More Oswaldinho Viana »"/>More Oswaldinho Viana »" /> Oswaldinho Viana - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Oswaldinho Viana

oswaldinho viana
oswaldinho viana
Compartilhe conhecimento

 

Bar Café Fubá é do cantor e compositor paulista Oswaldinho Viana, que é natural de Piraju, cidade do Interior de São Paulo.

Oswaldinho Viana tem um trabalho musical voltado para as tradições e costumes regionais. Fez várias apresentações pelo Brasil junto com o cantor e compositor paulista Renato Teixeira.

Quando se estalou na capital paulista para divulgar o seu trabalho e desenvolve uma atividade profissional paralela que foi a organização de um centro cultural na forma de um  Bar na Vila Madalena em 1990: O “Armazém Bar” que ficou no local por  nove anos, como um refugio daquelas pessoas que gostam da música regional e da comida, bebida da roça e queriam esquecer a poluição sonora da grande Metrópole.

Mas por motivos de ordem financeira, ele deslocou esse paraíso para o bairro do Ipiranga, região central de São Paulo. E nasceu em 2000, para alegria dos órfãos do antigo “Armazém Bar”, o “Bar Café Fubá” que mesmo sendo menor oferece o mesmo ambiente e tranqüilidade do outro.

Com um som privilegiado que agrada até os ouvidos exigentes de João Gilberto e uma seleção de artistas fazendo show e mostrando o melhor da MPB e da música regional.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Oswaldinho Viana para a www.ritmomelodia.mus.br , entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01.06.2001:

01) Ritmo Melodia: Fale do seu primeiro contato com a música.

Oswaldinho Viana: Eu sou natural de Piraju, interior de São Paulo; antiga São Sebastião do Tijuco Preto. Eu comecei com a música nem sei como. Porque quando menino, eu já vivia enfiado com a vitrola do meu pai. Agora mais seriamente quando comecei minha vida universitária.

Eu (Oswaldinho Viana) fiz Engenharia Civil em Mogi das Cruzes (SP). Então nessa época foi que eu comecei desenvolver meu trabalho musical. Participando dos Festival de Música Universitário. E tendo muito contato com gente da MPB e de lá pra cá eu vim trabalhando mais com o Violão e com a Viola caipira.

Minha iniciação foi essa. Eu também nessa época fui presidente do Diretório  Acadêmico. E trazia para fazer show na Universidade músicos como: Milton Nascimento, Chico Buarque, “Secos e Molhados”, Simone e Taiguara no começo dos anos setenta. Ganhei mais de sete Festival de Música.

02) RM: Quantos Discos você lançou?

Oswaldinho Viana: Eu parei com música durante mais ou menos dez para doze anos. Eu fazia uma outra função. Fui trabalhar em outro ramo de atividade, deixei a música profissionalmente e fique trabalhando com música paralelamente. Eu vim gravar meu primeiro disco em 1996: “São Sebastião do Tijuco Preto”.  É um disco regional, em que eu retrato coisas do interior de São Paulo e do Mato Grosso, também locais que eu mais convivi.

03) RM: Você com toda influência musical regional criou seu primeiro Bar  o “Armazém Bar” na Vila Madalena. Como foi essa experiência?

Oswaldinho Viana: O “Armazém Bar”, começou em 1990 na Vila Madalena região de Pinheiros. E a casa funcionou durante nove anos, como um espaço cultural musical, teatral e artes em geral. Lá tinha exposições em telas e tiveram vários projetos. Inicialmente com Janga Funkel, Gica e Ticão, Miltinho Edilberto, Chico de Abreu, Paçoca.

Era um Bar que tinha um palco modesto com  cento e sessenta lugares. Porém uma casa com toda característica para um público especifico. Passou nesses anos pelo “Armazém Bar”: Elomar, Xangai, Renato Teixeira, Almir Sáter, Rita Barroso, Ney Matogrosso, Renato Andrade, Célia e Celma e vários violeiros do Brasil. Eu tenho tudo arquivado que é muita coisa.

Quando não foi viável ficar na Vila Madalena devido à especulação imobiliária. Eu vim em 2000 para o bairro Ipiranga, porque  a casa é nossa. E aqui agente continua o projeto, meu velho. Estou engatinhando ainda para poder fazer realmente o que fazia lá.

04) RM: Oswaldinho Viana, O “Bar Café Fubá” é o protótipo do “Armazém Bar” em novo endereço? Desde Sonoridade e Estética? 

Oswaldinho Viana: Esse é um assunto primordial, a gente cuida disso em primeiro lugar. A gente quando vai a algum lugar para assistir algum show, mesmo que seja num Bar ou num Teatro. A gente fica preocupadíssima se vai escutar o show bem.

Aqui eu faço o máximo possível para deixar a qualidade do som nota dez. Montamos com muito carinho, visando à acústica dos instrumentos brasileiros. Quem vem se apresentar aqui com certeza sai satisfeitíssimo com a parte do som. E o artista comenta que escutou o som dele muito legal. E eu fiquei muito contente, porque a intenção é representar o máximo possível o real do instrumento e da voz, num ambiente que é um Bar.

Aqui não precisa pedir para parar de conversar na hora do show; isso que é legal. Porque existe esse clima, o pessoal já vem pro Bar sabendo do que se trata. Então eu não preciso chegar e pedir, “Bicho vai começar o show e pare de conversar”, não. A intenção é essa para quem trabalhar com música. A minha intenção de um espaço cultural, ainda não é aqui.

O visual do “Bar Café Fubá” é o mesmo do “Armazém Bar”; o pessoal comenta que mudou só  de endereço. Minha esposa Mariza é quem cuida do visual, da decoração a coisa de madeira rústica. Enfim o balcão de madeira, as mesas de palhinha. O pessoal que  vem aqui acha que está no interior.

O espaço físico estava semi-pronto, porque aqui era um restaurante da família da minha mulher. Então a gente trabalhou muito com madeira e tem violas penduradas, luminárias de lampião que funciona com parafina liquida, inclusive está ajudando muito por conta do apagão, coisa da roça mesmo.

Tem a Viola do Miltinho, meu camarada, do Zé Coco do Riachão que me deu de presente quando estava vivo. A viola do Miltinho que é um grande amigo, grande compadre e cantador.

Ele me ajuda muito no boca a boca que funciona muito, porque a mídia não é interessante, porque além da casa ser pequena você nunca vai selecionando o público. Palco a Mariza teve uma ideia genial de decorar como se fosse uma sala de uma casa do interior. Tem a janela, a paisagem no fundo, os quadros, à rede, a Nossa Senhora Aparecida, no cantinho que é minha santa.

As bandeirinhas. Na entrada é como ser fosse a sala de visitar, tem um sofá que o pessoal senta para tomar um cafezinho, come uns docinhos. Tem um chapeleiro, local para guardar o guarda-chuva. É isso ai.

05) RM: Bar é como um Oásis numa grande metrópoles e recebe um público fiel?

Oswaldinho Viana: Olha meu compadre, eu apostei muito na ideia quando montei o “Armazém Bar” na Vila Madalena. Essa ideia que eu sempre apostei. Porque esse público existe, é fiel e vem. Essa historia de você ter um bar com essa filosofia dentro de uma metrópole é raro. E não existe outro em São Paulo e se tive me fala que eu não conheço.

O “Armazém Bar” foi o único durante nove anos, dessa forma. Quem vem tocar aqui,  fala que conseguiu dar o recado musical aqui, independente da parte comercial da história. É a parte cultural que é interessante. Aqui temos só setenta e seis lugares é menor que o outro mais funciona bem. A Mariza faz um bolo de Fubá, que é receita dela.

É um bolo diferente. A gente faz o café no coador, é um café que vem da minha terra Piraju, café torrado na roça. Isso para quando a pessoa começa se manifesta que vai embora, a gente serve um café com fubá na sala de saída.

Então essa turma que sabe do que se trata e os órfãos do “Armazém Bar” quando descobrem vem para cá. O bairro Ipiranga já tem uma tradição de muitos restaurantes, bares. Mas não é um local de tradição de vida noturna. O pessoal acha maravilhoso a tranqüilidade, é fácil de chegar e de estacionar, temos uma equipe de segurança. É tranqüilidade para quem quer sai de casa é não quer sentir o agito da Metrópole.

Contatos do Oswaldinho Viana:

Rua Ouvidor Portugal, 920 – Vila Monumento-SP \ [email protected]

https://www.facebook.com/oswaldinhoviana


Compartilhe conhecimento

Deixe um comentário

*

Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.