More Lucynha Lima »"/>More Lucynha Lima »" /> Lucynha Lima - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Lucynha Lima

Compartilhe conhecimento

A cantora e compositora paulistana Lucynha Lima iniciou sua carreira artística na capital da terra da garoa cantando em grupos de seresta e samba canção. Foi bailarina clássica e também atuou em musicais de teatro.

Tem um jeitinho delicado de cantar e com sua voz suave e ágil (chamada de flauta) ela se especializou em cantar Choros e Sambas antigos. Há 25 anos vive em Niterói – RJ, onde participa de projetos de Choro, Samba, Jazz, Bossa Nova e trabalho autoral.

Licenciada em Ed. Artística-Hab. em Música, pela UNESP e Canto Popular, pela ULM – Tom Jobim, hoje ela atua como cantora, educadora musical, preparadora vocal e regente coral. Trabalha com crianças, jovens, adultos e pessoas com necessidades especiais de todas as idades. Uniu experiências da dança e teatro para compor o seu trabalho musical. Lançou em 2014 seu primeiro álbum “Lucynha Lima & Sambar é Bom”, com direção musical de Kiko Continentino.

Dividiu o palco com artistas como Jane Duboc, Altay Veloso, Azymuth, Léo Gandelman, Alex Malheiros, Ivan Conti Mamão, Luiz Alves, Maurício Maestro, Kay Lyra, Chico Batera, Arthur Maia, Paulo Jobim, Filó Machado, Simone Guimaraes.

Desde que veio residir no Rio de Janeiro se dedica a pesquisar e cantar diversas pérolas dos mestres Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Baden Powell, João Gilberto e os mais antigos Ary, Caymmi, Cartola, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, entre outros. Participou como convidada, dos shows de Kiko “80 Anos de Tom”, “50 Anos da Bossa Nova” e a “Noite da Bossa Nova – em Conservatória”, com o grupo SambaJazz Trio (Kiko Continentino, Luiz Alves e Clauton Sales).

Criou, junto com o parceiro Kiko Continentino, o projeto “Bossa Nova pra Crianças”, “Bituca pra Crianças” e “Brasileirinho”. Foi convidada a participar da “Caravana Vinícius de Moraes” pela Secretaria de Cultura de Niterói – RJ. Cantou no grupo Samba Jazz Orchestra. Com o Quarteto “Sambar é Bom” cantou por sete anos na Lapa (Rio Scenarium). Participa do “Trio Chorão”.

Estreou seu mais novo espetáculo “Chansong” (Homenagem a Tom Jobim e Michel Legrand), com Kiko Continentino, o casal Velerie Lu e Marcello Ferreira, o percussionista Wendel Silva e o saudoso Paulo Jobim, como convidado.

Durante a pandemia do covid-19, por dois anos participou da Live Quinta Justa, com seu esposo, o pianista Kiko Continentino, onde fizeram vários projetos temáticos, amplamente divulgado e executado nas redes sociais.

Segue abaixo entrevista exclusiva com para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 10.04.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Lucynha Lima: Nasci no dia 15 de julho de 1970 (registrada no dia 15/08/1970) em São Paulo – SP. Registrada como Lucia Helena Pereira Lima.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Lucynha Lima: Foi na infância, eu gostava de tirar de ouvido músicas num pianinho de brinquedo da Hering. Gostava de cantarolar todos os jingles de propagandas da TV, inclusive os solos Instrumentais.

Encantava-me com o repertório de MPB das novelas brasileiras e também das rádios. E ficou ainda mais forte o encantamento quando iniciei no Ballet clássico aos 10 anos, a música que envolvia toda a dança me pegou fundo na alma.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Lucynha Lima: A minha formação foi toda e sempre na área de Artes/Música. No Ensino Médio fiz Técnico em Desenho de Comunicação (ETESG Carlos de Campos), na Graduação fiz Licenciatura em Educação Artística/Habilitação em Música (UNESP), Cursei Canto Popular na ULM (Universidade Livre de Música), Extensão em Musicoterapia. Especialização em Regência Coral.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Lucynha Lima: Minhas influências musicais mais fortes sempre foram a música brasileira. Na adolescência eu curtia muito as bandas de pop rock nacionais e internacionais. Hoje estas influências já não são fortes. Mais tarde, a música popular brasileira começou a me encantar cada vez mais e mais. Sobretudo as antigas, os choros, serestas, bossas, sambas… até hoje. Mas, também aprecio compositores e cantores de Jazz.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Lucynha Lima: Minha carreira musical iniciei em São Paulo, cantando em bandas de rock, em Peças de teatro musicais, gravando Jingles, fazendo serestas, trabalhando como backing vocal.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Lucynha Lima: lancei 2014 meu primeiro álbum “Lucynha Lima & Sambar é Bom”, com direção musical de Kiko Continentino. Mas, fiz vocais em alguns álbuns.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Lucynha Lima: Hoje eu me defino como uma cantora e compositora de música brasileira.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Lucynha Lima: Sim, estudei técnica vocal e hoje também sou professora e preparadora vocal.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Lucynha Lima: Como cantora, educadora musical e vocal, acho fundamental que cantores cuidem da voz. Aprendam a respirar, aquecer, relaxar, fazendo exercícios. Ainda que seja sozinhos, tipo autocuidado. Não necessariamente precisam frequentar aulas de canto. Mas, que se informem e aprendam exercícios básicos de cuidados com a voz.

10) RM: Quais as cantoras(es) que você admira?

Lucynha Lima: Admiro muitas cantoras e cantores… A minha influência mais forte é Gal Costa, depois Joyce, Zizi Possi, Jane Duboc, Nana Caymmi, Elis, Rita Lee, Marisa Monte, Ademilde Fonseca, Baby Consuelo, Quarteto em Cy, Billy Holiday, Ella Fritzgerald. São muitas. Tem Emílio Santiago, Djavan, Tim Maia, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Chico Buarque, todos os Caymmi (Dorival, Dori, Danilo).

11) RM: Como é seu processo de compor?

Lucynha Lima: Geralmente surge a Melodia. Eu cantarolo, gravo… Às vezes a letra vem juntinho com a melodia.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Lucynha Lima: Na verdade ainda tenho poucos parceiros. Só dois por enquanto, Kiko Continentino e Wander Lourenço. Estou ainda num processo de buscar parcerias.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Lucynha Lima: O lado bom de ter uma carreira musical independente é você sempre poder focar na sua verdade artística, seguir seus valores e se aprofundar em pesquisas, arranjos, ficar mais livre, sem precisar seguir regras de mercado ou ondas da moda.

O lado ruim é que, como o nome diz, você é totalmente independente e precisa ser produtor de si mesmo, precisa correr atrás de trabalhados, de verbas para gravações, de se inscrever em editais, precisa batalhar em dobro. E às vezes, estar sujeito a decisões de patrocinadores e contratantes, para conseguir verbas ou entrar em projetos grandes.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Lucynha Lima: As estratégias de planejamento de carreira, dentro e fora do palco é quase que “matar um leão por dia”. Pois, artistas independentes, geralmente, não têm salário fixo, contratos. Todos os trabalhos são batalhados, negociados e realizados com dificuldade, com dedicação.

Além disso, têm a parte artística, propriamente dita, que têm que “andar junto” com a parte empresarial. A gente não sossega, cria projetos, compõe novas canções, faz pesquisa de repertório. São infinitas possibilidades. E claro, algumas mais viáveis que outras.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Lucynha Lima: Acredito que parte desta questão já está respondida na questão anterior. Mas, complementando, acredito que um tipo de ação empreendedora que um artista acaba por ter que realizar, quase que obrigatoriamente é investir em bons materiais de mídia. Boas fotos, bons vídeos, postagens em redes sociais, entre outras.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Lucynha Lima: A Internet ajuda bastante na divulgação, no arquivo e na movimentação do nosso trabalho. Não vejo, aparentemente, nenhuma questão que prejudique a carreira de algum artista.

Talvez, por ser um movimento um tanto quanto frenético, talvez nos cause ansiedade ou expectativas irreais, o fato de acharmos que temos obrigação sempre de postar todos os momentos musicais e aguardar o feedback do público.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Lucynha Lima: Particularmente não tenho home estúdio. Mas, se tivesse, acho que só há vantagem nisso.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Lucynha Lima: Acho que o diferencial é ser criativo. E ter verdade no nosso trabalho. É se dedicar. Entregar sempre com muita qualidade quaisquer que sejam os projetos em que estejamos envolvidos.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Lucynha Lima: Eu vejo o cenário da música popular brasileira hoje bem eclético. Tenho muita simpatia por esta nova geração que surgiu com mais leveza, a chamada good vibe, com canções simples, letras fofas, com refrãos chicletinho. É uma geração menos comprometida com estética, com padrões rígidos de harmonia, Melodia, poesia…

Os artistas já consagrados continuam muito consistentes, os nossos mestres Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Chico Buarque, Ney Matogrosso, Marisa Monte, por exemplo. Não vejo ninguém regredindo. Talvez, alguns artistas simplesmente se acomodem, ou prefiram apostar nos sucessos antigos e não arriscam novos projetos. É totalmente compreensível.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Lucynha Lima: Durante este tempo de carreira, já aconteceu de tudo, desde não receber o cachê até ser cantada por um convidado foi dono da festa, bêbado, que puxou meu microfone e cantou: “um dia gatinha manhosa eu prendo você…” (risos).

Teve um episódio, quando eu era menor de idade, quando tinha uma banda de rock, que fomos contratados para tocar numa casa de prostituição, mas só descobrimos isso, lá para o meio do show.

Imagina se aparecesse o juizado de menores. Meu Deus, cada uma… Já cantei num casamento muito, mas muito chique, na cobertura de um Hotel 5 estrelas em Copacabana. Precisei de um copo d’água e cheguei a pedir ao garçom, que carregava taças com água em sua bandeja.

Porém, a cerimonialista o interrompeu dizendo que eu não poderia beber a água dos convidados. Me fez descer três andares do hotel e tomar água num bebedouro. Imagina negar água pra uma cantora… negar água para qualquer ser humano é um ato covarde.

Fora o fato de que, na maioria das vezes, quando a gente se apresenta em hotéis (não todos) somos obrigados a entrar pelos fundos, pela entrada de serviço e sermos revistados, na entrada e na saída. São coisas que a gente realmente não entende.

Já cantei numa casa de samba no Centro do Rio, que tinha uma jarra de água imunda, onde os garçons diziam: “Essa é a água dos músicos”. E serviam em copos descartáveis.

A comida era uma travessa gigante de batata frita, com pedaços de pizza cortados e pedaços de frango (parecia resto de comida). E aquilo era chamado de refeição dos músicos. Por outro lado, já fiz show em muitos lugares bacanas, com uma ótima comida, hotéis 5 estrelas e um tratamento VIP. Camarins maravilhosos e alta gastronomia. Vida de artista é assim. Altos e baixos (risos).

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Lucynha Lima: O que me deixa mais feliz na minha carreira musical é receber o carinho e o reconhecimento do público, dos produtores e de outros artistas. O que me deixa triste é a falta de respeito de algumas pessoas, tanto durante a nossa apresentação como no momento de uma contratação. Algumas vezes, determinados tipos de contratantes não têm a menor ideia do valor do nosso trabalho (tanto artístico como financeiro).

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Lucynha Lima: Particularmente, eu não gosto de usar a palavra DOM. Prefiro usar a palavra “talento”. Eu vejo artistas com talento. Na verdade, vejo seres humanos com diversos talentos. Talento pra música é um deles. Também existe a habilidade, que necessariamente pode não andar junto com talento.

Pra mim, há pessoas com muito talento, que desenvolvem habilidades e se tornam artistas virtuosos, com nível de excelência. Há outros artistas mais habilidosos, que propriamente talentosos. A habilidade se consegue com muito treino, persistência, etc e se consegue êxito, claro. Mas, quando se é muito talentoso a habilidade é só um detalhe, um algo a mais (risos).

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Lucynha Lima: Eu não tenho um conceito pronto pra analisar improvisação musical. Só sei que quando vejo músicos instrumentistas ou cantores improvisarem, percebo que aquele é um momento mágico (pra nós ouvintes) e pra eles um momento de liberdade, de caminhar dentro de um campo harmônico, percorrer por frases melódicas, que seria um desenrolar dentro do tema musical que foi exposto anteriormente.

Na verdade, a gente sente e tenta descrever em palavras, em teorias, mas na verdade aquilo tudo é mais intuitivo, do que pensado, programado. Embora, mesmo intuitivo e livre, por trás há um conhecimento anterior, uma experiência e um repertório de frases musicais, dentro das tonalidades, das harmonias, que os músicos já carregam dentro de si. E claro, o solo acontece na hora, sem ensaio, mas sem este conhecimento anterior e prévio, o solo não seria tão rico.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Lucynha Lima: Claro que existe improvisação, evidente. Mas, não é pra qualquer um. Tem que ter talento e habilidade para isso (risos). Não acho que os músicos estudam antes seus solos. Acredito que fazer bons solos e improvisos é resultado de muito estudo, treino. Não é decorar, entende?

É ter várias possibilidades de explorar caminhos e frases melódicas, dentro de um tema, dentro de um campo harmônico, numa determinada tonalidade. Ninguém sai improvisando sem experiência… Aliás, a vida de instrumentistas é tocar, tocar, tocar… ouvir, ouvir, ouvir… cantores também.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Lucynha Lima: Essa pergunta eu não posso responder, pois não sou instrumentista e não improviso como cantora. (Ainda! risos). Eu não conheço nenhum método de improvisação. Na faculdade eu tive uma disciplina chamada: Arranjo e Improvisação. Eu aproveitei bem a parte de arranjo. Porém, o termo improvisação, naquele caso, tinha outro sentido.

Talvez o ato de o ato de improvisar na feitura de arranjos, em relação às músicas solicitadas. O que sei de improvisação é como educadora musical. Diante de grupos grandes seja de crianças, adultos, alunos especiais, idosos… quando a gente propõe uma atividade, uma canção ou um exercício musical e não dá certo a gente usa muita improvisação pra trocar de canção ou propor outro exercício na hora. E não deixar a peteca cair (risos).

Professor de música também tem que ter o espírito improvisador, não só no sentido musical, mas no sentido de lidar com situações (risos). Agora, me lembrando de uma peça teatral que participei como cantora em São Paulo, que se chamava “A Décima Aurora” (União das mitologias grega e africana para a Ilíada, de Homero), eu tinha um momento de improvisação de canto. Era um solo a capela, com vocalizes. Ficamos em cartaz por 3 meses. Então, cada dia este solo era diferente (risos).

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Lucynha Lima: Em relação ao estudo da harmonia. Eu estudei muito superficialmente na faculdade a harmonia tradicional, que no meu caso, era mais voltada para corais, já que me especializei em Regência Coral. Porém, fora da faculdade tive contato com um livro de harmonia funcional. Na verdade, eu sou bastante intuitiva em relação à música.

Então, nunca me prendi a teorias pra fazer meus arranjos de vozes. Sempre fiz cantarolando e sempre deu muito certo. Algumas regras podem e devem ser quebradas. A harmonia da música mineira, por exemplo, quebra muitas regras da harmonia tradicional.

No jazz também acontece isso, por vezes. Então, seguir certas regras, somente pelas regras, é besteira. Mas, como eu não sou instrumentista e não sou muito boa em escrever na partitura. Eu sempre criei as vozes e pedia ajuda pra escrever e sempre deu tudo certo.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Lucynha Lima: Acho que minhas canções tocariam sim em rádios, sem o pagamento de jabá. Com certeza. Desde que sejam rádios sérias e que tenham compromisso com música de qualidade, eu acredito sim.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Lucynha Lima: Eu diria pra alguém que quer trilhar uma carreira musical que estude bastante, planeje sua carreira, faça shows, se apresente na noite, em Casas noturnas, em teatros, etc. Que encontre o seu caminho, seu nicho de mercado. E hoje em dia, que poste vídeos de seus trabalhos, crie canais nas redes sociais, participe de Festivais, concursos e editais.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Lucynha Lima: Acho que Festivais de música já revelaram, no passado, grandes talentos. Hoje, infelizmente, não. Os Festivais de Música hoje em dia não têm mais tanto prestígio e respeito como tinham há uns 30, 40 anos atrás. Mesmo assim, se existem ainda, vale a pena que a nova geração participe. Pois é um aprendizado a mais para as suas carreiras.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Lucynha Lima: A grande mídia, como sempre, trabalha com personagens que estão em evidência ou apadrinhados pelos medalhões. É assim que eles descobrem novos talentos. Muitos talentos, deixam de ser novos e se tornam até calejados no meio artístico, vivem de sua arte e a grande mídia não dá a mínima. Isso é triste.

Já se foi o tempo em que bons repórteres garimpavam artistas novos. Novas matérias de arte. Hoje é preciso pagar assessoria de imprensa pra um evento de arte ser bem divulgado, fazer matéria. Acontece sempre na base do QI. Na grande mídia só aparecem os medalhões e seus apadrinhados, infelizmente. Salvo pouquíssimas exceções.

Às vezes vemos artistas consagrados, generosamente, convidarem novos talentos pra fazerem shows com eles. Esse movimento é muito rico, pois renova e dá frescor ao artista consagrado e dá visibilidade ao novo talento. Porém, isso não é suficiente para que os artistas independentes, sejam jovens ou não terem seus trabalhos bem divulgados.

É preciso mais iniciativas culturais, editais mais acessíveis. Coisas possíveis. As vezes só de ler um destes editais mais tradicionais, dá desânimo, tamanha é a complicação e burocracia que os artistas precisam enfrentar, simplesmente para se inscrever numa Lei de Incentivo.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Lucynha Lima: Acredito que estes espaços são muito importantes pra nós artistas. Sobretudo nós, que temos trabalhados independentes, que não estamos na grande mídia. Mas, repito, ainda há que se desburocratizar e democratizar mais estes aparelhos e incentivos culturais. Têm de ser mais acessíveis.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Lucynha Lima: Meus projetos futuros são: Fazer Turnês com meu grupo Chansong, pelo Brasil e Festivais Internacionais. Preparar meu segundo disco, com canções autorais inéditas. Preparar um álbum só de Chorinhos. Preparar um novo show solo (autoral). Organizar, treinar e ensaiar um grande coral misto, somente com arranjos meus.

Continuar cantando na noite, em Casas de shows e espaços culturais, que é a melhor escola e os melhores ensaios do mundo. Nada como se apresentar com frequência, sempre, sempre, sempre. Cada vez que a gente canta ou toca, é treino, é experiência, é aprendizado… A gente não pode parar. Músico é como atleta. Se parar, atrofia tudo (risos).

Também tenho projetos de cantar mais temas de Jazz e terminar minhas composições, que estão “na gaveta”.

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs? 

Lucynha Lima: (21) 98848 – 0086 com meu produtor Gabriel Continentino.

| [email protected]

Instagram: https://www.instagram.com/lucynhalimaa

Instagram: https://www.instagram.com/chansong284

Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100092364875858

Facebook: https://www.facebook.com/lucynha.lima.9

Álbum de Lucynha Lima e Sambar é Bom: SoundCloud: https://soundcloud.com/lucynhalima

LAMENTOS (Pixinguinha / Vinícius): http://www.youtube.com/watch?v=MR9nYdg8NmI 

HOMENAGEM AO MALANDRO (Chico Buarque): http://www.youtube.com/watch?v=L-q17vAfyo8 

Show Chansong – Homenagem a Tom Jobim e Michal Legrand: https://www.youtube.com/watch?v=UIBuYxgM9eI 

Entrevista Kiko Continentino e Lucynha Lima – Bloco 2 – Programa Berenice & Você: https://www.youtube.com/watch?v=lE81iJ5BjEU 

Caminhos da Música – Entrevista: Lucynha Lima e Wendel Silva.- Bloco 2 – 25.10.12 – TV Mundi: https://www.youtube.com/watch?v=K1opFiTe1vU 

Caminhos da Música – Entrevista : Lucynha Lima e Wendel Silva.- Bloco 3- 25.10.12 – TV Mundi: https://www.youtube.com/watch?v=3fx2dkQK5G0


Compartilhe conhecimento

Deixe um comentário

*

Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.