No passado era comum um artista bem sucedido abrir espaço para novos talentos nos shows para novos artistas; era o tal padrinho artístico.
A concorrência profissional lembra a lei da sobrevivência no reino animal. Nós, que somos racionais, praticamos ações semelhantes aos que não são. O mais forte, caça os mais fracos e esse comportamento de eliminar (matar) a concorrência cada dia é mais “normal” e “natural”. Ou seja, é cada um por si e contra todos na busca do pão, espaço, oportunidade, sonho, da sobra de viver e sobreviver.
No meio artístico e musical a briga é mais acirrada. Estão em jogo: fama, sucesso, muito dinheiro e vaidade. Em décadas passadas era comum um artista bem sucedido abrir espaço para novos talentos nos shows; era o tal “padrinho artístico”. Não era por caridade, mas como uma forma de mostrar que o seu trabalho chegou ao apogeu e podia um ser referencial para quem estava começando. Um fenômeno quase extinto é uma Estrela da MPB atual homenagear alguém da velha guarda da MPB, do Samba, do Forró, da Bossa Nova, do Choro como uma forma de coroar uma carreira bem sucedida. Alguns padrinhos e afilhados do passado não se falam no presente, por hoje serem concorrentes diretos, indiretos ou desafetos. A criatura (afilhado) superou, esqueceu ou esnobou (seu) o Criador (padrinho).
Formam-se os clubes do Bolinha e da Luluzinha da música popular brasileira que geraram obras primas e brigas eternas. Eu, amizade, conveniência pessoal, financeira e amizade utilitária são responsáveis pelo nascimento e/ou fim de parcerias musicais. Mas, o tempo de padrinho musical chegou ao fim. O mercado pode ser um céu ou inferno para quem busca a melhor ou pior forma de atingir o sucesso. Na roda viva, nada fácil da fama televisiva, mostra o favorecimento na seleção dos concorrentes ao estrelato. Os novos talentos já nascem parecendo ruínas. São os sem: padrinhos, patrão (gravadora), produtor, espaços, visão e oportunidade de ganhar o pão e são temidos como vampiros. Os obstáculos enfrentados pelos novos talentos fazem parte da lei da sobrevivência e concorrência milenar dos homens. Faça o seu trabalho, Boa Sorte e salve-se quem puder ou aguentar.
Os comedores de oportunidades não são culpados nem criaram a tal lei da sobrevivência e quem não afinou com a dinâmica histórica, é bom se afinar ao seu tempo. É correr, morrer ou viver, pois é cruel a concorrência profissional.