More Cássio Gava »"/>More Cássio Gava »" /> Cássio Gava - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Cássio Gava

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Cássio Gava tem um trabalho sólido e pessoal. Tendo lançado dois álbuns pela gravadora Dabliú, em 2021 lançou o álbum, Cinco Sentidos, e em 2023 sexto e o sétimo álbuns simultaneamente: “Seis Cordas” e “Sete Chaves”.

Sua música passeia do erudito ao popular, cujo segredo é uma mistura de melodias elaboradas, letras poéticas, vocalizações bem acabadas e arranjos apurados que vão desde uma base rítmica moderna até uma harmonização rica que, curiosamente, não perde a simplicidade e forma um conjunto orgânico fascinante.

Nascido em São Paulo, suas primeiras atividades artísticas foram como ator mirim, entre 1965 e 1971, fazendo inúmeras campanhas publicitárias pra televisão, cinema e revistas (Perua Kombi, Telefunken, Chicletes Adams, Petistil, Lanches Mirabel, Banco Português Brasileiro, Varig, Vulcabrás, Lanjal, Nescau, Sudepe, Revista Pais & Filhos, etc) através da produtora Links Film.

Participou em 1970 da novela Tilim da TV Record de autoria de Dulce Santucci, direção de Wanda Kosmo, tendo no elenco Célia Helena, Míriam Mehler, Perry Sales, Nádia Lippi, Adoniran Barbosa, entre outros.

Se non è vero, è ben trovato de Nydia Lícia, direção de Nydia Lícia com mais de 200 apresentações, direção musical de Eduardo Escalante, em cartaz no Teatro Nydia Lícia (1979). O Mistério das Flores de Alceu Nunes, direção de Nydia Lícia, direção musical de Silvia Góes, em cartaz no Teatro Nydia Lícia (1980).

Como ator, cabe citar aqui com destaque os musicais: Música no Ar de Alceu Nunes, direção de Victor Aukstin, direção musical de Silvia Góes, em cartaz no Teatro Nydia Lícia (1980).

De Molina a Malatesta de Alceu Nunes, direção de Nydia Lícia, direção musical de Silvia Góes, em cartaz no Teatro Nydia Lícia (1982).

A partir de 1984, fundação de diversos grupos de música onde se executava a obra autoral pelo circuito paulistano. Um destes, o grupo Sras e Srs, teve o show roteirizado pelo notável compositor e poeta Aldir Blanc.

“Um som moderno. As estruturas das músicas, as letras narrativas e a originalidade das ideias me fazem lembrar histórias em quadrinhos. Com arranjos densos e cheios de detalhes, mas melodias simples, Cássio Gava consegue fundir influências diversas num só estilo, num trabalho maduro e de muito bom gosto”, diz Ná Ozzetti.

Fez trilhas sonoras para Teatro compôs trilhas para as peças O Berço do Herói de Dias Gomes (1980), sob a direção de Flávio Guarnieri e para a peça infantil A Praça do Pensamento de Laerte Ortega (1980), também atuando em ambas como ator.

Compôs ainda canções para o musical infantil O Sonho de Aladim de Marco Ortiz, em cartaz durante o ano de 1989 no Teatro da Funarte do Rio de Janeiro. Em 2010 fez também a trilha sonora (baseada nas músicas de Adoniran Barbosa) do espetáculo Histórias da Maloca, com direção de Dudu Oliveira.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Cássio Gava para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 01.12.2023:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Cássio Gava: Sou paulistano. Nasci em 16 de outubro de 1961, o mesmo dia de Fernanda Montenegro, Eugene O’Neill, Tim Robbins, Bert Kaempfert, Leila Pinheiro… Sou filho do dentista Roberto Gava e da dona de casa Amélia Goloni Gava e registrado como Cássio Roberto Gava.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Cássio Gava: Minha família era muito musical. Em todas as reuniões sempre cantávamos juntos as velhas marchinhas de carnaval, bem como árias de ópera, músicas dos festivais da Record, ou ainda a toada moderna do início dos anos 1970.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Cássio Gava: Não tive formação acadêmica fora da área musical. No universo da música, fui praticamente um autodidata, mas fiz dois meses de aula de violão — talvez por não ter me aprimorado, eu não seja um bom violonista —, e depois, por pouco tempo, estudei na Escola Municipal de Música, mais pra aprimorar a percepção, porque a teoria eu já me virava mais ou menos bem.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Cássio Gava: Gosto de tudo. Teatro Disquinho, Gershwin, Egberto Gismonti, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Verdi, Rossini, Roberto Carlos, Kleiton & Kledir, Liszt, Respighi, Raul Seixas, Sá & Guarabyra (com e sem o Zé Rodrix), Secos & Molhados… Acho que tudo isso me inspirou na música…

Acredito que nada deixou de ter importância. Cada obra tem um valor pra sua época e sempre é interessante conhecer (ou reviver) os pensamentos daquilo que era produzido no passado sem deixar de se manter atualizado com o presente.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Cássio Gava: Minha carreira se iniciou com as composições que eu criava sobre os poucos acordes que eu conhecia, isso ainda adolescente. Quando comecei a ter o apoio dos amigos, acreditei que aquilo que eu criava tinha algum valor. A partir daí, resolvi levar a sério a profissão.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Cássio Gava: Lancei em 2023 sexto e o sétimo álbuns simultaneamente: “Seis Cordas” e “Sete Chaves”.

Minha Discografia: Rapsódia PaulistanaUm Dia em Minha Solidão (Dabliu/ Eldorado, 1996), primeiro álbum de carreira, produzido por ele mesmo, com a participação de mais de 50 músicos, entre eles o trombonista Bocato, o grupo Beijo (Coralusp), o grupo vocal Arirê, as cantoras Márcia Salomon, Miriam Maria, Tutti Baê, Ana Amélia. O álbum teve a apresentação de Tom Zé na contracapa e parceiros como Costa Netto. Na ocasião de seu lançamento saíram críticas em diversos órgãos de imprensa e em 2002 uma matéria muito elogiosa publicada no site japonês de música Aleph Zero.

Dois (Dabliu/ Eldorado, 2001), segundo álbum de carreira, produzido por mim e Roberto Gava, com a participação de sessenta músicos, entre eles Osvaldinho da Cuíca, dos cantores Márcia Salomon, Juçara Marçal, Sandra Ximenez, Fernando Forni, Kléber Albuquerque, Élio Camalle. O álbum teve apresentação de Jorge Mautner na contracapa. Teve parcerias musicais com Zeca Baleiro, Luiz Tatit, Costa Netto. Em 2003 saiu uma boa crítica deste álbum em um dos grandes sites de música do mundo, o All Music. Em 2007 é publicado um comentário sobre este álbum na revista Flash nº 193.

O Quintal do Vizinho (Independente, 2018), álbum infantil, produzido por mim, com a participação de quase trinta músicos e cantores. A apresentação do trabalho foi feita por Ana de Hollanda, Luiz Tatit e Costa Netto. Teve algumas parcerias musicais assinadas por Silvia Góes e Mário Carvalho. No encarte, a apresentação do trabalho coube a Ana de Hollanda, Luiz Tatit e Costa Netto.

Quatro Paredes (Independente, 2020), álbum produzido por mim, com a participação especial de Cida Moreira. Teve parcerias assinadas por Chico César, Zeca Baleiro, Graccho, Roberto Gava, Mário Montaut e Luiz Tatit. Tem a participação especial da cantora Cida Moreira na faixa Faz de Conta.

Árias para Folha de Fícus (Independente, 2020), singles feitos (As árias são Desencontro Marcado; Lamas; Você; Ave Cerva e esta última canção, uma engraçada oração à cerveja. Participação especial da cantora Márcia Salomon) em parceria com Aldir Blanc, com a participação especial de Márcia Salomon.

Cinco Sentidos (Independente, 2021), álbum produzido por mim e Roberto Gava, com a participação de mais de trinta músicos e cantores. Tem a participação especial de Zeca Baleiro, Ana Lee, Roberto Gava, Mário Montaut, e parcerias com Lúcia Santos, Zeca Baleiro, Mário Montaut.

Compilações: Jam, lançado em abril de 1997, teve minha música Pela Luneta, do primeiro disco, incluída no CD exclusivo da revista Jam, dividindo faixas com Gilberto Gil, Vicente Barreto, etc, e distribuído em bancas de jornal.

Brasilidade (MBB-Ouver, 2003), teve sua composição Nair incluída no disco da gravadora internacional MBB-Ouver com veiculação na Europa e América Latina.

Projetos: Em 2005 participou do projeto NEC a gente cantaPreservando a Natureza com quatro músicas ecológicas; três delas em parceria com Mário Carvalho.

Participações: Samba de Alvrakélia (2004), vocal.

Canções de Viagem de Neno Miranda (2006), vocal.

Maria Maré de Delmo Biuford na canção Inútil Sol (2012), solo ao lado de Ana Lee e Delmo Biuford.

Gravações alheias: Alguém, letra de Cássio e melodia de Selma Boragian para o álbum Arirê – Grupo Vocal (1999) pelo grupo homônimo.

Tarde, letra de Cássio e melodia de Mário Montaut para o álbum Samba de Alvrakelia (2004) por Mário Montaut.

Hora de Acordar, letra de Cássio e melodia de Mário Carvalho para o álbum NEC a gente canta – Preservando a Natureza (2005).

Natureza, letra e melodia de Cássio para o álbum NEC a gente cantaPreservando a Natureza (2005) por grupo infantil.

Gota d’Água, letra de Cássio e melodia de Mário Carvalho para o álbum NEC a gente canta – Preservando a Natureza (2005) por grupo infantil.

Advento, letra de Cássio e melodia de Mário Carvalho para o álbum NEC a gente canta – Preservando a Natureza (2005) por grupo infantil.

Audácia, letra de Cássio e melodia de Roberto Gava para o álbum Único (2009) de Roberto Gava.

Inútil Sol, letra de Cássio e melodia de Pablito Morales para o álbum Maria Maré (2012) de Delmo Biuford.

Taís, letra de Cássio e melodia de Roberto Gava para o álbum Tic Tac (2020) de Roberto Gava.

Toada, letra de Zeca Baleiro e melodia de Cássio Gava para o álbum Labirinto Azul (2020) por Ana Lee e Zeca Baleiro.

Produções discográficas: Rapsódia Paulistana – Um Dia em Minha Solidão de Cássio Gava (Dabliu/ Eldorado, 1996).

Dois de Cássio Gava (Dabliú/ Eldorado, 2001).

Samba de Alvrakelia de Mário Montaut (Independente, 2004), fez os arranjos de todas as músicas do álbum, também a produção de todas as faixas.

O Quintal do Vizinho (Independente, 2018), fez os arranjos de todas as músicas do álbum, também a produção de todas as faixas.

Quatro Paredes (Independente, 2020), fez os arranjos de todas as músicas do álbum, também a produção de todas as faixas.

Árias para Folha de Fícus (Independente, 2020), fez o arranjo e a produção deste single.

Cinco Sentidos (Independente, 2021), fez os arranjos de todas as músicas do álbum, também a produção de todas as faixas.

Arranjos: Paisagem Bailarina de Carlinhos Antunes (Paulinas – Comep, 1996), arranjo junto com o autor para a música Sarau, o quê? com a participação de Toninho Carrasqueira, Toninho Ferragutti, Guello e Nailor “Proveta” Azevedo.

Para a Inveja dos Tristes de Kléber Albuquerque (Dabliú – Eldorado, 2000) arranjo para a música Carnaval.

Antes e Depois do Fim do Mundo (Independente, 2002) de Élio Camalle, arranjo de cordas seu para a música Forró de um Homem Só de autoria de Élio.

Samba de Alvrakelia de Mário Montaut (2004), fez os arranjos de todas as músicas do álbum, também a produção de todas as faixas.

Sons do Brasil (coletânea lançada pela Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Música do Estado de São Paulo, 2009), arranjo da faixa Madrugal, de Mário Montaut com participação da cantora Ana Lee.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Cássio Gava: Nossa! Não sei! Adoraria ser sambista! Adoraria ser roqueiro! Adoraria ser fadista! Adoraria ser um jazzman! No fundo eu não sou nada, ou sou um pouco disso tudo.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Cássio Gava: Fiz por um tempo aula de técnica vocal, mas, por me considerar apenas um cantautor, decidi me defender com o que eu tinha, sem tentar fazer milagres.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Cássio Gava: Muito importante pra quem vive da arte do canto.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Cássio Gava: A lista de cantores é grande. Das cantoras antigas: Aracy Cortes, Marilia Batista, Emilinha Borba.

Mais pra frente: Maysa, Elizeth Cardoso, Alaíde Costa, Elza Soares.

Daquelas surgidas a partir dos anos 1960: Nara Leão, Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia. Depois: Miúcha, Ângela Ro Ro, Zezé Motta, Elba Ramalho, Cida Moreira, Sandra Sá, Marisa Monte.

As mais recentes: Ana Lee, Maria Gadu, Mart’nália, Ludmilla, Ana Cañas. No rock atual, Marya Bravo, Pitty. Eu relacionei baseado no meu gosto.

A lista dos cantores: achava doce a voz do Orlando Silva (em sua primeira fase); Mário Reis.

Depois: João Gilberto. A partir dos anos 60: Jair Rodrigues, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Chico Buarque (que alguns criticam o cantor, mas eu acho uma voz maravilhosa), Roberto Carlos.

Aí posso citar também Tim Maia, Djavan, Ney Matogrosso, Fagner, Zé Ramalho, Ednardo, Luiz Melodia; e depois: Simoninha, Seu Jorge… Que me perdoem as omissões!

11) RM: Como é seu processo de compor?

Cássio Gava: Na maioria das vezes faço a melodia, depois ponho a letra. Dificilmente faço o processo oposto. E quase nunca os dois simultaneamente.

Com os parceiros, varia caso a caso: ou recebo melodia, ou envio; ou recebo letra ou envio. Também nunca consegui compor na presença de algum parceiro.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Cássio Gava: Os mais conhecidos são Aldir Blanc, Zeca Baleiro, Chico César, Luiz Tatit, Vicente Barreto, Costa Netto, Graco

Tenho parceria com amigos muito talentosos como o meu irmão Roberto Gava, Mário Montaut, Mário Carvalho, Lúcia Santos, Fernando Forni, Ozias Stafuzza, Silvia Góes, Floriano Martins. Mas 90% das minhas composições são feitas sem parceiros.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Cássio Gava: É interessante ter a liberdade de criação, porém, uma direção, uma visão diferente é também muito interessante… As duas coisas têm vantagens e desvantagens.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Cássio Gava: Planejo sempre a primeira parte: a produção de um álbum. Depois, a gente vai coordenando o passo a passo de acordo com o intuito do momento.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Cássio Gava: Por ser assessor de mim mesmo, procuro difundir minhas coisas nas redes sociais.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Cássio Gava: A internet ajuda a partir do momento em que um desconhecido visita a sua obra e pode querer te acompanhar. A internet também ajuda porque hoje é uma ferramenta necessária pra tornar existente uma carreira, por exemplo. O prejudicial é o efêmero: tudo é muito rápido e instantâneo.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Cássio Gava: O custo mais barato é uma vantagem do home estúdio.

A falta de direcionamento é uma desvantagem. O tempo sem prazo acaba sendo também uma desvantagem, porque um trabalho que você faria em dois meses, sem tanto apuro, acaba sendo afrouxado, descumprindo algum prazo programado num primeiro momento.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Cássio Gava: Não faço muita coisa. Fico na expectativa de ser notado por ouvintes e curiosos.

19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Cássio Gava: Como sempre, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque mantêm a elegância de sempre, com uma evolução natural.

Difícil dizer quem regrediu: talvez aqueles que abandonaram um trabalho cheio de propostas por um som mais apelativo — embora muita coisa considerada popular, tenha valor. É realmente difícil ter simplicidade mantendo a qualidade. E isso acontece muito na música brasileira. Revelações? Temos o Ayrton Montarroyos, Marya Bravo, Gabriela Pasche

20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado, etc)?

Cássio Gava: Uma história triste: eu já tinha gravado a minha parceria com Aldir Blanc, “Árias para Folha de Ficus”. Ele tinha gostado muito do resultado. Pra lançar o álbum precisava de uma autorização dele que prontamente pediu a sua companheira, que providenciasse o envio. Tal autorização chegou até mim um dia antes de ele ser internado por conta da Covid-19, infelizmente vindo a falecer pouco tempo depois (no dia 4 de maio de 2020).

21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Cássio Gava: Mais feliz é a criação propriamente dita. Mais triste é a dificuldade de se impor no mercado.

22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Cássio Gava: Acho que existe, mas talvez seja possível desenvolvê-lo. Já vi gente sem o menor traquejo musical, sem desejo de seguir carreira, que começa a compor sem compromisso e acaba se saindo muito bem.

23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Cássio Gava: Depende muito do talento. Acho o maior de todos o Egberto Gismonti. Na música pop vocal, considero a Gladys Knight — na época áurea dos The Pips (anos 1960/70) —, excelente! Ainda grandes damas do jazz…

24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Cássio Gava: Claro que existe, mas como eu falei, depende do talento do executante. Deve haver aquele que se prepara antes, claro! Algumas vezes eu escrevi o “improviso” que o músico deveria fazer (risos). A linha escrita tem caráter de improviso, e a execução é exatamente o que eu gostaria que fosse.

25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Cássio Gava: Tem gente que tem talento pra tocar, cantar, mas não improvisa com propriedade. Não acho condenável: tem mais traquejo pra um setor da música que pra outro. E há casos em que a improvisação de grandes nomes vem pra engrandecer uma determinada obra.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Cássio Gava: Já aconselhei um amigo, compositor muito original e talentoso, a não se aprimorar nos estudos musicais. Acredito que ele perderia a espontaneidade tentando se guiar pelos padrões do novo conhecimento.

27) RM: você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Cássio Gava: Sim! Acho que tenho algumas coisas que agradariam um determinado tipo de ouvinte. Com o jabá, a pior música do pior compositor pode fazer sucesso se tocada constantemente.

28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Cássio Gava: Não sei! “Não desista”, talvez? Realmente eu não sei.

29) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Cássio Gava: No decorrer da história da música, os festivais de música sempre revelaram grandes talentos.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Cássio Gava: Acredito que a grande mídia reforça aquilo que já está em evidência. De resto, ela parecer bem desinteressada.

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Cássio Gava: Todo espaço é valioso, visto que há uma demanda maior do que a disponibilidade.

32) RM: Quais os seus projetos futuros?

Cássio Gava: Conseguir divulgar minhas canções.

33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Cássio Gava: www.linktr.ee/cassiogava

| https://cassiogava.com.br

| https://www.instagram.com/cassio_gava

| https://www.facebook.com/cassio.gava1

Canal: https://www.youtube.com/c/CassioGavaOficial

Polem – Cassio Gava e Caetano Veloso: https://youtu.be/7WuzVA2MRkU

Cassio Gava – Toada (Cassio Gava e Zeca Baleiro): https://www.youtube.com/watch?v=zsMc_utt3bU

Cassio Gava – Oração Para Um Deus Distante (Cassio Gava): https://www.youtube.com/watch?v=tz4v7C3UnzE

Omar Jubran bate um papo com Cassio Gava: https://www.youtube.com/watch?v=10BotwSBdU8

Cassio Gava: https://open.spotify.com/search/CassioGava


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.