More Soninha Queiroz »"/>More Soninha Queiroz »" /> Soninha Queiroz - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Soninha Queiroz

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A percussionista carioca Soninha Queiroz, deixou o Brasil em 1984 vindo morar em Paris até os anos 1992, quando foi morar na cidade de Anglet nos Pirineus Atlântico.

Durante todo este período pode fazer tournées por vários países, mas quando possível está no Brasil para visitar a família e amigos. Trabalho com muitas artistas no Brasil.

Segue abaixo entrevista exclusiva com para a Soninha Queiroz www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 26/03/2025:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Soninha Queiroz: Nasci no dia 18/j06/1955 no Rio de Janeiro. Registrada como Sonia Maria Queiroz.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Soninha Queiroz: A música entrou em minha vida na minha primeira infância. Meu pai, Sebastião Queiroz, reunia os amigos nos finais de semana ou em suas folgas para uma roda musical em nossa casa. Eles tocavam suas composições, Chorinhos e vários outros gêneros musicais. Minha mãe, Ruth Queiroz, gostava muito de cantar e com a minha irmã, Verinha Queiroz, cantávamos acompanhadas por papai no violão. Era uma época maravilhosa.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Soninha Queiroz: Na música sou autodidata. Nos anos 70 não existiam escolas para estudar percussão popular, existia somente para percussão sinfônica. Fiz um curto curso de bateria, por amor a este instrumento, mas a minha ideia principal era sempre voltada para a percussão e os efeitos sonoros que pudessem imitar a natureza (pássaros, água, vento, etc). Tive outras formações profissionais, sendo todas elas interligadas ao serviço direto com o público.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Soninha Queiroz: Influências musicais foram múltiplas, por ter escutado todos os tipo de músicas, do clássico ao mais popular, nacional e internacional.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Soninha Queiroz: No final dos anos 70, comecei a tocar a percussão em festivais de música estudantis, ao lado do meu irmão, Carlinhos Queiroz (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/carl-qoz/), que é multi-instrumentista, compositor. Formamos o nosso primeiro grupo: Chifre de Boi. Em uma de nossas apresentações em festivais, pude conhecer o artista: Nelson Ângelo (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/nelson-angelo/), ele me convidou a participar em seu show e assim ganhei um padrinho musical, até hoje mantemos nossa amizade.

06) RM: Quantos álbuns autorais lançados? Cite alguns álbuns que participou tocando percussões?

Soninha Queiroz: Autorais: Pra Você – Carlinhos e Soninha Queiroz, gravado no Brasil. Mate les Coquines – com um grupo Franco Brasileiro, gravado na França. Envoyé depuis Yahoo Mail pour iPad.

Minhas participação em outros álbuns: Uma Face-Outra Face, da cantora Aline, gravado no Brasil. Realidade Bira, de Bira de Oliveira, gravado no Brasil. Segredos da Palavra Manhã – da cantora Glorinha Gadelha, gravado no Brasil. Sonho de voar, cantor Adelson de Oliveira dos Santos, gravado no Brasil. Carnaval Brasil à Toulouse – de Nazaré Pereira, gravado na França. Brasileiríssimo, da cantora Maria d’Aparecida, gravado na França. Jangada, comMaithe Theron, Soninha Queiroz, Jean Bernard Poublan, gravado na França. Deep Breath, cantora Miu Queiroz, gravado na França. Super Noub ( atuei como cantora em três músicas), gravado na França.

07) RM: Quais os instrumentos de percussão de efeito e acompanhamento que gosta de tocar?

Soninha Queiroz: Meus instrumentos: Congas, Tamborim, Triângulo, Agogô, Pandeiro (tive a grande felicidade de ter conhecido o mestre Paulinho Pandeiro de Ouro em um studio de gravação que pegou em minhas mãos e ensinou – me as primeiras bases do bandeiro).

Instrumentos de Efeitos sonoros: muitos foram fabricados por mim no início de minha carreira a mais de 50 anos e os utilizo em shows e gravações. Tais como: Fichas Mágicas, Chavinhas, Bambus, Peneira de Barro, Tubo de plástico, Chifre de Boi (que deu o nome ao meu primeiro grupo), Apitos de caça, Caxixi, Placa de Automóveis, entre outros.

08) RM: Quais as principais técnicas que o percussionista deve se dedicar?

Soninha Queiroz: Não existindo escolas específicas de percussão popular, cada músico desenvolve a sua técnica e sendo uma mulher com uma morfologia bem diferente dos homens. E por eu não ter tido referências de percussionistas no meu início de carreira, eu tive que desenvolver a minha própria técnica de tocar percussões. Sendo por esse motivo que ao integrar o grupo da cantora Eliana Pittiman, em uma de sua entrevista ao jornal Última Hora em 13/03/1983, ela me apresenta como a primeira mulher percussionista no Brasil.

09) RM: Quais os principais vícios técnicos ou falta de técnicas têm alguns percussionistas?

Soninha Queiroz: Não podemos classificar de vícios técnicos ou ausência de técnica, sendo percussões serem instrumentos primitivos e que a transmissão de conhecimentos eram somente no visual e na prática. Assim cada adapta-se da forma mais confortável para o seu físico e a escolha sonora que quer obter.

10) RM: Quais são os percussionistas que você admira?

Soninha Queiroz: Respeito todos os percussionistas, mas sempre tomei por base os trabalhos de: Airton Moreira, Dom Um Romao, Paulinho da Costa, Paulinho Pandeiro de Ouro, Naná Vasconcelos, Robertinho Silva (bateria e percussão), José Chepito Áreas, Michael Carabello, Marcos Malone, Sheila E.

11) RM: Existe o Dom musical? Qual seu conceito de Dom?

Soninha Queiroz: O dom musical existe. Nascemos ou não com o dom que facilita muitíssimo na sensibilidade musical, mas mesmo os nascidos com Dom precisam continuar a estudar, praticar, ouvir outros músicos, diferentes modos musicais. Sendo autodidata ou seguindo cursos para continuar evoluir o seu horizonte de conhecimentos.

12) RM: Quais os prós e contras de ser percussionista freelancer acompanhando artista ou grupo?

Soninha Queiroz: As duas opções são validas, tanto para o freelancer ou não, para os que possuem um contrato fixo ou não. O importante é de nunca ficar baseado somente neste salario (fixo) e repertório fixo, navegar em outros universos, outros grupos sempre enriquecem o nosso conhecimento.

13) RM: Quais grupos ou artistas que você trabalhou?

Soninha Queiroz: Grupos: Chifre de Boi com meu irmão Carlinhos Queiroz e vários músicos; Pedras do Sol; Glorinha Gadelha; Meninas Cor de Rosa; Rosinha de Valença; Les Coquines (grupo Franco Brasileiro); Couleur Brésil com Maithe Theron, Jean Bernard Poublan, Nelson Angelo, Jards Macalé, Gal Costa, Alaíde Costa, Carmen Costa, Dilu Mello, Grupo Tarsis, Danilo Caymmi, Luiz Melodia, Toninho Horta, Airton Moreira, Flora Purin.

14) RM: Quais principais dificuldades de relacionamento que enfrentou em grupos?

Soninha Queiroz: Felizmente, não encontrei muitas dificuldades em minha carreira. Sempre tentei usar a calma e a sabedoria, o que me facilitou. Mas no início alguns músicos tiveram resistências, sobre tudo na hora de meus solos, bateristas que tocavam mais forte para cobrir o meu solo de percussão, mas não me perturbava, eu ia até o fim e aí o público sempre aplaudia. Isso só serviu para fortalecer minhas experiências tanto pessoal como profissional.

15) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Soninha Queiroz: A internet é um dos meios de divulgação contemporânea que oferece uma maior divulgação de nosso trabalho e nos facilite encontrar várias informações que antes levava muito mais tempo a chegar até nós, a internet serve como um ótimo suporte.

16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Soninha Queiroz: Home studio facilitou para os que sabem usar e que podem utilizar estes suportes da tecnologia.

17) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Soninha Queiroz: Não posso opinar sobre a MPB atual, pois fazem mais de 40 anos que vivo na Europa, mas tento está bem atualizada neste setor, mas prefiro não opinar, mas posso afirmar que os bons serão sempre lembrados, hoje amanhã e sempre. Os outros passarão como cometas.

18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Soninha Queiroz: Prefiro começar pelos bons momentos, pois foram inúmeros e acredito que ainda vou continuar tendo. Ao ver a bandeira Brasileira ser hasteada em Louisiana (USA), no Festival Francófono, em que eu era a única artista brasileira. Emoções!

Ler no jornal O Globo em 29/11/1982 uma entrevista do mestre Sivuca (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/sivuca-e-gloria-gadelha), ele falou sobre Soninha Queiroz, dizendo: “Ela é pequenininha, o pessoal dúvida que ela aguente tirar som daquelas imensas Congas, mas no final todos acabam de boca aberta com o show da Sônia”.

Ao tocar em um show ao ar livre, no público havia pessoas portadoras de dificuldades auditivas, não pensei duas vezes chamei-os o mais próximo de mim e de pousarem suas mãos no corpo das congas para sentir as vibrações do som, para minha surpresa e felicidade elas ficaram muito contentes ao sentir as vibrações sonoras .

19) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Soninha Queiroz: Nunca me senti triste na minha carreira musical, pois a música sempre me trouxe felicidades. Os palcos e o público fazem parte da realização de meus sonhos.

20) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Soninha Queiroz: Estude, seja exigente para aprimorar o seu trabalho, respeite para ser respeitados, esteja bem informados sobre as novidades relacionadas a música e ao seus instrumentos. Seja você mesmo, aceitem trabalhos em que poderão ter satisfações musicais. E ter a capacidade de analisar as suas competências e analisar os limites que você tem em seus instrumentos e não ter medo de procurar informações e sempre estudar.

21) RM: Quais os erros na metodologia do ensino musical?

Soninha Queiroz: Nunca impor o seu método de ensino ao aluno, adaptar-se ao nível e o desenvolvimento natural do aluno. Perceber o tempo individual de assimilação das informações dadas, cada um tem um tempo de assimilação. Nunca cortar as criações dos alunos.

22) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical no exterior?

Soninha Queiroz: Quanto ao desenvolver uma carreira musical no exterior, não existem prós nem contras, desde que o músico sente-se preparado, a integração se faz naturalmente, se souber respeitar os usos e costumes do novo país.

23) RM: Quais os seus projetos futuros?

Soninha Queiroz: Nunca gostei de fazer projetos. Assim não corro o risco de decepção, caso não os realize. Vivo o dia a dia. Sonho sempre poder continuar em contato direto ou indireto com a música. Agradeço e parabenizo o lindo trabalho da revista RitmoMelodia e o carinho que Antonio Carlos tem em colocar os músicos em prioridade.

24) RM: Quais os seus contatos para os fãs?

Soninha Queiroz: https://www.facebook.com/sonia.queiroz.397 | https://www.instagram.com/queiroz5131

CARLINHOS E SONINHA QUEIROZ * NO CARNAVAL: https://www.youtube.com/watch?v=6CHqVkVsUHE

CARLINHOS E SONINHA QUEIROZ * LIBERDADE AZUL: https://www.youtube.com/watch?v=ioaqHvJEAgY

LES COQUINES – MATE LES COQUINES: https://www.youtube.com/watch?v=SJcUBXHyCC4

Béarn: Miu Queiroz va enchanter le Zénith de Pau: https://www.youtube.com/watch?v=eUG-vyung88


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