Rafael Senegal

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O tecladista paulistano Rafael Senegal, é autodidata e ao onze anos de idade (1995) começou a ensaiar com sua primeira banda Reggae Style.

Em 2004, a Reggae Style teve a oportunidade de fazer a sua primeira turnê pelo Brasil, idealizada pelo vocalista Fauzi Beydoun com o Festival Central Reggae, abrindo os shows da banda Tribo de Jah. Em 2006 foi convidado pela banda Leões de Israel para participar de um festival internacional de grande evidencia do cenário reggae, o Rebel Salute, que aconteceu na Jamaica.

Posteriormente fez turnês na América Latina com o cantor Jamaicano Gregory Isaacs, onde o acompanhou entre os anos de 2007 á 2009. Entre 2010 a 2019 teve oportunidade de fazer shows com grandes nomes do reggae Jamaicano, como The Abyssinians, Max Romeo, Eek-A-Mouse, Clinton Fearon, Marcia Griffiths, The Pioneers, John Clarke, Mighty Diamonds, Lone Ranger, The Congos, entre outros.

Gravou o álbum do projeto Reggae Little Lions: Música Boa para Crianças, com a Banda Leões Israel, contando com uma musica autoral e releituras de temas infantis.

Colaborou com o projeto JAH-VAN, idealizado pelo produtor Eduardo BID e Fernando Nunes, onde regravou grades sucessos do músico Djavan em versão reggae, contando com as participações de grandes artistas como: Chico Cesar, Seu Jorge, Ivete Sangalo, Zélia Duncan, Fernanda Abreu, Rincon Sapiência, Criolo, Black Alien, Arnaldo Antunes, entre outros.

Rafael Senegal, também foi um dos idealizadores da banda instrumental Brasilites Ska e do projeto Rise and Shine, bandas que convidam grandes vocalistas do cenário nacional do reggae, como Dada Yute, Solano Jacob, Adonai (Cidade Verde Sounds), Denise d’Paula (Ex-vocalista Filosofia Reggae), Rodrigo Picolo (Mato Seco), Junior Dread, Kuky Lughon, entre outros para participar dos shows que fazem homenagem aos grandes nomes do Reggae mundial.

Em 2019 participou do primeiro evento Reggae In Concert junto com a Orquestra Jazz Sinfônica do Brasil e a Banda Leões de Isarel, que foi uma realização da Secretaria da Cultura do Estado e a Associação Cultural Reggae, realizado no auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina.

Rafael Senegal sempre demonstrou uma conexão autêntica com a música. Contudo, foi a partir do início da pandemia do covid-19 que ele decidiu transformar sua paixão em produção musical, revelando um talento latente e dando início a uma fase criativa intensa, onde novas oportunidades surgiriam…

Rafael Senegal encontrou na pandemia um catalisador para transformar seu desejo pela produção musical em realidade. Durante esse período desafiador, ele mergulhou de forma intensa na criação de novas canções, consolidando sua identidade artística e explorando diferentes sonoridades. Dessa fase criativa nasceram diversas composições, algumas das quais foram lançadas e rapidamente conquistaram espaço entre os fãs da boa música. Dentre elas, destacam-se Flying High, Dessa Vida, Voltei Mais Forte e One for All, músicas que refletem sua versatilidade e influências musicais, transitando por diferentes estilos dentro do reggae e trazendo letras conscientes.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Rafael Senegal para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 31/10/2025:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Rafael Senegal: no dia 30/07/1984 na zona norte de São Paulo. Registrado como Rafael Fernandes.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Rafael Senegal: Meu primeiro contato foi na infância, minha família teve umas das primeiras bandas de reggae music de São Paulo.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Rafael Senegal: Eu sou auto didata, aprendi a tocar teclado em casa mesmo com meu irmão (baterista Roberto Fernandes) e indo nos shows da banda dos meus tios (vocalistas Clé Ferreira, Crê Ferreira ) da banda Walking Lions.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Rafael Senegal: Minhas influências sempre foram MPB: Milton Nascimento, Djavan, Tim Maia, Flávio Venturini, o próprio reggae music jamaicano, Bob Marley, Peter Tosh, Jacob Miller, e no presente Kabaka Pirâmide, Chronixx, Mortimer, entre outros.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Rafael Senegal: Sou um dos fundadores da banda Reggae Style e foi aí que comecei em 1998, primeiramente fazendo back vocal e depois migrei para o teclado.

06) RM: Cite os álbuns que você participou tocando Teclado?

Rafael Senegal: Gravei o primeiro e único da banda Reggae Style, todos os álbuns da banda Leões de Israel, banda Walking Lions (a banda acabou), Rafael Peppe (faleceu em 2025), Dada Yute, Solano Jacob, Cidade Verde Sound System, entre outros artistas.

07) RM: Como é o seu processo de compor?

Rafael Senegal: Eu tenho um parceiro de composição, Danilo Oliveira, e pensamos em um tema e vamos desenvolvendo em cima desse tema.

08) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical?

Rafael Senegal: A internet ajuda na divulgação do trabalho e chegar mais ao alcance de mais pessoas e não vejo algo que a internet prejudique.

09) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Rafael Senegal: A vantagem do Home estúdio é conseguir produzir e por as suas ideias mais rápido e desenvolver meu trabalho. A desvantagem é que, hoje em dia, qualquer um pode ter sua daw (programa de gravação de música) e um teclado e faz o que se diz música.

10) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Rafael Senegal: Teve um vez que fomos tocar em Caraguatatuba – SP com a minha banda Reggae Style e o contratante sumiu e não tínhamos dinheiro para pagar a van e nem recebemos nosso cachê, não tinha lugar para dormir e tivemos que dormir no palco e no outro dia fomos embora com equipamento do palco e só devolvemos quando o contratante nos pagou (risos).

11) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Rafael Senegal: Feliz por fazer o que amo (trabalhar com música) e conseguir me manter financeiramente com a profissão de músico, e não tem o que me deixa triste no momento na carreira musical.

12) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Rafael Senegal: Seja persistente, não desiste se esse for o seu sonho, existem muitos obstáculos e é bem difícil a carreira de músico, mas estude bastante, que sem estudo não chegamos a lugar nenhum.

13) RM: Quais os tecladistas que você admira?

Rafael Senegal: Robbie Lyn, Tyrone Downie, Earl “Wya” Lindo, Bernard Harvey, Keith Sterling, Richard T. Bird Johnson, Ansell Collins, entre outros.

14) RM: Quais as principais técnicas que o aluno deve dominar para se tornar um bom Tecladista?

Rafael Senegal: Nossa, difícil responder essa perguntar, pois eu aprendi sozinho como autodidata, então acho que é estudar (risos).

15) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Rafael Senegal: Acho que existe dom, mas não é só o dom que faz um bom músico, tem que estudar e estudar muito, todos os dias.

16) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Rafael Senegal: E o sentimento, tem que sentir a música de verdade e por para fora a emoção.

17) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Rafael Senegal: Para improvisar tem que ter estudado antes e saber o que está executando no momento.

18) RM: Quais os prós e contras do uso de VST (Virtual Studio Technology/ Tecnologia de Estúdio Virtual) e VSTi (Virtual Studio Technology Instruments) pelo Tecladista?

Rafael Senegal: O prós é utilizar o VST para executar tudo como está no disco que foi gravado, mas o contra é que têm bandas que só usam o que está gravado e não tocar nada ao vivo.

19) RM: Quais são os melhores Teclados para tocar música reggae?

Rafael Senegal: Todos Teclados podem ser usados para tocar o ritmo reggae, o importante é o tecladista timbrar bem o Teclado que tem e usar o bom gosto.

20) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Rafael Senegal: O cenário reggae no Brasil está bem mais frio que na época dos anos 2000, hoje em dia, só rola os festivais de música com as mesmas bandas, antigamente tinha casas especialista em reggae music. Revelações, eu gosto muito de Cidade verde Sounds, que veio com uma mistura de reggae roots e hiphop, parecendo com a nova geração do reggae music jamaicano. E artistas que permanecem com obras consistentes: Tribo de Jah, Edson Gomes, Leões de Israel, Mato seco, Ponto de Equilíbrio…

21) RM: Você é Rastafári?

Rafael Senegal: Depende do que é ser rastafári, pois ser rasta é fazer o bem si sem prejudicar o próximo, isso é ser rastafári.

22) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa tal afirmação?

Rafael Senegal: Não existi isso, o que é o reggae verdadeiro, se assim fosse, o reggae só poderia ser feito por jamaicanos, pois foi na Jamaica que o ritmo reggae nasceu. Eu acho uma bobagem tal afirmação.

23) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?

Rafael Senegal: No Brasil algumas pessoas não dão valor a arte de verdade, preferem as músicas que não passam conteúdo nenhum e só falam besteiras.

24) RM: Festivais de Música revelam novos talentos?

Rafael Senegal: Muito difícil, os produtores dos festivais de festivais querem saber é de dinheiro e por isso colocam sempre as mesmas bandas, e não dão oportunidades para novas bandas….

25) RM: Quais os pros e contras de se apresentar com o formato Sound System?

Rafael Senegal: Não vejo nada contra no formato Sound System, todos tem espaço, tudo faz parte do cenário da música reggae.

26) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System?

Rafael Senegal: Eu como músico, só me apresento com banda, mas acho bacana artistas que vem e fazem esse formato Sound System.

27) RM: Quais os pros e contras de fazer música usando riddim?

Rafael Senegal: Eu acho muito bom, pois continua mantendo aquele riddin vivo em uma nova roupagem…

28) RM: Quais os seus projetos futuros?

Rafael Senegal: Pretendo em 2025 lançar um EP com alguns artistas que eu produzi e em 2026 lançar meu EP com minhas canções.

29) RM: Quais seus contatos?

Rafael Senegal: https://www.instagram.com/rafael_senegal

Canal: https://www.youtube.com/@rafaelsenegalmusico

Canal: https://www.youtube.com/channel/UC6lhIAU6El_rZ2LwQBT9hFg

Álbum: https://open.spotify.com/intl-pt/artist/2H2ov0xQLpg5fg6nCElBCK?si=drf1vnW0Q9mLf9TEjDxkgA&nd=1&dlsi=bdd208f17a0f44e6


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