More Stênio Aragão »"/>More Stênio Aragão »" /> Stênio Aragão - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Stênio Aragão

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O cantor, compositor, percussionista e artesão Stênio Aragão, sua experiência com a arte musical começou aos 10 anos de idade.

Morou em duas sedes de Bumba Boi e participava dos ensaios do Sotaque de Pindaré e do Zabumba e se encontrou com o som dos batuques. Começou a tocar o violão como autodidata e suas influências musicais são: MPB, Rock dos anos 80, MPB e som raiz. Influenciado pela obra de Zeca Baleiro, Papete, Gerson da Conceição, Lenine, Chico César.

Passou pela vertente do rock e formou uma banda, mas depois se encontrou com o Jazz, Reggae. Em 2008, participou do Festival Universitário de Reggae (Unireggae) realizado pela UFMA – Universidade Federal do Maranhão. A música Pescador, uma música que fala da lenda da serpente.

Fez curso de percussão em Feira de Santana na Bahia e com 20 anos de carreira musical, principalmente da cena musical de São Luís – MA, com seu trabalho autoral.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Stênio Aragão para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 14.10.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e cidade natal?

Stênio Aragão: Nasci no dia 28/08/1981 em Corumbá – Mato Grosso do Sul. Mas cheguei criança na ilha do reggae (São Luís – MA). Registrado como Stênio de Jesus Aragão Monteiro.

02) RM: Conte como foi o seu primeiro contato com a música.

Stênio Aragão: Meu primeiro contato foi aos 12 anos de idade, eu participava dos ensaios de bumba boi da baixada e zabumba. Destacava-me tocando pandeirão. Os mais velhos gostavam de me ver tocar. O presidente do boi ia pedir para minha avó, para eu acompanhar o boi nas apresentações.

03) RM: Qual a sua formação musical e acadêmica fora música?

Stênio Aragão: Sempre toquei percussão, morei em Feira de Santana na Bahia e fiz um curso com o professor Zé Das Congas pela Universidade de Feira de Santana. Eu já tocava violão com batida mais percussiva e tiro variedades de sons no corpo do violão!

Fora da música, sou artesão, faço esculturas de barro, trabalho com troncos de madeira, pinturas em telhas e com materiais de reciclagens.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?

Stênio Aragão: Influências do reggae internacional: Bob Marley, Cedric, The Congos, Steel Pulse, Clinton Fearon. Regueiros brasileiras: Edson Gomes, Santa Cruz, Banda Guetos, Banda Ponto de Equilíbrio, Banda Mato Seco, Daniel Profeta. 

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Stênio Aragão: Comecei me apresentado nos bares da Praia Grande em São Luís – MA, tocando percussão e cantando minhas músicas autorais. Em 2008, participei do Festival Universitário de Reggae (Unireggae) realizado pela UFMA – Universidade Federal do Maranhão com a música Pescador, hoje com o título Serpente do Mar, a letra fala sobre a lenda da serpente. Comecei atuando na nossa cultura local e nossos ritmos. Depois atuei em banda de rock, com influência de bandas como Led Zepplin, Janis Joplin, Nirvana, Jazz, Blues e mergulhei no reggae de vez!

06) RM: Quantos álbuns lançados?

Stênio Aragão: Em 2008 eu gravei meu primeiro álbum – A voz do Gueto.

07) RM: Como vocês definem o estilo dentro da cena reggae?

Stênio Aragão: Meu reggae é roots e de protesto.

08) RM: Como você se define como cantora/intérprete?

Stênio Aragão: Busco sempre conhecer mais do reggae nacional, as vezes faço uma interpretação dos cantores de reggae do maranhão e canto muito as músicas do Edson Gomes!

09) RM: Quais os cantores e cantoras que você admira?

Stênio Aragão: Cantores que curto muito: Edson Gomes, Nengo Vieira, Santa Cruz, Gerson Da Conceição, Célia Sampai, Serginho Barreto.

10) RM: Qual seu processo de compor música?

Stênio Aragão: Minhas composições chegam sem avisar (risos). Primeiro, vem as experiências da vida e depois quanto estou tocando violão; a melodia chega junto com a letra, todas letras relatando vida real.

11) RM: Quais são seus parceiros na criação de música?

Stênio Aragão: Até hoje não tive parceria nenhuma (risos).

12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical independente?

Stênio Aragão: Desenvolver uma carreira musical independente traz dor, alegria, choro, não sei bem explicar isso. Só sei que dói muito não ter recursos para investir na própria carreira. Vendo artesanato na rua, faço bicos, para tentar fazer valer minha arte!

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical?

Stênio Aragão: A internet ajuda muito, fazer música no Brasil é caro, amo fazer música e fazer arte em geral. A minha vida é da música e da arte!

14) RM: Como você analisa o cenário reggae brasileiro? Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Stênio Aragão: O cenário do reggae Brasil está muito bom! Mas infelizmente no Maranhão tem poucas bandas de reggae e poucos cantores que cantam reggae nacional. Falta mais artistas cantar o reggae em português, mas fora isso o cenário reggae está cada dia melhor! 

15) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Stênio Aragão: Em minhas situações de carreira: cantei e não recebi. Já paguei para cantar. Já fui enganado em duas gravações de álbuns.

16) RM: O que deixa você mais feliz e mais triste na carreira musical?

Stênio Aragão: Fico feliz quando consigo levar minha música para o povo. E fico triste por muitas das vezes, não receber o meu cachê e quando recebo mau supri algumas os pagues e pegues da vida.

17) RM: Você acha que as suas músicas tocaram nas rádios sem pagar o jabá?

Stênio Aragão: Minhas músicas nunca tocaram na rádio, mas busco condições para gravar com mais qualidade técnicas minhas músicas.

18) RM: O que vocês dizem para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Stênio Aragão: Para quem quer trilhar uma estrada musical é nunca desistir. Faça de tudo e não escute os familiares, amigos que dizem que a música não é para você! Nunca pare de cantar! Nunca pare de acreditar!

19) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com o uso da maconha?

Stênio Aragão: O reggae é livre e a maconha também (risos), então nem todas as pessoas que gostam de escutar reggae, fuma maconha! Tem regueiro que não fuma maconha, mas usa cocaína.

20) RM: Você é adepta a religião Rastafári?

Stênio Aragão: A minha religião é a liberdade, o respeito e o amor aos pobres dessa terra!

21) RM: Os adeptos a religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa essa afirmação?

Stênio Aragão: O reggae não tem dono, o reggae é livre e o reggae é rebelde!

22) RM: Na sua opinião porque o reggae no Brasil não tem o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Stênio Aragão: Puro preconceito no Brasil, vivemos em um país hipócrita, por isso o reggae não tem tanto prestígio como tem na Europa.

23) RM: Nos apresente a cena musical reggae de São Luís?

Stênio Aragão: A cena musical reggae em São Luís precisa se organizar e fazer mais eventos, ter mais espaço para cantar mais reggae nacional e ter mais bandas tocando reggae em português.

24) RM: Quais as diferenças das Radiolas de São Luís?

Stênio Aragão: Não curto radiola de reggae (risos).

25) RM: Nos espaços ou clubes que tocam as Radiolas tem espaço para banda tocar?

Stênio Aragão: No passado não tinha, mas está acontecendo esporadicamente, mas eu acho que não combina muito. A cultura de Radiola reggae não tem muito a ver com banda nacional e quase não toca reggae nacional nos eventos de radiolas. Nada contra as Radiolas, mas em show de banda de reggae não deve ter Radiola.

26) RM: Existe rivalidade profissional entre os donos de Radiolas e as bandas e cantores (as) de reggae em São Luís?

Stênio Aragão: Creio que sim! 

27) RM: Na letra Magnatas e Regueiros da Tribo de Jah. É relatado que os Magnatas, que são os donos de Radiolas, só pensam em Dinheiros, ou seja, no lucro do baile e não estão se importando com os regueiros nem com o reggae. O que você me diz dessa realidade local?

Stênio Aragão: A cultura de Radiola reggae sobrevive sem depender de banda de reggae, por isso, creio que a cultura banda e de cantores que cantam reggae nacional deve se organizar para o crescimento do movimento banda de reggae com mais shows. A cultura de Radiola Reggae está pronta a muitos anos, porém a cultura banda de reggae no Maranhão está engatinhando (risos).

28) RM: O que justifica São Luís ser conhecida como a Jamaica Brasileira?

Stênio Aragão: Isso eu dou o mérito as Radiolas de Reggae (risos).

29) RM: O reggae em São Luís é dançado agarradinho. Quais os motivos que levaram a essa característica local? Seria a semelhança do ritmo reggae com o Xote?

Stênio Aragão: A diferença que os artistas no Maranhão canta mais reggae jamaicano e em inglês. Pouco reggae nacional no São Luís – MA. Precisamos fazer crescer o movimento reggae com bandas que cantam o reggae nacional. 

30) RM: Os shows de reggae no Sudeste a presença maior é de jovens e em São Luís tem pessoas de várias idades. Quais os motivos levaram a essa característica local?

Stênio Aragão: O dom musical é um presente do universo e de Deus. Tudo vira música, cada canto, cada toque de música no instrumento musical. 

31) RM: A receptividade dos regueiros de São Luís é a mesma para com os músicos e bandas de reggae de outro Estado/Cidade?

Stênio Aragão: Cantar com banda é tudo de bom! E uma arma musical mais poderosa! Uma bomba explodindo a Babilônia (risos).

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Stênio Aragão: Meu projeto futuro é gravar um EP e um clipe e participar do evento República do Reggae em Salvador – BA, entre outros eventos.

33) RM: Quais os seus contatos para show e para os fãs?

Stênio Aragão: (98) 98156 – 2481

| https://www.instagram.com/aragaostenio 

LIVE STÊNIO ARAGÃO #ConexaoCulturalMA #GovernodoMarahao #SECMA: https://www.youtube.com/watch?v=0CtDE3jnSNM


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  1. Do rock ao reggae, que trajetória bacana! Ótima entrevista! Muito bom conhecer tantos artistas talentosos através da Ritmo Melodia.

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.