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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Dani Lasalvia

DAniela Lasalvia
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Cantora, compositora e multi-instrumentista (piano, violão e viola caipira), Dani Lasalvia utiliza também a percussão vocal e corporal, aprendidas em oficinas com Stênio Mendes e Fernando Barba (grupo Barbatuques).

Possui o “Certificate in Arts” após dois anos (2012-2014) do curso Música com ênfase em Teoria e Performance no San Diego Mesa College – CA. Estudou também piano com Marcilda Clis; harmonia com Ítalo Peron; violão com Paulinho Paraná, George Svoboda e Robert Wetzel (os dois últimos de San Diego – CA); viola caipira com Gedeão da Viola; percussão com Roberto Angerosa; canto lírico com Adriana Clis; canto popular com Ivete Souza; canto lírico no conservatório Tchaikovsky (Rússia); e participou dos workshops de percussão com Nana Vasconcelos; violão com o violonista Marco Pereira e viola caipira ministrado por Índio Cachoeira, Zé Helder e Ricardo Vignini.

Iniciou sua carreira profissional em 1996 encaminhada pelo multi-instrumentista, cantador e arranjador mineiro Dércio Marques, com participação em shows, discos e inúmeros projetos que ele dirigiu, o que a possibilitou conhecer, trabalhar e aprender com outros mestres como o maestro Zé Gomes, Stênio Mendes, Fernando Barba, Vidal França, José Eduardo Gramani, entre outros. Também dividiu o palco com alguns ícones da nossa música, como Elba Ramalho, Zezé Motta, Almir Sater, Geraldo Espíndola, Renato Teixeira, Dori Caymmi, Elomar Figueira Mello e outros.

Em 2000 participou da Orquestra Orgânica Performática criada por Stênio Mendes e Fernando Barba como núcleo de experimentação de percussão corporal e música espontânea. Em 2002 foi convidada a integrar o Grupo Vozes Bugras, trabalho em que participou até a gravação do primeiro CD do grupo ocasião em que saiu do Brasil em 2011.

Em 2004 entrou para o Núcleo Orgânico Performático, grupo criado para dar continuidade à proposta da Orquestra Orgânica Performática que se apresentou em diversos Sescs em São Paulo.

Em 2006 Dani lançou seu álbum (duplo) de estreia “Madregaia”, que reúne diferentes facetas musicais, primando por repertório eclético, em uma mescla que vai da MPB à world music, passando por blues, fados e outros estilos, fruto de sua parceria com Dércio Marques que assinou a direção musical junto com Dani. O CD conta também com a participação de Zé Gomes, Renato Braz, Luis Perequê, Grupo Tarumã, Grupo Tarancón, Toninho Ferragutti, Cao Alves, Toninho Carrasqueira, Stênio Mendes, Juh Vieira, Tatto Ferraz, Edu Santhanna, Grupo Vozes Bugras, Toumani Diabate, entre outros; transformando este trabalho num registro sonoro de encontros que inspiraram canções.

Como produtora, em 1994 foi coautora do projeto “Brasil Arte – A arte Brasileira de ser Artista” realizado com artistas como Chico César, Jica y Turcão, Miltinho Edilberto, Renato Teixeira, Oswaldinho e Marisa Viana, Luli e Lucina, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola, Ceumar.

Em 2010, Dani foi curadora do projeto “Vox Brasilis”, aprovado e realizado pelo Banco do Brasil nos centros culturais de São Paulo e Brasília. Paralelamente, Dani se formou na FAAP em comunicação visual e desenvolveu inúmeros projetos gráficos de capas de CD incluindo o seu.

A partir de 2011 viajou pela África do Sul participando de trabalhos sócio-musicais com crianças, também pela Califórnia e México mostrando a diversidade da música brasileira, absorvendo diferentes sotaques e culturas, se dedicado a um trabalho de pesquisa de novas sonoridades fora do Brasil. Na África do Sul, Dani ministrou oficinas de cultura brasileira e musicalização com elementos de percussão corporal para crianças carentes de várias vilas e localidades diferentes.

Em San Diego se apresentou em inúmeros shows com destaque para os projetos “Brazil Jazz Dani Lasalvia Festa”, “International Dance Festival”, também participou do Grupo Nós de Chita, (grupo autorizado pelo estado da Califórnia a levar cultura brasileira às escolas), se dedicado a um trabalho de pesquisa de novas sonoridades fora do Brasil.

Na África do Sul, Daniela ministrou oficinas de cultura brasileira e percussão corporal para crianças carentes de várias vilas e localidades diferentes. Em San Diego se apresentou também com o Grupo Nós de Chita e com Peter

Sprague (músico de jazz consagrado que já tocou com Pat Methene e Chick Corea).

Nos Estados Unidos, ministrou workshop de voz e percussão corporal para um grupo de capoeira em seu estúdio em Oakland e participou de shows em San Francisco com Rebecca Kleinmann, Julian Cantelm e Claudia Lyra.

Atualmente tem se dividido em shows, aulas e workshops, tendo a voz e a percussão corporal como foco. Em 2018, Dani lançou no Itaú Cultural, o CD “Recantos – Ao Apanhador de cantigas”. Trata-se de um tributo a Dércio Marques, um dos músicos de maior representatividade no campo da cultura popular brasileira. Este trabalho foi produzido em parceria com o violonista e arranjador Cao Alves e com o maestro e multi-instrumentista João Omar (filho do já lendário cantador Elomar Figueira Mello).

Na África do Sul, Dani ministrou oficinas de cultura brasileira e percussão corporal para crianças carentes de várias vilas e localidades diferentes, além de se apresentar mostrando a cultura brasileira.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Dani Lasalvia para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 09.09.2022:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Dani Lasalvia: Nasci no dia 24/02/1974 em São Paulo – SP. Registrada como Dani Lasalvia. Fui registrada como Daniela Lasalvia.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Dani Lasalvia: meu primeiro contato foi com as aulas de música na escola, onde adorava cantar e tocar flauta doce, depois passei a ter aulas de piano aos 8 anos de idade (1982).

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Dani Lasalvia: Sou formada em Desenho Industrial com habilitação em comunicação visual pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado). E na parte musical, sou formada em licenciatura em Música pelo Claretiano, e Curso de Música com ênfase em Performance e teoria musical pelo San Diego Mesa College – CA

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Dani Lasalvia: Minhas influências foram e são Elis Regina, Almir Sater, Renato Teixeira, Luiz Gonzaga, Dércio Marques, Elomar Figueira Melo, Badi Assad, Fernando Barba, Stênio Mendes, Elizeth Cardoso, Loreena McKennitt, e muitos outros. Na adolescência ouvia muito Guilherme Arantes, muita coisa da música pop internacional que depois de um tempo não fui mais escutando, e esses mencionados acima foram ganhando lugar.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Dani Lasalvia: Conto o início de tudo em 1996 quando participei do álbum Monjolear de Dércio e Doroty Marques, que foi minha primeira gravação, e a partir daí vieram outras gravações, shows e participações em outros trabalhos, incluindo Sescs e principais centros culturais pelo país.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Dani Lasalvia: Meus mesmos apenas dois: o “Madregaia” e o “Recantos: Ao Apanhador de Cantigas” (Este em parceria com Cao Alves e João Omar), mas tenho mais de uma centena de participações em outros discos de artistas como Tarancón, Dércio Marques, João Bá, Vozes Bugras, Marcos Quinan, Felipe Bedetti, Juh Vieira, Fernando Guimarães, Levi Ramiro, Amauri Falabella, e muitos outros.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Dani Lasalvia: É uma das perguntas mais difíceis, pois não consigo botar um rótulo que limite minha música, cada trabalho pede um caminho estético, e são muitas as possibilidades. Tenho caminhando pela MPB, com pitadas eruditas, regionais, de world Music, mesclando linguagens que possibilitem retratar desde fados e modas de violas, até canções com estética barroca, percussão corporal, erudita ou ainda com outros sotaques e instrumentos inusitados, que ressoam de outros países, além de canções de compositores consagrados como Villa Lobos, Lenine, Renato Teixeira, ou ainda de Dércio Marques, Giordano Mochel, e outros.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Dani Lasalvia: Sim, estudei Canto Lírico por 3 anos e meio com Adriana Clis, depois Canto Popular com Ivete Souza, Técnica Vocal no San Diego Mesa College (CA), e Masterclass de canto Lírico na Rússia no conservatório Tchaikovsky, além de vários workshops com diferentes professores.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Dani Lasalvia: O Estudo de técnica vocal e cuidados com a voz, são de extrema importância para manter o aparelho vocal em forma tanto para um canto saudável, sem esforço, dores ou patologias, quanto para ganhar resistência, evitando a fadiga vocal depois de intensa atividade. Além disso a técnica vocal fornece material para construirmos diferentes possibilidades estéticas para cada trabalho explorando novas ressonâncias, timbres e interpretações.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Dani Lasalvia: Zizi Possi, Elis Regina, Clara Nunes, Elizeth Cardoso, Mônica Salmaso, Loreena McKennitt, Elza Soares, Marisa Monte, Maysa, Nina Simone, Ella Fitzgerald, Piaf e muitas outras.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Dani Lasalvia: Não tendo uma receita, quando penso em falar sobre determinado tema, vou escrevendo o texto, as vezes rimando, outras vezes de forma livre, e para colocar melodia penso na métrica do texto. As vezes a melodia vem primeiro, quando isso acontece encaixo o texto procurando respeitar as nuances da melodia.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Dani Lasalvia: Fernando Guimarães, Poli Brandani, Amauri Falabella, Felipe Bedetti.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Dani Lasalvia: Os prós são a liberdade de criação, e circulação sem vínculos de contratos leoninos, possibilitando a circulação do trabalho sem amarras. Os contras são a falta de respaldo financeiro e jurídico, e midiático para o lançamento de novos projetos.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Dani Lasalvia: Tudo que faço começa primeiro pela paixão a uma ideia, ao desenvolver esta ideia ou projeto, começo por planejar como vou viabilizá-lo financeiramente, e depois quais serão os planos de mídia que usarei para divulgá-lo, ou seja, como farei para meu trabalho chegar tanto a um público que já me conhece e me acompanha, quanto à formação de novas plateias. Em minha trajetória tenho me dividido entre minha carreira musical (nos palcos, estúdios, gravações de rádio e TV, etc), e o ensino da música em escolas e para alunos particulares. Para que as duas áreas aconteçam, divido minha semana de forma que sobre tempo para estudar, estando sempre em dia com minha carreira, e também o tempo de preparação das aulas.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Dani Lasalvia: Participo de editais culturais escrevendo e fazendo curadoria de novos projetos, procuro sempre me atualizar com workshops da área, tento dentro do possível sempre alimentar minhas redes sociais de forma que o público possa acompanhar novidades da minha carreira, sempre que posso participo de trabalhos sociais que possibilitem o contato e o aprendizado com quem mais precisa e está aberto a novas linguagens, um exemplo disso é um trabalho voluntário que fiz na África do Sul, levando música, técnica vocal e percussão corporal para crianças órfãs que perderam os pais por causa do HIV, um projeto em que aprendi mais do que ensinei certamente.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Dani Lasalvia: Sem dúvida a internet ajuda numa divulgação mais rápida e abrangente do nosso trabalho musical, no entanto devemos estar atentos às fake news, e à super exposição de detalhes da vida pessoal que se tornou quase uma obrigatoriedade como herança dos programas de confinamento televisivo, onde somos expostos a julgamento de alguém que não sabe nada de nós nem de nossa carreira o processo de trabalho.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Dani Lasalvia: As vantagens do home estúdio são a ampliação do acesso à gravação, barateando o seu custo, possibilitando o nascimento de ótimos trabalhos independentes. As desvantagens são que esse acesso à tecnologia muitas vezes maquia a falta de talento de alguns, transformando-os em grandes artistas pelos recursos de afinação eletrônica, e outros, quando na verdade são fakes. Daí temos um mercado invadido por esses pseudos artistas, que na verdade são fabricados pela tecnologia, mas talento mesmo não sobra nada.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Dani Lasalvia: Não pensei em fazer algo diferente, naturalmente aconteceu como resultado da mistura das minhas influências, em que acabei criando uma linguagem própria. Acredito que a criação de um trabalho com identidade seja isso: transformar as nossas influências e pesquisas em linguagem própria capaz de traduzir nossos desejos, anseios e reflexões, em uma marca digital.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Dani Lasalvia: O cenário da Música Popular Brasileira continua efervescente, o que falta é a grande mídia mostrar este Brasil que o Brasil não conhece. O Brasileiro é criativo por natureza, além de ter como berço uma riqueza cultural abundante resultante da nossa miscigenação. As revelações foram: Vanessa Moreno, Daniel Gonzaga, Fernando Guimarães, Fernando Barba com o grupo Barbatuques, Vozes Bugras, Felipe Bedetti, e outros. Todos os artistas consagrados da MPB mantiveram suas obras consistentes como: Chico Buarque, Djavan, Caetano Veloso, Gilberto Gil, e muitos outros sempre trazendo novas possibilidades em suas linguagens.

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Dani Lasalvia: Já passei por muitos lugares sem a mínima condição técnica para a realização de um show, no entanto a situação que me marcou, foi uma ocasião em que cantava para 10000 pessoas, em sua maioria agricultores rurais em Paracatu – MG, que não estavam acostumados a ouvir MPB, esperavam outro tipo de música, gritavam baixarias, ligavam sons altos em barracas próximas ao palco, até que tive a ideia de cantar uma Ave Maria apenas ao toque de um sino. Neste momento o público se calou, me olhavam boquiabertos como se eu tivesse descido de uma nave espacial (risos), quando acabei, eles não aplaudiram imediatamente, ficavam me olhando em silêncio. Depois de uns dois minutos, explodiram os aplausos, e consegui prosseguir com a apresentação agora com a atenção deles.

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Dani Lasalvia: Amo produzir música, estar no palco, compartilhar a arte que acredito com o público, porém fico triste quando vejo que nem sempre talento é suficiente para ser selecionado em muitas oportunidades. Vemos muitas vezes as indicações vencerem o talento, muitas vezes são sempre as mesmas panelas que estão nos projetos de valor, quando as oportunidades deveriam ser mais democráticas.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Dani Lasalvia: Existe. O dom musical traz uma facilidade para execução e criação musical. O talento traz um senso estético mais apurado e a oportunidade de se chegar em melhores resultados, mais rapidamente. No entanto, quando o artista tem a facilidade e o dom, acredito que instintivamente traz propósito no que faz, ressignificando sua arte em missão.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Dani Lasalvia: Improvisação musical é a arte de criar ideias musicais a partir do que se tem no momento. Pode ser com sucata, com o corpo, com instrumentos, com a voz, onde a partir de um ritmo, ou escala, ou tonalidade, se cria uma ideia musical. Tudo pode ser mote para o improviso, segundo o conceito de música espontânea desenvolvido pelo ator, cantor e  pedagogo  alemão Theophil Maier,  um conceito musical que vem sendo desenvolvido e divulgado desde os anos 80 por Stênio Mendes e Djalma Corrêa, que se baseia na capacidade de improvisação e experimentação de uma musicalidade instintiva e essencialmente lúdica, cuja exploração de timbres e estéticas não convencionais, remetem à expressões musicais de povos primitivos e tradições milenares, possibilitando uma profunda vivência da individualidade criativa , e da interação musical em grupo. Uma das principais referências iniciais dessa proposta encontra-se na escola do ator, cantor e pedagogo alemão Theophil Maier.

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Dani Lasalvia: Acho que as duas coisas, acredito que a maioria dos músicos improvisa tendo estudado antes, no entanto é possível improvisar realmente na hora.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Dani Lasalvia: Acho que como em toda metodologia, os prós são que ao se ter uma “receita” para se chegar ao resultado, temos um caminho que nos aponta a direção para se chegar lá, os contras são que as metodologias não preveem outras formas, as vezes inusitadas de se chegar ao mesmo resultado.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical? 

Dani Lasalvia: Acho que como em toda metodologia, os prós são que ao se ter uma “receita” para se chegar ao resultado, temos um caminho que nos aponta a direção para se chegar lá, os contras são que as metodologias não preveem outras formas, as vezes inusitadas de se chegar ao mesmo resultado.

27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Dani Lasalvia: Já consegui que minhas músicas fossem tocadas na rádio USP e rádios menores que apostaram no trabalho, no entanto não sei dizer se nas rádios maiores, hoje em dia isso seria possível.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Dani Lasalvia: Que tenha, paixão, persistência e propósito, para superar os obstáculos que não são poucos.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Dani Lasalvia: Depende, alguns Festivais de Música, eu acredito que revelam novos talentos, outros já estão “viciados” sempre nos mesmos artistas, no entanto acredito muito mais em festivais de mostras e não de competição entre músicas.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Dani Lasalvia: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é simplesmente catastrófica. A grande mídia não tem o menor interesse em revelar talentos e promover cultura, seu interesse acaba sendo exclusivamente financeiro, guiada por empresas e empresários que se apropriam do espaço que seria reservado para arte, na maioria das vezes, com entretenimento barato e descartável.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Dani Lasalvia: São espaços mais que necessários, porque mesmo que não atendam a imensa maioria de artistas de talento que necessitam mostrar seus trabalhos, ainda possibilitam que artistas que não tenham projeção nacional, tenham o mínimo de logística e respeito para divulgarem seus projetos.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Dani Lasalvia: Meu projeto futuro será gravar um disco chamado “SoFrida mas não me Kahlo”, um trabalho desenvolvido a partir da concepção baseada no tema do Sagrado Feminino. Um trabalho que traz ao mesmo tempo, uma homenagem e uma reflexão sobre algumas das mulheres que estiveram à frente do seu tempo; as quais, apesar de suas histórias de luta e sofrimento, venceram a opressão e a intolerância e triunfaram entrando para a história com o talento, a garra e a força da alma feminina.

Esta abordagem também está presente no trocadilho do título do projeto, e tem como ponto de partida a história de Frida Khalo, além de uma construção poética baseada no livro “Mulheres que Correm com Lobos”, obra que encontra consonância com o tema, uma vez que é baseada na tese da psicóloga Clarissa Pinkola Estés sobre a psiquê feminina. Clarissa nos alerta para a urgente necessidade de resgate do arquétipo da Mulher Selvagem ou a essência da alma feminina, para que a mulher moderna seja saudável física e emocionalmente. São textos e poesias compostos a partir da leitura do livro, especialmente para o projeto, que ora servem de letras para belas melodias, ora entremeiam as canções em forma exclusiva de texto.

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Dani Lasalvia: (11) 97780 – 7233 |  www.danilasalvia.com.br | [email protected] | https://www.instagram.com/lasalviadaniela 

Canal do Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCLeuGxuVy6h9IvXwx_SiuRQ

Água de Mani – Disco MADREGAIA: https://www.youtube.com/watch?v=OHTtgnG8s6E 

Flor Menina (Levi Ramiro e Carlinhos Campos) – com Levi Ramiro e Dani Lasalvia: https://www.youtube.com/watch?v=IQfWhEMLSF4 

Breve apresentação musical – Cantos de um Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=tJvCnj0E__8 

Dani Lasalvia canta Arreuni, de Dércio Marques: https://www.youtube.com/watch?v=R81y5ialMfg 

Playlist Dani: https://www.youtube.com/watch?v=M0GOr6f97Q0&list=PLvPoa1tV1UNUqkKBDvE8FwqEqE57mVvqF


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.