Seventieth Blood é uma banda de metal extremo, fundada pelo guitarrista Henrique Meneses no final de 2016 em Carolina no Sul do Maranhão, porém erradicada no Riachão. As atuais instalações da banda estão localizadas em Balsas – MA, uma das principais cidades do Estado.
Em agosto de 2014, Henrique Meneses se muda para Carolina – MA, e conhece Guilherme Araújo e Flávio Araújo Junior. Na época sua banda era Sting in The Shadow, de heavy metal. Tanto Guilherme como Flávio eram cerca de 10/11 anos mais novos que Henrique, mas já eram maduros musicalmente. Guilherme Araújo assumiu a guitarra base e Flávio Junior os vocais.
Em 2016, o nome da banda é mudado para Terminated. O estilo já havia evoluído para o thrash metal. Sandoval Vieira, que foi guitarrista da primeira banda de Henrique, The Sharks de hard rock, assume o baixo e Stanley Horthon a bateria. Nesse mesmo ano a banda passa a se chamar Seventy Blood e com o tempo a ortografia é mudada para Seventieth Blood. Após três anos de amizade e parceira, Henrique e Guilherme se separam. Flávio foi o primeiro a abandonar a banda, em seguida Guilherme, Stanley e Sandoval. Entretanto, Guilherme Araújo volta dois meses depois, mas as coisas não mais as mesmas e então Henrique permanece como o único membro da banda.
ERA “CAROLINA”: Guilherme Araújo, que na época era melhor amigo de Henrique Meneses, se tornou o guitarrista base, enquanto o seu primo Flávio Araújo Junior era o vocalista. Todos da cidade de Carolina. Cogitou-se por um tempo que o amigo deles, Edcarlos Cunha seria o empresário. Essa foi a primeira e única vez que Henrique tocou com membros da mesma cidade. Por falta de equipamento e dinheiro, Henrique entrou em contato com a dupla sertaneja Vitor & Leo, para compor e enviar algumas músicas, contato que foi bem sucedido, juntamente com Guilherme compuseram cinco músicas em estilo pop sertanejo, mas quando enviaram já havia passado do prazo de envio. Devido à falta de equipamento de qualidade para gravar, eles demoraram efetuar o envio das músicas. Henrique Meneses e Guilherme Araújo eram os principais compositores da banda, em geral, a melodia era composta por Guilherme e a letra por Henrique. A banda tinha um vocalista e dois guitarristas, mas os postos de baterista e baixista continuavam vagos. Não havia músicos disponíveis na cidade, foi necessário procurar um baterista na cidade de Fortaleza dos Nogueira, Stanley Horthon foi indicado por um amigo de infância de Henrique, Gérson Baresi. Depois de nove anos Sandoval Vieira volta a banda e assume o baixo.
Apesar do talento de Flávio Araújo Jr para a música, ele sofria constante pressão tanto de Henrique quanto de Guilherme devido aos seus gostos musicais diferenciados, pois na opinião deles influenciava em sua interpretação nas músicas da banda. Henrique propôs um ultimato. Ele pediu que Flávio cantasse a música Power Abolition e se ele não o convencesse estaria fora da banda. Para a surpresa de todos, Flávio não só cantou bem como calou o líder da banda que teve que pedir desculpas por não ter acreditado nele. Entretanto, a “volta por cima” demorou pouco, pois devido a rotina de Flávio, Henrique e Guilherme o continuaram pressionando quanto a sua dedicação na banda. Flávio Araújo Jr anuncia a sua saída mais tarde. Apesar de início Henrique e Guilherme não terem se importado com a sua saída, no final resultou em mudanças drásticas na banda. Em seguida Stanley Horthon deixa a banda. Atritos começaram a surgir entre Henrique e Guilherme após três anos de amizade Guilherme sai da banda, volta dois meses depois e sai de forma definitiva. Nesse meio período Henrique Meneses cria o canal Metal/Rock Society e convida Judson Araújo, primo de Guilherme. Após 6 meses de canal bem sucedido, Judson e Henrique se desentendem e acordam com a saída de Judson. Com o tempo Judson e Guilherme formam a banda Lorn Bereft.
ERA “RIACHÃO”: Após seu casamento, Henrique Meneses se muda para Riachão com a esposa Gabriela Meneses que se torna a empresária e diretora de comunicações da banda. Após não conseguir formar uma banda em sua nova cidade, chegando a entrevistar alguns guitarristas, ele decide usar o facebook para procurar membros na cidade vizinha, Balsas. Após várias tentativas mal sucedidas, Henrique encontra Erick Souza, vocalista de death metal e Lucas Heberth, músico talentoso, multi-instrumentista, voltando a ativa. Henrique compõe três canções e envia para Lucas para que ele gravasse na interface de áudio. Quando as músicas estão prontas, Erick anuncia que vai mudar de estado, e por isso não poderá mais continuar na banda. Para a gravação da primeira música e vídeo clipe, Cadaverous World, Henrique além de guitarrista assume também os vocais, enquanto Lucas Antônio Rota é integrado como novo baixista, mas devido aos negócios pessoais não pode permanecer na banda. Gabriel Brito é o novo baixista e dois meses depois a música Infestation é lançada. Diego Lopes assume as baquetas, e a banda finalmente está pronta para gravar o tão sonhado álbum de estúdio. Henrique procura estúdios nas cidades de Araguaína, Imperatriz e São Luís, cogita até estúdios em Mato Grosso e São Paulo. Por fim, Henrique conhece Rodolfo Marque Cardoso, produtor do R.M.C Studio na cidade de Balsas – MA.
Enquanto isso as coisas dentro da banda estavam tensas, Henrique cobrava mais tempo e dedicação dos membros, Lucas estava tocando em mais duas bandas e fazendo Faculdade, no final de 2018, Lucas anuncia a sua saída da banda, o emprego de Gabriel também não o permite continuar na banda que entra novamente em hiato. Diego também deixa a banda. Nesse período a ortografia da banda foi mudada para Seventieth Blood.
Em abril de 2019, Henrique decide que vai gravar o álbum sozinho e arcar com todas as despesas, procura novamente o produtor Rodolfo que diz lhe facilita a forma de pagamento, dizendo que ele poderia comprar um celular no cartão como entrada. Visto que Henrique não tinha cartão de crédito, ele tentou com um amigo que disponibilizou o cartão, Ivanaldo Barreto, para um celular e uma placa de áudio, podendo assim dar início aos trabalhos de gravação no dia 27 de maio de 2019. A todo, foram 12 viagens para gravar as guitarras e baterias de 12 músicas e mais três viagens para gravar os vocais. Antes disso, Henrique já tinha gravado cinco músicas e não havia nenhum membro na banda.
ÁLBUM SEVEN PROPHECIES: Henrique Meneses é conhecido como maior detentor de direitos autorais na região. Apesar de ter várias músicas a disposição, devido a estar sozinho na banda e não saber até que ponto essa situação permaneceria, ele resolveu resgatar uma música que havia escrito em 2010 para a banda Sting in the Shadow, King’s Dream Hidden, a música Power Abolition, composição de Henrique e Guilherme, Devil’s Cosmos que na verdade teria feito parte de um EP virtual, intitulado Origin Mosh Assault, e Disciple of Babylon, composição que seria agregada a banda Terminated. As outras oito músicas foram compostas exclusivamente para o álbum. Sobre o ocorrido Henrique Meneses falou para o canal Rock Oculto em Junho: “Eu estava sozinho na banda, não sabia que tipo de membros eu iria conhecer, não sabia que vocal seria, estava difícil encontrar vocalistas, no entanto, que, visto que eu gravei os vocais guias com vocais limpos, quando a Sarah foi gravar eu tive que fazer alguns ajustes na letra para dar certo com o tempo da música, então eu não quis colocar minhas principais composições, pois eu estava apenas fazendo um teste.”
Através do facebook, Henrique contata Sarah Dutra, e a convence a fazer os vocais nas doze músicas do álbum, essa seria a sua primeira experiência em estúdio e a primeira vez cantando em uma banda, sendo também a sua primeira vez fazendo gutural. Sobre o ocorrido Sarah Dutra disse em entrevista para o mesmo canal: “Eram letras muito difíceis, nós gravamos até letras em inglês médio, não eram palavras convencionais e o tempo das músicas era muito quebrado, com letras enormes.” Os vocais das doze músicas foram gravados em dois dias e meio. Wdne Waster, que foi aluno de Henrique Meneses em 2010, na escola estadual o procura, em busca de um projeto de metal, Henrique mencionou que já tinha a banda e estava gravando um disco. Wdne se torna o baixista oficial da banda em janeiro. Sarah indica Fabio Pagliarini, baterista de sua cidade, Henrique o procura através do facebook e este também é associado a banda logo em seguida.
Em janeiro, a banda gravou três videoclipes como lançamento do álbum Seven Prophecies. Lucas Heberth Martins ex-guitarrista da banda foi como editor e produtor de vídeo com a sua produtora Skywow. Giulia Coelho, cunhada de Henrique Meneses foi figurante em um dos clipes e Gabriela Meneses sua esposa e empresário foi como representante de comunicações e financeira.
Lucas Heberth saiu de ônibus de Balsas – MA às seis da manhã, encontrou Henrique, Gabriela e Sarah, que já tinha vindo de Araguaína – TO, sua terra natal, para gravar os vocais, e estava aguardando para a gravação dos clipes. Em Carolina – MA, eles encontraram Giulia Coelho e Wdne Waster em Estreito – MA. Às 10 horas da manhã eles procuraram um táxi e os seis foram até Tocantinópolis, carregando todos os equipamentos. Ao chegar a Tocantinópolis, eles procuraram seu Zé, o único motorista que os levaria até a Chácara que havia uma Usina abandonada nos anos 80, em um período chuvoso. A Chácara era da avó paterna de Henrique, eles ficam até meio dia do dia seguinte gravando os clipes. Após o lançamento dos dois primeiros clipes a banda passou a ganhar muita notoriedade, agendando entrevista, e participando de revistas e rádios.
Seventieth Blood é a primeira banda de metal extremo a lançar um álbum full-length representando sete cidades do Maranhão e Tocantins, sendo pioneira em todas elas. Também é a primeira banda da região a lançar videoclipes e a ter alcance nos Estados Unidos. Dia 27 de setembro de 2020 lançará o seu primeiro “Seven Prophecies”.
Segue abaixo entrevista exclusiva com a banda Seventieth Blood para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 21.09.2020:
01) Ritmo Melodia: Qual a data de nascimento e cidade natal dos membros da banda?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses (Guitarrista/Fundador) nasceu no dia 29.01.1990 em Tocantinópolis – TO. Sarah Dutra (Vocalista/Guitarra) nasceu no dia 15.01.1999 em Goiânia – GO. Wdne Waster (Baixista) nasceu no dia 10.03.1993 em Estreito – MA. Fabio Pagliarini (Baterista) nasceu no dia 28.07.1989 em São José do Rio Preto – SP.
02) RM: Como foi o primeiro contato dos membros da banda com a música.
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Meu pai cantava pra eu dormir o “Fruto do Nosso Amor” de Amado Batista. Minha mãe gostava das músicas que faziam sucesso na época como o Sertanejo. Apesar de compor músicas desde os nove anos de idade, eu só passei a sentir um amor incontrolável pela música quando vi uma propaganda na Rede Globo de um CD – “Classic Metal”. A partir daí minha vida passou a girar em torno do rock/metal.
Sarah Dutra: Meu primeiro contato com o rock/metal foi através de um comercial da Som Livre na Rede Globo, era um DVD box com clássicos do Rock que tinha bandas clássicas como Whitesnake, Scorpions, Peter Frampton e outros.
Wdne Waster: Meu primeiro contato com a música foi através da MTV.
Fabio Pagliarini: Comecei ouvindo Beatles, Janis Joplin, por influência do meu pai.
03) RM: Qual a formação musical e acadêmica fora música dos membros da banda?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Eu estudei guitarra com Ian Bamolator (ex – Almah) e atual (Quo Vadis – Polônia) que foi aluno de Marcelo Barbosa (Angra) e professor da GTR. Eu sou professor formado, licenciado e especializado em Língua Inglesa e Língua Portuguesa.
Sarah Dutra: Eu fiz aula de Violão em escola de música por 10 meses. Sou formada em História, atuo como professora licenciada.
Wdne Waster: Autodidata. Não tenho formação acadêmica.
Fabio Pagliarini: Aprendi por conta própria. Não tenho formação acadêmica.
04) RM: Quais as influências musicais no passado e no presente dos membros da banda? Quais deixaram de ter importância?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Como consumidor de música, eu sempre consumi rock/metal, conheço a discografia completa de centenas de bandas e não paro de apreciar novos trabalhos. Se eu for alistar minhas principais influências, eu precisarei de pelo menos 500 linhas, então, citarei Scorpions, a banda que me trouxe ao mundo do rock, e as bandas que influenciam diretamente a sonoridade da banda Seventieth Blood. Entre essas estão: Morbid Angel, Death, Slayer, Sepultura, Krisiun, Cannibal Corpse, Obituary, Pestilence, At the Gates, Sodom e Kreator.
Sarah Dutra: Minhas primeiras influências foram com bandas punk, como Sex Pistols, Misfits, Os Replicantes e GBH. Depois entrei em uma fase Grunge com influências como Nirvana, Alice in Chains, hole, Bechova, Hanging Tree e etc. Minhas influências no metal são Nervosa, Sepultura, Sinaya e Nervochaos. Eu não deixei de ouvir nenhuma dessas bandas, sendo influenciadas bastante por elas, principalmente a ideologia punk e a essência grunge.
Wdne Waster: Comecei ouvindo Pantera e Sepultura e atualmente além dessas bancas ouço também Angra e Dream Theater.
Fabio Pagliarini: Minhas influências do passado são Beatles e Led Zeppelin. Minhas atuais influências são Nargaroth, Krisiun e Sepultura. Eu parei de ouvir Green Day, Rammstein, Metallica e Guns N’ Roses.
05) RM: Quando, como e onde começou a carreira musical da banda? E qual o significado do nome da banda?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Os primeiros trabalhos da Seventieth Blood aconteceram em 2016, já com músicas autorais e apresentações ao vivo. Em 2018, lançamos o EP virtual “Origin Mosh Assault”. Seventieth Blood significa “Setingentésimo Sangue” e representa o fracasso da humanidade em governar a si mesma, bem como a fragilidade humana. O número ordinal “setingentésimo” simboliza os erros frequentes e imperdoáveis da humanidade.
06) RM: Quantos discos lançados?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Em 27 de setembro de 2020 lançaremos o primeiro álbum – “Seven Prophecies”, com 12 músicas.
07) RM: Como define o estilo musical da banda dentro da cena rock?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Death Metal. Mas eu busco explorar em minhas composições minhas influências obtidas através da música clássica, e várias vertentes do rock e metal.
Wdne Waster: Death Metal com um toque progressivo.
Fabio Pagliarini e Sarah Dutra: Death Metal.
08) RM: Como você se define como cantor/intérprete dentro da cena rock?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Eu sou incansável, não desisto nunca! Amo trabalhar, amo dar o meu melhor dentro da música, isso não é exaustivo, é prazer. Eu posso dizer que sou a mente por trás de tudo o que a banda faz.
Sarah Dutra: Defino-me como uma amante de música e do underground com essência rock/metal. Amo música, amo tocar e amo a resistência do underground.
Wdne Waster: Estudioso, Focado e Mente aberta.
Fabio Pagliarini: Um músico que absorve influência de outros músicos.
09) RM: Quais os cantores e cantoras que vocês admiram?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Novamente há uma lista infinita, mas citarei apenas alguns. Cantores: Klaus Meine (Scorpions) Stevie Tyler (Aerosmith) Bruce Dickson (Iron Maiden) David Vincent (Morbid Angel). Cantoras: Simone Simons (Epica), Alissa White-Gluzz (Archenemy), Whitney Houston e Shania Twain.
Sarah Dutra: Admiro Fernanda Lira, que foi quem eu me inspirei pra começar o gutural e o Lauro ex – vocalista da Nervochaos.
Wdne Waster: Max Cavalera e Phil Anselmo.
Fabio Pagliarini: Shagrath, Floor Jeneses.
10) RM: Como é o processo de composição musical dentro da banda? Quem faz a letra e melodia?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Eu fiz todas as letras e melodias do nosso primeiro álbum. Com exceção de uma música, que teve a participação de um antigo guitarrista da banda na melodia. Em geral, eu primeiro escrevo a letra diretamente em inglês. Eu reviso as letras várias e várias vezes durante semanas e meses para saber se ela tem o mesmo impacto de quando a escrevi. A melodia eu deixo várias gravadas para encaixar com as letras, ou crio melodias especificas para as letras. Seja como for, toda música minha passa por um filtro e só acredito que ela está pronta para ser gravada e lançada após ano ou anos de existência. Se ela ainda tiver o mesmo impacto como da primeira vez, eu considero como a música certa a ser lançada. Só trabalho com álbuns conceituais.
11) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Existem inúmeras vantagens, ter o controle sobre o seu próprio trabalho é a maior delas, pois permite você lançar a sua própria verdade. As desvantagens são apenas em questão financeira, pois não temos os recursos necessários para fazermos tudo o que queríamos.
12) RM: Quais as ações empreendedoras que vocês praticam para desenvolverem a carreira musical?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Eu trabalho incansavelmente na banda. Marketing, contatos nacionais e no exterior, conversar com músicos/ empresários/produtores experientes, são apenas uma de minhas ações. Mas resumindo tudo, eu estudo o negócio da música e aplico o que aprendo. As redes sociais tem sido uma de nossas principais armas.
13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da carreira musical?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Com a internet podemos chegar a lugares de forma mais rápida do que chegaríamos sem ela. Entretanto, a internet deixou o público preguiçoso, e existem cada vez menos pessoas que conseguem apreciar um material físico e até mesmo ouvir um CD inteiro. Eu acredito que deveria haver um equilíbrio em ambas as partes.
14) RM: Como vocês analisam o cenário Rock brasileiro? Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: O cenário do rock brasileiro é riquíssimo. Existem milhares de bandas com qualidade incrível, mas ausentes da mídia. A principal revelação do metal brasileiro foi à banda Nervosa, e apesar de ter reformulado sua formação atualmente, continua com a carreira consistente. Já grupos como Restart não conseguiram a mesma consistência, pois o público em geral, não era um público maduro e fiel e suas músicas não tinham força para permanecerem por muito tempo.
Sarah Dutra: Acredito que há uma enorme paixão pelo underground no Brasil, entretanto, falta à visão de valorização, tanto pela parte de empresários (como donos de bar, por exemplo) quanto de algumas bandas que não fazem um trabalho mais profissional.
Wdne Waster: É um cenário forte, muitas bandas surgem a cada dia. Revelações que permaneceram eu poderia citar Nervosa e Project 46. Hibria, infelizmente deixou de existir.
Fabio Pagliarini: Há uma diversidade e variedade de sons. Não vejo bandas novas e que se mantiveram no auge.
15) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (Home Studio)?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Hoje em dia você pode lançar material de extrema qualidade sem sair de casa. Entretanto, alguns músicos não buscam a qualidade mesmo em casa com equipamentos e programas e deixam a desejar. Mas a pior das desvantagens é que um estúdio é uma escola. O home studio tira isso dos músicos que não são experientes.
16) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que vocês têm como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Uma lista infinita novamente, mas citarei apenas Paul Mccartney (ex Beatles) Andreas Kisser (Sepultura) Stevie Vai. Essa lista seria enorme, mas deixaria para uma próxima conversa.
Sarah Dutra: Chuck Schuldiner e Andreas Kisser.
Wdne Waster: Kiko Loureiro, Andreas Kisser, Stevie Harris e André Matos.
Fabio Pagliarini: André Matos, John Lennon e Chuck Schuldiner.
17) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Minha guitarra não funcionou em um cubo na hora do show e eu toquei a música inteira com guitarra clean, imagine como foi isso para um guitarrista de metal extremo. Mas quero destacar algo inusitado, porém bom, Seventieth Blood tocou para 400 pessoas na zona rural, para pessoas que nunca tinha ouvido falar de rock e metal, com ótima recepção.
Sarah Dutra: Falta de condições técnicas. No primeiro evento que eu toquei com minha outra banda, eu estava sem retorno para fazer os backing vocals. Em certo momento acabei travando e até hoje tenho vergonha de ouvir a música que a gente estava tocando na hora (risos).
Wdne Waster: Já toquei em palco muito pequeno e com pouca capacidade para receber a estrutura da banda.
Fabio Pagliarini: Falta de equipamento adequado.
18) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Novas experiências, amizades e poder servir de exemplo de superação para outras bandas e músicos são a melhor parte. A falta de união entre os próprios músicos da cena underground em nossa região é algo bem desagradável.
Sarah Dutra: Feliz por as pessoas curtirem o som, elogiarem a banda e “mosharem” enquanto a gente toca, subirem no palco, pedir música e etc. Entretanto, eu fico triste com a desvalorização com quem faz música autoral.
Wdne Waster: Sou feliz por trabalhar com o que amo, mas ao mesmo tempo sinto que o trabalho do músico é desvalorizado.
Fabio Pagliarini: Sinto-me feliz por conhecer novas pessoas, mas triste devido aos locais impróprios para evento.
19) RM: Vocês acreditam que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Sim, no entanto que já temos uma música na rádio e não pagamos nada por isso. Tudo foi possível através do meu empreendedorismo.
Sarah Dutra: Não acredito.
Wdne Waster: Eu não acredito.
Fabio Pagliarini: Acredito que pode ser tocado sem pagar nada.
20) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Trabalhe duro, seja humilde e cerque-se de pessoas que contribuam para o seu crescimento.
Sarah Dutra: Que trilhe, mas que ao mesmo tempo tenha uma segunda profissão. Wdne Waster: Dedicação e muita repetição. Fabio Pagliarini: Foque nos estudos.
21) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Sim, eu tenho certeza disso. Dom musical é habilidade natural para o desenvolvimento da Inteligência Musical que pode ser aperfeiçoada através de estudos e dedicação. O dom musical é algo divino, não pode ser controlado.
Sarah Dutra: Existe a vocação, o que facilita a aprendizagem, não acredito em dom.
Wdne Waster: O dom existe, mas precisar ser aperfeiçoado através de muita prática.
Fabio Pagliarini: Dom musical pra mim significa prática e estudo.
22) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Os Festivais de música permitem que bandas que até então não “existiam” se mostrem ao público. A desvantagem depende muito da organização do festival, se for um festival sério, apesar do resultado, não considero como uma desvantagem. Se há boa organização e bons profissionais, dificilmente terá uma desvantagem para a banda. Questão de apreciação por estilos musicais não considero uma desvantagem, isso está em toda a parte, não apenas nos festivais e por isso devemos procurar nosso próprio espaço.
Sarah Dutra: Prós: Divulgação de bandas autorais; Contras: Desvantagens entre bandas devido às diferenças entre gêneros musicais e a preferência majoritária do público por mais leves e “normais”.
Wdne Waster: A vantagem é que abre oportunidades para novas bandas mostrarem seu trabalho, entretanto, acredito que apenas bandas com músicas de estilos mais populares conseguem vencer.
Fabio Pagliarini: Prós: Abre novas portas para as bandas. Contras: Bandas de metal em geral não agradam o público desses festivais.
23) RM: Festivais de Música revelam novos talentos?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Sim. Eu não tenho dúvidas disso. O problema é que depois disso muitas vezes a banda não sabe gerir sua própria carreira e acaba perdendo a oportunidade. Outras vezes, a banda se cerca de pessoas que não entendem e não contribuem para o seu trabalho.
Sarah Dutra: Depende da influência e relevância do Festival de Música.
Wdne Waster: Eu tenho certeza que sim.
Fabio Pagliarini: Sim, mas depende dos envolvidos.
24) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Parcial. Infelizmente nem sempre cobrem a arte de forma real e tendem a endeusar exageradamente artistas e estilos exclusivos, abolindo tudo o mais de arte que existe. Não falo apenas do rock e metal, eu vejo outros músicos de variados estilos sofrendo o mesmo desdenho por parte da grande mídia.
25) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Essenciais. Sempre que houver boa organização e estrutura, contribuirá de alguma forma.
26) RM: O circuito de Bar na cidade que você mora ainda é uma boa opção de trabalho para os músicos?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Em Balsas – MA não existe espaço, a menos que você toque covers, acústico e estilos musicais populares, mas para a música autoral, não existe espaço para nenhum estilo.
Sarah Dutra: Em Araguaína – TO só há espaço para cantores e bandas (cover), e geralmente não há espaço para heavy metal, apenas MPB e música Sertaneja.
Wdne Waster: Não existe esse tipo de circuito em Estreito – MA.
Fabio Pagliarini: Não vejo oportunidades em Araguaína – TO.
27) RM: Banda Seventieth Blood, Quais os seus projetos futuros?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: Nós temos inúmeros projetos. Mesmo com a pandemia a banda continua ativa nas redes sociais e projetos que são possíveis de serem feitos. Após a pandemia vamos focar em levar nossa música para outros estados e trabalhar no nosso próximo álbum de estúdio.
28) RM: Quais os seus contatos para show e para os fãs?
Banda Seventieth Blood: Henrique Meneses: (99) 98849 – 6274 – Henrique Meneses (Empresário e Diretor de Comunicações) / (99) 98841 – 7682 – Gabriela Meneses (Empresária e vice-diretora de comunicações) / [email protected] / https://web.facebook.com/seventiethblood / https://web.facebook.com/henriquemenesesph / www.instagram.com/seventiethblood
Canal: https://www.youtube.com/channel/UC8SBmBOMUD8Ey3xvzPBD5fw
Álbum: https://www.youtube.com/watch?v=BBOvHA8aJZ4
FUNERAL GAMES: https://www.youtube.com/watch?v=T-6-f_iQM1k
ZEAL FOR MY THRONE: https://www.youtube.com/watch?v=1rVrYVbw-IU
Novos músicos da banda: https://www.youtube.com/watch?v=td2uAGZPMgA
SEVEN PROPHECIES (2020) [Full Album]: https://www.youtube.com/watch?v=0PS2RIsj5Hg
MAKING OF SEVEN PROPHECIES: https://www.youtube.com/watch?v=EW_G3hL2KQk
IDEOLOGIA POLITICA DENTRO DA BANDA SEVENTIETH BLOOD/CAMISAS DE BANDAS/MEMBROS INDIVIDUAIS: https://www.youtube.com/watch?v=lDpr9rT9YRg
Esmi Adh-ʼavad·dóhn – Seventieth Blood: https://www.youtube.com/watch?v=qyEpCikHmuU
Canal: https://www.youtube.com/channel/UCILpcoNVIn7vyaSuejxVzTA
LEMBRANÇA: SEVENTIETH BLOOD NO ROCK OCULTO 10 DE JUNHO DE 2020: https://www.youtube.com/watch?v=m1l0tKo0quQ
LEMBRANÇA: SEVENTIETH BLOOD NO ROCK OCULTO EM 28 DE SETEMBRO DE 2020: https://www.youtube.com/watch?v=-r0MbulIGHU