More Vanessa de Assis »"/>More Vanessa de Assis »" /> Vanessa de Assis - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Vanessa de Assis

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A musicista, vocalista baiana Vanessa de Assis, começou seu amor pelo reggae desde a barriga da sua mãe (Maria Isabel), filha do saudoso Zé de Assis, considerado o pioneiro do reggae no sul da Bahia, desde muito nova se influenciou por grandes artistas do cenário, como por exemplo, The Gladiators, Peter Tosh, Israel Vibration, e na sua adolescência passou a se envolver ativamente nos movimentos reggae do Sul.

Ela desenvolve seu trabalho na área acadêmica com estudos sobre afroempreendedorismo feminino, além de contribuir em produções culturais, palestras, banda de apoio em eventos e para artistas do reggae com a banda Roots Lion.

Segue abaixo entrevista exclusivo com Vanessa de Assis para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 12/09/2025: 

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Vanessa de Assis: Nasci no dia 23/02/1996 em Ipiaú no sul da Bahia. Registrada como Vanessa Santos de Assis.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Vanessa de Assis: Meu primeiro contato com a música iniciou na gestação, pois, meu pai (José de Assis) foi músico e compositor pioneiro do reggae no sul da Bahia, então desde quando eu me entendo como pessoa, o reggae e toda cultura negra é presente em minha vida e da família.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Vanessa de Assis: Não possuo formação acadêmica na área musical, meus conhecimentos foram transmitidos através do meu pai (José de Assis) ensinando acordes, músicas, meu irmão me ensinando violão e continuei como autodidata, eu toco violão, guitarra, baixo e teclado.

Entretanto fora da música, sou formada em Administração pela Universidade do Estado da Bahia, e dedico minha carreira na área da educação profissional da Bahia e pesquisa cientifica com pós na área de Produção de Mídias, Gestão, Marketing, Afroempreendedorismo e Sustentabilidade, pela Universidade Federal da Bahia.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Vanessa de Assis: Minhas principais influências na música, vem do reggae com artistas como Israel Vibration, The Gladiators, Bob Marley, Peter Tosh, Nengo Vieira, Ponto de Equilíbrio, Jahcareggae. No presente, os do passado ainda continuam presentes, mas, acrescentei artistas atuais do cenário como os filhos de Bob Marley, Chronixx, reggae feito na Bahia etc. Eu consumo muito da música reggae, mas, sempre voltado para os roots, lovers rock e dub.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical? 

Vanessa de Assis: Minha carreira começou na igreja em 2011, na Assembleia de Deus em Ipiaú – BA, formei uma banda com minha família e amigos, logo após migrei a proposta para a escola que estudei meu ensino médio, participando de festivais estudantis. Para além do reggae que é minha base, escuto e canto música gospel, hip-hop e MPB. Depois começaram a surgir oportunidades de cantar em eventos em Ipiaú – BA e região.

Em 2013, meu pai (José de Assis) que fazia uns anos sem envolvimento com a música decidiu formar a banda Roots Lion, comigo, meu irmão, primo e amigos. Na formação inicial eu era guitarrista base e backvocal, quando meu pai faleceu em 2021, me tornei vocalista até o presente momento, mas, sempre conciliando minha carreira como professora e artista.

Os músicos da banda Roots Lion são: Clodoaldo de Assis (meu irmão e que toca Guitarrista solo e faz Back vocal), nasceu no dia 27/05/1993 em Ipiaú – BA, é professor de música em formação pela UFRB ensina em escolas e instituições daqui da cidade, além de administrador.

Nôan Kalil (meu primo que toca o Baixo e faz Back vocal), nasceu no dia 25/07/2000 em Ipiaú – BA, é formado em Direito e assessor do Fórum de Ipiaú.

Gean Rodrigo (meu primo que toca Teclado), nasceu no dia 09/01/2001 em Ipiaú – BA, é advogado e multi-instrumentista em várias bandas da cidade e região, além de ser professor na mesma Escola Técnica que ensino.

Luan Farias (que toca Guitarra base), nasceu no dia 09/09/2000 em Ipiaú – BA, é empreendedor de um studio de tatuagem e salão de beleza masculino.

Davi Araújo (que toca Bateria), nasceu no dia 05/11/2000 em Ipiaú – BA, é matemático e professor de bateria em instituições daqui da cidade.

Paulo Rasta (que toca Percussão) é o mais velho da banda, ele era amigo próximo do meu pai, ele mora em uma cidade circunvizinha chamada Japumerim, ele tem um grupo de percussão, que faz trabalho filantrópico com crianças e jovens da comunidade.

06) RM: Quantos álbuns lançados?

Vanessa de Assis: Não lancei ainda um álbum, mas, temos registros musicais no Youtube e em outras redes sociais.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Vanessa de Assis: Meu estilo é alternativo bebo muito da fonte do reggae, mas, consumo também outros tipos de estilos como já citado, sempre em uma proposta que valorize a cultura negra.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Vanessa de Assis: Já estudei por curiosidade, mas, nunca tive um acompanhamento de um profissional da área.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Vanessa de Assis: Como eu toco instrumentos, o músico acaba conhecendo algumas técnicas como tipo de voz, a melhor nota para sua extensão vocal, algumas técnicas para aperfeiçoar e saber essas informações é de extrema importância. Quando estou perto de cantar em eventos, eu evito tomar e comer coisas que atrapalhe minhas cordas vocais.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Vanessa de Assis: Internacionalmente Bob Marley pelas letras atemporais, Dennis Brown pelo estilo que eu curto bastante que é o Lovers Rock e quando quero elevar minha espiritualidade Vaughn Benjamin. Na cena feminina Judy Mowatt.

Nacionalmente Nengo Vieira por ser um músico que utiliza todos os elementos sonoros possíveis dentro do reggae. Edson Gomes pelas músicas atemporais e ser conhecido em todos os cantos do Brasil. Amani Kush pela intelectualidade e aula de história, espiritualidade em suas letras.

Na cena feminina Marina Peralta pelo seu estilo e estética, misturando reggae, rap em suas músicas. Jôh Ras e Renata Bastos na Bahia com seu reggae roots autorais e performance impactante em palco.

No meu território do sul da Bahia, Danillo Gomes da banda RedLion, pois, tem uma qualidade incrível no som que faz, e Victor Figueiredo (BraaRoots) por transitar no universo alternativo e atrair o público jovem de maneira orgânica.

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Vanessa de Assis: Surge muito das minhas vivências no dia a dia, sempre trago situações que vejo, escuto e que fazem sentindo para mim, como por exemplo, letras que abordem sobre a beleza negra, sobre o movimento reggae e conexão com sua espiritualidade.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Vanessa de Assis: Meu irmão (Clodoaldo de Assis) e meu pai (José de Assis) quando estava vivo.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Vanessa de Assis: Ninguém além da banda mesmo.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente? 

Vanessa de Assis: Os prós vêm por ser uma música que não é moldada para o que a massa geralmente consome na cultura brasileira e baiana, fazemos a nossa arte de acordo o que cremos e que investe em conteúdo de elevação espiritual e social.

Os contras estão ligados a falta de valorização da comunidade e produtores de eventos, pois, a música reggae para minha realidade só é vista em momentos específicos, como datas comemorativas, e quando vamos tocar, o valor que querem nos oferecer é injusto para o trabalho que a música reggae traz.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Vanessa de Assis: Utilizo muito da minha formação em administração, buscando capacitação na área de gestão e parcerias com instituições públicas e privadas, para sempre está em evidência.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Vanessa de Assis: Para além do serviço com música, hoje a banda se tornou marca de produção de eventos no setor alternativo, com entrevistas, Sarau, palestras e presença.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Vanessa de Assis: A internet ajuda na divulgação do meu trabalho, tornando uma plataforma acessível. O ponto negativo da internet é que o sucesso digital depende de como plataformas entregam o conteúdo. Muitas vezes, músicas de qualidade ficam escondidas porque não se encaixam em “tendências virais”.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Vanessa de Assis: A vantagem que não é preciso gastar tanto com estúdios profissionais para cada gravação e temos liberdade para experimentar sons, arranjos e efeitos sem pressão de tempo. As desvantagens que exige conhecimento técnico em gravação, mixagem e masterização, o que pode ser difícil e demorado, e o acúmulo de funções pois, viramos produtor, músico, mixador etc.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Vanessa de Assis: Eu priorizo focar em meu segmento, criando não apenas ouvintes, mas uma base de apoiadores, através de diálogos presenciais e virtuais sobre a importância do ritmo reggae, alternativo para a sociedade.

20) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Vanessa de Assis: Como citado anteriormente alguns nomes que admiro, mas, do público em geral, Edson Gomes (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/edson-gomes)é o melhor nome a ser falado por ter tantos anos de carreira e permanecer raiz.

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Vanessa de Assis: Eu sempre observo a ausência de mulheres de linha de frente em show de reggae, então geralmente sou a única em eventos. No último evento eu estava no meio de em média 50 profissionais da música e só eu liderando uma banda.

22) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical? 

Vanessa de Assis: O que me deixa feliz por eu ser jovem e mulher seguindo e compartilhando um ritmo que muda a realidade vidas e traz transformações sociais. O que me deixa triste é falta de valorização da sociedade no geral, e o foco em coisas supérfluas.

23) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Vanessa de Assis: Muito difícil, eu precisaria de algum produtor muito influente para expandir ou viralizar nas redes sociais.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Vanessa de Assis: Descubra qual é o seu som, sua mensagem e o que você quer transmitir ao mundo. Não tente imitar tudo o que já existe, o público conecta mais com autenticidade. E estudar sobre as possibilidades e canais para difundir a carreira da pessoa.

26) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Vanessa de Assis: A grande mídia privilegia gêneros e artistas que têm maior potencial de consumo em massa (sertanejo, pop, funk). Os grandes festivais televisionados, programas e transmissões dependem de patrocinadores. Isso influencia quais artistas são convidados e divulgados.

27) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Vanessa de Assis: Como na minha cidade não tem e não é algo que eu tenho costume de estar, não tenho tantas opiniões, só vejo e leio que essas instituições sempre abrem espaço para artistas independentes.

28) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Vanessa de Assis: O reggae brasileiro continua crescendo e diversificado. Há um equilíbrio entre as bandas mais antigas e pioneiras: Tribo de Jah (http://www.ritmomelodia.mus.br/entrevistas/tribo-de-jah), Dionorina (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/dionorina), Edson Gomes, Nengo Vieira (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/nengo-vieira) e a nova geração: Ponto de Equilíbrio, Mato Seco, Natiruts.

Percebo que as bandas mais antigas da cena continuam o mesmo padrão que iniciaram, diferente de algumas bandas mais novas que já mesclam com outras batidas voltadas ao Pop e feats com cantores que estão na mídia que não são da cena reggae.

Vejo que são estratégias para atingir a grande massa e gerar visibilidade, fico refletindo até que ponto essas junções são interessantes, pois, se não se atentar vai acabar saindo do underground e se tornando uma banda pop.

29) RM: Você é Rastafári?

Não.

30) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa tal afirmação?

Vanessa de Assis: Se for fazer uma análise histórica e de origem, eles estão certos, pois, o reggae foi, de certo modo, a trilha sonora de uma fé e de um movimento social.

Entretanto, a música está ligada a cultura de um povo, se pensarmos em “verdadeiro” como princípio, qualquer artista que mantenha a ética, a mensagem de justiça, amor e libertação pode estar produzindo reggae legítimo, ainda que não seja seguidor do rastafarianismo. O reggae ganhou vida própria, se tornou linguagem universal. Hoje, limitar o reggae apenas aos rastafáris seria restringir uma cultura que se espalhou pelo mundo inteiro e que inspira diferentes povos e lutas.

31) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Vanessa de Assis: Diferente da Jamaica (que projetou artistas como Marley) ou da cena europeia (que tem gravadoras e festivais fortes), o Brasil historicamente não investiu em difusão internacional do reggae. Muitos artistas ficam restritos ao circuito local ou nacional.

Isso cria um “isolamento cultural”: é amado em certos territórios, mas invisibilizado no mainstream. Para além das dificuldades com a barreira da língua, pois, no Brasil, a maioria das bandas cantam em português, o que fortalece a cena nacional, mas dificulta a circulação no exterior.

São poucos artistas da cena que teve essa relevância internacional, percebo que Gilberto Gil é um deles, o exemplo foi o álbum Kaya N’Gan Daya, gravado na Jamaica. A banda Natiruts já participou de Festivais na Europa, assim como a banda Ponto de Equilíbrio.

E o cantor Dada Yute e o selectah DigitalDubs que é um dos difusores do projeto CryptoRastas, patrimônio visual de NFTs (avatar/arte digital) do reggae nacional em diálogo com a tecnologia e cultura digital possuindo parceiros em vários lugares do mundo, só recordo desses.

32) RM: Quais os pros e contras de se apresentar com o formato Sound System?

Vanessa de Assis: As vantagens está em vez de levar vários músicos, é possível montar uma apresentação de impacto com poucos equipamentos e performers, além que os Sound Systems são portáteis e podem se apresentar em ruas, praças. As desvantagens é que um Sound System mal equalizado ou com caixas de baixa qualidade pode prejudicar toda a apresentação.

33) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System? 

Vanessa de Assis: A principal na minha opinião é a sonoridade por ser mais orgânica, rica e dinâmica, com instrumentos ao vivo, diferente do Sound por ter DJs e equipamentos de som; graves fortes e remixes, mas sem performance instrumental ao vivo, para mim a dinâmica para cantar com banda flui mais, por ter a possibilidade de improvisar com a plateia, as vezes mudar o tom se perceber algo.

34) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae e o uso da maconha?

Vanessa de Assis: É necessário que as pessoas estudem mais sobre essa relação, porque envolve história, espiritualidade e percepção social. Para os rastafáris, a maconha é usada ritualmente: meditação, oração, reflexão e busca de consciência espiritual.

Assim, como o pão e o vinho é para os cristãos, mas, como a nossa cultura é fundamentada no catolicismo, vindo da Europa, outras manifestações religiosas são demonizadas. Eu trago uma análise no ponto religioso e não recreativo. E ninguém é obrigado a usar maconha, parte da sua consciência e o que faz sentido para você.

Nem todo artista de reggae usa maconha, e muitos mantêm a mensagem do reggae sem associar-se diretamente ao consumo, mas, todos respeitam, pois, quem é do reggae e estuda sabe essa relação.

35) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a cultura Rastafári?

Vanessa de Assis: O reggae nasceu na Jamaica, nos anos 1960 e 1970, profundamente ligado à cultura Rastafári, sendo uma expressão musical das crenças, valores e lutas desse movimento como citei anteriormente.

A religião Rastafári trouxe para o reggae temas como resistência contra a opressão, valorização da identidade africana, espiritualidade e consciência social, que se refletem nas letras, ritmos e na estética dos artistas.

Embora o reggae tenha se espalhado globalmente e seja praticado por músicos de diferentes origens, sua relação com o Rastafári permanece central, servindo como plataforma de divulgação de ideias, filosofia e símbolos da fé.

36) RM: Quais os seus projetos futuros?

Vanessa de Assis: Recentemente venho fortalecendo a cena alternativa da minha cidade participando de encontros com a juventude, dando aula em escolas sobre a temática reggae, participando de collabs com outras mulheres do reggae do Brasil e desenvolvendo trabalhos científicos sobre a presença das mulheres no reggae e sua conexão com os valores ancestrais africanos.

37) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Vanessa de Assis: [email protected] | https://www.instagram.com/bandarootslion | 

Canal: https://www.youtube.com/@BandaRootsLion

Canal: https://www.youtube.com/watch?v=dGmUxojF_bQ

Roots Lion FEV MARLEY IPIAÚ: https://www.youtube.com/watch?v=9gA5mZytK98


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