Referência no violão de sete cordas, o instrumentista, arranjador e compositor mineiro Thiago Delegado se destaca por sua performance que mistura a sonoridade simples à sofisticada composição. Em seu repertório, composições registradas em quatro álbuns: “Detalhes Guardados” (2021), “Sambetes Vol.1” (2018), “Viamundo” (2015), “Thiago Delegado Trio: Ao vivo no Museu de Arte da Pampulha” (2012), “Serra Do Curral” (2010).
Revelando uma profunda intimidade com seu instrumento e com uma linguagem musical sem fronteiras, Delegado incursiona por diferentes gêneros musicais: Choro, Samba, Bossa Nova e jazz.
No palco, o artista explora todas as possibilidades do seu Violão 7 cordas, renovando antigos temas e apresentando composições próprias. O resultado é um som moderno, animado, virtuoso e surpreendente. Uma das características mais marcantes do trabalho do instrumentista é a capacidade de atrair o público, tornando a música instrumental acessível a todos através de interpretações calorosas.
O artista vem mostrando seu valor ao longo dos anos ao conquistar importantes premiações (BDMG Instrumental 2011, Jovem Instrumentista BDMG 2009, Prêmio Marco Antônio Araújo 2011 – o melhor disco instrumental independente de 2010 produzido em Minas Gerais) e ao ser selecionado por importantes projetos como “Novos Talentos do Jazz”, “Festival de Jazz da Savassi, “Conexão Vivo”, “Festa da Música”, “Festival de Jazz de Ouro Preto”, “Mimo”, dentre outros.
Apresentou-se em duo ao lado do maestro Wagner Tiso em 2012 e 2015, e recebeu o bandolinista Hamilton de Holanda e o violonista Yamandú Costa, na programação do festival Natura Música Minas. Em 2012, foi selecionado, via edital do Programa Música Minas, para se apresentar na “Womex” (World Expo Music), realizada em Thessaloniki na Grécia e considerada a maior feira de World Music do mundo. Nos shows de lançamento de seu segundo álbum, teve como convidado, em Belo Horizonte, o pianista João Donato, Fabiana Cozza, em São Paulo, e Toninho Horta, no Rio de Janeiro.
Em 2013, Thiago Delegado se apresentou em Ouro Preto, Ipatinga, Salvador e Belo Horizonte, ao lado de Roberto Menescal. Além disso, o músico segue como anfitrião nos projetos “Delegas Samba Clube” que em 2016 recebeu Arlindo Cruz, e “DelegasCia”. Este último, uma jam session semanal, tem registro em DVD e em 2018, comemora dez anos.
Nos anos de 2014 e 2015, Delegado fez turnê em duo com a cantora Leila Pinheiro em turnê no formato voz e violão, passando por quatro estados brasileiros (Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais).
Em lançou o primeiro DVD e foi convidado a integrar o projeto Prata da Casa do Sesc Pompeia (SP), sendo a única atração de música instrumental.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Thiago Delegado para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 21.10.2022:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Thiago Delegado: Nasci no dia 17/04/1983 em Belo Horizonte – MG. Registrado como Thiago Perez de Paula Franco Bueno.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Thiago Delegado: Meu contato com a música se deu de forma muito orgânica na minha infância. Meus pais (Wilson Franco e Liliana Perez), apesar de veterinários, tinham o bom hábito de ouvir muita música brasileira em casa ou nas viagens que fazíamos regularmente, já que eu morava em Caratinga, interior de Minas Gerais. Aos 9 anos de idade fui fazer aula de Piano clássico com a professora Zezé Barroso em Caratinga e foi meu primeiro contato com o estudo da música. O Violão veio organicamente aos 11 anos de idade, quando peguei o instrumento (um Gianinni 1968 que era do meu pai) para aprender os primeiros acordes.
03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Thiago Delegado: Na música sou autodidata. Estudei por 6 meses com Branco (não me lembro o nome dele) quando eu tinha 17 anos de idade. Aos 25 anos de idade estudei por 6 meses com Celso Moreira em 2008 e em 2009 ganhei o BDMG Cultural como jovem instrumentista. Fora da área musical me formei em Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações na PUC-MG em 2005.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Thiago Delegado: Acho que nenhuma influência que tive ao longo da minha vida deixou de ser importante. Meus primeiros heróis musicais vieram da MPB e do Samba, por influência dos meus pais (Wilson Franco e Liana Perez). Então Paulinho da Viola, Jobim, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo. E todos esses grandes mestres da era de ouro da música popular brasileira me fizeram me apaixonar pela música e ter vontade de aprender a tocar. Os violonistas e instrumentistas de uma forma geral, vieram depois. Lembro com muito carinho de um disco do Paulinho Nogueira com o Toquinho, que ouvi com uns 14/15 anos de idade e foi quando descobri o violão como solista. A partir daí a busca por violonistas brasileiros começou na minha vida e tive contato com a obra do Baden Powell, Luiz Bonfá, Garoto, Raphael Rabello, Yamandu Costa, Toninho Horta, Juarez Moreira e outros grandes nomes do nosso instrumento.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical? E como o nome Delegado começou a fazer parte do seu nome artístico?
Thiago Delegado: Me formei em Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações na PUC-MG em 2005 e sinceramente não esperava viver de música (e nem de engenharia, para falar a verdade). Comecei a tocar na Pedacinhos do Céu, uma Casa de Choro tradicional de Belo Horizonte – MG, a convite do cavaquinista Ausier Vinicius que era o proprietário e grande solista da casa. O Choro foi minha porta de entrada para música.
A partir daí (2006 a 2007) comecei a conhecer a cena do Samba e Choro de Belo Horizonte e montar meus primeiros projetos. Em 2008 comecei a tocar semanalmente na A Casa de Cultura num projeto que se chama DelegasCia que é ativo até hoje. Uma jam session com o Violão como protagonista (aos moldes que o Zé Paulo Becker fazia no Semente no Rio de Janeiro).
As primeiras formações foram com Mateus Bahiense na bateria, Pedro Trigo no Baixo e Sergio Danilo no sax/flauta. Tivemos Christiano Caldas no teclado ao longo dos tempos e desde 2013 a formação conta com Aloizio Horta no baixo, e André Limão Queiroz na bateria.
Delegado começou a fazer parte do meu nome artístico, um apelido de Faculdade (2000 a 2005) que pegou (risos). Em um jogo do Atlético Mineiro (Galo), eu estava xingando o juiz e meus colegas da Faculdade começaram a me chamar de Delegado. Quando comecei a tocar na Casa de Choro Pedacinhos do Céu, meus colegas de Faculdade compareciam e pediam músicas me chamando pelo apelido de Delegado. Os músicos do Choro também começaram a me chamar de Delegado que passou a fazer parte do meu nome artístico.
06) RM: Quantos CDs lançados? Cite alguns CDs que já participou como violonista?
Thiago Delegado: Tenho cinco álbuns: quatro instrumentais e o mais recente com canções. Em 2021 o álbum “Detalhes Guardados”. Em 2018 o álbum – “Sambetes Vol. 1”. Em 2015 o álbum – “Viamundo”, contou com as participações de João Donato, Leila Pinheiro, Fabiana Cozza, Roberto Menescal, Aline Calixto, dentre outros.
. Em 2012 o álbum – “Thiago Delegado Trio: “ Ao vivo no Museu de Arte da Pampulha”. Em 2010 o álbum – “Serra do Curral”. Em 2016 o DVD – “DelegasCia ao Vivo”.
Já tive a honra em gravar em mais de 100 álbuns de artistas (principalmente mineiros) ligados à música brasileira e trabalho muito como produtor musical e já produzi em Minas Gerais mais de uma dúzia de álbuns de artistas e bandas como: Vander Lee, Aline Calixto, Grupo Tradição, dentre outros…
07) RM: Como você define o seu estilo musical?
Thiago Delegado: Acho que me considero um violonista brasileiro. Que bebeu muito dessa fonte e hoje procura desenvolver uma identidade forjada por todas as influencias e amigos que fiz ao longo da minha jornada.
08) RM: Como é o seu processo de compor?
Thiago Delegado: Atualmente sofro bastante para compor. Sempre desconfio muito da originalidade das minhas canções e busco sempre trazer uma identidade nova, um contexto musical que una o álbum, algo desse tipo. Meu processo é eu mesmo com o Violão, testando linhas harmônicas para uma melodia pré composta, que pode ser modificada de acordo com os caminhos harmônicos que vão naturalmente surgindo. Busco sempre algo novo, mas que soe bonito, não gosto doe complicar por complicar e gosto muito de saídas simples para algo harmonicamente rico.
09) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Thiago Delegado: Na música instrumental meu maior parceiro é meu companheiro Aloizio Horta do DelegasCia. Em todos meus álbuns tem no mínimo uma composição com o Luluca (que é o jeito carinhoso que eu trato ele). Na canção tenho alguns bons amigos de composição como Vinicius Ribeiro, Nath Rodrigues, Murilo Antunes, Ricardo Nazar, Clara Delgado.
10) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Thiago Delegado: Os prós é guiar nossa própria história, explorar áreas diversas da música e ter a liberdade de fazer parcerias diversas. O contra de ser independente é que tudo depende do artista que não pode ser “só” músico. Tem de ser gestor, criar projetos, ter uma equipe de produção que viabilize projetos e tal, que dá um trabalho danado e não necessariamente acrescenta no nosso universo musical.
11) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Thiago Delegado: Procuro lançar um álbum ou um projeto especial a cada dois anos, mais ou menos. E estou na praça sempre correndo atrás de produções que me sejam interessantes. Procuro ter mais de um “produto”: um show solo, uma roda de choro especial, a DelegasCia (que é meu show mais recorrente em formato de trio: baixo, batera e violão), uma roda de samba especial, enfim… abrir o leque de opções para poder me encaixar em diversos projetos.
12) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?
Thiago Delegado: Diversas. Além da minha própria carreira, que demanda toda uma produção e gestão, produzo alguns festivais ao lado da minha produtora Renata Chamilet. Em 2021, realizamos a Virada do Samba Autoral, dentro da programação da Virada Cultural, onde realizamos 12 shows de artistas do samba que investem na carreira autoral em Minas Gerais. Em 2022, estamos realizando a 1ª edição do Encontro do Violão Brasileiro em parceria com o CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, onde realizamos shows de violonistas no formato solo/duo nos CCBB’s de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. São mais de 26 violonistas que estão se apresentando em shows de 45 minutos além de oferecer oficinas e masterclasses de alguns dos melhores violonistas do país.
13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical?
Thiago Delegado: Acho que a internet ajuda muito na divulgação do nosso trabalho. Na verdade, eu não vivi nenhum momento minha carreira sem a internet, então nem sei dizer como que seria viver sem.
14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Thiago Delegado: Acho ótimo essa possibilidade e democratização do processo de gravação. Meu medo é que a gravação vire algo efêmero, menos especial do que realmente deve ser.
15) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Thiago Delegado: Acredito que os projetos especiais são uma saída para isso. Parcerias musicais com outros instrumentistas de outros estados/países, uma troca de influências para abrir o nicho de ouvintes e ao mesmo tempo um lar, uma casa para chamar de sua onde você possa receber artistas de outros lugares como eu tento fazer na DelegasCia. Ter uma noite especial onde o artista possa desenvolver repertório, receber convidados e exercitar a “tocada” em conjunto é algo que dá uma diferenciada na carreira do artista.
16) RM: Como você analisa o cenário da música instrumental no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Thiago Delegado: Acho bem rica e vasta o cenário da música instrumental. Acho que a evolução é constante. Em Minas Gerais nós temos um grande festival anual de música instrumental que revela muitos músicos, o BDMG Instrumental. Tive a oportunidade de ganhar em 2011, além de ganhar o prêmio Marco Antonio Araújo, também oferecido pelo prêmio ao melhor disco instrumental do ano. Só em Minas Gerais temos diversos grandes talentos da nova geração que me impressionam muito sempre. Posso citar o pianista Rafael Martini, o clarinetista Caetano Brasil, o Grupo Trivial, e grandes violonistas como Lucas Telles, Carlos Walter, Leo Eymard, dentre outros grandes nomes.
17) RM: Como você analisa o cenário do Samba. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Thiago Delegado: Não gosto de falar que algum ou outro artista regrediu em sua carreira, prefiro exaltar a grande cena do Samba que existe em Minas Gerais. Grande nomes como Aline Calixto, Cinara Ribeiro, Giselle Couto, Grupo Tradição, Dudu Nicacio, Fernando Bento, Marina Gomes, Dé Lucas, dentre outros nomes que fazem do Samba um circuito solidificado em Belo Horizonte.
18) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Thiago Delegado: Vou citar um que me influência muito na gestão da carreira e profissionalismo, o grande violonista Juarez Moreira. Há varias anos ele continua como expoente do violão de Minas Gerais tendo sua carreira como grande norte.
19) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Thiago Delegado: Ah, vou citar uma que foi bem inusitada, quando recebi o Toninho Horta na DelegasCia e tirei uma corda do meu Violão 7 cordas para o Toninho dar uma canja. Foi muito especial para mim e o povo não entendeu nada, pois foi muito rápido.
20) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Thiago Delegado: Mais feliz é tocar: ter a oportunidade de mostrar nossa arte pra um tanto de gente em diversas ocasiões e tal é o que me move. O que me deixa triste é que cada vez mais, a cultura vem sendo negligenciada e deixada de lado pelos executivos políticos do nosso país, de modo que as oportunidades e festivais de música estão cada vez mais escassos. Lembro-me saudosista de grandes festivais que aconteciam em Belo Horizonte em praça pública há 10/15 anos atrás.
21) RM: Você acredita que sem o pagamento do Jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Thiago Delegado: Meu nicho musical é de música instrumental e MPB independente, de modo que pagar jabá é algo que nunca nem passou pela minha cabeça. Em Belo Horizonte temos uma grande rádio pública, a Inconfidência 100.9 que sempre toca os artistas da nossa terra, o que já é um alento. Sei que nas plataformas digitais há quem cobre para inserir musica nas playlists com muitos ouvintes, então creio que esse “novo jabá” existe e deve ser colocado em consideração ao lançar um novo trabalho, infelizmente.
22) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Thiago Delegado: Muito estudo, perseverança, paciência, educação e resiliência.
23) RM: Quais os violonistas que você admira?
Thiago Delegado: Ah, são muitos. No Encontro do Violão Brasileiro estou tendo a honra de receber diversos violonistas que admiro demais. Em Belo Horizonte – MG abrimos o festival com o Guinga (que é um monstro), tivemos o queridaço Zé Paulo Becker, Duo Siqueira Lima (absurdos), Gabriele Leite (impressionante).
No Rio de Janeiro recebemos o professor Juarez Moreira, Marco Pereira (uma técnica incrível), Hélio Delmiro (emocionante), Nelson Faria (que fez sua primeira apresentação solo no projeto, ele me confessou na gravação do Um café lá em casa que fizemos posteriormente), Marcinha Taborda (grande gente boa e educadora), Luís Leite (uma técnica impecável). Em Brasília – DF recebemos o Paulão 7 cordas (um dos maiores gente boa do país) com seu filho Ramon, Ulisses Rocha (maravilhoso), os incríveis brasilienses da nova geração Pedro Martins e Daniel Santiago, sem contar o mestre Toninho Horta. Em São Paulo receberemos Rogerio Caetano, que é uma referência no Violão 7 cordas, Gilvan de Oliveira (um mestre mineiro), Lula Galvão (o improviso mais bonito do mundo), Elodie Bouny (sensacional), dentre outros… Tem sido uma experiência incrível poder conviver e conhecer melhor todos esses ídolos!
24) RM: Quais os compositores eruditos que você admira?
Thiago Delegado: Não estudei formalmente o violão clássico, mas me emociona muito as obras de Heitor Villa-Lobos para Violão.
25) RM: Quais os compositores populares que você admira?
Thiago Delegado: Ah, todos esses que citei na lista de violão são compositores que eu admiro. Em outros instrumentos, gosto muito do Hamilton De Holanda, dos choros do Paulinho da Viola e de toda a obra do Tom Jobim, para não ficar falando muito.
26) RM: Quais os compositores da Bossa Nova você admira?
Thiago Delegado: Gosto de todos! Roberto Menescal, Antonio Carlos Jobim, Carlos Lyra, Dolores Duran… enfim.
27) RM: Qual sua metodologia de ensino do Violão?
Thiago Delegado: Não dou aula. Acho que dar aula é uma arte a parte do tocar violão. Tenho profundo respeito e admiração aos grandes professores do Violão brasileiro.
28) RM: Quais as principais técnicas que o aluno deve dominar para se tornar um bom Violonista?
Thiago Delegado: Eu como aluno, procurei aprender Harmonia Funcional, que sempre me ajudou muito e técnicas de velocidade e limpeza do som.
29) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Thiago Delegado: Acho que sim, mas sem desenvolvimento de nada vale. Defino o Dom como uma “facilidade” em absorver conteúdo musical. Assim como tem gente que tem facilidade em números, ou com pessoas, ou com animais. Acho que tem gente que tenha uma facilidade musical que, ao ser desenvolvida, pode ser chamado de dom.
30) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
Thiago Delegado: A improvisação é uma linguagem, que deve ser aprendida, estudada e desenvolvida. Nelson Faria faz essa analogia de forma muito competente no seu ótimo canal do youtube, ele diz que a improvisação assim como uma língua nova, pode ser aprendida e desenvolvida.
31) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Thiago Delegado: Existe, claro. O estudo faz parte, é a base, para que na hora da improvisação, a música flua de forma quase que automática, fluida e o mais importante, espontânea.
32) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Thiago Delegado: Acredito que, desde que não amarre o instrumentista, nem o traumatize, os métodos estão daí para desenvolver. O importante é o aluno saber que cada um tem um tempo de absorção e fixação de um conceito, e que o estudo deve ser continuo, de modo a sempre evoluir e não desanimar.
33) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Thiago Delegado: Acho que só há prós! Harmonia é fundamental para quem quer viver de música. É a base, o asfalto a ser percorrido. Só há vantagens em dominar os meandros da Harmonia Funcional para enriquecer e vestir as melodias.
34) RM: Quais os prós e contras de ser multi-instrumentista?
Thiago Delegado: Eu não me considero multi-instrumentista, mas acho que há muitas vantagens.
35) RM: Quais os seus projetos futuros?
Thiago Delegado: Planejo um álbum novo de violão solo em 2023; a continuidade do Encontro do Violão Brasileiro; circulação mais abrangente do meu último álbum de canções; continuidade e crescimento da DelegasCia; novas produções de artistas que por acaso vierem me procurar e projetos específicos de música instrumental que há em Minas.
36) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Thiago Delegado: [email protected]
| https://www.instagram.com/thiagodelegado
| https://www.facebook.com/ThiagoDelegado
Canal: https://www.youtube.com/c/ThiagoDelegado
Foi como eu sempre quis – Thiago Delegado: https://www.youtube.com/watch?v=pXc48jRxMeA
Thiago Delegado e a DelegasCia: https://www.youtube.com/watch?v=MpUEqgp9YhU
Playlist lançamentos: https://www.youtube.com/watch?v=16MhPAf3AN4&list=PL2UHP4Ni520b5HV2TTglPYLkXukalLbcg
A Hora do Improviso convida Alfredo Del-Penho: https://www.youtube.com/watch?v=meaJw3089hk
A Hora do Improviso convida Celso Moretti: https://www.youtube.com/watch?v=Qpe_mgendXI
| https://www.almanaquedosamba.com.br/perfil-de-a-z/photo/item/15-thiago-delegado
| https://www.palcomp3.com.br/thiagodelegado/discografia.htm