O poeta, letrista, roteirista e compositor gaúcho Carlos Di Jaguarão é formado em Publicidade e Propaganda pelo curso de Comunicação Social de Pelotas – RS, depois dessa primeira experiência, começa a escrever aos 18 anos de idade participando de algumas coletâneas e mostras culturais.
A partir do ano de 2009 conhece a cantora, compositora e violonista Simone Guimarães e apresenta sua “Trilogia da Sereia”, série de três intensos poemas. Nos anos de 2010 e 2011 viaja algumas vezes ao Rio de Janeiro onde aproveita para conhecer e fazer amizade com diversos artistas, amigos e parceiros, dentre eles: Célia Vaz, Dulce Quental, Miúcha, Ricardo Cravo Albim, Tibério Gaspar, etc.
A suíte musical “Trilogia da Sereia” (Anseios e Estrela do Mar de Yemanjá), ambas escritas por Carlos na praia de Canoa Quebrada-CE no ano de 1994 (e completadas em 2010), são gravadas profissionalmente no ano de 2013 para o álbum da cantora Simone Guimarães, intitulado “Clarice” em que presta uma homenagem à escritora Clarice Lispector. Neste disco, grandes participações como Miúcha, Danilo Caymmi, Ana de Hollanda, Paulo Jobim, Ilessi Silva, Novelli, dentre outros.
Em 2012 participa do show comemorativo aos 50 anos de carreira de Milton Nascimento, padrinho musical da compositora Simone Guimarães. Simone foi convidada para acompanhar o compositor mineiro em duas canções dividindo o palco com outro parceiro de Milton, Lô Borges. Nesta ocasião, Carlos aproveita para estreitar seus laços com os mineiros do Clube da Esquina. O compositor tem uma série de parcerias prontas para um futuro registro fonográfico da dupla “Simone e Carlos”, que inicialmente o álbum se chamaria “Deuses e Homens”, sendo posteriormente intitulado como “Sinhá – Vida”.
A partir da parceria com a compositora Simone Guimarães as portas da MPB abrem-se em definitivo para o poeta gaúcho, que no seu rol de parceiros, já conta com o sambista carioca Moacyr Luz (um dos maiores sambistas brasileiros); parceiro de Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Luiz Melodia, Martinho da Vila, etc.
Com o compositor carioca Moacyr Luz, no ano de 2014, Carlos Di Jaguarão tem uma série de poesias musicadas que fazem parte de um projeto chamado “Cartas Africanas” em que duas delas são gravadas na Itália pela compositora Francesca Ajmar e seu conjunto de Bossa-Jazz.
Em 2015 produz e apresenta o programa Histórias da MPB com pausa poética em colaboração com os alunos do curso de letras da Unipampa.
Em 2016 participa com a composição “Sinhá – Sinhô”, do CD-DVD do conjunto Dobrando a Carioca (Moacyr Luz, Guinga, Jards Macalé, Zé Renato).
Ainda em 2016, “Avenida Musical Norte-Sul”, CD em parceria com o compositor do Pará Nilson Chaves chega ao mercado fonográfico. Neste disco, grandes participações da música amazônica e parceria poética com a poeta Sonya Prazeres.
Em 2017 tem várias músicas gravadas com participações de Novelli, Clarisse Grova, Lucina, Jane Duboc, Mariana de Moraes, Cayê Milfont, entre outros.
No mesmo ano, Di Jaguarão e Moacyr Luz lançam o CD – “Cartas Africanas” com participações de Rildo Hora, Carlos Malta, Rafael dos Anjos Amorim, Nicolas Krassik, Bebê Kramer, entre outros, e gravados nas vozes de Lu Oliveira, Nego Álvaro e do próprio Moacyr.
Entre os anos 2019 e 2020, o autor lança conjuntamente com Simone Guimarães o CD “Sinhá-Vida”, que conta com participações vocais e instrumentais de Paulo Jobim, Jane Duboc, Danilo Caymmi, Miúcha, Ana de Hollanda, Antonio Adolfo, Antonio Carlos Marques, Zé Renato, Nelson Angelo, Novelli, Mariana de Moraes, Kiko Continentino, entre outros artistas. No mesmo disco a faixa extra (bônus track) tem autoria de Tuca Zamagna e Davyd Tygel com interpretação de Toninho Horta e Regina Belisário. O escritor Tuca Zamagna foi o responsável pela aproximação entre Simone e Carlos.
Em 2020, em parceria com o compositor mineiro Nelson Angelo, em que escreve as letras do CD – “Cantos Espirituais” onde os ritmos do “Spiritual Jazz” mescla-se a ritmos nacionais. Nesse mesmo ano começa projeto com o compositor paulista Luiz de Aquino radicado na cidade de Paris onde suas poesias adquirem uma sonoridade mais popular.
No mesmo ano novas parcerias vão surgindo com os artistas Lysias Ênio, Chico Lobo, Eudes Fraga, Jane Duboc, Kiko Continentino, Rogério Batalha, Paulinho Pedra Azul, Marcelo Sirotheau, Agenor de Oliveira, Clarisse Grova, entre outros.
Entre as músicas já gravadas e ainda não lançadas de suas poesias, encontram-se parcerias com Kay Lyra, Sonya Prazeres, Cayê Milfont, Lucina e interpretações de Áurea Martins, Maurício Maestro, Ceumar e outros artistas.
Kay Lyra, filha do compositor Carlos Lyra (um dos ícones da Bossa-Nova), também é parceira musical do poeta gaúcho Carlos Di Jaguarão com a música “Jorge-Ogum”; gravada com arranjos do compositor Maurício Maestro, do conjunto Boca Livre e a sambista Áurea Martins.
A carioca Jozy Lucka, Lúcio Gregori, Sonya Prazeres, Cayê Milfont, Novelli, também aparecem na lista de parceiros e intérpretes de Carlos Di Jaguarão.
Carlos Di Jaguarão comenta ainda que seu nome artístico, deve-se ao fato de ser seu primeiro nome, acrescido de sua cidade além de ser também uma homenagem ao pintor Di Cavalcante.
Os compositores Tom Jobim, Márcio Borges, Nélson Coelho de Castro são suas grandes referências musicais, e na poesia Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa e João Cabral de Melo Neto.
Carlos Di Jaguarão gosta de classificar seu estilo de poesia como Surrealismo Sincrético, escrevendo seus temas com grande sensibilidade captando e retraduzindo cenas do cotidiano rural e urbano, lendas e personagens reais e fictícios da cultura brasileira e mundial.
Carlos Di Jaguarão publicou um livro com 200 poemas: “O Surrealismo Sincrético do Di”. A publicar: Cavalos Urbanos, Bits, O fantástico Mundo Maravilhoso do Di, Popularidade, Revista Ampliada, Sub – mundos do Di.
Carlos também roteirizou e apresentou programas de rádio no Sul do Brasil chamado, Histórias da MPB, e roteirizou alguns curtas-metragens.
Conjuntamente com o idealizador da Feira do Livro em Jaguarão, professor Cleo Severino, participou através da Câmara Júnior de Jaguarão (entidade da qual foi presidente por duas vezes), e de todas as Feiras bi-nacionais do Livro; Evento este que ocorre em parceria com a cidade de Rio Branco do Uruguai e já se encontra em sua 4ª edição.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Carlos Di Jaguarão para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 30.08.2023:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Carlos Di Jaguarão: Nasci no dia 19/05/1971 em Pelotas – RS. Registrado como Carlos Treptow Marques. Sou filho do escritor gaúcho Antônio Carlos Rodrigues Marques, autor de vários livros publicados, e da pelotense Liana Treptow Marques.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Carlos Di Jaguarão: Meu primeiro contato com a música se deu através do rádio, onde ouvia muita música de qualidade, no final da década de 70, sempre prestando mais atenção nas letras que nas melodias.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Carlos Di Jaguarão: Sou formado em Publicidade e Propaganda pelo curso de Comunicação Social de Pelotas – RS.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Carlos Di Jaguarão: Sempre escutei muita música de Bossa Nova e MPB, Tom Jobim principalmente, Vinícius de Moraes e João Gilberto. Escutava muito vinil de World Music, música latino-americana, MPB. Hoje deixei, um pouco de escutar músicas Latino – Americanas, embora não deixe de admirá-las.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Carlos Di Jaguarão: Minha carreira de poeta, surgiu aos nove anos de idade (1980), através de mensagens psicografadas, depois aos 19 anos (1990) comecei a escrever alguns poemas. E lá pelo ano de 2008, comecei a ter contato, através do Facebook com compositores e compositoras, sendo Simone Guimarães a primeira a criar melodia para um de meus poemas.
06) RM: Quantos CDs lançados?
Carlos Di Jaguarão: Tenho cinco CDs onde participo em todas as letras, são eles, Sinhá – Vida com Simone Guimarães. Cartas Africanas com Moacyr Luz, Avenida Musical Norte – Sul com Nilson Chaves, Cantos Espirituais com Nelson Angelo, Outras Praias com Luiz de Aquino. Também participo como poeta / letrista em inúmeros CDs: Chico Lobo, Dobrando a Carioca (Jards Macalé, Guinga, Moacyr Luz e Zé Renato), Francesca Ajmar e seu conjunto de Bossa Jazz, Kay Lyra, Lucina, Cayê Milfont, dentre outros.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Carlos Di Jaguarão: Defino meu estilo de letra como Surrealismo Sincrético.
08) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Carlos Di Jaguarão: Admiro Roger Hodgson (Supertramp), João Gilberto, Cauby Peixoto, Dolores Duran, Elis Regina, Nelson Coelho de Castro, dentre outros.
09) RM: Como é seu processo de compor?
Carlos Di Jaguarão: Frenético e, muitas vezes, quase psicografado, tenho mais de 1000 poemas, destes, cerca de 100 gravados com arranjos.
10) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Carlos Di Jaguarão: Meus parceiros de Composição são inúmeros, faço letra sozinho e a quatro mãos com por exemplo Paulinho Pedra Azul, Lysias Ênio, Luiz Coronel, Genésio Tocantis, Rogério Batalha, Sonya Prazeres, dentre outros. Meus parceiros musicais são vários também: Moacyr Luz, Nelson Angelo, Simone Guimarães, Nilson Chaves, Luiz de Aquino, Eudes Fraga, Chico Lobo, Kay Lyra, dentre outros.
11) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Carlos Di Jaguarão: Os pró da carreira independente é ter mais liberdade de criação e o contra é a falta de estruturas de divulgação.
12) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Carlos Di Jaguarão: Através da Internet, por morar em Jaguarão na fronteira sul, vizinho ao Uruguai, um local muito longe, me proporciona fazer todas as parcerias musicais.
13) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Carlos Di Jaguarão: A tecnologia de gravação em home estúdio populariza o lançamento de músicas, mas, perde-se no aspecto qualitativo.
14) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Carlos Di Jaguarão: Procuro criar um estilo próprio nas letras que escrevo.
15) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Carlos Di Jaguarão: O cenário da Música Polar Brasileira atual é de descoberta de grandes talentos, de diversas regiões do país, que surgem e aparecem através da Internet nas mídias sociais, rádios webs, You Tube, plataformas digitais e outros canais. Inúmeros artistas de grande qualidade vão sendo descobertos pelo Público, já farto dos gêneros massificados pelas Rádios comuns e TVs.
16) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?
Carlos Di Jaguarão: Não sou cantor, faço somente letras, eventualmente participo em algum show de parceiros, recitando poemas. Não presenciei nenhuma situação citada na pergunta nem inusitada ainda. Na arte de escrever, eu sonho com letras, ritmos, escuto melodias e poemas, numa espécie de psicografia.
17) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Carlos Di Jaguarão: Quando um poema meu ganha melodia e se torna canção, isso me dá grande alegria. E quando a canção é gravada e me dou conta que poderia ter trocado alguma palavra, fico achando que algo poderia ter saído melhor.
18) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Carlos Di Jaguarão: O Dom musical vem do Espírito, ou você tem ou não tem.
19) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
Carlos Di Jaguarão: Improvisação Musical vem da qualidade do instrumentista / Cantor / Letrista.
20) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Carlos Di Jaguarão: A improvisação dá o Tom certo em muitas canções, desde que os integrantes tenham espírito musical.
21) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Carlos Di Jaguarão: Só vejo vantagens nas improvisações se os integrantes tiverem qualidade musical ou literária.
22) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Carlos Di Jaguarão: Quanto a Harmonias musicais, tem o método e tem o dom, juntando-se ambos pode-se chegar ao sublime.
23) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Carlos Di Jaguarão: As músicas boas são eternas, podem tocar independente de Jabá.
24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Carlos Di Jaguarão: Para se trilhar uma carreira musical é necessário ter um estilo próprio, dom e treino.
25) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Carlos Di Jaguarão: A grande mídia, foca nos produtos mais comerciais, aliás, ela já não é mais uma grande mídia. A internet segmentou a audiência e proporcionou aos ouvintes música de melhor qualidade.
26) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Carlos Di Jaguarão: Os espaços do Sesc e do Itaú Cultural são importantes polos difusores de artistas novos de excelente nível, bem como, os mais antigos.
27) RM: Apresente seus livros.
Carlos Di Jaguarão: Publiquei um livro com 200 poemas “O Surrealismo Sincrético do Di”. A publicar: Cavalos Urbanos, Bits, O fantástico Mundo Maravilhoso do Di, Popularidade, Revista Ampliada, Sub – mundos do Di .
28) RM: Quais os seus projetos futuros?
Carlos Di Jaguarão: Meus projetos futuros são ampliar espaços para os artistas nas mídias, junto ao grupo de WatsApp que criei – Uma Terra Só. Gravarei um álbum com parceiros que conheci no grupo. E gravarei um álbum em que sou o autor da letra e da melodia. Quero aumentar a produção de músicas para filmes e seguir fornecendo boas e diferenciadas letras e poemas aos meus parceiros musicais.
29) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Carlos Di Jaguarão: Meus contatos são: (53) 93300 – 1133 | [email protected]
| https://carlosdijaguarao.com.br
| https://www.instagram.com/carlosdijaguarao | https://www.facebook.com/carlos.dijaguarao | No grupo de WhatsApp – Uma Terra Só.
Canal: https://www.youtube.com/@yaguaru1971
Ingazeiro – Carlos Di Jaguarão e Simone Guimarães: https://www.youtube.com/watch?v=0R0WB_JIDzM
Playlist do álbum Outras Praias: https://www.youtube.com/watch?v=rI81LCk3UoQ&list=PLyRcs3WZq0PhLXkcMjcbHDST1RW0BkNHz
Playlist do álbum Cantos Espirituais com Nelson Angelo: https://www.youtube.com/watch?v=C58TJiWdrKA&list=PLyRcs3WZq0Phh6PqTx4J_4Qe3bdND3t2t
Playlist do álbum Cartas Africanas com Moacyr Luz: https://www.youtube.com/watch?v=YqqtiG7kcjM&list=PLyRcs3WZq0PgFpgK7l33yZxTPkI-_48K3
Playlist do álbum Sinhá Vida com Simone Guimarães: https://www.youtube.com/watch?v=AWWMNDBgq0E&list=PLyRcs3WZq0Pix124TjPJ9FBTmg3Ocr6V9
Entrevista para o Tons do Brasil: https://youtu.be/1ChhGlxUtJI?si=x4gu3njlp7PhC217
Di e ANTONIO, parabens pela entrevista!
MUITO ELUCIDATIVA DE SUA CARREIRA COMO COMPOSITOR. ALIÁS, QUE CARREIRA BRILHANTE. FELIZ DE TE-LO COMO AMIGO. SUCESSO SEMPRE. PARA AMBOS.
Parabéns, maravilhoso conhecer artistas através da revista Ritmo e Melodia
Grande Di Jaguarão, extensa obra tal qual poemas vindos do coração. Este programa está maravilhoso, Antonio.
Que entrevista maravilhosa, rica e diversa como o é o SURREALISMO SINCRÉTICO do DI JAGUARÃO! Parabéns, CARLOS, parabéns DI, parabéns JAGUARÃO, em todos os signos e significados que o compõem!👏🏻👏🏻👏🏻