More Adriana Farias »"/>More Adriana Farias »" /> Adriana Farias - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Adriana Farias

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A cantora, compositora, violeira e comunicadora Adriana Farias, paulistana do bairro Ipiranga, é apaixonada por viola e pela música caipira e vem propagando o ritmo em todos os cantos do país desde muito nova.

Gravou o primeiro álbum aos 11 anos de idade (1983), e desde então começou a se apresentar em shows solos ou abrindo para a ícone do humor caipira Nhá Barbina.

Nestes anos todos lançou álbuns, se dedicou ao canto lírico para aprimorar a técnica vocal, se apresentou com artistas como Fábio Jr., Wanessa, Leandro & Leonardo, entre tantos outros, virou apresentadora e jurada em reality show voltado para música.

No início de 2023 lançou “Potro Redomão”, autoria da cantora e Zé Procópio, tradicional compositor de música raiz, que chegou animada ao toque chamamé, lembrando os bailões e rodeios de fronteira, e prepara o novo lançamento para abril.

Por toda a sua ligação com música sertaneja raiz, a artista teve a honra de ser convidada para apresentar um dos mais tradicionais programas de música caipira na televisão brasileira, o Viola, Minha Viola, que estava no ar desde a década de 1980.

Adriana assumiu o comando após a morte de Inezita Barroso, apresentando de 2017 a 2019, quando a TV Cultura optou por reprisar.  Em 2020, foi convidada para compor o júri do reality Canta Comigo, da TV Record. Desde então já participou de duas temporadas e gravará a terceira no fim de março de 2023.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Adriana Farias para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 23/04/2025:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Adriana Farias:  Nasci no dia 03/05/1972 em São Paulo – SP. Registrada como Adriana Morelli Farias.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Adriana Farias: Sempre gostei de música desde criança, minha avó espanhola (Maria Garcia Morelli de Solteira Caravagio), cantava várias músicas que entravam na minha alma, depois tive o prazer de conviver com tios que também gostavam de música. Minha primeira influência de Demônios da Garoa a Clara Nunes e outros artistas da MPB, depois tive o prazer de ter um tio que cantava música sertaneja caipira, e daí para a frente me apaixonei pela música sertaneja raiz.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Adriana Farias: Vim dê uma família muito simples que não ligava muito para escola, a descendência espanhola era de trabalho de roça. Mas eu me esforcei e conclui o Ensino Médio. Na música sou autodidata. Quando tinha 11 anos de idade, comecei a estudar canto lírico, o que me deu boa base para minha área musical, a o aprendizado da Viola Caipira foi autodidata.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Adriana Farias: Tudo que ouvi e fiz tem importância na minha formação musical. Ouço tudo, de Jazz a música raiz e folclore, minhas influências são: Pedro Bento e Zé da Estrada, Almir Sater, Suzamar, Perla, Belmonte e Amarai,  Miltinho Rodrigues,  Inezita Barroso e muitos outros.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Adriana Farias: Aos oito anos de idade (1980) comecei cantar e tocar, participar de festivais de bairro, aos 11 anos gravei o primeiro compacto, aos 14 anos gravei o segundo e comecei a fazer shows pelo Brasil.

06) RM: Quantos álbuns lançados?

Adriana Farias: Lancei três álbuns físicos: Coração Sertanejo (1984); Tô muito dodói (1987); Beleza Rústica (2016). E muitos álbuns lançados nas plataformas digitais.

07) RM: Como você se define como Violeiro?

Adriana Farias: Apaixonada, do meu jeito, sem pretensão de ser classificada, só amo o que faço e escolhi a Viola para me acompanhar.

08) RM: Quais afinações você usa na Viola?

Adriana Farias: Adaptei-me melhor com afinação Cebolão em E (E, B, G#, E, B).

09) RM: Quais as principais técnicas o violeiro tem que conhecer?

Adriana Farias: Os pedais, ligaduras, e o tal pagode.

10) RM: Quais os violeiros que você admira?

Adriana Farias: Almir Sater, Goiano, Tião Carreiro, Neymar Dias, Marcus Biancardini.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Adriana Farias: Sou muito tranquila com composição, pois não é tão natural, tenho que estar muito inspirada, tenho poucas músicas de minha autoria.

12) RM: Quais as principais diferenças técnicas entre a Viola e o Violão?

Adriana Farias: Viola e o Violão são instrumentos muito diferentes, afinação e posições dos acordes, assim como técnica de mão direita são também completamente diferentes.

13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Adriana Farias: As vantagens da carreira independente são manda na carreira, ganha e produz de forma natural. O ruim é não conseguir furar a bolha para fazer seu trabalho se tornar viral sem grandes investimentos financeiros.

14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Adriana Farias: A minha estratégia é muito trabalho sempre, não tem um dia sequer que eu não esteja pensando no que vou fazer em prol de minha carreira musical, muita preparação e pessoas ótimas para o meu time.

15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Adriana Farias: Sempre estou envolvida com novos trabalhos e estudos, porém sempre estou contra a maré, sustentando a boa música.

16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Adriana Farias: A internet ajuda a divulgar nosso trabalho, mas hoje tem que ser pago através de impulsionamento. Nada acontece na carreira musical sem que as grandes mídias controlem. A internet serve para estudar boas estratégias.

17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Adriana Farias: Nas minhas gravações são realizadas em grandes estúdios.

18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar o álbum não é mais o grande obstáculo. Mas concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Adriana Farias: Na verdade tem muita gente maravilhosa no nicho da Música Sertaneja Raiz, eu só fui fazendo meu trabalho musical e sendo persistente no que gosto, como disse a nossa querida Clarice Lispector, eu sou uma péssima profissional, pois só consigo fazer o que gosto e não o que os outros querem (risos).

19) RM: Como você analisa o cenário da música Sertaneja Caipira/Raiz. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Adriana Farias: Como tudo na vida, sempre existe aquela fase do ciclo para todos os ritmos. Os artistas da Música Sertaneja Raiz, somos considerados praticamente algo folclórico, o que não me agride.

O que fazemos um tanto quanto especial, não somos mais a atração que leva milhões, mas o nosso nicho é algo espetacular, e sempre aparecendo jovens interessados. O que me dá esperança desse ciclo da música raiz continuar.

20) RM: Como você analisa o cenário da música Sertaneja pop. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Adriana Farias: Hoje, o sertanejo se tornou uma música popular, sendo misturada com outros ritmos que não falam as mesmas coisas da música raiz. Não tenho nada a declarar sobre isso, não escuto, não é algo que toca no meu rádio. Prefiro ficar no meu quadrado.

Vemos a todo momento as músicas de duplas mais antigas reaparecendo no show dos artistas que estão chegando. Então, acho que a música raiz continua viva, modismo é só uma fase.

21) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Adriana Farias: Sou muito feliz com o que faço, fico chateada quando alguém insiste que eu devo trocar de estilo.

22) RM: Quais os outros instrumentos musicais que você toca?

Adriana Farias: Adoro o violão e arrisco tocar contrabaixo.

23) RM: Quais os vícios técnicos o violeiro deve evitar?

Adriana Farias: Cachaça, ser mulherengo, droga, de resto pode tudo na forma de tocar a Viola.

24) RM: Tocar muitas notas por compasso ajuda ou prejudica a musicalidade?

Adriana Farias: Tocar muitas notas por compasso pode ser que comprometa na harmonia, porém, as técnicas de tocar com rapidez e tocar muitas notas, quando bem-feitas, tem admiradores. Violeiros com técnicas apuradas conseguem tocar de uma forma muito impressionante. Só o que me incomoda e incomodava, João Mulato, é montar na viola, passar a garrafa nas cordas, colocar nas costas para tocar, aí é um pouco exagerado.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Adriana Farias: Vai estudar, seja o melhor possível no que pretende fazer.

26) RM: Quais os principais erros na metodologia de ensino de música?

Adriana Farias: Venho de uma tradição que violeiro passa o conhecimento que adquiriu para outro violeiro. E muitas das coisas aprendemos olhando e escutando outros violeiros.

27) RM: Existe o Dom musical? Qual a sua definição de Dom musical?

Adriana Farias: Existem crianças que nascem pulando igual cabritinho, essas com certeza serão ótimos atletas no futuro, existem outras que, que quebravam a casa toda com pedaço de pau. O pai comprou um taco de beisebol. Ele é um dos maiores jogadores de beisebol nos Estados Unidos. Quando se fala de dom, é uma aptidão que já vem no DNA, muitos têm mais facilidade, outros tem mais dificuldades. Acho que é disso que se trata o tal do dom, mas nada supera o estudo.

28) RM: Qual a sua definição de Improvisação?

Adriana Farias: Eu uso a viola para me acompanhar e não sou virtuose na Viola.

29) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Adriana Farias: Tudo se resume a seu esforço de estudo no instrumento musical.

30) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?

Adriana Farias: Um Músico não pode ficar preso no papel ou na teoria musical.

31) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia do cenário musical brasileiro?

Adriana Farias: Hoje tudo é um grande mercado, então, temos que prestar atenção nos pequenos artistas que se esforçam para brilhar.

32) RM: Qual a importância de espaço como SESC, Itaú Cultural, Caixa Cultural, Banco do Brasil Cultural para a música brasileira? 

Adriana Farias: São os espaços que mais ajudam novas bandas e novos espetáculos, assim como outros estilos. São diversificados e sempre abrem portas para todo tipo de arte.

33) RM: Quais os seus projetos futuros?

Adriana Farias: Estou gravando com Gabriel Jacó, e tenho surpresas para vocês, venho cantando mais manso e romântico.

34) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?

Adriana Farias: https://www.instagram.com/adrianafariasoficial | https://www.facebook.com/adrianafariasvioleira 

Canal: https://www.youtube.com/adrianafariasvioleira 

Playlist de clipes: https://www.youtube.com/watch?v=xizIjmaOnDc&list=PL23JjSCtjOai0EewO2W_zfBYailKg5C-m

https://open.spotify.com/intl-pt/artist/6mLpS95n6LulbD4KaY2qla


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