A cantora, compositora, violonista e escritora carioca Juçara Freire aos 11 anos de idade ganhou seu primeiro violão e começou a cantar e aos 13 anos a compor. Na adolescência participou de vários Festivais de música estudantis, Festivais música de bairros, e em tudo o que estava ligado a música.
Em 2001, inicia sua trajetória musical atuando em diversos palcos, como teatros, shoppings e espaços culturais, além de barzinhos da cena carioca, sempre com um estilo marcante e identidade própria na interpretação de suas canções. Em 2003 e 2004 foi destaque feminino do Festival Som na Praça, realizado no bairro de Rocha Miranda (RJ).
Em 2005, participou do programa de calouros do Raul Gil – Quem sabe canta, quem não sabe dança – tendo suas apresentações muito elogiadas pelos jurados e principalmente por José Messias, que sempre foi rigoroso nos comentários.
No final de 2007 lançou o seu primeiro CD – “Seduzir”, trabalho autoral e independente, com o selo Sony Dadc Brasil, arranjos de Silvestre Alcântara, vocais de Cíntia Possidônio e Simone Tertuliano, produção executiva de Telma Sucupira. Esse CD vem sendo divulgado na Internet através de sites, nos shows e nas rádios que dão espaço a música independente e nos programas de TV a cabo.
Com influências da MPB e do pop nacional, Juçara tem uma presença cativante e imprime personalidade única em cada apresentação. Participou em diversos movimentos musicais, destacando aqui o projeto SOPA RJ, BAR MPB, ENCONTROS DA NOVA MPB e Coletivo ARTEIROS.
Participou também como convidada especial do show de lançamento de cd, do seu amigo e ícone da nossa Mpb, TIBÉRIO GASPAR, em 2016. Teve uma música, feita em parceria no coletivo Arteiros, ELE É O AMOR, gravada por outro ícone da nossa música, Biafra (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/biafra).
Em 04/12/2018 no Festival CEPE FUNDÃO, com “Triste desilusão” premiada em terceiro lugar na categoria composição e letra e com “Não sou seu bibelô” (pareceria com Antonio Carlos – https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/reggaebelde) premiada em quarto lugar na categoria intérprete. Em 08/12/2018 no Festival de Além Paraíba – MG, finalista com “Não sou seu bibelô”.
Em 2020 Juçara Freire teve o projeto “Cantando Poesia” contemplado no edital “Cultura Presente nas Redes” do governo Estado do Rio de Janeiro e no dia 19 de setembro 2020 fez uma apresentação através de uma live com as músicas que estão no primeiro álbum Juçara Freire – “Cantando Poesia”.
Suas músicas autorais estão disponíveis nas principais plataformas digitais: dois álbuns, oito EPs e diversos singles lançados. Destaques para: single Minha Alma Nua (https://www.youtube.com/watch?v=iQebfg7p4IM), poema musicado de Daniela Bontempi (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/daniela-bontempi) que foi incluído na playlist editorial da Apple Music, em 2024. Single Carolina de Jesus venceu, lançado também em 2024, e feito especialmente para a trilha sonora do curta metragem ATÉ AS PEDRAS SE ENCONTRAM, de Anna Diamante, com diversos prêmios conquistados.
Ao longo dos anos, foi finalista e premiada em diversos festivais, destacando: CEPE FUNDÃO PETROBRÁS, realizado no Teatro Rival, em que foi nove vezes finalista e seis vezes premiada. Festival Talentos da MPB, realizado na sala Baden Powell, no ano de 2024, ficando em terceiro lugar. Festival Edil da Rosa, realizado no shopping Belford Roxo, ficando em segundo lugar, em setembro de 2025.
E premiada em projetos culturais, como: Coração da Arte, vencedora por três vezes. Prêmio da APPERJ destaque categoria música. Prêmio Arte em Movimento. Contemplada em editais com seus projetos, com suas músicas autorais: Cantando poesia, em dois editais. E Todas as Fases do amor, em dois editais. Lives desses projetos estão no seu canal do YouTube.
Apresentou durante o ano de 2024 o programa Caminho Traçado, na Rádio Minas BH FM, dedicado à divulgação de artistas independentes.
Uma curiosidade sobre a artista: Juçara é uma protetora de animais, apaixonada por seus pets (cães e gatos) todos resgatados de rua. E tem um single lançado nas plataformas digitais, em 2024, feito especialmente para eles, AUS MEUS FILHOS. Em 2024, deu início ao projeto Na Correria do Dia, em parceria com o amigo Silvio Carvalho, unindo músicas autorais com grandes canções que marcaram suas trajetórias. Realizando nove shows.
E teve três letras de músicas lançadas como poemas em coletâneas: “Transborda”, no livro ME TIREI PRA DANÇAR, editora Conejo. “Não sei o nome”, no livro POEMAS PARA O MEU PAI, editora DQueiroz. “Quando é amor “, no FANZINE do Gambiarra Profana. E por conta dessas atividades na literatura, Juçara se prepara, para o lançamento de seu primeiro livro: Tenho um Texto pra Você Ouvir, que reúne letras de suas canções em formato poético, acompanhadas por links para audição das músicas e vídeos declamados.
Começou 2025 dando continuidade ao projeto NA CORRERIA DO DIA, com seu amigo Silvio Carvalho (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/silvio-carvalho), mais cinco shows realizados. Recebeu homenagem do secretário de Cultura de Belford Roxo, André Carvalho, por promover a cultura no município, com seu trabalho com a música. Foi convidada especial de alguns shows tributo a Tim Maia, realizado por seu amigo e parceiro musical André Marçal (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/andre-marcal).
Entrou em outra edição do FANZINE do Gambiarra Profana com o poema “Bis”. Participou da revista virtual PÉ DE POESIA, com um texto sobre a natureza. E prepara o lançamento de um álbum e dois EPs para fechar o ano de 2025.
Seus planos para 2026: Lançamento do EP NA CORRERIA DO DIA, com o amigo Silvio Carvalho. Lançamento do livro TENHO UM TEXTO PRA VOCE OUVIR e diversas outras produções para lançar.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Juçara Freire para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 06/11/2025:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Juçara Freire: Nasci no dia 07/10/1970 no Rio de Janeiro – RJ. Registrada como Juçara Freire Araújo.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Juçara Freire: O meu primeiro contato com a foi em casa ouvindo os discos que a minha mãe (Luzia) colocava na vitrola ou que ela escutava nos programas de rádio. Eu ficava lendo os encartes dos discos. Lia as letras como sendo poesias e as vezes, destacava uma frase ou outra e minha mãe brigava por rabiscar os encartes dos discos dela.
03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Juçara Freire: Minha formação musical é como autodidata, pois o que sei é muito mais intuição e atividade prática. Teoria nada! A minha formação escolar é Ensino Médio Completo.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Juçara Freire: Como eu ouvia as músicas que a minha mãe (Luzia) gostava, eram sucessos de: Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo, Maria Bethânia, Benito di Paula, Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, entre outros. Depois na adolescência vieram as bandas de rock nacional, que foi o que me soltou um pouco mais para música.
Na atualidade mantenho o que passei a admirar, Adriana Calcanhotto, João Bosco, Djavan, Chico Buarque, Milton Nascimento, Beto Guedes, Flávio Venturini. E ao longo desses anos o que menos mantenho no repertório são músicas de Roberto Carlos.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Juçara Freire: Sempre gostei de cantar. Mas o tocar (ou tentar) foi após um acidente. Fui atropelada aos 10 anos de idade (1980), e precisava fazer fisioterapia para movimentar a mão esquerda, pedi um Violão para minha mãe e brincando tomei gosto pelo Violão. Mas tocar o violão profissionalmente demorou anos.
Em 2001, quando veio à moda do Karaokê. Sempre quando voltava do trabalho, passava por um Barzinho. Parava lá, cantava umas quatro a cinco músicas, e seguia para casa. Até que outros clientes começaram a pedir que eu cantasse as músicas que eles escolhiam.
Até que Mário me ouviu e me chamou para fazer parte da banda “Sem Pretensão”, que não deu certo. Mas através do Mário, e dos ensaios, eu e Daniel Bosco começamos a namorar, e tirar um repertório para tocar em Bar, ele no Violão e eu na Voz de 2001 a 2003.
Até que teve o Festival Som na Praça, no bairro Rocha Miranda na zona norte do Rio de Janeiro; que era próximo onde eu morava. A partir desse Festival, me empolguei a mostrar minhas composições e a compor mais.
Tereza, que era a organizadora das apresentações na Praça, tinha gostado do meu trabalho e sempre me chamava para tocar. Ela firmou o Sarau da Praça eu peguei mais segurança no que eu fazia.
Pois nos Shoppings eu já tocava, mas era o que eu já sabia. Ali tinham pedidos do público e tinha músicas autorais para apresentar. Era muito bom e conheci colegas que tenho contato até hoje e que estão na estrada.
Com fim do namoro com Daniel Bosco, eu resolvi tocar o violão e cantar sozinha. Ficava o final de semana ensaiando para aprender as músicas que eu cantava com o Daniel, mas que ainda não sabia tocar no Violão.
Quando aprendi a tocar 30 músicas sem olhar na pasta do repertório, procurei o estúdio do Rafael, que hoje é um dos meus produtores musicais e gravei 10 músicas. Fiz 50 cópias desse CD e deixei em todos os Shoppings na época. O primeiro a me chamar foi o Ilha Plaza, mas nesse shopping o tempo de apresentação tinha 30 minutos a mais e eu tive que aprender mais 15 músicas em três dias. Mas o cachê e a oportunidade valiam o esforço.
E o engraçado foi que o produtor disse que tinha amado o CD, mas lamentou eu não ter cantado a música completa. Mas ele me fez cantar todas do CD (risos) e com certeza, mesmo que ele não tivesse pedido, eu cantaria, pois só sabia tocar 45 músicas (risos), mas isso ele não sabia.
Nesse show, fiz amizade com o operador de som, Adilson. Que gostou do meu trabalho e me indicou um local em Caxias – RJ, que hoje é o Prezunic, onde toquei por 11 anos.
Nesse mesmo período, a produtora da Unigranrio Caxias me assistiu e me contratou para tocar e fiquei por 13 anos. Depois desse primeiro shopping, eu comecei a me apresentar em outros e eu achava ótimo, pois eu seguia o repertório que eu sabia, não podia atender pedidos. E continuei no Sarau na Praça de Rocha Miranda.
Em 2005, quando participei do programa Raul Gil, eles colocaram um telão na Praça de Rocha Miranda, ali eu era a “famosa” (risos). E nesse meio tempo, o Daniel já tinha voltado a tocar Violão comigo nos locais. No programa do Raul Gil fomos juntos. No programa ele tocou o Violão e eu cantei. Mas nos trabalhos de Barzinho e shoppings ele fazia os solos e eu o Violão base.
Algumas músicas que ele tocava tinham harmonia muito difícil e por participar do programa do Raul Gil por duas semanas, fechamos trabalhos em praticamente todos os outros Shoppings do Rio de Janeiro. Logo após essa temporada nos Shoppings, voltei a me apresentar sozinha. Apresentava-me com mais músicos se fosse necessário.
06) RM: Quantos álbuns lançados?
Juçara Freire: Lancei dois álbuns e um EP: O álbum “Seduzir” em 2008. Silvestre Alcântara foi quem fez os arranjos e tocou a maioria dos instrumentos. E teve também a guitarra de Rogério Lopes. Além dos vocais das minhas amigas Cíntia Possidônio e Simone Tertuliano, que são também cantoras e compositoras. O perfil do álbum é pop romântico. E as músicas que mais agradaram foram: “Seduzir”, “Te quero”, “Sem compromisso” e “Porta aberta”.
Em 2017, lancei o álbum “Bem mais”. Nesse álbum André Loures, fez os arranjos de três músicas: “Bem mais”, “Tudo certo”, “Saudade remix” e quem tocou os instrumentos foi Dan. A masterização dessas músicas foram feitas por Carlos Lazaroni. Quem fez os arranjos das outras músicas foram: Deusdete Maranhão (Teclados) e Chiquinho Brazão (Bateria e Percussão).
No Violão e Guitarra, Cláudio Gurgel. A Masterização, Chiquinho Brazão. Nesse álbum tem samba canção, dance, pop e românticas. E parceria com Simone Tertuliano em duas canções: “Não faz sentido” e “Pouco importa”. As músicas que mais caíram no gosto popular foram: “Saudade”, “Bem mais”, “Valeu a pena”.
Em 2018 participei com uma música no álbum do projeto SOPA RJ, com a “Canção para te esquecer”. Produção musical Daniel Lemos, violões Dudu Salinas, contrabaixo Jean Campelo.
Em 2019 com músicas no projeto SOPA RJ: “Linda estrela”, de André Marçal e “Opostos”, Juçara Freire e Jorge Ventura, “Manhã sem sol” de Juçara Freire e Marvin Bernardo. Essas duas últimas são poemas que criei as melodias. Perfil musical é pop romântico. Daniel Lemos: Violões e vocais e Cláudio Infante: bateria.
Em 2020, o primeiro álbum – “Cantando poesia”, como o próprio nome já diz são poemas que criei as melodias. Produção musical: Wellington Nascimento e Rafael, da WN produtora e MS4 estúdio.
Wellington e Rafael tocaram os instrumentos em todas as músicas e participo dos álbuns da Reggaebelde, em que canto nove músicas (Amor Incondicional; Frida era Foda; Mais uma Vez; Não sou seu Bibelô; O Ciúme; Preciso Confiar em você; Sou Frida mas tenho asas pra voar; Tua Ausência Dói; Viva e Deixe-me viver) que criei as melodias dos poemas de Antonio Carlos, foram gravas nos álbuns das trilogias: Reggae baseado em poesia e Reggaebelde Lovers. Outros reggae: Só queria ter (Juçara Freire e Nando Oliver); Pro Amanhã chegar (Dill Marchon e Juçara Freire)
07) RM: Como você define o seu estilo musical?
Juçara Freire: MPB, Pop romântico e reggae.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Juçara Freire: Tentei, mas fui aconselhada a abandonar a aula e voltar em outra oportunidade (risos). Eu ria nos exercícios de técnica vocal e perguntava coisas demais, a professora surtou comigo (risos).
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Juçara Freire: É importante para que o cantor saiba o seu potencial e as suas limitações e cuidar da Voz é primordial, pois sem ela o trabalho de cantoras acaba!
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Juçara Freire: Adriana Calcanhotto, Maria Bethânia, Isabella Taviani, Maysa.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Juçara Freire: Não tenho um único processo para compor. A música vem de um som, uma palavra, um momento. Quando isso acontece, vem tudo junto, letra e melodia. Mas quando algum amigo me passa a melodia e o tema, normalmente coloco a letra no mesmo dia. Exceto com Jorge Bodhar que estou há mais de um ano com uma melodia dele, e nada de criar a letra (risos).
Em agosto 2018 criei a primeira melodia para um poema, “Não sou seu Bibelô”, de autoria de Antonio Carlos, ele criou um “monstro”, depois desse parto já criei melodia para mais de 67 poemas até o momento. E fez nascer em 2020, o projeto Juçara Freire – “Cantando Poesia” que já foi lançado o primeiro álbum.
Em dezembro de 2018 “Não sou seu Bibelô” participou do Festival de Música do Clube dos Empregados da Petrobras – CEPE-FUNDÃO no Teatro Rival Petrobras em que tive a oportunidade de dividir o palco com Antonio Carlos que tocou o contrabaixo.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Juçara Freire: Eu tive por anos como parceira somente a Simone Tertuliano e depois André Loures. Mas em agosto de 2018, passei a ter muitos parceiros, depois que criei melodia para o poema “NÃO SOU SEU BIBELÔ”, do Antonio Carlos, abriu-se a porteira.
Logo em seguida criei melodia para o poema “TRISTE DESILUSÃO” de Carlinho Motta e as duas foram finalistas em dezembro de 2018 do Festival de Música do Clube dos Empregados da Petrobras – CEPE-FUNDÃO no Teatro Rival e fui premiada terceiro com “TRISTE DESILUSÃO”.
Hoje tenho muitos parceiros, alguns tenho mais de 30 músicas, que é o caso do Canthidio Vallete. Com Joyy (https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/joyy) mais de 30 músicas. O ano de 2019 foram mais de 100 canções e 90% em parceria.
Comecei a criar melodias para poemas até o momento da publicação dessa entrevista já são mais de 67 poemas que se tornaram canções. O que me trouxe muitos parceiros musicais, cito mais alguns: Daniela Bontempi, Baba Galvão, Valéria Pisauro, Márcio Muniz, Chris Dortas, Luna Magalhães, Emanuele Sloboda, Val Mello, Ângella Wains, Rodrigo Varanda, Fred Dutra, entre outros.
13) RM: Quem já gravou as suas músicas?
Juçara Freire: Will lima lançou um EP de pagode, no início do ano 2020 em que quatro das seis músicas são de minha autoria com parcerias de Joyy, Canthidio Vallete e André loures. Tati Falcão lançou um EP em que a “ATITUDE” fiz em parceria com ela. Marvin Bernardo lançou nas plataformas “FECHEI MEU CORAÇÃO” parceria nossa. André Marçal lançou no projeto SOPA a nossa parceria “MAVERICK 90”. Patrick Monnerat lançou “ENQUANTO ELA DORME” parceria nossa em todas as plataformas digitais.
14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Juçara Freire: Os prós é que você decide o que fazer, decide o repertório, decide onde tocar. O contra é que o dinheiro é curto e investir na carreira musical tendo dinheiro faz toda diferença.
15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Juçara Freire: Não tenho uma estratégia, mas busco divulgar meu trabalho, busco me apresentar em bons locais. Busco parcerias, pois deixa de ser somente eu a divulgar o trabalho. Participo de projetos, festivais de música, sarau e coletivos.
16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Juçara Freire: Procuro ter um bom repertório. Faço amizades que sempre somamos mutuamente; ninguém chega a lugar algum sozinho. No meu cartão de visita tem os links que quem divulgam minhas músicas. Coloquei minhas músicas nas plataformas digitais.
17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Juçara Freire: Com certeza a internet ajuda muito na divulgação, pois chego a lugares com minha música, que fisicamente, no momento seria impossível. A limitação financeira é que prejudica, pois existem diversos artistas com vídeos muito melhores em qualidade de gravação de imagem e áudio. Quanto mais se tem financeiramente para investir, melhor a divulgação e alcance do trabalho do artista.
18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Juçara Freire: Vantagem que se tem “uma banda à disposição sempre” na ponta do mouse. O ruim é que dependendo do produtor musical fazendo tudo e tocando todos os instrumentos, o que pode ficar um trabalho mecânico ou menos orgânico quando feito a gravação por músicos que aplicam seu talento individual.
19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Juçara Freire: Lancei em 2020, o projeto no qual lancei o primeiro álbum com canções que criei melodias para poemas. Acredito, que pelo menos no meio musical que atuo é algo diferente. Esse projeto acabou dando um novo status ao meu trabalho musical, pois os poemas me fizeram criar melodias que talvez jamais fizesse sozinha criando letra e melodia. Enriqueceu muito a minha obra musical.
Agora tenho até músicas em ritmo de reggae (risos) na minha obra musical e faço parte do projeto da Reggaebelde que em 2008 iniciou com a trilogia “reggae baseado em poesia” e em 2019 com a trilogia Reggaebelde Lovers como parceira musical do jornalista, músico e poeta Antonio Carlos e como intérprete de nossas nove parcerias. E continuo fazendo o meu trabalho como uma formiguinha, dia a dia.
20) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Juçara Freire: O cenário musical brasileiro divulgado pela grande mídia está um horror! Está difícil para quem gosta de música de qualidade, com letra poética, melodia acompanhar programação de rádio e TV de grande audiência. Quem toca na noite, como eu, fazer um bom trabalho, sem ser interrompido por pedidos de música de gosto duvidoso, é difícil.
Revelações nessas últimas décadas: Maria Rita, Ana&Vitoria, Vander Lee, Luísa Possi, Moska. Quem permaneceu: Maria Bethânia, Adriana Calcanhotto, Paulinho Moska, Lenine. Quem regrediu: Roberto Carlos.
21) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Juçara Freire: Maria Bethânia, Ney Matogrosso.
22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Juçara Freire: Meu Deus! Tantos acontecimentos (risos). Já cantei e não recebi. Já fui agarrada no palco e na saída do banheiro. Já subiram no palco e dançaram de biquíni se esfregando nas minhas costas. Já cantei num auditório onde só tinha surdos, pois me colocaram no auditório errado (risos), mas depois fui para o certo. Já choraram por alguma música que cantei e ainda ganhei gorjeta por isso! Já perdi trabalho porque dois clientes, amigos do dono do Bar, brigarem por minha causa. Quebram muita coisa. Tudo porque um disse que amava e o outro gritou que era ele quem amava mais, ambos bêbados. Já viu né?!
23) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Juçara Freire: O que me deixa feliz é ver o público apreciando o meu trabalho musical. E triste, quando me apresento para um público que não está nem aí para qualidade musical que estou apresentando através do meu repertório.
24) RM: Nos apresente a cena musical da cidade que você mora?
Juçara Freire: Em Duque de Caxias (RJ) predomina o Funk, Pagode e Sertanejo.
25) RM: Quais os músicos, bandas da cidade que você mora, que você indica como uma boa opção?
Juçara Freire: Contrabaixistas: Marcelo BA, Caê Melo; Violonista: Bruno Azevedo; Baterista: Alan Jackson; Cantor: Adalto Bastos.
26) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Juçara Freire: Na boa! Dependendo da Rádio de grande audiência, nem pagando o jabá eles querem tocar música de boa qualidade que não seja os clássicos eternos. As Rádios independentes, rádio web estão dando de dez nessas rádios mercenárias, a exemplo “Música tá na Pista” – https://radiowebmusicatanapista.com/ – do João Carlos Ribeiro. E eu não pagaria o jabá para minhas músicas tocarem na rádio, mas estou aberta a parceria de me apresentar em eventos de rádios.
27) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Juçara Freire: Se a pessoa está certa de que ama a música, então dê o seu melhor, seja feliz com as suas conquistas. E não desista!
28) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Juçara Freire: Não vejo o contra em Festival de Música, pois quando me classifico, já fico feliz. Minha meta em Festivais de Música é participar, vencer já é outra história.
29) RM: Festivais de Música ainda revelam novos talentos?
Juçara Freire: Não. Mas é um bom local para fazer amizades e conhecer músicas boas de perto.
30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Juçara Freire: Até bem pouco tempo eu culpava a grande mídia pela baixa qualidade musical que se ouve em cada esquina. Mas hoje admito que sejam as pessoas que escolhem o que querem ouvir. Então a grande mídia faz a cobertura simplesmente do que o povo quer e gosta.
31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Juçara Freire: Um bom espaço. Mas de difícil acesso. Acredito que não basta ter um bom trabalho, para se apresentar nesses espaços, e sim um om conhecimento a quem entregar o material para ser avaliado e aprovado.
32) RM: Qual o circuito de Bar no Rio de Janeiro que é uma boa opção de trabalho para os músicos?
Juçara Freire: Os Bares de franquia que tem vários espalhados pela cidade ainda é uma boa opção.
33) RM: Fiz 50 anos de idade em meio a Pandemia do Covid-19?
Juçara Freire: Muito orgulhosa! Cito um texto que li no facebook que não sei quem escreveu, mas que me identifiquei: “Aos meus 50 anos, não tenho uma figura incrível, nem um abdômen plano, estou longe de ser considerada bonita dentro dos “padrões”. A-D-O-R-O comer, sou apaixonada por música. Não tenho curvas perfeitas pelo contrário, tenho cicatrizes por dentro e por fora que marcam a minha vida.
Tenho um antes e um depois, porque tenho uma história. Algumas pessoas me amam e outras nem tanto, às vezes eu vou sem maquiagem e outras ando arrumada, às vezes algumas pessoas pensam que eu sou meio louca e outras tem absoluta certeza, pois sim, a loucura faz parte da sanidade, dizem.
Não pretendo ser alguém que não sou, podes amar-me ou não. E quando eu gosto pode ter certeza de que faço com todo o meu coração! Entrego-me por inteira. Não sei fazer nada pela metade”.
33) RM: Quais os seus projetos futuros?
Juçara Freire: Divulgar meu trabalho em shows com banda e Voz e Violão. Em 2026, lançar o EP – NA CORRERIA DO DIA, com o amigo Silvio Carvalho. Lançar o livro TENHO UM TEXTO PRA VOCE OUVIR e lançar diversas produções musicais.
34) RM: Quais seus contatos?
Juçara Freire: (21) 98876 – 2680 | [email protected] | https://sites.google.com/view/jucarafreire| https://www.instagram.com/jucarafreire.cantora_escritora | https://web.facebook.com/jucarafreirecantora | | https://web.facebook.com/jucara.freire
Campanha para meus Dogs e Gatos: https://www.instagram.com/tv/CC-7BqeJHSs/?igshid=1o3n3doix6gw0
Quem puder contribuir ou compartilhar. Precisamos de rações. Qualquer valor. O seu “pouco” com o “pouco” de outro faz toda diferença na compra de ração! Desde já agradeço a ajuda.
Caixa econômica – Ag: 0232 – Op: 013 – Conta Poupança: 139899-0 / Juçara Freire de Araújo – CPF: 01641444711 / Para fazer doação com o Picpay: https://picpay.me/jucara.freire
Canal: https://www.youtube.com/channel/UCLBiE3hZBS0GjdQlwfkmsjg
Live Cultura presente nas redes – projeto Juçara Freire – “Cantando Poesia”: https://www.youtube.com/watch?v=1XD4Yvn2EIw
Álbum Juçara Freire – “Cantando poesia”: https://www.youtube.com/watch?v=z_YD5Sz0VvQ&list=PLOATE-QLU4xx3ox82sQcflfzOlmMvkrHu
Álbum Seduzir: https://www.youtube.com/watch?v=29NOhKvPDiI&list=PLOATE-QLU4xyUSbSCc1b4aZyYSJsnEIfb
Juçara Freire no Programa do Raul Gil – Maio de 2009: https://www.youtube.com/watch?v=qe4fqKb3d6E
“Não sou seu Bibelô” – Festival CECAP – 2018: https://www.youtube.com/watch?v=5g-S-hiBMCA
ReggaePoesia: https://open.spotify.com/album/3ExKy201F4FTpkE6wUL3SK?si=SLDNbjxjTziGEpg7wfBwyw
Álbum Dualidade (2023): https://www.palcomp3.com.br/jucara-freire/discografia/dualidade
A Juçara Freire escreveu uma das mais lindas canções que eu já ouvi… … “Sobre o Amor e o Tempo (Manu)”… … vale o confere… …
https://youtu.be/tZYMHl_5isg
Bela trajetória da artista com destaque para suas músicas autorais que merecem muitos elogios e também por ser protetora de animais, apaixonada por seus cães e gatos resgatados da rua. Belo exemplo!