More Jayminho Moreira »"/>More Jayminho Moreira »" /> Jayminho Moreira - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Jayminho Moreira

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Vindo de uma família de músicos, numa atmosfera muito rica, entre o samba, bossa nova, música clássica e chorinho, Jayminho Moreira absorveu todos esses estilos que mais tarde dariam à sua carreira a força necessária para o seu estilo pessoal. “Passionné” pelo violão e guitarra, aos 15 anos de idade começa a estudar música.

Em diferentes formações, passeia por variados estilos musicais que vão da bossa nova ao jazz-rock e da música regional mineira aos ritmos do nordeste brasileiro.

No começo dos anos 80, Jayme, através de seu primo Rubinho Moreira (baterista), é apresentado a Tom Jobim, Alceu Valença, Miúcha, Luiz Melodia, entre outros nomes da MPB.

Nesse mesmo momento, muito importante para sua carreira, ele participa de uma formação com 11 músicos na abertura do show de Gilberto Gil no 1o de maio 1983, em Belo Horizonte no Campo do Cruzeiro diante de 20 mil pessoas. Convidado a Paris, onde viveu nos últimos 20 anos, forma um duo com Marcelo Ferreira.

Durante dois anos seguidos se apresentam em várias capitais europeias em clubes de jazz, casinos, casas de shows, etc. Com músicos de diversas etnias e sob influências africanas e do funk, dá uma canja com Nina Simone, This Van Leer (Focus), além de tocar e compor com diversos intérpretes brasileiros na Europa, turnê com Les Ètoiles.

Participa do grupo KAOMA numa turnê Europeia. Na França, em turnê com a Artista MARY L. na promoção do CD “Il pleut sur Rio” (Universal music).

Entre 2006 e 2008 compõe e grava seu primeiro álbum – “Um Azul Sem Fim”, é distribuído mundialmente pela gravadora “Satellite Music – França”, e no formato digital pela “Believe digital”. Durante os anos de 2007 e 2008, parte à uma série de shows em diversas cidades da França, Itália. Em março de 2008, se apresenta no “Vinicius bar”, no Rio de Janeiro, em comemoração dos 50 anos da Bossa Nova.

Após quatro anos criação, em 2019, grava e lança pela Believe Digital, um novo álbum “Samba Do Bom”. E, desde o final da pandemia, tem se apresentado em solo ou em trio, em várias cidades da Europa, Hamburgo, Luxemburgo, Genebra, Marseille, Bordeaux, Nancy, Lyon…

Atualmente, Jayminho está desenvolvendo um projeto junto com o saxofonista Richard Mercier.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Jayminho Moreira para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 30.12.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Jayminho Moreira: Eu nasci no dia 25 de março de 1958 em Caeté; pequena cidade da periferia de Belo Horizonte – MG. Registrado como Jayme de Aragão Moreira Neto.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Jayminho Moreira: Meu contato com a música vem unicamente da família de meu pai.

Meu avô (Jayme De Aragão Moreira), com um grupo de músicos, faziam festas, batizados, etc, e até música para cinema mudo. Ele tocava Flauta e clarineta.

Eu tinha também um tio (Hernane), que tocava flauta. Os meus primos, filhos do meu tio por parte de pai, eram músicos: Rubinho Moreira (baterista), Marcos Moreira (pianista e acordeonista), foram meus grandes influenciadores. Quando eu era pequeno, eu brincava no quintal da casa deles enquanto a banda Gemini 7 ensaiava. Na Gemini 7 passaram músicos importantes da MPB dos anos 60/70/80.

Pela TV vi a transmissão dos festivais de música onde artistas como Chico Buarque, Edu Lôbo, Caetano Veloso, Elis Regina, etc, faziam o circo pegar fogo.

Eu era muito intuitivo, eu pegava no violão quando estava na casa de amigos, imitava alguém conhecido fazendo mímicas, caretas, etc. Amigos e familiares diziam que eu era bem divertido (risos). A música estava no meu DNA.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Jayminho Moreira: Minha formação começou com aulas particulares de violão clássico com um professor aposentado (Joaquim Silva), do Conservatório de Música de Belo Horizonte – MG. Foram os dois anos mais importantes do meu aprendizado.

Em seguida passei a frequentar as aulas de percepção musical, expressão corporal e aulas de violão (Noé Lourenço), na Fundação Palácio das Artes durante dois anos.

Frequentei por um curto período, a Escola Musica de Minas (Milton Nascimento). Estudei em Paris, na Escola de música I.A.C.P., durante 4 anos. Estudei guitarra jazz, ensemble improvisação, Harmonia, arranjo Big-Band.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Jayminho Moreira: Minhas influências sempre foram muitas e variadas. Quando adolescente, ouvi muito heavy metal, funk, pop, rock progressivo, jazz, jazz-rock, música clássica, música Brasileira (Bossa-nova, MPB), música negras americana.

Não posso esquecer de citar a música mineira, começando por Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso. Esses artistas são o orgulho de Minas Gerais.

Os que deixaram de ter importância, não sei. Talvez eu diria que eu escuto menos os que deixaram de ter importância, mas não os abandonos.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Jayminho Moreira: Minha carreira musical, foi em duas etapas. Em Belo Horizonte – MG, quando eu ainda era estudante de música, toquei com vários artistas da época que também estava emergindo no cenário musical mineiro.

Citando alguns, Sergio Moreira, Marcus Viana (Sagrado), Junia Lambert, e o mais importante para mim: Grupo Astrolabio Cigano. Esse último exerceu grande influência no que sou hoje.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Jayminho Moreira: Lancei dois álbuns “Samba Do Bom” (2019) e “Um Azul Sem Fim” (2008) pela Believe Digital France, CD compilação de artistas pela Natura. E estou editando, mixando um CD instrumental que fiz já algum tempo, que por razões diversas não pude lançar.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Jayminho Moreira: É difícil definir. Meu estilo é muito vasto. Você vê as minhas influências. Apesar da Bossa-Nova e a Black music serem o tripé do que estrutura o meu estilo. Penso que não quero estar preso a isso. Quero estar sempre evoluindo, deixando coisas para trás para alcançar outros sotaques.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Jayminho Moreira: Não exatamente. Eu estudei canto com professores em Paris, (Leila Zlassi, Michelle Agsene, Christianne Legrand), mas eram aulas particulares em função do que eu estava cantando no momento ou tinha intenção de cantar. Nunca tive a intenção de fazer um longo curso, aulas somente em questões pontuais.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Jayminho Moreira: Nas minhas poucas aulas eu aprendi que devemos ter muito cuidado com corpo/voz. Com exercícios aplicados especificamente, você corrige possíveis falhas na emissão do som, perda de sustain, volume, e pronuncia das sílabas. Dá uma grande satisfação quando você vê o resultado.

A prática consciente de exercícios, abre muitos caminhos para que você empodere de si próprio, obtendo uma boa interpretação no que você se propõe a fazer.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Jayminho Moreira: Milton Nascimento, Elis Regina, Leni Andrade, João Gilberto, Rosa Passos, Leila Pinheiro, Edu Lôbo, Elle Fitzgerald, Gilberto Gil, Paula Lima, Joni Mitchel, Aretha Franklin, Erikah Badu, Elsa Soares, Marisa Monte… Vou parar por aqui, pois posso citar muito mais!

11) RM: Como é seu processo de compor?

Jayminho Moreira: Compor é um processo aleatório. Posso começar através de dois acordes, ou duas frases. Posso compor um tema sem letra, e mais tarde adaptar um texto. Na maioria das vezes, faço grande parte da música e melodia, se tiver que ter letra, o texto vem muito mais tarde.

Tenho músicas que necessitaram em média 10 anos para serem concluídas. Sempre componho em colaboração com outros artista. Também componho letra e música, mas é raro.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Jayminho Moreira: Meus parceiros em geral são amigos de longa data, são os que contribuem com o texto da canção. Os meus parceiros fazem isso melhor do que eu. Os principais são: Rasiko Swami, Leticia Constant, Roberto Santana Reis, Théos Allen.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Jayminho Moreira: Você não tem descanso! Em geral, pra sobreviver nesse caminho, é prioritário colocar sua carreira à frente de tudo. Você precisa criar rotinas, ser bem organizado. Tem que consagrar pelo menos 4 horas do seu dia para praticar o instrumento, seja a voz ou o instrumento, etc. Isso te mantem no jogo, te faz seguro psicologicamente.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Jayminho Moreira: A estratégia tem a ver com sua forma de organizar. Precisa também ser bem flexível. Nem tudo vai seguir como você deseja.

Fora do palco, é como eu disse acima, custe o que custar, tem que reservar algumas horas do dia para aplicar sua rotina, praticar o instrumento, o canto. Na outra parte do tempo, contactar promotores de eventos, músicos e tudo que faz parte desse universo, para se manter sobre os trilhos.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Jayminho Moreira: Redes sociais, como o Facebook, Instagram, Youtube. Certas ocasiões, pago os serviços da rede para divulgar um álbum que está saindo, um show, uma entrevista, etc. Ser artista e manager ao mesmo tempo é um ato revolucionário, quase circense. Confesso que tem horas que é bem difícil!

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Jayminho Moreira: Acho que a internet ajuda muito em todos os sentidos. O difícil é você fazer o necessário sem perder muito tempo. As redes sociais nos consomem muito! O importante é ter em mente o que vai fazer antes de se conectar, dentro, é necessário para manter o foco no seu propósito. É muito fácil se dispersar!

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Jayminho Moreira: É uma faca de dois gumes! Com a popularização da tecnologia de gravação, dando acesso a todos, conseguimos materializar nosso conteúdo musical, jogar nas redes e obter muitos seguidores. Para os grandes studios de gravação foi uma grande catástrofe. Muitos faliram ou diversificaram os serviços para sobreviverem.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Jayminho Moreira: Eu cheguei nas redes sociais muito tempo depois, com o tempo eu fui aprendendo, mas não obtive bons resultados. Eu não me importava, eu já tinha um Label. Com a falência do CD, eu comecei a me interessar pelos movimentos tecnológicos que estava acontecendo na internet. Não foi fácil, pois eu tinha muita resistência. Sou de uma geração que não existia tudo isso.

O nicho musical, comecei pagando serviços que o facebook disponibiliza. Posso dizer que é muito interessante. Tem muito detalhe, muito minucioso, e sem querer, você começa a entender os campos de interesses e aprende a direcionar ao seu tipo de público.

Quanto a concorrência, eu acho que não mudou muito coisa. Antigamente, tudo era mais difícil, ser artista você precisava passar por dentro de um funil apertado para conseguir um contrato e produção.

Quem tinha acesso a arte em geral eram pessoas de classe média alta. Podiam pagar por studios e seus caprichos, passar horas experimentando, etc. Hoje você pode gravar com qualidade com baixo custo, ter 100/200 seguidores através de shows e redes sociais, mesmo que seja em pequena escala. Se você for bem organizado, pode conseguir muito mais, trazendo muito lucro financeiro e notoriedade.

19) RM: Como você analisa o cenário do Samba. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Jayminho Moreira: Vamos começar lá trás. O samba é tudo para a música popular brasileira, é a raiz de todas as outras tendências. Compositores como, Pixinguinha, Dorival Caymmi, Luis Gonzaga, Zé Keti, Adoniran Barbosa, Ari Barroso, Noel Rosa, Cartola, pra mim, são os maiores.

Os modernos seguiram o mesmo caminho: Paulinho Da Viola, João Bosco, Djavan, Gilberto Gil, Joyce, Caetano Veloso, Chico Buarque, Ivan Lins, Beth Carvalho, trouxeram roupa nova para a nossa MPB.

É muito complexo falar de música brasileira. Por exemplo: a bossa-nova – dizem que a bossa-nova é o samba lento que trouxe harmonias ricas, belos encadeamentos, melodias trabalhadas…

Nos últimos 20 anos, outros artistas continuaram o seguimento deixado pelos citados anteriormente. Mas, confesso que paralelamente a qualidade caiu muito.

Na minha opinião, houve um empobrecimento, as letras não dizem muita coisa, a poesia virou peça de museu. Houve uma inversão: Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho são os grandes compositores do nosso samba atual.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Jayminho Moreira: Impossível não viver situações inusitadas (risos). A minha profissional amadureceu na França. Em Minas Gerais, eu era um jovem aprendiz que estudava música e tocava com amigos.

Em Belo Horizonte, tínhamos uma banda Astrolabio Cigano. O Estilo era um pouco regional entre baião/rock/samba com toques delirantes. Nós fomos convidados para tocar no antigo DCE da Universidade Federal de Minas Gerais, (hoje, Cine Belas Artes) – durante a vinda do até então, sindicalista José Inacio Lula da Silva que se tornou três vezes presidentes do Brasil.

Tudo estava bem até que, a polícia militar, aquela da repressão dos anos de chumbo no país, começou a jogar bombas de gás na rua em frente ao CDE, o cheiro penetrou no auditório, o público começou a perder a calma. Nos continuávamos nossa performance… em minutos o povo começou a quebrar tudo em volta, outros foram saindo. Fomos obrigados a deixar o palco também, saímos correndo dali. Foi tenso e triste!

Na França, toquei com um grande grupo folclórico numa feira internacional de banheiras e piscinas. Foi durante o verão, as apresentações eram durante as tardes e as noites. Assinamos um contrato de quase um mês de trabalho. A rotina ganhou o seu lugar.

No final, na hora de receber o dinheiro combinado, o contratante fugiu. Ficamos sem dinheiro, o hotel estava no contrato que fizemos com o contratante. O hotel queria que pagássemos pelo prejuízo. Chamamos a polícia local. Abriram um mandado de prisão para o sujeito.

O sindicato dos músicos da França abriu um processo internacional. Enfim, acharam o contratante escondido numa ilha do Pacífico. Nós recebemos todo o dinheiro com correção monetária e danos causados pelo infeliz. Hoje consigo rir desse episódio.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Jayminho Moreira: Fico feliz mesmo, quando as pessoas reconhecem o meu trabalho. O que me deixa triste é a quantidade de pessoas falsas, aproveitadoras, que encontramos no decorrer de nosso trajeto. Enquanto não aprendemos a fazer o discernimento seremos vítimas constantes.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Jayminho Moreira: Dom, é a mesma coisa que talento, habilidade nata, se assim eu posso dizer. É como ter uma certa facilidade de entender e reagir a uma coisa ou tema específico, uma grande intuição, acima do comum.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Jayminho Moreira: A improvisação é a criação musical em tempo real sobre uma estrutura musical já conhecida dos músicos.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Jayminho Moreira: Existe várias maneiras ou níveis para se improvisar. Dependendo do seu conhecimento, podemos aplicar melodias utilizando regras de composição, ou simplesmente intuitivamente, se jogando nos abismos dos sons. A improvisação é um risco proposital.

Há quem prefere improvisar em acordes, outros em melodia. O mais comum é improvisação melódica. A improvisação se baseia numa estrutura já conhecida, no caso, a música ou tema que está sendo executada.

Na nossa música Popular, se baseia no que já foi definido e aceito desde o século XVIII, ou seja, a Música Clássica. Quando ingressamos em escolas de músicas aprendemos muito dessas regras.

Nos casos mais comuns, improvisar é se colocar na estética do tema, improvisação temática. Já no caso do Jazz, encontramos outras variantes. Na escola onde estudei, havia uma disciplina que se chamava Improvisação Avançada. Aprendíamos como substituir os acordes por outros. Depois tocávamos sobre estruturas que chamávamos de Estruturas Invisíveis.

Fora isso, a improvisação livre é igual ao Free Jazz. Nem todo mundo aguenta, é só para os iniciados. O mesmo acontece com o teatro, a dança. Não existe o chamado “Erro”. Expressar livremente é tudo de bom! A improvisação é como um quadro impressionista.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Jayminho Moreira: Os métodos em geram tem a mesma intenção, que é fazer você improvisar. Existe métodos para todos os níveis. O músico deve desenvolver seu próprio método para abordar qualquer método de improvisação.

Comece com os clichês depois desenvolva os seus para alcançar a maturidade de sua própria linguagem, seu próprio estilo. Praticar, praticar e praticar abre novos caminhos.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Jayminho Moreira: Hoje em dia a harmonia está na cabeça de qualquer músico. Se ele tiver uma boa orelha ele pode fazer o que quiser. Lógico, o conhecimento da teoria ajuda, facilita.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Jayminho Moreira: Não tenho conhecimento concreto sobre esse assunto de pagar o jabá para ter uma música tocando no rádio. Escutei muito o Hermeto Pascoal, o Boca Livre falando sobre esse assunto. Depois fui embora pra França e me desliguei.

Mas, tenho a impressão que o Jabá está em todos os países do mundo. Os Labels (gravadoras), compram programas de rádio e televisão, exatamente para vender o seu peixe. Infelizmente são eles que comandam o mercado. Afinal, eles financiam os seus artistas e querem retorno financeiro. Não tem como fugir disso. Hoje a solução está na mídia independentes, seja, rádio, streaming alternativos, canais na Web.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Jayminho Moreira: Eu diria: – Você tem certeza? (risos!). Seriamente eu diria: estude bastante, saiba mais que os outros, seja profissional, respeitoso, tolerante, organizado, e cerque-se de pessoas sérias, evite os cachaceiros e a conversa fiada.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Jayminho Moreira: Os festivais de música são ótimos para desenvolver seus talentos de compositor, intérpretes e performance. Ganhar um deles é a cereja do bolo.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Jayminho Moreira: Nos últimos 20 anos a grande mídia teve que se esforçar para não ser engolida pela web. As pessoas estavam deixando de assistir os canais abertos. Me parece que agora tem um certo equilíbrio.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Jayminho Moreira: Apesar de eu nunca ter me apresentado em algum deles, acho maravilhoso. Deveria haver mais espaços como estes.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Jayminho Moreira: Quero terminar um CD instrumental que comecei a duas décadas, pois tive que interromper o projeto por razões pessoais. Também quero me aprimorar nesse universo da mídia digital, fazer meu próprio marketing digital.

Confesso que fui atropelado por toda essa tecnologia. Hoje é preciso fazer alguns cursos para depender menos de terceiros. Agradeço a revista RitmoMelodia por fazer parte dos seus entrevistados.

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Jayminho Moreira: [email protected]

| https://www.facebook.com/profile.php?id=100066724717804

| Instagram – https://www.instagram.com/jayminho.moreira

Canal do Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCi_A3BtxNYVX79UAoJ9Nu1g

Samba do Bom: https://www.youtube.com/watch?v=lFSR_9MNNNM

Brother Do Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=QE11QS__bek

Playlist do álbum Samba do Bom: https://www.youtube.com/watch?v=lFSR_9MNNNM&list=OLAK5uy_nrZ2FeZGxRySN6rlQyxrM1ZRfUrZYjI5E

Playlist do álbum Azul sem fim: https://www.youtube.com/watch?v=QE11QS__bek&list=OLAK5uy_nu9veJmbJ8YwmtDy1LBMiXYLxAiUtZrvA


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Comments · 1

  1. Como é bom acompanhar essa trajetória, sabendo de todo esse amor pela música 🎶 desde adolescente. Hoje apesar de conhece-lo à uns quarenta anos , sei que merecia maior reconhecimento por toda busca e dedicação. Segue , prossegue e brilha .O tempo é agora!
    Você é um querido.

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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.