More Beto do Aurino »"/>More Beto do Aurino »" /> Beto do Aurino - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Beto do Aurino

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A música “Canto Torto”, de Beto do Aurino, representou a Fundação Educacional de Além Paraíba (FEAP) no Festival Universitário de Música realizado na Concha Acústica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) na década de 80. Com Guto Araújo (arranjador) na guitarra, Tonico Miranda no contrabaixo, José Heleno no teclado, Cesinha na bateria, Mario Pode Crer na percussão e Beto na interpretação, a banda entrou na disputa com grandes universidades: UERJ, Pontifícia Universidade Católica (PUC), Santa Úrsula, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF).

Segundo Beto, além de a letra ter recebido nota dez de todos os jurados (um deles era Waly Salomão) na classificação para o festival e no momento da apresentação, eles tiveram “a honra” de concorrer com Zé Rodrix, Sá e Guarabira e Aécio Flávio. Classificados em quinto lugar “à frente de autores consagrados”, deixaram o festival emocionados e abraçados pela torcida, “composta de exatamente 11 pessoas”. “Momento inesquecível”. Assim ele define a experiência.

Após 40 anos, “Canto Torto” será com novo arranjo no EP – “Juízo Final”. Com Guto Araújo e Marco Antonio Bouquard, na produção do EP, no Bouquard Homestudio. O EP reúne cinco composições do Beto, além de “Canto Torto”, que tem arranjo de Guto e Marco Antonio e interpretação: Beto e Marco Antonio; “Carro de boi voz” interpretação: Marco Antonio; “Relampiô” interpretação: Beto; “Juízo Final” interpretação: Beto; “Cantiga de roda”: interpretação: Beto do Aurino.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Beto do Aurino para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 06.03.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Beto do Aurino: Nasci no dia 18/12/1955 em Além Paraíba-MG. Registrado como Roberto Tadeu dos Santos.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Beto do Aurino: Meu primeiro contato com a música foi no início dos anos 60, meu pai (Aurino) fazia serestas e minha casa era frequentada pelos melhores músicos de Além Paraíba – MG e a música entrava pela madrugada.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Beto do Aurino: Sou autodidata na música. Fiz um curso de seis meses na Academia Nacional de Música de Além Paraíba – MG, onde aprendi tocar violão popular. Fora da área musical fiz quatro cursos de pós-graduação na área de Língua Portuguesa, um Mestrado em Literatura em Juiz de Fora – MG e uma em MBA em roteiro de cinema na Escola superior de Propaganda e Marketing-RJ.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Beto do Aurino: Todos os seresteiros dos anos 50 e 60, e todos da MPB dos anos 70 até agora, todos os músicos (Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Tavito, Wagner Tiso, Toninho Horta, Raul de Souza, Robertinho Silva, Luiz Alves, Nelson Angelo, Rubinho, Alaíde Costa, Paulo Moura, Eumir Deodato, Gonzaguinha) que gravara o álbum Clube da Esquina. Artistas internacionais dos anos 70 até agora. Tive uma boa influência. Ninguém deixou de ter importância, não importam nomes, importa a boa obra que deixa mensagens eternas.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Beto do Aurino: Tocando no formato Voz e Violão bares de Além Paraíba – MG e região nos anos 70.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Beto do Aurino: Em 2023, lancei o EP – “Juízo Final” com minhas cinco músicas autorais: “Canto torto”, interpretação: Beto do Aurino e vocais: Marco Antonio Bouquard. No PAD: Guto Araujo, Piano e Programação de cordas: Guto Araujo, Baixo, Guitarra, Violão: Marco Antonio Bouquard. Programação de Bateria: Marco Antonio Bouquard & Guto Araújo. 

“Carro de Boi” na interpretação e vocais: Marco Antonio Bouquard. No Piano, Acordeon, PADs: Guto Araujo. Baixo, Guitarra, Viola, Violão, Sintetizador, Sample Percussão: Marco Antonio Bouquard. Programação de Bateria: Marco Antonio Bouquard & Guto Araújo.

“Relampiô” na interpretação: Beto do Aurino, Vocais: Marco Antonio Bouquard, Coro: Beto, Betina, Marco Antonio Bouquard, Guto e Mayara. Acordeon, Órgão, Piano, Baixo, Guitarras (base, wha wha, riff intro): Guto Araujo. Programação de Cordas, Sintetizador, Guitarra ‘mute’: Marco Antonio Bouquard. Programação de Bateria: Bouquard & Guto Araújo.

“Juízo Final” na interpretação Beto do Aurino, no vocal, Baixo, Guitarras (base, riffs e solo), Violões, Órgão, Sintetizador: Bouquard. Piano: Guto Araújo.  Programação de Bateria: Marco Antonio Bouquard & Guto Araújo. 

“Cantiga de roda”, interpretação: Beto do Aurino. Programação de cordas, flautas, Pad, Piano, Sintetizador, Baixo, Guitarra base: Guto Araujo. Programação de Bateria: Marco Antonio Bouquard & Guto Araújo. Guitarra: Marco Antonio Bouquard. Produção, direção musical, Arranjos de todas as músicas: Marco Antonio Bouquard & Guto Araújo. Edição, mixagem e masterização de todas as músicas: Marco Antonio Bouquard

Todas as gravações de todas as músicas: agosto/dezembro de 2022 (Bouquard Homestudio)

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Beto do Aurino: Uma amálgama de mil facetas.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Beto do Aurino: Não.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Beto do Aurino: Importantíssimos para quem quer ser artista. Quero apenas ser compositor e ver minha obra interpretada. Meu objetivo é simples. Sei dos meus limites e não pretendo dar um passo maior que a minha perna.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Beto do Aurino: Inúmeras nacionais e internacionais, mas o padrão Elis Regina que é insuperável.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Beto do Aurino: Pego o violão e vem verso e a melodia. Assim mesmo. Nessa simplicidade.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Beto do Aurino: Tive alguns. Todos estão no mesmo patamar de importância.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Beto do Aurino: Sei que os contras são bem mais numerosos que os prós.

14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Beto do Aurino: Fica tudo mais fácil e barato para gravar música.

15) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Beto do Aurino: Como compositor tento passar alguma mensagem de esperança com minhas musicas, para um mundo sedento de bons sentimentos.

16) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Beto do Aurino: O pior cenário é quando o melhor sucumbe ao ruim, mas tenho certeza que o público, seja qual for o segmento musical, sabe apreciar a boa música. O restante é voo de galinha.

17) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Beto do Aurino: Defendi uma música num festival de música do Banco do Brasil, em Brasília – DF, nos anos de chumbo (Ditadura Militar nos anos 70). O presidente do Júri era filho de um General e não gostou da letra da música que tinha chance de estar entre as vencedoras e a desclassificou. Xinguei o cara e partimos para porrada. Infelizmente não rolou muito tempo, por culpa da turma “do deixa disso”, mas ele ouviu o que não queria. Foi lindo.

18) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Beto do Aurino: Ver música ruim fazer sucesso em detrimento da música de qualidade.

19) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Beto do Aurino: Não tenho certeza.

20) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Beto do Aurino: Só Jazz e possível improvisar.

21) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Beto do Aurino: Todo improviso fora do Jazz e ensaiado antes.

22) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Beto do Aurino: Não existem prós e contras no Jazz.

23) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Beto do Aurino: Só existem prós em estudar Harmonia Funcional.

24) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Beto do Aurino: Não tenho certeza. E essa incerteza me faz seguir em frente gravando minhas músicas.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Beto do Aurino: Vá em frente.

26) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Beto do Aurino: O festival de música sempre revela novos talentos.

27) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Beto do Aurino: Entre acertos e erros eles vão em frente. No acerto de contas final é que vamos descobrir.

28) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Beto do Aurino: Todo espaço cultural aberto é uma chance para alguém partir em busco do seu sonho: “O pior naufrágio é o do barco que não saiu do porto” – Kalil Gibran.

29) RM: Quais os seus projetos futuros?

Beto do Aurino: Continuar gravando minhas músicas até que alguém ouça e grave.

30) RM: Quais seus contatos?

Beto do Aurino: (32) 98863 – 3394 | [email protected]

| www.instagram.com/betodoaurino  

| https://www.facebook.com/profile.php?id=100090200501221

Canal do youtube: https://www.youtube.com/channel/UCoYuXfAuwVJZrSXJ9zBKKSQ

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