More Marco Mendes »"/>More Marco Mendes »" /> Marco Mendes - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Marco Mendes

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O cantor, compositor, violonista paraibano Marco Mendes, no início da adolescência descobriu o teatro e fez dele o seu ambiente favorito, no qual podia exercer sua forma mais genuína de expressão.

A partir daí sua trajetória criativa foi se auto – estruturando, sempre tendo como princípio olhar além daquilo que se revela à primeira vista. Um processo que vai do todo para o detalhe. Portanto, o teatro é uma espécie de fio condutor de toda a sua caminhada artística.

Uma trajetória que fez florescer uma multiplicidade de seres criativos, seja como diretor, ator, educador, músico e artista plástico. E assim percorre diferentes âmbitos do universo criativo e do fazer com excelência.

Segue abaixo entrevista exclusiva como Marco Mendes para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 10.02.2021:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Marco Mendes: Nasci no dia 13/08/1957 em Campina Grande – PB. Registrado como Marco Antônio Mendes dos Santos.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Marco Mendes: Como quase todo mundo, meu contato foi através do rádio e de forma muito espontânea cantando nas calçadas com a molecada. Criar grupo amador de música era uma consequência natural no meio.

03) RM: Qual a sua formação musical e acadêmica fora música?

Marco Mendes: Eu sou da escola da vida, porque sempre tive curiosidade

e de entender o meu entorno. E como tive a oportunidade de viver em ambientes distintos, essa diversidade possibilitou entender muito de gente. O teatro, que comecei muito menino, também foi uma grande escola e posso dizer que tudo o que eu aprendi na vivência do teatro uso até hoje: interpretação, cenografia, iluminação, música, direção, etc.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?

Marco Mendes: Muita gente importante, mas acho que ninguém é mais que ninguém. E nunca fui muito exigente com o que as outras pessoas faziam. Eu gostava e gosto de tudo. E fico na minha. Faço o que tenho vontade e acho que as pessoas tem esse direito e eu não julgo ninguém. Então, Genival Lacerda, Lenine, Martinho da Vila, Alceu Valença, Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso, Zeca Baleiro, Chico César e tudo mais que eu escutar está valendo. Mas, prefiro o que não ouvi ainda. Hoje em dia, pela internet, todos os dias ouço vários jovens artistas muito bons, é difícil citar nomes.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Marco Mendes: O teatro entrou na minha no início da adolescência e foi a porta de entrada de todas as artes. E quando cheguei em São Paulo a música virou linha de frente e tomou um grande espaço.

06) RM: Quantos CDs lançados?

Marco Mendes: Em 1994 gravei o CD – “Ao Contrário” com o grupo “Freerró”, banda que eu criei em São Paulo em parceria com o flautista e saxofonista Haylton Proença. Esse CD foi um trabalho experimental com referência do jazz. Em 1998 o segundo CD – “Oxentebrother” e primeiro disco solo, gravado em Campina Grande – PB, produzido por Paulo Pelee com participação de Moisés Freire (guitarra); Beto Piler e Djair (baixo); Ferreti (percussão); com participação de Capilé e Jarbas Mariz. Foi mixado e masterizado em São Paulo por Paulo Le Petit. Foi um CD com um pouco de tudo: FUNK, Forró, Xote, um disco contemporâneo com vários ritmos e foi focado na escolha das poesias principalmente. Em 2003 foi o terceiro CD – “Música Comum” produzido por mim e a proposta é de um CD político focado também na poesia com nuances do Movimento Harmorial. Usei cítara, violino, viola caipira, gaita; não tem bateria nem contrabaixo porque a percussão foi usada como sonoplastia e o ritmo foi acentuado pelos violões.

As músicas que se destacaram em cada um dos trabalhos citados foram: “Papagaio do Futuro”; “Oxentebrother”; “Brincando com Dinossauro”, “Se não fosse o valor do nordestino em São Paulo não tinha Arranha Céu”. Atualmente estou na produção do CD – “Do Meu Jeito” com os Fanfarrões em São Paulo. É o primeiro totalmente com músicas de minha autoria.

07) RM: Como você define o seu estilo musical?

Marco Mendes: Eu adoro invencionices, esse é o meu principal estilo. Sou um homem totalmente sem estilo, sou livre, um criador. Faço o que tenho vontade, e sempre olhando para frente.

08) RM: Como você se define como cantor/intérprete?

Marco Mendes: Busco sempre a simplicidade e o mais espontâneo possível.

09) RM: Você estudou técnica vocal?

Marco Mendes: No teatro estudei bastante e continuo estudando. Como intérprete, sou visceral.

10) RM: Quais os cantores e cantoras que você admira?

Marco Mendes: Já citei alguns acima, mas gosto muito do Michael Jager, João Bosco, Elba Ramalho, gosto de cantores com timbres diferentes…

11) RM: Como é seu processo de compor? Quem são seus parceiros em composição?

Marco Mendes: O processo é sentar e escrever. Tenho dois parceiros que sempre que nos encontramos sai música nova: Nino Marcos e Arleno Farias. Quando componho sozinho, a letra sai aos poucos, vou fazendo um pouco por dia.

12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Marco Mendes: Eu vejo apenas vantagens por poder me expressar livremente, ser dono do que faço e compartilhar meu trabalho. Por não ter o sonho de virar pop star não busco a grande mídia, é um trabalho que compartilho com amigos e o meu público.

13) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro? Em sua opinião quem foram as revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?

Marco Mendes: Eu acho que hoje é o momento musical mais fértil. A facilidade de produção, a diversidade de informação que temos hoje democratizou o processo de criação. A velocidade com que as coisas acontecem é muito grande, tem muita gente boa que surge todos os dias, a rotatividade é grande e segue a vida.

14) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Marco Mendes: A referência para mim hoje continua sendo o velho e bom Hermeto Paschoal.

15) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Marco Mendes: O que me deixa mais feliz é tocar, fazer meu trabalho. O que me deixa mais triste é não tocar.

16) RM: Como era a cena musical de Campina Grande antes de vir morar em São Paulo?

Marco Mendes: Faz 30 anos que saí de Campina Grande – PB e, na época, eu frequentava a cena teatral. Da música eu era um frequentador, como público, da cena musical alternativa: Bráulio Tavares, Fuba, Quinteto Harmorial eram as minhas referências, além dos Festivais de Música Universitários.

17) RM: Hoje quando você visita Campina Grande o que você analisa que mudou de relevante na cena musical local?

Marco Mendes: Frequento pouco Campina Grande, vou lá para visitar a família e não tenho contato profissional.

18) RM: Fale como começou a sua parceria musical com Nino (autor de vários sucessos nacionais na voz de duplas sertanejas)?

Marco Mendes: O Nino é amigo de infância. Na adolescência criamos o grupo “Batuqueiros do Relento”. E entre uma partida de futebol e outra, tinha sempre um violão e uma cachaça e assim começou nossa parceria. Até hoje quando ele vem a São Paulo, vem aqui em casa e sai mais uma música!

19) RM: Quais os músicos campinenses e paraibanos que você recomenda ouvir o som?

Marco Mendes: Elba Ramalho, Chico César, Oxentegroove, Zé Ramalho.

20) RM: Quando e quais os motivos levaram você a trocar Campina Grande por São Paulo?

Marco Mendes: Eu não troquei uma cidade pela outra. Saí de Campina Grande (PB), fui para João Pessoa (PB), depois Recife (PE), Natal (RN), Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e aí cheguei a São Paulo. O motivo foi minha curiosidade de novas formas artísticas e, principalmente, as oportunidades de trabalho que foram me chamando em cada lugar.

21) RM: Quais os prós e contras desta troca de cidade?

Marco Mendes: Não foi uma troca de cidade e sim novas oportunidades que foram surgindo e parei em São Paulo, aonde fui muito bem recebido, tenho muitas oportunidades de trabalho e criei meu espaço.

22) RM: Nos apresente a cena musical na cidade que você mora?

Marco Mendes: São Paulo é a esquina cultural universal. Aqui eu conheço gente de todos os lugares do Brasil e do mundo. Aqui pouco importa de onde você é, de onde vem, estamos todos, somos gente e é isso o que importa. Várias linguagens. São Paulo tem vários guetos que se encontram e dialogam.

23) RM: Quais os músicos ou/e bandas que você recomenda ouvir?

Marco Mendes: Na minha discoteca tem de tudo. Recomendo que escutem tudo de alma aberta que sempre terá algo bom a extrair. A música vale a pena.

24) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Marco Mendes: Eu compreendo hoje a música como produto e, um produto para ser tocado no meio de comunicação deve ser pago. Entendendo que as rádios sobrevivem do departamento comercial, essa prática deveria ser legalizada, seria o mais justo.

25) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Marco Mendes: É um trabalho como qualquer outra, precisa de dedicação.

26) RM: Como você analisa o cenário do Forró?

Marco Mendes: O Forró se adaptou ao movimento musical brasileiro e virou um gênero forte e tem vários seguimentos.

27) RM: Quais os prós e contras do Movimento do Forró Universitário no Sudeste?

Marco Mendes: Aqui no Sudeste não veja muita distinção. Forró é Forró.

28) RM: Quais os prós e contras do Movimento do Forró de Banda dos anos 90?

Marco Mendes: Foi fundamental contribuição para a popularização do Forró.

29) RM: Quais os prós e contras do Movimento do Forró Estilizado dos anos 2000?

Marco Mendes: É mais uma contribuição para colocar o Forró no cenário da música pop.

30) RM: Quais os seus projetos futuros?

Marco Mendes: Primeira coisa é que quero chegar no futuro.

31) RM: Quais seus contatos?

Marco Mendes: (11) 97118 – 1308 | [email protected]

| https://web.facebook.com/marcoantonio.mendes.98

| Canal: https://www.youtube.com/channel/UCYP-JDrVQkzQJj9FywHyymQ

Canal: https://www.youtube.com/channel/UCsEpvORq9WJggNTXfXBT0nA

Matuto Metropolitano (documentário – Vargem Grande Paulista – SP em 2017): https://www.youtube.com/watch?v=1TdhAAKoxYU

Marco Mendes – Musica Comum – 08 – Coca-cola com cocada: https://www.youtube.com/watch?v=Sxl4CU7P7X4

Marco Mendes – Musica Comum – 07 – O valor do nordestino: https://www.youtube.com/watch?v=sCiCXCmAr0E

DVD Matuto: https://www.youtube.com/watch?v=pggm-_FDkWE

Playlist do álbum Música Comum: https://www.youtube.com/watch?v=lz9iQ9RwGdI&list=PLXAF0WXd3UZ32SCn4YYQdbozvac23IfFs

Beira Mar (Zé Ramalho) – Marco Mendes: https://www.youtube.com/watch?v=ywnwhtoMYQU

Vídeo Alfasol: https://www.youtube.com/watch?v=8GDufa7fj18

https://www.youtube.com/watch?v=LwZvoTCW8gc

https://www.youtube.com/watch?v=fI5StdJuCec

OXENTEBROTHER: https://soundcloud.com/marco-antonio-mendes/oxentebrother

Por um instante, eternamente de Marco Antonio Mendes na #SoundCloud
https://on.soundcloud.com/zHb1XFDfT7TP84QF8


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