More Gustavo Guimarães »"/>More Gustavo Guimarães »" /> Gustavo Guimarães - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Gustavo Guimarães

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Gustavo Guimarães nasceu em 7 de dezembro de 1971, em Diamantina – MG, às portas do Vale do Jequitinhonha.

Ainda criança, mudou -se com a família para João Pinheiro, Noroeste de Minas Gerais, onde morou até os 18 anos de idade. Ali, cresceu em meio a matas, córregos, fazendas e veredas, conhecendo e se encantando com o cerrado. Porém, o que mais o marcou, sem dúvida alguma, foi o contato que teve com a música. Àquela época, a única rádio da cidade fazia a cabeça dos jovens com o rock, a MPB e a música sertaneja e caipira. O contraponto eram as manifestações culturais da região, entre elas as folias de reis.

Gustavo se lembra que ouvia de longe o som das caixas e o coro de vozes, seguidos da requinta. Ainda menino, ele tinha que superar o medo dos palhaços para se aproximar um pouco mais dos tocadores e tentar entender o canto arrastado e quase balbuciado pelo mestre da folia. O tempo passou, e a folia deixou de girar. Mas o artista manteve seu contato com a música, através do estudo do violão e de composições que começava a esboçar.

A ligação de Gustavo com o Vale do Jequitinhonha nunca se desfez. Sua avó materna ainda morava em Couto de Magalhães de Minas Gerais, e ele sempre estava por lá, chegando ainda a morar e estudar em Diamantina por alguns anos. A cultura do Vale era parte de sua essência. Porém, foi em Belo Horizonte que teve seu contato mais direto com a viola caipira. O encontro foi por acaso.

Gustavo dava aulas de violão para principiantes, e um de seus alunos apareceu com uma violinha, perguntando se ele sabia afinar aquele instrumento. O professor se dispôs a tentar e ficou com a viola. Depois de muita peleja, saiu a afinação em cebolão. Como Gustavo já se identificava com o som do instrumento, por causa das folias e das músicas caipiras, não demorou a ir pegando o jeito da coisa, e logo comprou sua primeira viola. Mesmo sendo autodidata, ele estudou com alguns mestres, para desenvolver técnicas diferentes. Fez aulas com o falecido Zé da Viola e com Fernando Sodré. Já não havia como negar o encanto e a força daquele instrumento. O som da viola o remetia aos tempos de menino, às folias, às fazendas de gado em João Pinheiro e ao Vale do Jequitinhonha, seu berço. Sua sina de violeiro estava traçada.

Após participar do concerto “VivaViola”, com casa cheia durante três dias no Teatro Alterosa, em Belo Horizonte e no grande Teatro do Palácio das Artes onde, além do espetáculo, foi também lançado o CD – “VivaViola”. Saudado como um novo movimento da viola caipira em Minas Gerais, o espetáculo reuniu ainda os violeiros Pereira da Viola, Chico Lobo, Bilora, Wilson Dias, Joaci Ornelas. Antes, em 2004, a música “O Canto da Natureza”, de Gustavo Guimarães, foi a grande vencedora do VII Festival Sabarense da Canção, arrebatando os prêmios de melhor música, melhor arranjo e melhor interpretação.

“Viva Viola, Viva a Cantoria” reúne os músicos mineiros Bilora, Chico Lobo, Gustavo Guimarães, Joaci Ornelas, Pereira da Viola e Wilson Dias, lança seu segundo CD – “Vivaviola – Viva a cantoria” em uma única apresentação no dia 16 de maio (quinta-feira) às 20:30 horas no Teatro Bradesco (Rua Bahia, 2244 – Savassi). Este novo trabalho traz quinze músicas inéditas, compostas pelos próprios violeiros e em pareceria com poeta e jornalista João Evangelista Rodrigues. O sucesso alcançado pelo primeiro trabalho lançado em 2010, levou o grupo a apostar novamente na criação coletiva, nas letras bem elaboradas com melodias singelas e na sonoridade peculiar da viola para criação dos arranjos. Este segundo CD, com texto de apresentação do jornalista e pesquisador Carlos Felipe Horta, foi gravado no período de setembro de 2012 a janeiro de 2013 e contou com o patrocínio da Vivo através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. Tematicamente as composições abordam paisagens da cultura mineira, religiosidade e festas populares e o sentimento humano. Estes temas

são abordados com sensibilidade artística e com ares de renovação criativa. Musicalmente é composto de diversos ritmos brasileiros como: Toadas, modas, guarãneas, batuques e calangos, tratados de maneira singular preservando as origens, mas incorporando novos elementos da música contemporânea.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Gustavo Guimarães para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 09.02.2022: 

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal? 

Gustavo Guimarães: Nasci no dia 07/12/1971 em Diamantina – MG.           

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música. 

Gustavo Guimarães: Comecei a tocar violão na adolescência, incentivado pelas minhas irmãs.           

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical? 

Gustavo Guimarães: Não tenho formação musical e nem acadêmica, mas também trabalho como artista gráfico, fotógrafo, técnico de gravação e mixagem. Procuro usar todos os dons e virtudes que tenho. 

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Gustavo Guimarães: Sempre gostei de vários estilos musicais, desde Rock, Pop, Música Clássica e Música Caipira. O interesse pela cultura popular veio depois que tive contato com a Viola. No presente, sou influenciado principalmente pelas pessoas, pelos amigos e músicos mais próximos. Ouço pouco rádio, vejo menos ainda TV, então não consigo muito seguir tendências e modismos.   

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical? 

Gustavo Guimarães: A carreira profissional começou em 2007, após ganhar um Festival da Canção (FESCAN) em Sabará – MG. 

06) RM: Quantos CDs lançados? 

Gustavo Guimarães: Três CDs solo e outros dois em parceria com outros violeiros. “Vaqueiro” (2008) “Puro artesanato da paciência. Fruto de muitos olhares e ouvires. De comunhão e troca entre amigos”, assim o poeta João Evangelista Rodrigues definiu o álbum que marcou a minha estreia no cenário musical de Minas Gerais. Obra inteiramente autoral, com 13 faixas, “Vaqueiro” sintetiza a relação entre meu lado compositor com meu mundo: o cerrado roseano do Noroeste de Minas Gerais, o vale seco do Jequitinhonha, os quintais e carros de boi, as folias de reis. E chega em um momento importante para a viola caipira, cada vez mais ligada à cultura e à identidade brasileiras. “Vaqueiro” tem versos sinceros, cuja pretensão é somente revelar o olhar e o sentir do compositor. É quase uma confissão de lembranças da alma, partilhadas como em uma roda de amigos. E mostra muitos lados de uma mesma Minas Gerais, onde convivem o urbano e o rural, as inovações e a tradição. Com produção apurada e belo projeto gráfico, o CD tem ainda a participação dos violeiros Pereira da Viola e Joaci Ornelas e de músicos como André Siqueira, Marisa Simões, Eros Fresiq, Cláudia Duarte, Carlinhos Ferreira.

“VivaViola – Sessenta Cordas em Movimento” (2008). “Viola de Todos” (2012) – De todos os sons, de todos os mineiros. Tem 16 faixas que fazem uma bela homenagem a Minas Gerais e ainda exploram as potencialidades da viola caipira, instrumento que representa bem as manifestações culturais no Estado, como folias e congadas. São 13 faixas autorais, duas parcerias com o jornalista e poeta mineiro João Evangelista Rodrigues e uma composição do músico mineiro Paulim Amorim. As características de Minas Gerais e de seu povo perpassam todo o trabalho. Há canções que retratam regiões peculiares do Estado (como Artesã); mineiros autênticos (como seu Zé Padre, violeiro de Araçuaí); cenários marcantes (como o Rio São Francisco) e os festejos do interior. “Viola de Todos” é também de todos os ritmos nos quais a versátil viola pode ser inserida: xote, forró e até blues. Minas Gerais é apontada como berço de grandes profissionais desse instrumento de som tão peculiar, e é importante que os violeiros mineiros consigam imprimir tradição e modernidade ao trabalho que realizam. “VivaViola – Viva a Cantoria” (2012).

“Canções de São Francisco” (2015), foi produzido com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e realça um Francisco ecumênico, universal, intimamente ligado aos animais, solidário, dedicado ao próximo. “São valores essenciais à nossa cultura moderna”, destacou Gustavo Guimarães, que já lançou o disco, um primoroso trabalho que logo de saída, à primeira faixa, instrumental, acompanhada por flautas e percussão nativos de sonoridade oriental, dão a sensação de que o ouvinte precisa se descalçar, pois adentrará em ambiente de contemplação, de recolhimento, de meditação, e de devoção, práticas tão relegadas hoje em dia; depois, ao longo das faixas, sucede-se delicada combinação de instrumentos de sopro, inclusive andinos, violoncelo, viola caipira, violão, bandolim e até moringa mesclados ao canto de pássaros e ao murmurar de uma aprazível chuva, que pode ser percebida, ainda, como o correr tranquilo de um regato. A experimentação sonora, com instrumentos como a viola caipira, flauta nativa e dolak, trouxe também um resultado diferente e melodioso ao trabalho. E o time envolvido na confecção do álbum explica a riqueza sonora das Canções de São Francisco: Wilson Dias (direção) André Siqueira (arranjos), Joaci Ornelas (projeto gráfico) e participação dos músicos Sérgio Rabello (violoncelo), Marcelo Teixeira (gaita), Helder Araújo (citar), Rodrigo Salvador (rabeca), Pedro Gomes (baixo) e Gladson Braga (percussão).

Além desses trabalhos, fiz a produção do CD – “Folia de Reis” de Venda Nova e participei, com Joaci Ornelas, da produção do CD – “O Congado em Bom Jesus” de Matozinhos.

07) RM: Como você se define como Violeiro? 

Gustavo Guimarães: Eu não me vejo em nenhuma definição, pois estou sempre experimentando, misturando estilos musicais, mudando de um conceito para outro. Às vezes nem uso a viola em algumas canções. Gosto de dar essa liberdade para a criatividade, deixo a intuição guiar.

08) RM: Quais afinações você usa na Viola? 

Gustavo Guimarães: Geralmente uso a afinação Cebolão (do 1º ao 5º par: E, B, G#, E, B) e a Rio Abaixo (D do 1º ao 5º par: D, A, F#, D, A). 

09) RM: Quais as principais técnicas o violeiro tem que conhecer? 

Gustavo Guimarães: Eu não diria que é preciso conhecer determinadas técnicas, mas é sempre bom beber um pouco nessas fontes que já trazem a história do instrumento. As duplas antigas, os violeiros da música instrumental. Daí aparecem ritmos, estilos e manhas, onde a gente acaba assimilando alguma coisa. Mas acho que ninguém toca igual, cada um acaba desenvolvendo o seu próprio jeito.

10) RM: Quais os violeiros que você admira? 

Gustavo Guimarães: São tantos que não caberiam em uma lista, desde os antigos até os meus amigos, a moçada mais nova também vêm fazendo coisas lindas com a viola. Mas acho que as maiores vertentes do instrumento estão entre o Tião Carreiro, o Renato Andrade e o Almir Sater. Esses são ponto de partida para muitos.

11) RM: Como é seu processo de compor? 

Gustavo Guimarães: Geralmente faço melodia e letra junto, por flui melhor. 

12) RM: Quais as principais diferenças técnicas entre a Viola e o Violão? 

Gustavo Guimarães: As principais são a quantidade de cordas e a afinação. São tantas afinações de Viola. A forma de pontear também é uma característica bem peculiar da Viola. Para mim a Viola soa bem melhor quando usada em afinações que permitem as cordas soarem mais livres.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente? 

Gustavo Guimarães: O bom é que você não precisa ficar sujeito a muitas regras. Pode escolher o que quer fazer, produzir, tocar. O ruim é que geralmente o músico precisa ser também produtor e empreendedor. Pensar em toda essa logística de conteúdo, divulgação, venda de shows, viagens…etc.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco? 

Gustavo Guimarães: Não conto com alguém para produzir a minha carreira artística, então fica muito difícil para mim definir padrões, pois também trabalho como designer gráfico, fotografia e com um estúdio de gravação. Antes havia mais procura por shows, mas atualmente, com a pandemia, a procura caiu bem. Mesmo as minhas redes sociais andam bem devagar, pois tenho visto tanta coisa que requer mais urgência do que eu. Mas vez ou outra eu posto uma música nova. Quando não estou produzindo eu estou ajudando alguém a produzir. 

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira? 

Gustavo Guimarães: Empreendedorismo é estar tocando e cantando junto das pessoas. Boca à boca, de ouvido em ouvido, isso ainda é o que funciona melhor pra mim. Já tenho maturidade suficiente para saber que artistas populares raramente se tornam sucesso nacional. Busco interagir e interferir no ambiente ao meu redor mesmo. Coloquei os meus álbuns nas redes sociais e nas plataformas de música, mas isso não quer dizer que seja bem empreendedorismo. A gente até tenta acompanhar as tecnologias, mas chega em um ponto em que não existe mais controle. E por outro lado, a música mesmo acaba fazendo o seu próprio caminho. 

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Gustavo Guimarães: O bom da internet é que ela permite alcançar mais pessoas em um curto espaço de tempo, o ruim é que essas pessoas não conseguem se aprofundar muito em nada por causa do excesso de informações das redes.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)? 

Gustavo Guimarães: Ao meu ver, para os músicos só existe vantagem. A desvantagem maior foi para as grandes gravadoras que dominavam o mercado. 

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar o CD não é mais o grande obstáculo. Mas concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical? 

Gustavo Guimarães: Com a facilidade para a gravação, praticamente todo mundo consegue produzir um álbum, mas ainda existe um grande fator que é o dom artístico. Infelizmente isso vem deixando de ser critério e hoje em dia, tanto se produz o que é bom quanto o que é ruim. A arte para mim sempre foi um compromisso meio cármico. Acho que alguém que está em evidência em um palco, com um instrumento ou um microfone, tem o dever moral de passar algo de útil para o próximo. Algo que faça pensar, refletir ou mesmo que seja apenas para entretenimento, mas que seja saudável. Um ponto elevado exige um espírito elevado. O artista é um canal para que os outros também se elevem à altura do palco. Não faço nada para me diferenciar, sempre procuro ser eu mesmo, se existir arte em você, ela por si mesma já é o diferencial.

19) RM: Como você analisa o cenário da música Sertaneja. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram? 

Gustavo Guimarães: As obras consistentes ainda estão por aí, tocam até hoje nos rádios, nas festas. A gente quer guardar, colecionar para ouvir de vez em quando, ter na playlist. São as obras que ainda continuam a despertar os nossos bons sentimentos. Isso é indiferente ao estilo musical. O que é ruim simplesmente se perde, não possui consistência.  

20) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Gustavo Guimarães: A música só me trouxe felicidade, pois ela me permite interagir e levar alegria aos outros. Ela é uma comunhão autêntica. O que me deixa um pouco triste é saber que no meio musical, como em qualquer negócio, sempre vai existir alguém para explorar o seu trabalho. Lucro sempre foi o jogo das gravadoras e também é o jogo que as plataformas de música fazem. Acho que todos os músicos e todas as pessoas deveriam poder viver com dignidade.

21) RM: Quais os outros instrumentos musicais que você toca?

Gustavo Guimarães: Geralmente me arrisco somente com alguns instrumentos de corda, Guitarra, Guitalelê, Cavaquinho e Violão.

22) RM: Quais as semelhanças e diferenças entre a música sertaneja atual e sertaneja caipira do passado? 

Gustavo Guimarães: Acho que antes se usava mais Viola, Violão e Percussão. As músicas soavam mais acústicas e naturais, as letras falavam mais sobre a vida do homem do campo e a sua cultura, havia mais poesia, existia sempre alguma moral da história nas boas modas antigas. Mas também haviam músicas um pouco preconceituosas, que denegriam as mulheres, e mesmo algumas que continham racismo. Hoje se fala mais sobre traição, bebida, sexo, diversão. Às vezes, ainda denigre um pouco as pessoas, ao meu ver. Mas como eu disse antes, existem músicas boas e músicas ruins em qualquer estilo musical e são as próprias pessoas que escolhem o que querem ouvir. No parecer técnico, penso que há também excesso de efeitos nas mixagens, às vezes distorcem muito o som, mas isso é apenas modismo, como existem muitos recursos de mixagem, as coisas vão mudando.

23) RM: Quais os vícios técnicos o violeiro deve evitar?

Gustavo Guimarães: Não vejo vícios técnicos para violeiros, já que cada um acaba desenvolvendo o próprio estilo. Acho que algo que começa como um “vício” pode até soar bonito quando aperfeiçoado.

24) RM: Quais os erros no ensino da Viola?

Gustavo Guimarães: Não leciono, então não saberia apontar.

25) RM: Tocar muitas notas por compasso ajuda e prejudica a musicalidade?

Gustavo Guimarães: Tudo feito com bom gosto ajuda a musicalidade, depende muito do caso.

26) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Gustavo Guimarães: Se tiver talento, vai fundo! Mas sempre com bom senso.

27) RM: Quais os principais erros na metodologia de ensino de música?

Gustavo Guimarães: Também não saberia dizer. No meu caso, eu sinto que a teoria musical me faz falta algumas vezes, mas também percebo casos de músicos que conhecem muita teoria e acabam usando pouco a intuição. Penso que o bom seria ter um equilíbrio.

28) RM: Existe o Dom musical? Qual a sua definição de Dom musical?

Gustavo Guimarães: Sim, o dom é algo que a pessoa não controla, muitas vezes ele se expressa indiferentemente de a pessoa querer ou não. É intrínseco, um presente de Deus.

29) RM: Qual a sua definição de Improvisação? 

Gustavo Guimarães: Seria como em uma partida de futebol, alguém toca a bola pra você, você dribla alguns adversários e toca pra outro companheiro. Pode até chutar pro gol, mas existe o risco de acertar a trave.

30) RM: Existe improvisação de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Gustavo Guimarães: Acho que uma boa improvisação está justamente em saber aplicar aquilo que se estudou, seja da forma acadêmica, intuitiva ou melhor ainda, das duas formas.

31) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Gustavo Guimarães: Nos poucos métodos que conheço, só vejo prós. Estudei pouco sobre improvisação, pois faço pouco uso de improvisação no meu trabalho. Geralmente me preocupo mais com melodia, harmonia e poesia.

32) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical? 

Gustavo Guimarães: Também só consigo ver os prós a harmonia é o refinamento da obra. Qual artista não iria querer dar mais beleza ao seu trabalho? Acho fundamental estudar harmonia.

33) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia do cenário musical brasileiro? 

Gustavo Guimarães: Infelizmente as grandes mídias só estão visando a audiência e os lucros. Não se importam mais com o conteúdo. Não existe nenhum compromisso com os expectadores em termos de conscientização.

34) RM: Qual a importância de espaço como SESC, Itaú Cultural, Caixa Cultural, Banco do Brasil Cultural para a música brasileira? 

Gustavo Guimarães: Espaços importantíssimos. Contribuem muito para a arte. Mas acho que ainda poderiam investir mais, pois existem recursos para isso. Inclusive os governos deveriam disponibilizar mais verbas para a cultura e acabar com o excesso de burocracia para os artistas poderem aprovar seus projetos nos editais de incentivo à cultura. 

35) RM: Quais os seus projetos futuros? 

Gustavo Guimarães: Atualmente estou fazendo um álbum sobre o Parque Estadual de São Gonçalo do Rio Preto, além de outras músicas para as redes sociais.

36) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Gustavo Guimarães: (31) 99825 – 6699 |[email protected]

|https://www.facebook.com/gustavoguimaraesviola 

|Canal: https://www.youtube.com/channel/UCgVi_NizsKo-7Hq_bKscNhQ 

| Gustavo Guimarães – Xote de Viola: https://www.youtube.com/watch?v=0H3c_YHvJ94 

| LIVE Gustavo Guimarães: https://www.youtube.com/watch?v=2SES5Z9P0F4 

| Gustavo Guimarães – De Casa Em Casa: https://www.youtube.com/watch?v=oKMVnmC1lfU 

Para ouvir as faixas do CD Vaqueiro acesse www.myspace.com/luizgustavoguimaraes


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