More Alfredo Assumpção »"/>More Alfredo Assumpção »" /> Alfredo Assumpção - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Alfredo Assumpção

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Alfredo Assumpção, saiu do interior com uma mochila nas costas e uma ideia na cabeça. Aos dez anos de idade, durante seu curso primário, já se apresentava em palcos como protagonista atuando em peças teatrais. Com 16 anos inicia sua aventura pela música e composição. Aos 17 anos já participava de festivais da canção e tocava seu contrabaixo na sua banda de baile, a “Los Ringos”.

Veio lá da roça, Anta – RJ, para o Rio de Janeiro em maio de 1970, onde arrumou um emprego para custear seus estudos. Seu propósito era simplesmente passar em um vestibular qualquer para inscrever uma de suas músicas no Festival Universitário da Canção. Viraria artista profissional.

Satisfaria o seu desejo, realizaria seu sonho, e o de seu parceiro de sempre, Antonio Peçanha, ou simplesmente Baiano, como também é conhecido desde que nasceu. Amigo de infância de bancos de colégio. Traria o parceiro para o Rio de Janeiro e, juntos, trilhariam o mundo fascinante da música. Sua arte seria reconhecida e pronto.

A música se chama “Oito Horas Mais Horas Extras” e trata da vida de um operário qualquer, enfrentando todos os problemas que um cara, morador do subúrbio de uma metrópole, enfrenta para ganhar a vida honestamente. Como nada aconteceu, nem feedback recebeu do festival, Alfredo abraçou seu plano “B”, o mundo executivo corporativo, mas sem nunca deixar de lado suas vertentes para a composição e a poesia. Quase 40 anos mais tarde, enfim gravou “Oito Horas Mais Horas Extras”, em português e inglês, no seu álbum Bossa Jazz & Samba.

Depois de 46 anos de grande sucesso no mundo corporativo e empresarial, como executivo e empresário, dono de empresas, resolveu dedicar seu tempo integralmente à sua arte. Sua música e sua poesia além da literatura. Seu sonho tornou-se realidade. A Busca finda agora, quando encontra seu Espaço para mostrar sua arte.

O espaço está aqui no mundo virtual, onde é lido e ouvido em todo o planeta, através de plataformas digitais e redes sociais. É um artista registrado no Spotify. Tem sua página e/ou canal no Youtube. Sua felicidade é plena. E, com seu parceiro, Antonio Peçanha, e outros parceiros que surgem aqui e ali, continua criando música boa para deliciar seus ouvintes e fãs de todas as idades. Seus álbuns e livros de poesia e literatura continuam sendo feitos.

Músico e Compositor – É músico (toca contrabaixo e violão – meia boca como ele mesmo se auto avalia) e compositor, tendo até o momento oito CDs gravados (4 de músicas e 4 de poesia). Um dos CDs de músicas não é profissional. É um CD gravado, junto com um DVD com a banda Los Ringos, sua banda de baile dos anos 1960, onde era contrabaixista.

No caso da banda Los Ringos, foi uma brincadeira, constando de uma apresentação sem o propósito comercial. Foi um CD e um DVD gravados durante a festa de 60 anos do Alfredo Assumpção que aconteceu no Jockey Club de São Paulo para 300 convidados. Foi seu presente para todos os presentes, de amigos de botequim a ministros de estado, banqueiros e empresários. Um baita show com 25 Rock&Rolls dos anos 1960, gravado e filmado durante a festa no Jockey Club de São Paulo.

O CD e o DVD gerados daí foram usados para presentear os amigos presentes na festa. Uma festa inesquecível como todos comentaram. Neste show, Alfredo Assumpção foi o contrabaixista, tendo cantado alguns Rocks de sua preferência dos anos 1950. Não tem como propósito, neste site pessoal, apresentar qualquer dessas músicas que são composições de autores diversos. Aqui trata-se de apresentar apenas o trabalho autoral do Alfredo Assumpção. Sejam composições ou poesias, cantadas ou declamadas por ele mesmo ou outros artistas.

Os demais CDs de música são profissionais. Sendo um (13 músicas autorais) com a Banda Zequerum, que fundou com o propósito específico de gravar suas músicas, a maioria composta nos anos 1960 e 1970. São 12 músicas compostas com seu eterno parceiro Antonio Peçanha (o Baiano) e uma com o Carlim Pivete (Espelhando – uma música feita quando tinha 16 anos, numa abordagem tropicalista).

Depois, seguindo seu lado profissional, nos presenteou com o Álbum Duplo “Bossa Jazz & Samba”. Alfredo adora se reinventar. Neste álbum ele abusa do poder de criação, mudando radicalmente suas vertentes do Rock&Roll para a linha de bossa nova, o samba e o jazz. É um álbum com dois CDs, sendo um com 14 músicas autorais em português e o outro com as mesmas músicas, com as versões para o inglês. Todas as músicas compostas com Antonio Peçanha. As versões para o inglês são de Alfredo Assumpção.

Gravou ainda o Álbum “Relendo o Brasil” – “Com trabalho presse povo… USA?… Brota aqui um novo”. Álbum todo autoral, que foi lançado em singles, completando as 13 músicas do CD. Aqui, se reinventa mais uma vez, desta feita, casando as raízes afros, americanas e brasileiras, usando elementos de Hip-Hop para fundir com Samba, Sambalanço, Samba Rock, Samba Rap e Frevo. E sempre evoluindo, já tem outras 20 canções para gravar. Em breve surgirão surpresas.

Tem dois DVDs de shows, feitos um com cada banda (Los Ringos – não comercial – não apresentado neste site – e Banda Zequerum, cujo show está aqui inserido). Tem ainda um CD, além de um DVD de um show de lançamento do CD de sua filha, Brena Lages, que traz 8 músicas autorais de Alfredo Assumpção e Antônio Peçanha.

As outras quatro músicas são de autores consagrados, que receberam todos os direitos devidos para legalização do CD. A parceria de Alfredo Assumpção e Antonio Peçanha, (o Baiano – amigo de infância da terra natal – Anta) começa lá nos anos 1950 e 1960, jovens pré adolescentes sonhando com o mundo da música. Assim como Espelhando que compôs com 16 anos, outra música também composta com 16 anos foi Catingueira, gravada pela Banda Zequerum e por Brena Lages.

A seguir estão os CDs com participação do Alfredo Assumpção. Toda música aqui colocada tem link com as principais plataformas digitais (Spotify, Deezer, Apple, etc.). A distribuição das músicas fica a cargo da Berger Mobile. Os DVDs também têm link com a plataforma Youtube, onde estão distribuídos. Serão encontrados no site na seção específica para Shows. Será bastante comum encontrar essas músicas e shows pelas redes sociais.

O Poeta: Alfredo nasceu poeta, cresceu poeta e morrerá poeta. Se é que a poesia o deixa morrer. Escreveu diversos livros de poesia e, como diz, tem material em casa pelos cantos ou no computador para escrever mais alguns. Publicou os livros de poesia Amando, Páginas roubadas, Um demônio chamado mulher, Canalha sedutor, Poesia entre goles e Anta, Uma Vila Toda Poesia. Neste seu mais recente livro, “Anta, Uma Vila Toda Poesia”, é prova viva que seu lado poético continua frenético.

Quando não mais se esperava dele um livro de poesias, eis que nos trouxe um novo presente. Este é um livro totalmente dedicado à sua terra natal, Anta, segundo distrito de Sapucáia – RJ. Com isso ele devolve à Anta a genialidade e o sentimento poéticos que do lugar herdou, junto à tantas trocas com poetas, seresteiros e contadores de caso da vila. Lá ele aprendeu. E agora ele retorna à vila como a dizer: “trago de volta seus ensinamentos lapidados”.

Sim, das pedras meio brutas que trouxe nos bolsos de corpo, alma e espírito, a partir de Anta para o mundo ele as poliu e transformou em gemas preciosas. Esses poemas nesse novo livro são preciosidades para degustar e guardar num cantinho da alma. Não deixemos de falar de Baixo das Mangas, um conto romanceado, repleto de textos poéticos, onde um disco é composto e gravado no próprio livro. Então, aqui está a comunhão de suas duas artes: a música e a poesia. É ler pra crer. Participou também como colaborador, cedendo seus poemas, em diversas obras de poesia

O Escritor: Dentre diversos livros publicados, além dos livros de poesia, publicou “Caçando executivos financeiros – a floresta bancária e seus players”, que cobre o que foi seu mais recente campo de atuação profissional e empresarial. Publicou também “Felicidade, o Deus nosso de cada dia – onde, como e quando encontrá-lo”, em que filosofa e nos ensina os passos para sermos sempre felizes. Temos também, “Gestão sem medo – muito se pode criar, tudo se pode mudar”, que alerta os líderes para sua missão voltada à sustentabilidade a partir das pessoas.

Outro livro é “Fraldas corporativas – desenvolvendo hoje o líder de amanhã”, que prepara o acadêmico para o mundo corporativo. Além desses, publicou “Talento, a verdadeira riqueza das nações”, agora na sua quarta edição, em que recupera sua base conceitual e acadêmica de economista, mesclando esses ensinamentos com gestão de pessoas para definir a melhor forma de gerir uma economia política com foco nos Talentos do país.

Nesse livro, “Talento, a verdadeira riqueza das nações”, ousou muito, porque mostrou como se pode encontrar a felicidade e bem-estar das nações através da gestão otimizada das suas economias políticas, a partir da criação e desenvolvimento de Talentos. Escreveu ainda o romance “Baixo das Mangas”, que considera uma de suas viagens literárias mais divertidas. Aqui, usando de realidade e ficção, mistura literatura com a irresponsabilidade natural saudável de quem quer se divertir e divertir o leitor.

Vale conferir. Sua obra não se limita ao Brasil. Verteu seu livro Gestão sem Medo para o inglês, distribuindo-o globalmente para leitores que não entendiam português. O título do livro em inglês passou a ser Fearless Management – How to be happy in the corporate world – Much can be created. All can be changed. O livro pode ser adquirido no Brasil da mesma forma que os demais livros.

Alfredo Assumpção foi colunista semanal, escrevendo sobre economia política para o jornal Brasil Econômico. Assinou centenas de artigos para outros jornais e revis­tas de negócios do país, tendo alguns artigos e entrevistas também publicados fora do país. Por um período colaborou como colunis­ta da revista Carta Capital. Colaborou com a Saraiva com comen­tários para o livro A trilogia do segredo (The science of being great), que faz parte da trilogia da obra do autor norte-americano Wallace D. Wattles (os outros dois títulos são The science of being well e The science of being rich).

Trouxe para o Brasil o livro Deciding who leads, de Joseph McCool, classificado como um dos 30 melhores livros de negócios lançados nos EUA em 2008; cuidou da tradução para o português e da edição pela Saraiva. Fez o prefácio do livro e coordenou seu lançamento no Brasil com o nome Escolhendo líderes.

Apresentou o livro Identidade de carreira – a experiência é a chave para reinventá-la, de Hermínia Ibarra, Editora Gente; participou como um dos escrito­res que colaboraram para consecução do livro 100 dúvidas de carrei­ra para executivos de finanças, patrocinado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), lançado pela Editora Saint Paul; apresentou o livro Líder do futuro, a transformação em líder coach, de Arthur Diniz, pela Espaço Editorial.

Prefaciou o livro Empreende­dorismo de A a Z – casos de quem começou bem e terminou melhor ainda, de Heitor Peixoto, lançado pela Saint Paul Editora. Prefaciou o livro “Sapucaia… Nossa cidade, nossa história”, que documenta toda a formação cultural do município em que nasceu.

Palestrou no Brasil e no exterior para mais de 20.000 executivos e empresários, com ênfase na construção e desenvolvimento de líderes do bem, valendo destacar Moscou, onde expôs suas ideias e as discutiu com 250 executivos representantes de empresas membros das Federações Russa, Asiática e Europeia.

Palestrou para plateias de até 1.000 CEOs e outros C Levels pela American Chamber. Enquanto sócio da IIC Partners participou em eventos em todos os continentes do Globo, com participação ativa em exposições e definições de estratégias de negócios para o Grupo em todo o planeta.

Foi membro do Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros (IBEF) e da União Brasileira de Escritores (UBE). Foi também membro mantenedor do projeto Reciclar (Instituto de Reciclagem do Adolescente). Foi membro da United Grand Lodge of England, onde teve oportunidade de desenvolver-se junto à essa irmandade voltada à retitude do ser humano, cuidando da sociedade, da família e do trabalho com diversas contribuições e intervenções filantrópicas realizadas. Ajudou a implantar o capítulo da SIFE no Brasil.

Em 22 de abril de 2008, foi indicado pela revista Business Week como um dos mais influentes headhunters do planeta. Em seguida, em 12 de setembro de 2008, recebeu a Comenda Presidente Juscelino Kubitschek, agraciada pelo governo de Minas Gerais, em reconhecimento aos serviços de excepcional relevância que realizou para a sociedade. Com essa premiação, Alfredo é reconhecido por sua trajetória, por seu espírito empreendedor e incansável na construção de um mercado de trabalho mais transparente, consciente e humano. Um caso raro em que altas doses de idealismo e de pragmatismo se misturam.

Em 7 de março de 2012 recebeu o prêmio Eleanor H. Reynolds da Association of Executive Search Consultant (AESC), em reconhecimento à sua contribuição para com a profissão de consultor em executive search e seu engajamento em trabalhos voluntários. Trata-se da primeira vez em que um executivo brasileiro é premiado com a honraria, criada em 1993.

Em 13 de maio de 2012 foi agraciado com a Medalha Economista Paulo Camilo de Oliveira Penna, concedida pela Associação dos Economistas de Minas Gerais (ASSEMG) em reconhecimento pelo seu desempenho na atividade econômica. Dia 7 de dezembro de 2012 recebeu da Câmara Municipal do Município de Sapucaia (RJ), sua terra natal, a medalha Barão de Aparecida, principal honraria da cidade, por mérito, devido ao seu trabalho incansável em busca de uma melhor ambiência planetária e divulgação do nome do município.

Em 30/10/2024 recebeu do Grupo IIC PARTNERS, em encontro em Atenas, Grécia, o prêmio LIFETIME ACHIEVEMENT AWARD (Prêmio por conquistas na vida). O Grupo está presente em mais de 60 cidades no planeta. É um prêmio excepcional por ter sido concedido quase 10 anos após sua aposentadoria, homenageando-o por seu trabalho e dedicação à profissão de Executive Search Consultant e busca incessante de melhoria de nossa ambiência planetária, valendo-se, além de seu trabalho, seus livros, palestras e comunicação em geral via imprensa local e internacional. Com notoriedade por seu trabalho de criação de ambientes de felicidade e de alta performance

Alfredo sempre se pautou por princípios de igualdade de oportunidades, diversidade de ideias, pessoas e opiniões e, principalmente, pelo reconhecimento de desempenhos notáveis, capazes de transformar as empresas, o Brasil e o mundo. Sempre inspirador, seja em seus livros, palestras, artigos, entrevistas no rádio e na TV, seja no convívio pessoal, Alfredo convoca-nos e desafia: “somos os agentes da nossa felicidade; este é o caminho para a construção de um mundo melhor”.

Nos seus livros respirar e pulsar felicidade são quase uma constante. Se um poema ou outro merece uma reflexão qualquer de tristeza, a recuperação plena da alegria é encontrada num texto qualquer a seguir. Usa de toda sua veia poética e conhecimentos práticos de vida empresarial, como consultor ou executivo, ou ainda através de sua arte, como músico, poeta ou compositor, para brindar os leitores e seguidores de sua música com uma literatura e mensagens com ensinamentos do bem viver, romanceada ou não, sempre escrita com muito ineditismo.

Seu lado humano está presente em cada passagem que descreve. Quando usa de personagens, são surpresas, quase vivas, de como se deve viver a vida, buscando o nosso melhor lado como um retrato de seres que querem ser felizes. Alfredo é um caminho bonito, rumo à realização e à felicidade. Há que entendê-lo. “A felicidade é o início da transformação. É o que tem tentado passar a todos os seus semelhantes”.

Seus livros e sua música são um retrato puro e cristalino deste ser humano simples que nunca nega suas raízes humildes, das quais migrou da vila de Anta, segundo distrito de Sapucaia (RJ), para continuar feliz e contagiar a outros com felicidade em todas as metrópoles em que viveu ou por onde passou e trabalhou.

Alfredo aposentou-se de suas atividades profissionais no mundo corporativo e empresarial em março de 2016. Desde então ocupa-se de literatura (poesias e romances) e sua música. Sua composição é diversificada e absolutamente eclética, com ritmos e estilos os mais variados possíveis. Dentre eles encontram-se samba, bossa nova, chorinho, frevo, maracatu, baião, pop, marchinhas, rock&roll, country, rap, funk e outros, com gravações em português e inglês.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Alfredo Assumpçãopara a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 06.01.2025:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Alfredo Assumpção: Nasci no dia 16/09/1950 em Anta – RJ, segundo Distrito de Sapucaia – RJ. Registrado como Alfredo José Assumpção, ou simplesmente Lé, como é conhecido por amigos e familiares desde o nascimento.

Sou casado com Nádia Assumpção há 48 anos. Nádia é uma artista nata, mas dedica sua arte à família. Ela trabalha com cerâmica, pinta quadros e faz trabalhos de pinturas para embelezar o lar Assumpção.

Tenho duas filhas, Brena Lages Assumpção, que é artista, formada em música, musicista, cantora e professora de sua profissão, com ênfase em piano, ukulele, violão e canto.

E Milla Lages Assumpção, formada em administração de empresas, mas que resolveu também ser artista. Ela pinta muros, papéis, paredes, desenha para você, na sua casa e desenha para as pessoas, na rua, fazendo murais lindos. Além disso, toca surdo em blocos de carnaval e atua como professora de percussão para seu instrumento. Uma família toda voltada para a arte.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Alfredo Assumpção: Ainda criança meu pai (Roque Gianotti Assumpção) me deu de presente uma sanfona, mas não me patrocinou um professor. Lembro-me de que foi o primeiro instrumento que tive em minhas mãos. Quanto à cantar, meu pai me pedia para chamar as boiadas que tocava pelos caminhos da roça cantando Boiada Cuiabana.

Depois, aos 12 ou 13 anos de idade, surgiu o sonho de me tornar artista e comecei a aprender violão, tocando os primeiros acordes em instrumentos (violões) de colegas meus de infância. Aproveitando o braço de um violão quebrado fiz, com ajuda de um carpinteiro local (Sr. Guilherme) uma guitarra.

Posteriormente, essa guitarra foi transformada em um contrabaixo com captador que fazia ligação direta num amplificador. Um instrumento rústico, com o qual comecei a ser baixista (aprendi instintivamente) de nossa banda local, Los Ringos, fazendo bailes em todos os municípios da região no interior do Estado do RJ e do Estado de MG. Mais tarde fizemos um grande baile (celebração de meus 60 anos) ambientado nos anos 1960 no Jockey Club de São Paulo. Esse show da banda Los Ringos foi filmado e virou DVD e CD. Cantamos 25 rocks do nosso tempos de adolescentes.

Meu sonho era ter um Hoffner, o que somente consegui ter 20 anos mais tarde. Vale destacar de que sou oriundo de uma família humilde e sem recursos financeiros. Fui criado por minha mãe (Adelice da Silva Assumpção), uma simples costureira. Não tínhamos dinheiro mas éramos muito felizes. Ela sempre me incentivou. Adorava me ver fazer barulho com nossa banda Los Ringos ensaiando nossos rocks e músicas pops da época.

Quase tudo cantado na forma de versões feitas por Renato e Seus Blue Caps, Sunshine, RC, Eduardo Araujo, Tremendão e outros da jovem guarda, mas sempre com um olho no que faziam os The Beatles. Fizemos grandes bailes e participamos de alguns festivais da canção da região. Ganhamos festivais do Carmo, de Anta, de Três Rios, Mar de Espanha e outros. Ou ainda beliscávamos uns segundos ou terceiros lugares com nossas músicas. Composições minhas com parceria com o Antonio Peçanha (Baiano), quem era o Krooner da Banda. Mas, as iniciativas com festivais não se misturavam com o repertório da banda Los Ringos.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Alfredo Assumpção: Minha formação musical se deu intuitivamente em Anta – RJ. Observava os mais competentes tocando violão e aprendia com o que via e praticava. Depois descobri que o contrabaixo fazia a marcação musical, usando as cordas graves do violão ou guitarra, em linha com a bateria. Mais tarde vim a participar de uma escola de música em São Paulo onde aprendi a tocar realmente e profissionalmente o contrabaixo para todos os ritmos (rock, jazz, blues, samba, etc…). Foi quando dei início ao meu processo de gravações de CDs.

Sou formado em Economia pela Faculdade de Economia e Finanças do Rio de Janeiro, pós–graduado em Desenvolvimento de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas, e Master of Arts em Gestão de Pessoas pela Pacific Western University. Adiciono ainda dezenas de cursos, seminários e encontros sobre modelos de avaliação e desenvolvimento de líderes, tanto no Brasil quanto no exterior.

Fui por três anos discípulo da Escola de Autoestudo do Grupo Gurdjieff de São Paulo (escola exotérica), fonte de inspiração para minha humanização, com base em espiritualidade, para a prática do princípio “estar para servir” em ambientes corporativos e no planeta. Fui membro da United Grand Lodge of England por 3 anos onde aprendi toda a filosofia maçônica aplicada ao bem estar da humanidade, alicerçado no tripé Trabalho, Família e Sociedade.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Alfredo Assumpção: No passado fixava-me mais no movimento da Jovem Guarda e The Beatles além de outras bandas internacionais dos anos 1960 e 1970. Posteriormente (enquanto estudava profissionalmente em escola de música) é que surge minha paixão por bossa nova, samba, jazz, blues e mantendo o rock&roll.

Mas nunca desprezei meus conhecimentos adquiridos nem deixei de gostar do que gostava e praticava no passado. Vez ou outra componho um frevo ou uma marcha rancho, incluindo ainda música caipira. Sem deixar de compor jazz e bossa nova. Enfim sou bastante eclético e deixo isso claro no meu website www.alfredoassumpcao.com.br

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Alfredo Assumpção: Aos 16 anos de idade, quando aprendi meu primeiro acorde, E (mi maior), fiz minha primeira música, Catingueira (música que viria a gravar mais tarde com a Banda Zequerum, que criei em São Paulo, para fazer nosso primeiro CD). Mais ou menos nessa época, com 16 anos, começo a tocar contrabaixo na banda de baile Los Ringos. Com a Banda Zequerum fui convidado pela revista Você S/A para fazer o show de encerramento da sua Career Fair (Feira de Carreira para Executivos), o que fizemos com prazer no World Trade Center de São Paulo. Esse show também virou DVD. O CD profissional já havíamos feito.

06) RM: Quantos álbuns lançados?

Alfredo Assumpção: Como adiantei, sou músico (toco contrabaixo e violão) e compositor, tendo diversos CDs gravados, dos quais são quatro de poesias. Os outros são: “Festa Nossa” com a Banda Zequerum (banda criada por mim para gravação do álbum – 13 músicas – compositores – Alfredo Assumpção e Antonio Peçanha, exceto Espelhando que é de Alfredo Assumpção e Carlim Pivete);

“Bossa, Jazz & Samba” . – Alfredo Assumpção – Álbum duplo – em português (14 músicas – Compositores – Alfredo Assumpção e Antonio Peçanha) e “Bossa, Jazz & Samba” em inglês (versão de Alfredo Assumpção das 14 músicas – originais em português),

“Relendo o Brasil” – Alfredo Assumpção (13 músicas (Samba Rock e Samba Rap – compositores Alfredo Assumpção e Antonio Peçanha.

“Romance em Bossa” – Alfredo Assumpção (13 músicas – Bossa Nova, Jazz e Samba – compositores Alfredo Assumpção e Antonio Peçanha.

No CD de minha filha, Brena Lages, “Sempre se Pode Sonhar”, temos, Alfredo Assumpção e Antonio Peçanha 8 composições. Contribuo no CD e no DVD declamando o poema da música Catingueira. Com a banda Los Ringos, banda de baile dos anos 1960, onde fui contrabaixista e krooner de algumas músicas, gravamos um álbum com 25 rock&rolls dos anos 1950/1960 com um lindo show feito no Jockey Club de São Paulo. Também rendeu um DVD.

Com a Banda Zequerum fizemos um grande show no World Trade Center em São Paulo por ocasião do Career Fair da Revista Você S/A. Também registrado em DVD. Minha página no Youtube conta com mais de 300 vídeos e videoclipes de minhas músicas, palestras e entrevistas em canais de TV. Minhas músicas posteriormente foram gravadas e lançadas como singles. Estão todas disponibilizadas nas Plataformas Digitais, como Spotify, Apple, Deezer e outras.

Totalizando mais de 150 músicas lançadas profissionalmente nessas Plataformas. Todas são composições minhas em parceria com Antonio Peçanha. Sou também, como mencionado, parceiro em uma música com o Carlim Pivete, além do artista Felipe Bonny em duas músicas (gravadas pelo Bonny) e uma música com Alan Santos. Tenho um CD (na forma de playlist) de músicas clássicas com execução de Mario Bastos ao piano. Tenho um CD (na forma de playlist) de poemas que declamo, tendo como fundo musical solos em cordas de minhas músicas em parceria com Antonio Peçanha.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Alfredo Assumpção: Absolutamente eclético. Usualmente ouço músicas variadas usando o modelo aleatório e deixando o computador escolher as músicas. Gosto de tudo o que for bom. Não tenho qualquer preconceito. Minhas composições também seguem esse modelo. Faço muita música em inglês visando atingir um público maior no globo. Exploro todos os ritmos, gêneros ou estilos, incluindo funk e rap. Basta ter qualidade.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Alfredo Assumpção: Sim. Estudei técnica vocal com aulas particulares. Em especial as técnicas de aquecimento de voz, sem o que prefiro não cantar para não ferir as cordas vocais. Embora me classifique como barítono, consigo atingir notas altas sem falsete ou utilizando o falsete quando necessário.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Alfredo Assumpção: Total importância. E, veja que não me considero cantor na acepção da palavra. Eu canto para apresentar minha música e por absoluto prazer pessoal e prazer do meu público específico que gosta de mim como artista. Mas, a voz do artista cantor está para ele assim como as pernas e outras partes do corpo estiveram para o Pelé. Tem uma passagem muito linda na história do Tom Jobim por ocasião da gravação do disco que fez com o Frank Sinatra. Ele, o Tom Jobim, ligou para o Vinícius de Moraes e disse: “Vinícius, o cara se serve de um uisquinho e fica com o mesmo uísque o dia inteiro. Não é dos nossos.”

Aqui temos um exemplo claro de como o chamado “The Voice” cuidava de sua voz. Outro grande exemplo que temos é o Roberto Carlos. É o profissional cantor quem mais cuida de sua saúde e de sua voz. Veja sua longevidade. Enfim, temos dezenas de exemplos a seguir. Quem quiser ser cantor “precisa” entender que é uma profissão para a qual a pessoa “precisa” se preparar e se exercitar muito.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Alfredo Assumpção: Elis Regina, Clara Nunes, Mariza Monte, Elza Soares, Rosa Passos, Elizeth Cardoso, Ella Fitzgerald, Etta James, Lady Gaga, Adele, Mariah Carey, Whitney Houston, Billie Holiday… São muitas. Que me perdoem outras que esqueci de listar aqui.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Alfredo Assumpção: Não tenho um modelo exclusivo. Às vezes a música chega em acordes do violão onde fico brincando ou nas teclas do piano. Se sinto que brota música, com melodia que possa ser assoviada, eu sei que ali temos um começo. Então eu crio uma letra qualquer apenas para registrar o que estou fazendo. Escrevo o verso ou a frase num papel e anoto por cima os acordes (a harmonia) e por debaixo de cada sílaba eu ano a nota sendo cantada ou tocada. Continuo trabalhando a partir daí buscando uma letra poetizada, seja em português ou inglês.

Ato seguinte é praticar incansavelmente até descobrir que tem uma boa música composta. Pode nascer também de um bom poema escrito. A partir daí busco a melodia que case com verso. Sempre anotando acordes (harmonia) por cima das palavras (um acorde para cada compasso – gosto disso) e por debaixo anoto as notas musicais – a melodia. E, com a prática da música vou modificando até achar o que considero ideal. Depois vem a crítica da esposa. Se ela gostar, com certeza outros gostarão. É a mais crítica que tenho. Teste final é meu parceiro, Antonio Peçanha (o Baiano). Se ele gostar não me importo com mais nada. É minha plateia de um só. Ele tem um tremendo bom gosto musical.

Nosso processo no passado era muito divertido. Ele me obrigava escrever uma letra desafiante e diferente de tudo o que estava tocando no rádio. Eu entregava a letra a ele e, no dia seguinte, ele chegava com o violão com a música inteira feita e, da mesma forma, diferente de tudo o que rolava no mundo. Éramos meio tropicalistas. De outras feitas ele criava a música e eu me virava para fazer a letra. Tudo sempre diferente e de bom gosto musical.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Alfredo Assumpção: Sempre Antonio Peçanha (o Baiano). Fiz música também com o Carlim Pivete, com o Alan Santos e com o Felipe Bonny. Mas 99% são feitas com o Antonio Peçanha. Às vezes ele nem participa, mas faço questão de colocar seu nome. É uma parceria que existe desde que sonhávamos juntos, ainda crianças, estudando no Grupo Escolar República do Líbano, nosso curso primário. Então, não vou desistir nunca dele. Continuamos amigos e parceiros. Lá se vão mais de 60 anos.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Alfredo Assumpção: Inicialmente, vamos entender que a indústria musical mudou radicalmente. Antes da Internet nós tínhamos grandes gravadoras que cuidavam da carreira de um artista. O outro lado da moeda é que a gravadora, às vezes, se sentia prisioneira de um determinado artista, responsável pelas vendas de 80% a 90% da gravadora. Lembremos CBF e Roberto Carlos. Philips e Tim Maia, Odeon com Wilson Simonal e outros.

Atualmente a gravadora não quer se aprisionar. Vemos muitas vezes o artista ser usado para um álbum de tremendo sucesso e depois ser abandonado pela gravadora, que vai fazer a mesma coisa com outro artista. Quantos artistas assistimos surgir como um fenômeno nos últimos anos e depois desaparecerem. A contrapartida de tudo isso é que o cantor pode gravar independentemente seu trabalho e ter uma distribuidora o colocando nas plataformas digitais para ser ouvido no mundo inteiro. Com um pouco de sorte pode viralizar uma música e ter milhões de seguidores. É fácil? Evidentemente que não.

O artista atualmente precisa fazer show atrás de show, até à exaustão para ganhar seu dinheiro. Tem que ralar muito. Conseguir um bom empresário ou um bom agente e ficar de olho “aberto” para não ser enganado. Enfim, é uma profissão como outra qualquer. O espaço é restrito demais. São grupos que se auto protegem. Quanto mais artista novo surgir menor é o dinheiro para dividir. Então, “quem tá fora quer entrar e quem tá dentro não quer sair”.

Nosso grande Tim Maia cantava isso. (risos). No meu caso específico, fico feliz com a qualidade do meu trabalho. É minha grande recompensa intrínseca (satisfação com o que se faz) e não a extrínseca (o que vem de fora e entra no bolso). Quando, com a minha qualidade, eu me fizer necessário, e o mercado me buscar, e começar a ganhar meu “dim-dim”, então ficarei absolutamente feliz, evidentemente. E, poderei ajudar mais meu amigo de infância o Antonio Peçanha (Baiano), o que me dará imensa satisfação.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Alfredo Assumpção: Não tenho estratégia definida para palco. Depois de trabalhar 46 anos no mundo corporativo e como empresário, dono da minha empresa, resolvi aposentar e me dedicar integralmente à minha música, minha poesia e meus livros. No início até pensei em cantar nos bares da vida e enfrentar palcos para shows e coisa do gênero. Depois percebi que não seria adequado para minha situação. Sou um homem realizado com tudo o que construí profissionalmente. Então, minha música, minha poesia e meus livros seriam feitos com o maior prazer e a maior alegria possível. O que, por si somente, me traria contentamento.

Então, componho em diversos estilos para que um grande artista venha a gravar minha música. Procuro gravar minha música com produtores musicais geniais e muito bons organicamente e em tecnologia, de forma a colocar à minha disposição o que de melhor temos no mercado do mundo musical. Coloco minha voz nas minhas canções e as solto para o mundo. Sou um cantor de e para internet e rádios. Espero sinceramente que uma ou mais de minhas músicas possam vir a fazer sucesso. Seja com minha voz ou cantadas por outros artistas. Sempre fui entrevistado por rádios, TVs e outros órgãos de imprensa para falar sobre economia política, mundo corporativa, liderança e estratégias de negócios.

Sinto-me totalmente à vontade para falar em qualquer ambiente. Já palestrei para plateias de até 1.800 pessoas. Enfim, sou extremamente bem-preparado para participar de programas de qualquer que seja o veículo de comunicação para falar do meu atual trabalho. Minha música. Mas, não cogito cantar mais em palco. Já fiz muito esse papel com minhas bandas (Los Ringos e Banda Zequerum).

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Alfredo Assumpção: Uma vez terminada minha composição eu a entrego para um bom Produtor Musical que fará os arranjos, mixagem, masterização, back vocal, afinações etc. Tendo tudo sido aprovado por mim em cada fase. Com minha aprovação final da produção musical, minha música é passada à Berger Mobile (minha distribuidora em São Paulo), que cuidará de inscrevê-la na UBC, registrar em ECAD, pegar ISRC, registrar os créditos de arranjos e produção, de fonograma e de músicos participantes do projeto, incluindo os back vocals, para posteriormente distribuir minhas músicas nas plataformas digitais.

De minha parte, cuido junto ao meu Gerente de Marketing que prepara um videoclipe profissional da música para distribuição geral nas redes sociais e junto às minhas centenas de contatos de WhatsApp e Facebook. No Youtube tenho mais de 300 vídeos com minhas músicas, voz e violão, videoclipes e entrevistas em TV.

Além disso, busco contato com rádios que se predisponham a tocar artistas com bons conteúdos, independentemente de sucesso financeiro com a apresentação desses artistas. Enfim, rádios que queiram crescer audiência, buscando um público exigente, que goste de boa música. Radio X Audiência em sintonia com crescimento através de processo seletivo.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Alfredo Assumpção: A internet veio para ficar. É a segunda revolução industrial (primeiro foi a máquina a vapor) e que ajudou a humanidade em tudo. Só tenho a agradecer à internet. Possibilita-me lançar minha música no Brasil e ao mesmo tempo tê-la disponibilizada nos quatro cantos do planeta. Seja no Japão, EUA, Europa, América Latina ou África. Só temos a agradecer à internet. É uma senhora ferramenta impulsionadora de qualidade.

É importante que todo empresário, seja em que indústria estiver operando, incluindo a indústria musical, saiba tirar partido da ferramenta. Há que saber aproveitar a mudança pegando a melhor estrada no “turning point” que cada mudança nos traz. E, a cada 1,5 a 3 anos temos uma grande mudança no mercado. Esse é o mundo em que vivemos. Um mundo de mudanças.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Alfredo Assumpção: Qualquer gravação precisa ter os melhores equipamentos e a melhor ambiência tecnológica para se atingir grandes resultados. Há que saber tirar vantagem de tudo o que estiver disponível para o profissional. Em 2017/18 fiz um curso de produção musical (Pro-Tools). Fiquei absolutamente impressionado com o que tínhamos de recursos tecnológicos naquele momento para o cantor fazer uma boa gravação. Hoje, quase 10 anos mais tarde, imagine o que temos.

Novamente, repito-me, há que saber usar esses recursos em favor de uma boa gravação. Há que deixar de lado os preconceitos. Se temos milhares de loops disponibilizados para utilização, por que não usar?… Ora… se até Michael Jackson usava por que não usarmos? Lembro-me de que os Beatles deixaram de se apresentar ao vivo depois do LP Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band, tal foi a complexidade dos arranjos feitos pelo George Martin.

Em 2023 assisti novamente o Paul McCartney fazendo seu show (no Allianz Parque). Ora, ele apresentou tudo, absolutamente tudo o que tinha de mais difícil para os Beatles ao vivo, juntando, inclusive os demais componentes da banda no palco com imagens que os mostrava como se lá estivessem todos ao vivo. Posso lhe adiantar que assisti um show dos Beatles. A sonoridade, nem se fala. O que o ajudou? A tecnologia disponibilizada atualmente. Parabéns ao Paul. E, aqui no Brasil também já temos todas essas tecnologias à disposição do artista. Eu assisti uma grande cantora cantando com play-back. Enfim… tem pra todo gosto.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Alfredo Assumpção: Basicamente o artista não está mais gravando disco. Não temos mais equipamentos nos lares com tocadores de CDs. Então, gravamos singles e os lançamos em plataformas digitais. Depois criamos Playlists e as distribuímos. Como bem colocado, a concorrência é imensa. Então, fazer o marketing digital bem-feito é um grande diferencial para divulgação do trabalho do artista. Mas, efetivamente, não tenho a receita certa. Se a tivesse estaria no topo das paradas com minhas músicas.

Lembro-me de que essa pergunta foi feita ao Paulo Coelho com relação ao sucesso de seus livros. Ele disse que não sabia. Que tudo aconteceu como que por magia. Uma espécie de Boca a Boca. Então, há que contar também com sorte, Muita resiliência, competência, qualidade e sorte, sem nunca se esquecer da “sincronicidade”, pessoas certas que do nada surgem no seu caminho para lhe ajudar.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Alfredo Assumpção: Falando apenas de Brasil, o cenário mudou muito. Partindo dos anos 1950/1960. Tínhamos o samba-canção, o samba tradicional, de raiz, e ritmos nordestinos fazendo sucesso. Surge a Bossa Nova, a Jovem Guarda, O Sambalanço e o Samba Rock. Nos anos 1980 o rock brasileiro ganhou espaço. De lá para cá temos o domínio do sertanejo universitário. A Bossa Nova continua a mesma. Nada de novo. Ninguém sai e ninguém entra (risos).

O Roberto Carlos continua aí firme, com seus fiéis seguidores. Migrou da Jovem Guarda para se tornar um cantor romântico. Djavan era e continua maravilhoso. O samba enquanto nosso digno representante (brasileiro) continua firme e forte, em especial nas casas de música ao vivo.

Emílio Santiago e Seu Jorge foram as melhores revelações. Emílio faleceu muito cedo e Seu Jorge anda sumido. Vou parar por aqui para não ser injusto com alguém. Temos artistas visuais muito bons, onde enquanto houver corpo bonito, no palco fará sucesso. Gosto de outros artistas antigos, mas que, infelizmente, deixam a desejar por terem politizado sua arte. Não se deve ganhar dinheiro com ideologia política. Esses regrediram.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Alfredo Assumpção: Como em minhas bandas usavam-se instrumentos eletrônicos, não estava nem aí para o que estava rolando com o público. Podiam fazer barulho à vontade, discutir política, futebol ou religião que não nos afetavam. E, em nossas bandas, gostávamos tanto do que estávamos fazendo que tudo virava festa. Não me lembro de qualquer problema. Sempre fizemos um trabalho honesto e muito bom com músicas de sucesso da época. Éramos uma banda de rock e tocávamos 60 músicas numa noite de baile. Era só sucesso. No final ainda ganhava uma mina para uns beijinhos inocentes (risos).

Após minha aposentadoria quando resolvi tocar bossa nova prometi a mim mesmo que faria como João Gilberto. Seria voz e violão. Se alguém fizesse barulho deixaria o palco com o violão na mão. Refleti e desisti de seguir com esse estilo de carreira. Evidentemente que alguém iria criar confusão comigo. E, o que mais quero é sossego e felicidade (risos).

Nos momentos de festivais tem uma passagem que não esqueço. Inscrevemos 5 músicas num festival da canção. Todas eram composições de Alfredo Assumpção e Antonio Peçanha. Mas fizemos as inscrições com o nome de outras pessoas. Nada em nosso nome. Dez músicas se classificavam no sábado para apresentação e julgamento final delas no domingo.

Nossas músicas se classificaram, como vim a saber depois, do primeiro ao quarto lugar, tendo apenas uma delas ficado em sétimo lugar. No domingo já havia (não sei como) vasado para a cidade que as músicas eram composições minhas com o Antonio Peçanha. Resultado? Nenhuma de nossas músicas foi classificada entre as três primeiras, que ganhavam premiação financeira e troféu. Risos. Parece que nos achavam antipáticos. Acho que era o meu parceiro (risos).

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Alfredo Assumpção: Mais feliz é ouvir uma composição depois de produzida e perceber o quão linda ficou. É dividir esse prazer com meu parceiro e ver o olhar dele brilhar de contentamento. O que me deixa mais triste é não fazer dinheiro com nosso trabalho para que meu parceiro possa ficar mais feliz.

Sempre falo sobre ele nesse aspecto porque, graças a Deus, consegui conquistar muito com a carreira profissional que escolhi no mundo corporativo e como empresário. Sou muito bem-sucedido, graças a Deus, quem me deu muita saúde para eu ter muito trabalho e perseverança, dedicação e profissionalismo. Muito suor e lágrimas e depois muita celebração.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Alfredo Assumpção: Sim. Quem nasce com ouvido absoluto e afinado por natureza para cantar nasceu com o dom para a música. Caso do meu parceiro Antonio Peçanha. Qualquer sonoridade que faça com a boca soa música. Isso se chama dom. Em inglês temos uma palavra que define bem isso; skill. É aquela que se ajusta ao mecânico que ouve um barulhinho no motor do carro e sabe o que é e como arrumar. É muito parecido com o instinto de um animal. Em especial aqueles que fogem de um tsunami a tempo de salvar suas vidas.

Por outro lado, temos o que chamamos de inspiração. Sabe a ideia que surge do nada? E, que brota um projeto, brota um poema, brota uma música?… Quem envia essa mensagem é seu espírito. Quem a recebe é sua alma (crenças, valores, atitudes, personalidade), que em seguida a entrega ao corpo para materializar. Saber usar em equilíbrio espírito, alma e corpo é um dom que poucos têm. E, quanto mais você exercita esse dom melhores e mais rápidos resultados alcança. Pelé nasceu com o dom de jogar futebol, mas se não treinasse demais para aperfeiçoar ele não estaria aqui sendo lembrado por mim.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Alfredo Assumpção: É criar música do nada. Ter uma base que se repete e em torno dessa base criar e recriar sonoridade com seu instrumento ou sua voz incansavelmente, fazendo brotar melodia infinitamente bonita e de difícil repetição, em especial com muitos instrumentistas e cantores que parecem estar se auto desafiando, competindo todos contra todos, numa competição saudável cuja sonoridade soma para o ouvinte, que se encantará com tanta novidade em torno, às vezes, de um tema batido e simples.

Ouvir um Al Jarreau cantar “Mas Que Nada” do Jorge Bem (ou Benjor) e ouvir o Jarreau improvisando vai acabar chorando de tão lindo. Ithamara Koorax improvisando e duelando com um saxofonista (maestro) como eu a vi fazendo, é de chorar de alegria. Assistir um Richard Bona improvisando no seu contrabaixo, basicamente o transformando em harpa, é de babar. Enfim é criar o inusitado e bonito com a música. Sinfonia não planejada.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Alfredo Assumpção: Só é improvisação quando não for estudado e aplicado depois. Só o tema pode ser comentado antes. Às Vezes, pra ficar bom mesmo, somente aparece o tema quando o grupo que improvisará começar o tema. Se for um único artista, aplica-se o mesmo princípio.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Alfredo Assumpção: Estamos falando de Jam Section em se tratando de jazz. Uma Ella Fitzgerald jamais teve que estudar algo antes para improvisar no jazz. Se trouxermos para nossa realidade, Elis Regina e Elza Soares jamais precisaram ensaiar algo para improvisar. É evidente que temos artistas (até bons) que jamais conseguirão improvisar, posto que só fazem algo no palco depois de ensaiar à exaustão o que apresentarão. E, farão a mesma apresentação sempre da mesma forma.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Alfredo Assumpção: Harmonia musical é o sustentáculo da música. É o alicerce. Quanto mais você aprender sobre harmonia musical melhor será a performance da música. Mais estruturada ela se torna. E, mais firme se fará. No meu caso, costumo utilizar um acorde para cada compasso. Se sinto que a melodia pede para eu ficar no mesmo acorde (com o baixo marcando a mesma nota), procuro encontrar outros acordes da mesma família de acordes de forma a embelezar a estrutura musical, sem fugir da nota musical.

Mas evitando sempre deixar que fique semitonada a melodia sendo cantada pelo cantor. A, A7, A7+, A6, A7(13b), A7(13), etc… Aqui temos alguns exemplos do que falo usando o acorde Lá (A). Há que conhecer o máximo possível de acordes e a forma como utilizá-los para embelezar uma melodia sendo solada ou cantada. Em matemática, em especial matemática financeira, falamos muito de derivativos, A música tem também seus derivativos (risos).

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Alfredo Assumpção: Somente rádios sérias e honestas tocarão minhas músicas. Infelizmente essa é a realidade da indústria fonográfica. Com patrocinadores a música também poderá ser tocada. O difícil para o artista é conseguir o patrocinador. Outro dia recebi um convite de uma grande empresa brasileira para participar de um concurso interno que teriam para fazer a música campanha de sua marca. Participei. Em vão. Ganhador? Um grande compositor consagrado no Brasil e que teve a neta dele cantando a música. Percebe?… Temos muito disso ainda (risos).

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Alfredo Assumpção: Comece cedo. De preferência ainda adolescente. Estude-se. Descubra seus prós e contras. Aperfeiçoe seus prós. Veja se consegue desenvolver um pouco seus contras. Se, efetivamente não conseguir, mesmo que com estudo, desista. Se puder ir em frente, vá buscar um financiador para sua carreira. Participe de todos os festivais possíveis e imagináveis.

Cante em barzinhos ou praça pública. Suba em palcos para acostumar-se também com vaias. Ensaie muito. Seja sempre humilde. Nunca acredite que sabe tudo ou que é melhor que todos. Acredite. Atrás de uma montanha alta existe sempre outra mais alta. E, quanto mais alto estiver maior será seu tombo. Então seja humilde sempre. E, acredite, você sempre terá oportunidade de aprender mais. Se puder tocar um instrumento faça isso.

O Elvis Presley era um grande guitarrista. E, sinceramente, é um dos melhores cantores que vi atuar. Ele tocava aquela guitarra com poucos. E, era bonito demais. Acostume-se com o fracasso desde sempre. Prepare-se para desilusões. E, saiba gerenciar seu sucesso. Nunca se permita deixar de ser humilde. Todos os grandes eram humildes.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Alfredo Assumpção: Sim. Participe de todos. Se cobrarem inscrição, esqueça. Não querem revelar música boa ou bons cantores. Querem seu dinheiro. Mas, se não tiver taxa de inscrição, participe, sim. É uma forma até de desenvolver sua aptidão para palco. Você será aplaudido ou vaiado. Não importa. Tudo será semente plantada para colher mais tarde. É treinamento de graça. Aproveite, Se ganhar, seja humilde e não se ache o melhor. Humildade e carinho de mãe nunca fizeram mal a alguém.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Alfredo Assumpção: É pobre a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira. A grande mídia jamais poderia ter gravadora ou rádio. Só promove seus artistas. Enfim, no passado era melhor. Tínhamos umas boas dezenas de gravadoras no Brasil nenhuma filiada a nenhuma empresa chamada grande mídia. Lembra-se de Cauby Peixoto, Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Agnaldo Rayol, Agnaldo Timóteo?… para ficar com somente alguns? Pois é… era a época dos grandes cantores. Não havia grande mídia. Tenho certeza de que temos dezenas de grandes cantores no Brasil que não acontecem por desinteresse da grande mídia. Ela escolhe seu produto e como o trabalhar. Chupa o caldo e joga a bucha fora (risos).

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Alfredo Assumpção: Não acredito em nenhum deles. SESI e SESC são excelentes formadores de mão-de-obra especializada para indústria e comércio. E, Itaú?… não sei o que dizer. Realmente, estou muito por fora dessas três instituições voltadas ao mundo da música.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Alfredo Assumpção: Continuarei compondo, escrevendo poesia e meus livros. Continuarei distribuindo minhas canções, tanto em português quanto em inglês, tornando meu trabalho conhecido pelo grande público e por artistas renomados. Meu objetivo maior é ter minhas músicas gravadas no Brasil ou no exterior. Penso algo relacionado a cinema com meus livros. Estou tentando caminha com um projeto desses com um de meus livros, um romance chamado Baixo das Mangas.

33) RM: Quais seus contatos?

Alfredo Assumpção: www.alfredoassumpcao.com.br | [email protected]
| https://www.instagram.com/alfredo_assumpcao

| https://www.facebook.com/alfredoassumpcaomusica

| Canal: https://www.youtube.com/channel/UCeW2o5CabxgrToKVZYt3q0A

Meu Dengo (Flor De Laranjeira) – Alfredo Assumpção e Antônio Peçanha: https://www.youtube.com/watch?v=EF7RmzrSAQo

Documentário Sucesso é ser feliz! (por Alfredo Assumpção): https://www.youtube.com/watch?v=vpuKeq_Y48Q

Alfredo Assumpção – Poesia para você: https://www.youtube.com/watch?v=pJ_xonXpn8I

Alfredo Assumpção – Woman is inspiration: https://www.youtube.com/watch?v=3bXPnGUY5Ho

Alfredo Assumpção – Friend: https://www.youtube.com/watch?v=DOflZV3jqos

Alfredo Assumpção – Malandro da Lapa: https://www.youtube.com/watch?v=_843oqY0wEk

Alfredo Assumpção – Woman Poetry: https://www.youtube.com/watch?v=hZ15Mio8uXU

Alfredo Assumpção – Optimism in Love: https://www.youtube.com/watch?v=Kf7O2M6w_V0

Alfredo Assumpção – Dimensão do meu sorriso: https://www.youtube.com/watch?v=aQuBfRYoCNQ

Alfredo Assumpção – Village Tailor: https://www.youtube.com/watch?v=mgdY1VxYBIs

Alfredo Assumpção – Learning to kiss: https://www.youtube.com/watch?v=p6xoYT_mqMo

Alfredo Assumpção – LOVING SCHOOL: https://www.youtube.com/watch?v=_3BojtRcnJw

Alfredo Assumpção – Joy is given and received: https://www.youtube.com/watch?v=WVuUdr0_dWQ

Alfredo Assumpção – Memories: https://www.youtube.com/watch?v=RlF9zWLRAI8

Alfredo Assumpção – Love in Soul, Sex in Body: https://www.youtube.com/watch?v=BB3YfnyLeLY

Playlist by Alfredo Assumpção “Other”: https://www.youtube.com/playlist?list=PLpAZZafKoUu7cpK00jSguDmw30hBaD-fo


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.