More Kadim Duedel »"/>More Kadim Duedel »" /> Kadim Duedel - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Kadim Duedel

Compartilhe conhecimento

O violonista, cantor, compositor e poeta Kadim Duedel foi membro do Conselho de Cultura de Itaperuna (RJ), integrou a banda de música local, conjuntos de baile do interior do Rio de Janeiro e Minas Gerais e participou de diversos festivais da canção nos estados do Rio, Minas e Espírito Santo.

Em 24/12/2022 lançou seu primeiro álbum autoral – RETICÊNCIAS -, com dez canções inéditas já disponíveis em todos os serviços de streaming de áudio (https://onerpm.link/447314946278), plataformas digitais (https://www.youtube.com/playlist?list=PLJvEddSJDBpa1q-2R-B40tM7Ebk-Ms2bk) e redes sociais.

Formado em Comunicação Social e parceiro de vários poetas – como Pedro Lyra; Vander Lourenço; Artur “Fulinaíma” Gomes; Gilmar Chiapetti; Valber Meirelles e Everardo Paiva de Andrade, entre outros.

Kadim é assíduo participante da vida cultural do Noroeste fluminense, se apresentando em eventos promovidos pela Academia Itaperunense de Letras; Firjan; SESI; Unimed; Associação Médica Fluminense; Secretaria Municipal de Cultura; Sindicato dos Professores (Sinpro – Noroeste); escolas; faculdades; tendas culturais em feiras agropecuárias e nas rádios locais.

Contemplado nos editais participou do projeto SESI CULTURAL por três anos consecutivos, com os shows autorais “Chicotada”; “A Guelra Tá Perdendo a Guerra” e “Dessa Gente”, todos no Teatro SESI-Itaperuna. Os shows foram registrados em vídeos, alguns disponibilizados no Youtube.

No show “Dessa Gente” Kadim teve, como convidados, seu parceiro musical Pardal Meirelles e a cantora Lise Marcos. No show “A Guelra Tá Perdendo a Guerra” contou com as presenças marcantes do trompetista Silvério Pontes (ex membro das bandas de Tim Maia e Luiz Melodia e, atualmente, um expoente do chorinho nacional) e do guitarrista Sérgio Chiavazzoli (que toca com Oswaldo Montenegro e Gilberto Gil).

Além das músicas do álbum, Kadim já teve gravadas quatro de suas composições: “Chicotada”; “Vamos Nessa, Morena” (parceria com Pardal Meirelles); “Soneto de Advertência” (parceria com Pedro Lyra) e “Bicho do Mato” (parceria com Pardal Meirelles e João Francisco Neves). Kadim também tem poesias de sua autoria incluídas no livro “Antologia de Poetas Itaperunenses”, do escritor e poeta Nelson Magalhães Pinto.  

Segue abaixo entrevista exclusiva com Kadim Duedel para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 15.03.2024:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal? 

Kadim Duedel: Sou um leonino nascido num 31 de julho em Itaperuna, no noroeste do Rio de Janeiro. Registrado como Ricardo Marcos. E Kadim vem do diminutivo progressivo de meu nome, no trato familiar (Ricardinho; Ricardim; Cadim; Kadim), e Duedel vem do fato de ser filho do senhor Edel Marcos. O Ricardo, filho do Edel, virou Kadim Duedel. 

RM: Fale do seu primeiro contato com a música. 

Kadim Duedel: Meu pai, Edel Marcos, também era músico; um dos maiores – senão o maior – cantor do noroeste fluminense, em sua época. Em função disso, minha casa sempre foi frequentada por artistas: músicos, poetas, escritores e atores – entre outros, o que me levou ao violão, ao canto, à poesia e à composição de forma natural. 

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical? 

Kadim Duedel: Sou formado em Comunicação Social. 

RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância? 

Kadim Duedel: Pelo fato de ser filho de músico sempre ouvi de tudo: da MPB à Bossa Nova; da seresta ao samba; do rock ao reggae; do blues ao jazz; do xote ao baião; do frevo ao carnaval. Dos gêneros que gosto nenhum deixou de ter importância para mim. Ao contrário: influenciaram minha maneira de compor.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?              

Kadim Duedel: Aos 17 anos já acompanhava meu pai (Edel Marcos), ao violão, nos barzinhos e clubes, e participava de festivais da canção, concorrendo com composições próprias.

Posteriormente tocando guitarra e cantando eu integrei diversas bandas de baile, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais: The Shines e The Surfs em Itaperuna; Sambrasa 8 e Vanguarda em Além Paraíba – MG e Los Gringos em Nova Friburgo – RJ.

 

Em Niterói (no período em que cursava Comunicação Social) fundei os grupos “KASSCA” (que, além de mim, contava com a participação dos músicos André Piredda, Silvério Pontes, Sérgio Chiavazolli, Cacai Horta, Ângelo Weber) e “COMPANHIA DO CAIS” (integrado por mim e por Ângelo Weber, Caíque Fontoura, Dante Carnevale, Sérgio Chiavazolli, Eliane Carnevale). Infelizmente esses dois grupos (“KASSCA” e “COMPANHIA DO CAIS”) não existem, mais. 

Minha banda atual e que também possui um trabalho instrumental autoral próprio – é a “JAZZINTAPE” (https://www.facebook.com/jazzintape/), formada pelo baterista Augusto Borges, pelo contrabaixista Alex Abrão, pelo tecladista Luiz Rodrigues e pelo saxofonista Alexandre Louzada. 

06) RM: Quantos CDs lançados?    

Kadim Duedel: Em 24/12/2022 lancei meu primeiro álbum RETICÊNCIAS que é meu único trabalho autoral disponibilizado nos serviços de streaming de áudio (Spotify; Deezer; Tidal; Apple; Amazon, etc), até agora. São dez canções que podem ser acessadas pelo link https://onerpm.link/447314946278

No entanto, tenho cerca de 20 vídeos de shows gravados ao vivo, com minha banda, postados no Youtube e nas redes sociais. Para encontra-los basta buscar por Kadim Duedel no Google ou diretamente no Youtube.

07) RM: Como você define seu estilo musical?      

Kadim Duedel: Considero-me um compositor eclético, que navega pelos mais variados estilos. O repertório do álbum RETICÊNCIAS, por exemplo, é formado por duas MPB (Reticências e Chutando Conchas); três blues (O Dia Entardeceu Sorrindo; Um Blues e Hipnose); dois Rocks (A Guelra Tá Perdendo a Guerra e Ave, Ave – Piu, Piu!); um jazz (Só Ela); um balanço estilo rhythm and blues (Quem Disse Que Não?) e um xote (Mineiro Emprestado).           

08) RM: Você estudou técnica vocal? 

Kadim Duedel: Não estudei técnica vocal. Comecei tocando clarineta na banda de música em Itaperuna – RJ, tentando me aprofundar na leitura de partituras; a certa altura meu pai (Edel Marcos) me presenteou com um violão e passei a me dedicar só a ele, abandonando o instrumento de sopro e as aulas de música formais.

Na época não havia as facilidades de hoje, com vídeos e aplicativos na internet. O máximo que conseguíamos eram as revistinhas mensais de cifras que comprávamos nas bancas de jornais. Aprendi por conta própria, através dessa literatura, da observação e da troca de ideias com outros instrumentistas; portanto, sou um violonista/cantor/compositor autodidata.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?      

Kadim Duedel: Como disse, na resposta anterior, não estudei técnica vocal. O que sei da arte de cantar apreendi de forma absolutamente intuitiva (certamente herança genética de meu pai), mas compreendo e valorizo a importância do estudo. O cuidado com a voz é fundamental para quem quer viver do canto. Na véspera e no dia das apresentações procuro não tomar gelado.

10) RM: Quais o (a)s cantor (as) que você admira?      

Kadim Duedel: São muito(a)s. Mas vou citar dez: Chico Buarque; Elis Regina; Belchior; Tom Jobim; Alceu Valença; Caetano Veloso; Gal Costa; Luiz Gonzaga; Raul Seixas e João Bosco.   

11) RM: Como é seu processo de compor?         

Kadim Duedel: Geralmente, quando a ideia para uma letra me vem à mente, pego papel, caneta e o violão e vou burilando os versos, adaptando-os à métrica da melodia e aos acordes que vão se descortinando. Esse processo pode durar algumas horas, dias, meses e até anos (em meu álbum RETICÊNCIAS, por exemplo, gravei a canção Hipnose, cuja letra havia escrito há mais de duas décadas, mas só consegui terminar de musicar recentemente).

Ou seja: é mais trabalho que inspiração, embora haja casos em que letra e melodia surgem naturalmente, como se estivesse psicografando. Mas esses casos são raros. Já musicar letras prontas, enviadas por parceiros, é um processo mais complicado, que requer muita atenção e persistência (na base da tentativa e erro, mesmo) para a obtenção de um resultado melódico e harmônico condizente com a emoção retratada nos versos. 

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?      

Kadim Duedel: São muitos os parceiros de composição; o mais constante é Vitor (Pardal) Meireles (com quem tenho mais ou menos umas dez canções); depois dele, Ricardo Rocha (quatro); Marcelo Silva (três); Wander Lourenço; Djalma Oliveira, Dante Carnevale, Pedro Lyra e Everardo Paiva de Andrade (duas com cada um). Com apenas uma composição tenho parcerias com Sérgio Chiavazzolli; Gilmar Chiapetti; Arthur “Fulinaíma” Gomes; Valber Meireles; América Cupelo; Annamaria Ramos; João Francisco e Vicente Diniz, entre outros. 

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Kadim Duedel: A principal vantagem é poder desenvolver sua arte com liberdade, abordando os temas e estilos de que gosta sem as imposições de um empresário ou produtor. A desvantagem é a dificuldade em obter apoio financeiro e logístico para a produção e divulgação do trabalho.

Atualmente uma das alternativas para superar essa limitação é a participação em editais culturais. A gravação de meu álbum RETICÊNCIAS só foi possível por ter sido contemplado no Edital Retomada Cultural RJ2/2021 da SECEC (Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro). Atualmente estou inscrito no Edital Rumos – Itaú Cultural 2024, cujo resultado preliminar está previsto para o mês de maio.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?      

Kadim Duedel: No palco a coisa é mais tranquila já que tenho uma obra autoral consistente (mais de 100 composições, das quais apenas as 10 do álbum RETICÊNCIAS foram gravadas, até agora) e uma excelente banda, formada por músicos talentosos e parceiros.

Fora do palco, no entanto, a coisa é mais complicada, de vez que – descapitalizados – só nos resta (aos músicos com carreiras independentes) a internet para a divulgação do trabalho.

Aí entra a criatividade de cada um em como viabilizar a logística promocional e a estratégia para driblar os famosos “algoritmos”, que limitam a circulação das obras a um determinado universo virtual, praticamente impondo o impulsionamento pago como única alternativa para que sejam levadas a um espectro maior de público. 

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical? 

Kadim Duedel: Inscrevo-me em todos os editais culturais abertos, na área de música; crio reels e stories com as canções do álbum, no Instagram, Facebook e Threads; dou entrevistas a blogs, revistas e podcasts (quando solicitado) e divulgo meu trabalho nos shows com a banda e também nas apresentações ao vivo que faço, no estilo voz e violão, nos barzinhos e clubes da vida.   

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Kadim Duedel: A internet, para um artista independente, é a ferramenta mais democrática na divulgação do trabalho. É através dela que – em qualquer parte do planeta – o público pode ter acesso a seus áudios; vídeos; fotos; textos; letras e cifras das canções, etc.

No entanto, essa facilidade gerou uma enorme concorrência, com dezenas de novos artistas sendo lançados, diariamente, mundo afora; o que não chega a prejudicar, mas torna mais complicada a tarefa de tentar furar a bolha mercadológica.    

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)? 

Kadim Duedel: As maiores vantagens são a liberdade de criação sem as amarras do “tempo de estúdio” – o que nos permite elaborar e registrar os arranjos com mais apuro e eficiência – e a possibilidade de efetuar qualquer ajuste ou correção, durante o trabalho, sem o “stress” das imposições de um produtor ou de uma gravadora. Quanto às desvantagens podemos citar os espaços mais reduzidos (já que os home estúdios, geralmente, são improvisados em algum cômodo da residência) e o isolamento acústico nem sempre 100 % eficiente, entre outras. 

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz, efetivamente, para se diferenciar dentro do seu nicho musical?     

Kadim Duedel: Basicamente tento manter meu estilo, caprichando nos arranjos para valorizar as canções o máximo possível. Cada acorde; cada riff; cada solo; cada ataque da banda é debatido com os músicos para que tudo saia a contento nas gravações e nos shows.

O mesmo cuidado procuro ter na elaboração das letras, revisando cada palavra, cada frase, no sentido de preservar a qualidade gramatical e poética, em respeito ao público alvo que buscamos: pessoas que curtam a MPB; o Jazz; o Blues; o Rock e o Xote (entre outros) e apreciem a poesia nos versos das canções.   

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira? Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?      

Kadim Duedel: O Brasil é riquíssimo em talentos! Fico admirado ao ver a quantidade de músicos disponibilizando sua arte nos serviços de streaming, plataformas digitais e redes sociais. A maioria, obviamente – assim como eu -, ainda lutando por reconhecimento.

No que diz respeito às revelações curto muito Vanessa Moreno; Luiza Lacerda; Victor Seixas, Mari Blue, entre outras. Não vislumbro – entre os de minha preferência – nenhum artista cuja obra tenha “regredido”; para mim o maior de todos continua sendo Chico Buarque de Holanda, mas tenho ouvido muito Mestrinho e Mônica Salmaso. 

20) RM: Como você analisa o cenário da Música Instrumental Brasileira? Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?      

Kadim Duedel: Minha praia é a da música com letra; cantada. Mas admiro muito a música instrumental brasileira, que é uma das melhores do mundo. Nos últimos anos, por sinal, tenho assistido a muitos shows instrumentais e são tantos os artistas incríveis que fica difícil nomeá-los sem o risco de cometer injustiças, omitindo um ou outro.

Mas – en passant –, entre os que ainda estão em atividade, me vêm à memória os nomes de Silvério Pontes; Yamandu Costa; Hamilton de Holanda; Mestrinho; Armandinho Macedo; Bebê Kramer; Michael Pipoquinha; Pedro Martins; Hermeto Paschoal; Pedro Franco; Toninho Ferragutti; Carlos Malta; Ana Paula Cruz; Léo Gandelman; Sexteto Sucupira e Borghettinho.

Se levarmos em consideração os que já se afastaram (caso de Zé da Velha) ou já se foram, aí é até covardia, a começar por Pixinguinha, passando por Valdir Azevedo; Jacob do Bandolim; Dilermando Reis; Altamiro Carrilho; Paulo Moura, Heitor Villa-Lobos, entre outros. Certamente deixei muita gente boa de fora. Como disse, anteriormente, é difícil nomear todos. 

21) RM: Quais as situações mais inusitadas que aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show; brigas; gafes; show em ambiente ou público tosco; cantar e não receber; ser cantado etc)?  

Kadim Duedel: A mais inusitada (e até certo ponto hilária) aconteceu quando ainda era bem jovem e atuava como guitarrista e crooner da banda Companhia do Cais, em Niterói. Éramos seis músicos na banda, que tinha também uma cantora. Estávamos fazendo uma domingueira, em um bar em Piratininga, com previsão de apresentação das 14h às 18h. Só que – eu um Botafoguense roxo – não estava conformado em perder Botafogo x Flamengo, que começaria às 17h.

Pois bem: de maneira totalmente irresponsável (reconheço), num intervalo da banda, por volta das 16h, abandonei o local, peguei um táxi e me mandei para o Maracanã, deixando aos colegas a incumbência de terminar o show sem minha presença (o que fizeram).

Mas para meu desgosto, justo nesse dia, o Flamengo aplicou uma solene goleada no Botafogo. Resultado: além de me indispor com a galera (que – felizmente – não me dispensou), ainda tive que aturar zoação durante mais de uma semana, pelo resultado da partida. 

22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?       

Kadim Duedel: O que me deixa mais feliz é poder tocar, cantar e disponibilizar meu trabalho autoral ao público, seja ele presencial ou virtual. O que me entristece são os baixos cachês e a falta de maiores oportunidades. 

23) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Kadim Duedel: Com certeza existe o dom! Senão como explicar crianças prodígio que – muitas vezes, aos cinco, seis anos – performam como virtuoses (em alguns casos sem qualquer formação musical)? Para explicar tais fenômenos alguns evocam reencarnação; herança genética ou (em casos mais extremos) algum tipo de origem extraterrestre.

Mas prefiro argumentar com o bom e velho dom, que equiparo à fé – cujos efeitos podem ser constatados, mas não explicados racionalmente (um dia a ciência desvenda esse mistério). Mas, a princípio, para se um tornar um bom músico não é absolutamente necessário “ter o dom”. A vontade; o estudo; a persistência e a prática são suficientes para forjar um artista. 

24) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?     

Kadim Duedel: Apesar de autodidata me considero um bom violonista que, mesmo sem nunca ter estudado harmonização ou escalas, consegue tocar e compor com riqueza harmônica e criar riffs interessantes. No entanto, não sou muito bom em improvisos. Se ensaiar sou capaz de executar qualquer solo, não importando o nível de dificuldade que ele apresente.

Mas se me pedirem pra improvisar na hora, mesmo que sobre uma harmonia simples, tenho muita dificuldade. Isso é consequência de anos focado apenas em tocar e cantar, tendo a meu lado colegas talentosos que cuidavam dos solos, me poupando dessa incumbência. 

25) RM: Existe improvisação musical, de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Kadim Duedel: Não sou um expert em improvisação, mas já trabalhei e convivi com muitos músicos talentosos que – independentemente da complexidade da sequência harmônica que lhes era apresentada – improvisavam solos fantásticos, sem qualquer ensaio. Mas daí a afirmar que em função de um dom ou consequência de seus anos de estudo ou experiência, vai uma grande distância. Simplesmente não sei.   

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical? 

Kadim Duedel: Creio que só devam existir os prós, pois ninguém perde nada em se aperfeiçoar em qualquer tipo de atividade. 

27) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?      

Kadim Duedel: Sempre fui muito bom em harmonia, mas de forma totalmente intuitiva, sem qualquer estudo formal de harmonização. Comprava as revistinhas com letras cifradas, trocava ideias sobre os acordes com outros colegas violonistas e observava as performances dos amigos músicos de meu pai, que frequentavam minha casa, e as dos artistas de fora que se apresentavam em minha cidade. Dessa forma absorvi muitas informações que, hoje, embasam minha atuação. 

28) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?      

Kadim Duedel: Essa noção de “jabá” se sofisticou. Hoje as rádios tradicionais – embora ainda importantes na divulgação musical – passaram a dividir essa tarefa com os serviços de streaming de áudio, plataformas digitais e redes sociais da internet.

E no mundo virtual o grande problema para a divulgação de um trabalho é transpor a barreira dos “algoritmos”, que determinam para quantas pessoas sua obra será disponibilizada. Daí surgiu o tal de “impulsionamento pago”, que é a forma – mediante o investimento de determinadas quantias – em que o algoritmo disponibiliza sua música para um universo maior de internautas. Já até pensei em fazer um teste nessa direção com uma das canções de meu álbum, mas ainda não o fiz. Estou analisando. 

29) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?      

Kadim Duedel: Se você acredita no que faz, siga em frente! 

30) RM: Festival de Música revela novos talentos?      

Kadim Duedel: Antigamente, sim, revelava; atualmente creio que não.  

31) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?      

Kadim Duedel: A grande mídia só dá atenção para os artistas consagrados. Aos independentes resta a internet e o dia a dia dos shows possíveis em bares; clubes; festas particulares; convenções de empresas; pequenos teatros e a participação nos editais culturais em aberto, buscando patrocínio para seus projetos de shows e (ou) gravações. 

32) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Kadim Duedel: Excelente! São válvulas de escape para os artistas independentes na busca por patrocínios para seus projetos. Me inscrevo em todos os editais lançados por essas prestigiadas instituições. Já logrei ser contemplado em três editais culturais SESI/Firjan (em 2011/2012 e 2013); no RETOMADA CULTURAL RJ2/2021, da SECEC/RJ (Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro) e, atualmente, estou inscrito no Rumos – Itaú cultural 2024 e ultimando a inscrição no Edital de Cultura Firjan/SESI 2024. 

32) RM: Quais os seus projetos futuros?      

Kadim Duedel: Seguir compondo, realizando shows e tentando obter patrocínio para a gravação de um segundo álbum autoral. Torcendo para que, nesse caminho, uma ou mais de minhas canções possa despertar a atenção de algum nome importante do cenário musical. 

34) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Kadim Duedel: [email protected]

| https://www.instagram.com/kadimduedel

Facebook:   Kadim Duedel               

Meu álbum RETICÊNCIAS:  https://onerpm.link/447314946278               

Alguns dos vídeos gravados em shows ao vivo, disponibilizados no Youtube:

Canal: https://www.youtube.com/channel/UCdexUtRMQAoKFXd67u3Qesg 

Reticências: https://www.youtube.com/watch?v=Cwb6zMOe2MA 

A Guelra Tá Perdendo a Guerra: https://www.youtube.com/watch?v=26ZplP9SGsk 

Playlist do álbum Reticências: https://www.youtube.com/watch?v=Cwb6zMOe2MA&list=PLJvEddSJDBpa1q-2R-B40tM7Ebk-Ms2bk 

Show RETICÊNCIAS, de Kadim Duedel: https://www.youtube.com/watch?v=038LekLaBA8 

https://www.youtube.com/watch?v=MhYUgjYtkP4               

https://www.youtube.com/watch?v=as5j_g6OqFw 

https://www.youtube.com/watch?v=SwmMiMJQu9g 

https://www.youtube.com/watch?v=-YjHeLqLQg8 

https://www.youtube.com/watch?v=TkonaVLnzr0   


Compartilhe conhecimento

Comments · 4

  1. Antonio Carlos, agradeço imensamente esse espaço que você – tão gentilmente – disponibilizou para divulgar meu trabalho aqui, na Ritmomelodia. E, aproveitando a oportunidade, gostaria de pedir aos amigos internautas que – caso gostem de minhas canções – deixem o like nos vídeos e se inscrevam em meu canal, ok? Abraço a todos!

  2. Muito boa a iniciativa da RitmoMelodia, vamos valorizar os artistas brasileiros. Parabéns Kadim Duedel, sucesso sempre!

Deixe um comentário

*

Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.