Um single é uma canção considerada comercial pelo músico e pela gravadora para ser lançada individualmente, mas pode fazer parte de um álbum. Era tida como uma música de divulgação para ser lançada em rádios. A expressão é originada nos EUA. No final da década de 1950, com o Rock, o single experimentou uma “explosão” em vendas e passou bem a frente do Long Play (LP) de 78 RPM.
O foco do single era direcionado ao freguês que temia gastar muito dinheiro comprando um álbum Long Play (LP) de um artista desconhecido. Se o single fosse bom, o freguês talvez pudesse se interessar em comprar o LP. O single também era uma indicação do produtor do artista para às rádios, como um teste-marketing de uma audição feita pelos ouvintes. Com a era digital, é comum o single ser lançado em diversos formatos, ou apenas no formato digital em serviços online de venda de música para download.
Houve tempos que o single era uma estratégia de marketing das gravadoras por uma questão de custo e benefício para um novo lançamento. Na época, o custo de gravação e prensagem de um álbum era muito alto, e tinha também o custo com pagamento para as rádios tocarem a “música de trabalho”. Hoje, porém, o single se tornou um bilhete de loteria, ou seja, pode vir premiado, ou pode ser um tiro no pé.
Na realidade atual, o custo de gravação e a prensagem já não são mais os grandes obstáculos, e pagar para tocar em rádios não faz parte da realidade do músico independente. Nos dias de hoje, os maiores desafios do músico é evitar que sua obra seja esquecida no tempo e, devido às inúmeras opções musicais, conseguir que o público ouça sua música pela primeira vez.
No cenário musical do Séc. XXI, a oferta está se equiparando à procura, e com a banalização do mercado musical, o público passou a achar que toda música desconhecida é uma nota qualquer, que se trata apenas de mais uma “bandinha” ou de um “cantorzinho” querendo se tornar celebridade de maneira instantânea. A arte musical passou a ser avaliada como simples mercadoria. A internet facilitou o acesso, mas nivelou por baixo a música. Um álbum com dez canções é um bom portfólio musical.
Ter uma obra musical pode ser mais importante que um single. Uma música de trabalho no passado enterrou carreiras promissoras, e muitos artistas se tornaram cantor (ou banda) de uma música só. A quantidade mais do que nunca tem que andar de mãos dadas com a qualidade.