Nádia Campos é cantadeira, compositora, pesquisadora, educadora e produtora. Canta desde os seis anos de idade. Sua voz não tem fronteiras. Caminha com seu violão aprendendo e soltando trovas de muitas partes.
Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. O amor pelas coisas simples lhe conduziu pelas raízes brasileiras e latinas. Recorreu diversos rincões pesquisando ritmos, cantos e tradições.
Estudou em algumas escolas de música e fez da própria vida sua principal escola. Participou de diversos trabalhos de outros músicos desde os seus nove anos com Rubinho da Vale, Dércio Marques. Circulou por várias partes do Brasil, América Latina e Europa com sua arte. Tem três álbuns gravados “Porque Cantamos”, “Cantigas de Beira Rio” e “Luz Peregrina”.
Como arte educadora já participou de diversos projetos levando mensagens socioambientais através da música em parceria com várias instituições dentre elas UNESCO, MEC, SESC, Universidades, ONGs.
Como produtora é co-organizadora do Festival Pedra Branca de Violas e Sonhos, organizou o evento “Gracias a la Vida- 100 anos de Violeta Parra em Belo Horizonte”, é organizadora do Festival Meninar, a Cultura das Infâncias, dentre outros.
Em 2021 o seu videoclipe produzido em parceria com Guilherme Melo recebeu o Prêmio da Respirarte da Funarte. Neste mesmo ano foi indicada e ficou como uma das finalistas do Prêmio Profissionais da Música na categoria melhor intérprete em cultura popular.
Teve seu terceiro álbum “Luz Peregrina” em terceiro lugar de melhor álbum de música regional de Minas Gerais no Prêmio da Música Mineira pela rádio Inconfidência.
Em 2022 recebeu o prêmio “Mulheres Criativas” da Secult Poços de Caldas. Em 2023 seu videoclipe “Universo em Expansão” também foi selecionado e premiado pela convocatória Energia da Cultura.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Nádia Campos para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 12.02.2024:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Nádia Campos: Nasci no inverno em 1986 em Belo Horizonte – BH.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Nádia Campos: Desde criança. Canto desde os seis anos de idade. A primeira apresentação foi nesta idade ao lado do músico Rubinho do Vale.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Nádia Campos: Estudei em algumas escolas de música. Uma foi a Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte – MG.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Nádia Campos: Tudo que nos perpassa ou perpassou tem importância. Tudo que carrega verdade, identidade e beleza é digno de admiração e acaba nos influenciando de alguma forma.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Nádia Campos: Desde os seus anos de idade.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Nádia Campos: “Luz Peregrina”, “Cantigas de Beira Rio” e “Porque Cantamos”.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Nádia Campos: Tem uma ligação com as músicas de raiz, mas tem ligação com música do mundo. Difícil para mim definir. Tem gente que chama de regional, mas não vejo assim.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Nádia Campos: Sim.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Nádia Campos: Importante para ter consciência dos processos da voz, mas sem ficar preso à técnica.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Nádia Campos: Vários! Consuelo de Paula, Fernando Guimarães, Socorro Lira, Daniela Lasálvia, João Arruda, etc, etc etc…..
11) RM: Como é seu processo de compor?
Nádia Campos: Às vezes é muito espontâneo, as vezes um processo de se propor e focar em compor.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Nádia Campos: João Bá e Guilherme Melo.
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Nádia Campos: Os prós é que você vai seguindo seu fluxo e sua intuição. O contra é que você não tem grandes investimentos, tem que suar muito para investir, divulgar.
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Nádia Campos: Como qualquer trabalhador autônomo requer planejar e organizar o trabalho em todas as etapas.
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você prática para desenvolver a sua carreira musical?
Nádia Campos: Tenho uma empresa de produção cultural.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Nádia Campos: Ajuda muito, assim como em outras profissões.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Nádia Campos: Não vejo desvantagem. Isso pode facilitar o processo de registro e de quebra de monopólios.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Nádia Campos: Eu ignoro a lógica competitiva e faço arte da maneira que acredito e ponto.
19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Nádia Campos: Vejo que o Brasil possui uma riqueza cultural gigante. Muita gente boa, fazendo coisas maravilhosas por todos os lados. Acredito que assim como na agricultura e em outros setores de produção se quebrarmos os monopólios tem espaço para todo mundo.
20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?
Nádia Campos: Ah todo artista já passou por diversas situações indo “aonde o povo está”. Com o tempo a gente vai aprendendo ao que dizer não e sim, aprendendo a fazer acordos, contratos.
21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Nádia Campos: Poder trabalhar com ARTE e manter ela presente na minha vida.
22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Nádia Campos: Acho que existe o gostar de fazer, o acreditar em si, o querer fazer e o fazer com dedicação.
23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
Nádia Campos: É como quando você vai para a cozinha com fome e não sabe bem o que fazer, não planejou. Olha para os ingredientes que tem e faz o melhor que pode com dedicação.
24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Nádia Campos: Existe.
25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Nádia Campos: Se for feito por quem sente que tem que fazer assim, não vejo contra.
26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Nádia Campos: Acho que não existe contra. O estudo é sempre enriquecedor!
27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Nádia Campos: Não tenho conhecimento sobre esse assunto.
28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Nádia Campos: Lembre-se que você é um (a) trabalhador (a) da cultura.
29) RM: Festival de Música revela novos talentos?
Nádia Campos: Não tenho conhecimento.
30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Nádia Campos: É uma cobertura em geral com uma estética muito brega, pouco relacionada com a identidade nacional.
31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Nádia Campos: Contribuem para promover e difundir parte da riqueza cultural do nosso país.
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
Nádia Campos: São muitos… tem projetos para uma vida inteira e mais (risos). Projetos de circulação de shows, de criação, gravação, arte educação, encontros.
33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Nádia Campos: [email protected]
Canal: https://www.youtube.com/@NadiaCamposMusica/about
Entre Mouro e o Cristão – Nádia Campos, Fernando Guimarães e Guilherme Melo: https://www.youtube.com/watch?v=YlozbS0Kp68
