ivetes Sangalos, Danielas Mercuries, Cláudias Leites.

Há um reduto de excelência, especialmente em Pernambuco, que não deixa a peteca cair, apreciado por pequena parcela da população que, em termos absolutos, é muita gente.

O Brasil tem 210 milhões de habitantes, 1 por cento disso é muita coisa. Nas últimas quatro décadas tivemos muita coisa boa: Olodum, Ilê Aiyê, Chico César, Zeca Baleiro, Lenine, alguns lampejos de Carlinhos Brown, Ira, Legião Urbana.

Há, atualmente, um monte de coisa boa e ainda pouco conhecida, nacionalmente, em Belém, em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em Pernambuco. A música brasileira continua riquíssima, apenas não se sabe divulgar e se profissionalizar como é o caso dos “sertanejos”.

No mais, todos os ícones dos anos de 1960 e de 1970 regrediram em comparação ao que fizeram antes. Isso é natural. Eles estão com 80 anos hoje.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Aminthas Angel: Uma vez participei de um concurso musical numa cidadezinha no interior de Minas Gerais, o arranjador era tão agitado que precisava fumar uns três baseados a cada 15 minutos. Tivemos uns probleminhas na pousada onde ficamos e eu tive que botar panos quentes na situação, especialmente quando o time do arranjador perdeu na semifinal da Copa do Brasil. Tudo deu certo no final, exceto par ao time dele, é claro, que não chegou à finalíssima…

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Aminthas Angel: Criar faz-me sentir como Deus. Não ter tempo de me dedicar à arte o tanto que eu gostaria me deixa triste; desesperado, de quando em vez.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Aminthas Angel: Dom musical é permissão. Um se permite experimentar e a coisa vem. Aparece das mais inusitadas maneiras.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Aminthas Angel: Criar conscientemente sem limite

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Aminthas Angel: Existe, mas é raro. A maioria tem medo de fugir aos cânones.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Aminthas Angel: Dogmatismo atrapalha. Conhecer as regras para burlá-las ajuda

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Aminthas Angel: Não gosto da ênfase exagerada na função dos acordes. Aprecio a música modal e a mistura que se pode fazer dela com a música tonal. Conhecer as regras e as nomenclaturas dá maior segurança na hora de analisar uma peça musical, ou, mesmo, na hora de compor ou de revisar uma obra. Essa é a maior vantagem dos métodos, para quem sabe usá-los.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Aminthas Angel: Sem dúvida! Mais vale um amigo na praça do que dinheiro no bolso. Brincadeirinha. Sim, creio que os potenciais estão aí e cabe à gente inventar novos meios de criar novos sistemas.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Aminthas Angel: Permita-se! Permita-se! Permita-se!

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Aminthas Angel: Sem dúvida que sim! Vide Chico César! Já faz um tempinho, né…? Sim, o porvir de eventual êxito em festival de música depende de como um utiliza os meios que temos atualmente. Eu me refiro às redes sociais e a ferramentas afins.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Aminthas Angel: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é parcial. Sempre foi assim. Só agora o Brasil e o mundo descobriram Lia de Itamaracá. Ela esteve na Alemanha, há pouco. Eu gostaria de trazê-la à Suécia.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Aminthas Angel: Reputo como boas iniciativas. Penso, contudo, que deveria haver muito mais pós-produção e inter/multidisciplinaridade no trato dos projetos.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Aminthas Angel: Gravar e apresentar a Sinfonia “Bem-Vindo” que acabo de finalizar, eu a escrevi em homenagem a Painho (Ademir da Silva), um grande homem, um verdadeiro herói de guerra, falecido em 2016. E divulgar o álbum de música popular que gravei em 2015, (já comecei a fazer isso). Lançar o trabalho na Suécia, onde moro agora, gravar um álbum de rock e começar a tocar mundo afora, continuar com minha carreira de escritor, trabalhar com intercâmbio cultural Bahia, Amazônia, Suécia e por aí vai…

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Aminthas Angel: +46722614410 (WhatsApp) | [email protected] , , Facebook: https://www.facebook.com/aminthasangel

| Instagram: https://www.instagram.com/aminthasangel/

Canal: https://www.youtube.com/@aminthasangel6393

AMINTHAS ANGEL – Paulo & Estevão – Pop song: https://www.youtube.com/watch?v=7RtzV6eat8s

AMINTHAS ANGEL – MORENA – CLIP: https://www.youtube.com/watch?v=5Sv_TjiYQGc

AMINTHAS ANGEL – Laurinha – Bossa Nova: https://www.youtube.com/watch?v=3iFZ0Ozp1_w

Buleria brasileira: https://www.youtube.com/watch?v=k1-XcORQTwc

Playlist: https://www.youtube.com/playlist?list=PL8xz2kZv91WJ2iFQD_N4rX1um84s0B_Yu

https://soundcloud.com/aminthasangel 

Artigo: Da periferia de Salvador, Aminthas chegou ao posto de chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil em Estocolmo. É diplomata, compositor, músico, escritor e cantor cuja paixão é expressar-se através da arte, em especial a música. Foi aprovado em 2009 pelo Instituto Rio Branco, e tomou posse no Ministério das Relações Exteriores como diplomata, servindo na Suécia, como adido cultural do Brasil na Embaixada brasileira em Estocolmo: https://www.wp.radioshiga.com/2023/08/uma-terra-so-apresenta-o-diplomata-e-cantor-aminthas-angel/


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.