More João Baracho »"/>More João Baracho »" /> João Baracho - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

João Baracho

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O músico, compositor, profissional de áudio João Baracho fez trabalhos como sound designer para peças musicais teatrais como “Chaves – Um tributo musical”, “As Cangaceiras – Guerreiras do sertão”, “Natasha, Pierre e o grande cometa de 1812” 

Trabalhos de gravação e engenheiro de mixagem como “Do tamanho certo para o meu sorriso – Fafá de Belém”, “Jazz sinfônica 25 anos”, “O que não pode mais se calar – Célia”. Especializado em gravação de música erudita, tem mais de 25 álbuns lançados nessa área.

Segue abaixo entrevista exclusiva com João Baracho para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 29.08.2020: 

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal? 

João Baracho: Nasci no dia 25.02.1983 em São Paulo – SP. Registrado como João Henrique Baracho Mendes. 

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música. 

João Baracho: Meu pai sempre ouviu muita música em casa e tocava violão, mas foi minha avó materna que me sentou no colo dela e ensinou as primeiras notas musicais em um órgão Minami que tinha em sua casa e logo percebeu uma aptidão minha, uma facilidade em copiar o que ela fazia, segundo ela. 

03) RM: Qual a sua formação musical e\ou acadêmica fora da área musical? 

João Baracho: Após o colégio, ingressei na FASM – Faculdade Santa Marcelina no curso de Música Popular/Canto. Cursei até o último ano, mas abandonei faltando duas matérias, banca e monografia. Nessa época já estava trabalhando com áudio no Theatro São Pedro e fui abandonando a academia. Mas a partir daí foram diversos cursos aplicados ao áudio. Desde 2005 além de músico, sou também profissional de áudio atuando como produtor de gravações, engenheiro de mixagem e sound designer de peças musicais e teatrais. 

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância? 

João Baracho: Acho que tudo que ouvimos nos influencia, inclusive as coisas de qualidade duvidosa. Sempre fui muito eclético, talvez por influência do meu pai que adorava Bossa Nova, The Beatles, Música Caipira, Samba, Jovem Guarda, Baladas dos anos 60 e 70. Sempre foi uma mistura de estilos em casa e isso acho que é o que mais me orgulha na verdade porque é possível encontrar coisas interessantes em todos os gêneros musicais.

Mas quando jovem tive a fase roqueiro (deve ter durado alguns meses só pra agradar meus amigos) ouvindo Iron Maiden e Metallica, tive a fase de aprender a tocar os Pagodes dos anos 90 que faziam sucesso para agradar às pessoas nas rodas e churrascos, e por aí vai. Depois, trabalhando no Theatro São Pedro comecei a gostar e estudar bastante música erudita já que havia ali um contato diário com grandes artistas desse meio musical. Já na parte de áudio, minhas referências são as gravações de selos como Deutsche Grammophon, Berliner Philharmoniker, Telarc, Naxos, e engenheiros de gravação e mixagem com quem tive e tenho contato como Eduardo Avellar, Clement Zular, Flávia Calabi, Jakob Haendel, Ulrich Schneider.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical? 

João Baracho: Considero que comecei com 15 anos (1998) que foi quando comecei a ganhar dinheiro para tocar em eventos. Gosto de contar que minha “estreia mundial” foi em um encontro mensal de senhoras para um chá da tarde com bingo em um clube da zona norte de São Paulo. Acho isso muito divertido porque eu realmente preparava um repertório especial para elas: Ray Conniff, Valsas e Boleros. Elas me amavam. Fiquei tocando lá durante alguns anos, tenho boas lembranças.

De 2002 a 2004 fui professor no Colégio Beatissima – Musicalização infantil para alunos do maternal a primeira série. E de 2017 a 2018 fui professor de Teclado e Acordeon na Escola de música VOICE – no bairro do Brooklin em São Paulo.

06) RM: Quantos CDs lançados? 

João Baracho: O único álbum oficialmente lançado em que participei como músico e arranjador foi o “Connexions” do cantor Fábio Jorge em 2019. Mas como produtor de gravação e edição foram cerca de 25 álbuns lançados. 

07) RM: Como você define o seu estilo musical? 

João Baracho: Como compositor, POP brasileiro ou MPB. Como engenheiro de mixagem, minha especialidade é música erudita. 

08) RM: Como é o seu processo de compor? 

João Baracho: Sempre parto de algum desafio técnico como fazer uma música em determinado estilo usando uma gravação de referência; como na música “Acreditar sem ver” que foi uma influência da banda MUSE. Ou uma tentativa de junção de três ou mais ritmos com diferentes fórmulas de compasso; como na música “Sertão Moderno” em que juntei em uma mesma música, alternando a cada dois compassos a batida de Guarânia com a batida de Pagode Caipira e Cururu, todos ritmos tradicionais na música caipira. Ou uma escrita aplicada mais ao Piano Erudito, mas com acordes jazzísticos; como na música “Para Yanni” em que homenageio um compositor de new age “brega” que não escondo que me influenciou bastante). Ou uma tentativa de paisagem sonora em uma MPB com influências de Pink Floyd; como na música “Do grito” em parceria com Luana Fioli, para fazer a inscrição em um edital de músicas inéditas. A minha busca quando componho é sempre tentar fazer algo inesperado, sem respeitar os limites que às vezes podem parecer intransponíveis como a mistura de gêneros musicais diferentes; música caipira com world music por exemplo, fiz essa citação ao compositor Yanni na música já mencionada anteriormente, “Sertão moderno”, em que na parte C, inseri compassos de 7/4 com os acentos rítmicos que são super característicos em sua música.

09) RM: Quais são seus principais parceiros de composição? 

João Baracho: A minha busca é sempre um letrista diferente para cada estilo diferente de minhas composições. Luana Fioli, Pibota, Marcos Sá, Fábio Teixeira foram alguns desses parceiros.

10) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente? 

João Baracho: Sempre fui independente. O prol é a liberdade de fazer o que acredita e sem limites impostos por produtores ou gravadoras que precisam buscar um orçamento que compense para elas com sua arte.

11) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?  

João Baracho: Não tenho planejamento. Eu sempre fui estudando e trabalhando conforme foram aparecendo as possibilidades. Assim como entrei na Faculdade de Música porque todos que saiam do colégio iam fazer Faculdade de alguma coisa e a única coisa que me interessava era música. Assim como decidi fazer um curso de áudio (IAV 2005) incentivado pelo meu pai que tinha uma amiga produtora de shows que deu essa dica. Assim como, no fim do curso de áudio comecei a enviar currículos para vários lugares e o único que me respondeu foi o Theatro São Pedro que estava trocando de equipe técnica e eu me encaixei no perfil do trabalho. Assim como fui fazer o curso como bolsista no Festival de Campos de Jordão, na classe de técnicas de gravação do tonmeister alemão Jakob Haendel em 2008.

Assim como fui chamado, depois de 10 anos no Theatro São Pedro, para trabalhar no Teatro Porto Seguro logo na inauguração. Assim como, por não ter me adaptado ao trabalho no novo Teatro, decidi sair e fui pesquisar cursos, onde entrei em um curso de sonoplastia para Teatro na São Paulo Escola de Teatro, conhecendo o prof. Raul Teixeira. Assim como aceitei o desafio de fazer um musical com o Núcleo Experimental (Urinal – 2015) sem microfones individuais nos atores e usei minha experiência de trabalhos com óperas pra sonorizar o palco, trabalho que concorreu ao primeiro prêmio Reverência em 2016. Assim como desde 2015 venho fazendo todos os projetos sonoros dos musicais do Núcleo Experimental. Mas tudo isso logicamente é uma consequência dos estudos que faço em cada setor de atuação como técnico de gravação, músico ou sound designer de musicais de teatro. As oportunidades sempre me apareceram no momento em que eu estava preparado pra enfrentá-las. 

12) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical? 

João Baracho: Hoje em dia as minhas ações são apenas nas redes sociais e nos contatos de trabalho que construí durante esses anos. Sempre estando em contato com os profissionais da área e me mantendo atualizado para os próximos trabalhos. 

13) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento da sua carreira musical? 

João Baracho: A ajuda é justamente o estar conectado com pessoas do seu meio de trabalho, divulgar seus feitos e reconhecimentos ganhando assim uma certa valorização de mercado. Se a internet prejudica em alguma coisa no desenvolvimento da carreira é talvez o tempo que às vezes gastamos online mais do que deveríamos fazendo coisas “inúteis”. 

14) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?  

João Baracho: Home estúdio sempre foi minha salvação. Desde a década de 1990 tento conseguir cada vez melhores resultados gravando em minha própria casa. Além de ser muito útil que músicos se gravem tocando para poder comparar sua sonoridade consigo próprio conforme se vai evoluindo no instrumento e também comparar com referências de outros artistas. As possibilidades que se tem hoje em dia com instrumentos virtuais e plugins são infinitas e é possível sim se chegar a resultados bem satisfatórios e profissionais. Talvez a desvantagem como sou um profissional da área, seja perder alguns possíveis clientes que aprendam a se gravar bem e não precisem mais do meu serviço. Mas o mercado vai mudando conforme as tecnologias vão se desenvolvendo, não há como evitar ou fugir disso. 

15) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical? 

João Baracho: Como produtor de áudio eu tento sempre ser diferente na abordagem com os músicos. Visto que também sou músico, creio que consigo entender melhor as necessidades e a maneira como encaram o resultado final, tanto em som ao vivo como em gravações. Minha tentativa sempre é fazer essa ponte entre o áudio e a música, trazer os dois pra mesma linguagem. 

16) RM: Como você analisa o cenário da música instrumental brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu? 

João Baracho: Temos ótimas referências de instrumentistas no Brasil e isso é uma tradição bem antiga. Hoje em dia eu vejo alguns músicos pequenos gênios como por exemplo André Mehmari, Neymar Dias, Ivan Vilela, Nailor Proveta, Toninho Ferragutti, Yamandu Costa, Ricardo Herz, Hamilton de Holanda entre tantos outros que nos dá orgulho de pertencer a esse país. Não seria capaz de avaliar se alguém regrediu como instrumentista. 

17) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística? 

João Baracho: Gosto muito da Mônica Salmaso, acho que ela vem fazendo um trabalho incrível de produção de bom conteúdo nessa quarentena, além de ser uma cantora excepcional. É importante citar os consagrados como Milton Nascimento e Gilberto Gil pela excelência e qualidade musical que mantiveram durante toda sua carreira. 

18) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical? 

João Baracho: Prontamente quando me perguntam isso me lembro de uma situação super constrangedora em que eu mesmo fui o culpado de acontecer: eu e minha banda de baile acompanhávamos uma dupla de cantores em um Bar toda sexta-feira em São Paulo. Um dia um dos cantores me disse, pouco antes de iniciar uma música que sempre fazíamos no show, que não estava com a voz muito boa para cantar aquela música naquele tom agudo nesse dia e me pediu para que abaixasse meio tom. A música era originalmente em Do Maior e eu teria que tocar em Si Maior. Bom, eu não pensei duas vezes e usei o transpositor automático de tonalidade que todos os Teclados eletrônicos possuem e avisei a banda que seria meio tom abaixo. Mas, por usar esse recurso, eu toquei os acordes da tonalidade de Do Maior, e a música correu bem. Porém, na música seguinte, que tinha uma introdução só de Teclado e estava em outra tonalidade, eu me esqueci de desligar o transpositor. E então, eu acabei fazendo a introdução da música meio tom abaixo do que seria originalmente e quando a banda entrou, tragédia. É como se o bar inteiro tivesse parado de conversar e olhado para mim. Passei o resto do show meio que agachado atrás do meu instrumento olhando para baixo, envergonhado. Lição aprendida, mas que deixou um trauma. 

19) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical? 

João Baracho: Acho que poder trabalhar e viver de arte é um privilégio, ainda mais num país onde isso ainda não é tão valorizado como eu acho que poderia e deveria ser. Essa questão sobre a falta de reconhecimento às vezes pode ser bem triste. A maioria das pessoas que consomem cultura e arte, talvez por ignorância, desconhecimento e uma falta desorientação educacional, não tem ideia do processo e o número de profissionais que envolve a cadeia produtiva do produto final que estão consumindo.

Seja ouvindo música em uma rádio, seja assistindo uma novela ou uma série na Netflix, me dá a impressão que para elas aquilo é alguma coisa que surge de repente como mágica em sua frente, diferentemente de uma produção de um automóvel na fábrica por exemplo. Talvez por uma exposição bem maior nos meios de comunicação de como funcionam as fábricas de automóveis em suas montagens, talvez pelas greves de milhares de trabalhadores desse setor que são recorrentes nas últimas décadas, talvez pelo status que é resultado de um marketing muito bem feito durante décadas.

O público em geral aceita pagar um preço altíssimo por um veículo particular por reconhecer naquele produto todo esse valor agregado. Se um trabalhador diz que trabalha numa metalúrgica, normalmente nem precisa complementar com uma explicação detalhando o seu trabalho, diferentemente de quando me apresento como projetista sonoro ou técnico de som ou músico. Nesse caso normalmente não há a mais remota ideia da necessidade desses meus trabalhos. 

20) RM: Você acredita que sem o pagamento do Jabá as suas músicas tocarão nas rádios? 

João Baracho: Sei que há algumas rádios que não cobram jabá como a Rádio USP ou a Rádio Cultura. Mas sempre são rádios que não tem muito acesso às grandes massas, mas sim a um público específico que já tem a gana de buscar conhecimento que talvez nem necessitasse de tais rádios para chegar a conhecer esse repertório tocado nessas rádios.

21) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical? 

João Baracho: Sempre dou o maior apoio, mas evito dar qualquer sentença, pois isso é muito particular de qualquer um. Não existe fórmula nem garantia de que, mesmo você sendo bom, vai conseguir viver disso ou ser reconhecido. Meu único conselho é sempre para que tente fazer tudo que aparecer como uma boa oportunidade e que em todos os lugares, em todos os estilos musicais, há coisas boas a se aprender.

22) RM: Quais os pianistas, tecladista e acordeonistas que você admira?

João Baracho: Acordeonistas: Dino Rocha, Albino Manique, Toninho Renato Borghetti, Ferragutti, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Bebê Kramer, Gabriel Levy, Astor Piazzola, Yann Tiersen, Richard Galliano, Alexandr Hrustevich. Pianistas: Lang Lang, Dave Brubeck, Chick Corea, Bill Evans, Herbie Hancock, Luiz Eça, Amilton Godoy, César Camargo Mariano, André Mehmari, Jacob Collier.

23) RM: Quais os compositores eruditos que você admira?

João Baracho: Wagner, Puccini, Verdi, Vivaldi, Dvorák, Stravinsky, Handel, Korsakov, Villa-Lobos, Carlos Gomes, Ennio Morricone, Nino Rota, Bernard Herrmann, John Williams. 

24) RM: Quais os compositores populares que você admira? 

João Baracho: Almir Sater, Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, Gilberto Gil, Milton Nascimento, João Bosco, Baden Powell, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Lô Borges, Beto Guedes, Lulu Santos, Guilherme Arantes, Flávio Venturini, Ed Motta, Adoniran Barbosa, Nelson Cavaquinho, Cartola, Paulinho da Viola, João Nogueira, Dorival Caymmi, Noel Rosa, Waldir Azevedo, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Paul McCartney, David Gates, Thom Yorke, Noel Gallagher, Richard Ashcroft, Matthew Bellamy,  David Gilmour, Roger Waters, Burt Bacharach, Yanni.

25) RM: Quais os compositores da Bossa Nova você admira? 

João Baracho: Tom Jobim, João Gilberto, Roberto Menescal, Edu Lobo, Marcos Valle, Baden Powell, Carlos Lyra, Johnny Alf.

26) RM: Nos apresente os métodos que estudo de Piano, Teclado e Acordeon? 

João Baracho: Nunca estudei métodos para valer, mas vou citar alguns que pincei algumas coisas que me foram úteis: Método de Acordeon de Mário Mascarenhas, Método completo progressivo para Acordeon Anzaghi, Curso de Piano Leila Fletcher, Hanon, Pozzoli, Bach 14 peças fáceis, Paulo Tiné – Fundamentos de Arranjo e improvisação, Shannon Slaton – Mixing a Musical.

27) RM: Quais as principais diferenças técnicas para entre Piano, Teclado e Acordeom?  

João Baracho: Acho que o acordeom tem a questão da “respiração” do instrumento. O fole possibilita muitos jogos rítmicos e uma acentuação bem particular porque acaba sendo um instrumento de sopro. Você consegue fazer um crescendo sustentando uma nota, por exemplo.

Já o Piano tem a questão da sustentação das notas pelo pedal que dá uma “cola”, uma sobreposição de notas que acabam gerando harmônicos que não se consegue no Acordeon por exemplo, a não ser que se use um efeito como reverb ou delay. Há outras muitas diferenças como o Acordeon permitir que se toque um acorde de três notas com apenas um dedo, o que é ótimo para fazer acompanhamentos rápidos de músicas tradicionais de vários países. Porém é bem difícil, às vezes impossível, de se montar acordes dissonantes na mão esquerda do Acordeon. No caso, o tipo de Acordeon que eu toco – há outros instrumentos que tem os “baixos abertos” em que não há acordes prontos e esse sim possibilita montagens de acordes mais complexos. Por que ele foi montado dessa maneira justamente pra facilitar a “tocabilidade” desse tipo de música mais simples.

A prova disso é que os acordes que fazem a função de I-IV-V ficam vizinhos uns dos outros. Mas por exemplo fazer um acorde aumentado na mão esquerda (dó-mi-sol#) é praticamente impossível, nesse caso você tem que usar a mão direita para complementar as dissonâncias dos acordes.

28) RM: Quais as principais técnicas que o aluno deve dominar para se tornar um bom Pianista, Tecladista e Acordeonista? 

João Baracho: Há muitas técnicas e métodos para se ganhar agilidade na digitação de ambas as mãos. Mas eu sempre gosto de pensar que a música está na cabeça e, se sabendo o que quer e precisa buscar, vai conseguir estudar até conseguir isso em qualquer instrumento que queira aprender.

O que acho o mais importante de se aprender vários instrumentos é que cada um traz uma linguagem e uma maneira diferente de se pensar em música. Além de se abrir o leque de repertório, abre-se também a percepção musical. Acho que realmente a melhor técnica é entender a linguagem do instrumento e do repertório a ser tocado. É como aprender uma língua nova. Vejo muitos músicos que tocam super rápido e tem uma ótima técnica, mas dá a impressão que não se comunicam ou tocam coisas que não fazem parte da linguagem daquela música. Há também os que não escutam ao outro músico que se está tocando junto e acabam não dialogando musicalmente. 

29) RM: Quais os principais vícios e erros que devem ser evitados pelo aluno de Piano, Teclado e Acordeon? 

João Baracho: Tenho observado nos últimos tempos como professor de música que muitas pessoas não conseguem mais respeitar um tempo de evolução normal no estudo do instrumento. Acho que isso deve acontecer em outras áreas também, não só na música. Pode ser um mal do século. Tenho a impressão de que as pessoas que compram um instrumento e começam a fazer aula querem já sair tocando num nível bom desde a primeira aula.

Penso que essa cultura pode estar vindo de vídeos de internet em que há sempre uma criança tocando melhor qualquer instrumento do que todas as pessoas que eu conheço pessoalmente e isso gera uma ilusão que acaba quase sempre em frustração. Essa ansiedade acontece com alunos iniciantes, mas também com alguns mais avançados provavelmente por falta de reconhecimento na família, o que seria um caso mais pra um psicólogo do que para um professor de música.

30) RM: Quais os principais erros na metodologia de ensino de música? 

João Baracho: A falta de empatia do professor. Ninguém precisa de um professor que desmotiva, seja por ser um profissional frustrado que talvez preferisse estar fazendo outra coisa a estar ali dando aquela aula ou por falta de observação ao que o aluno pode fazer melhor. Paulo Freire falava muito disso de usar o conhecimento de cada aluno para moldar o ensino de acordo com cada pessoa. Já me vi em situações bem desagradáveis com professores que tive por não conseguir mostrar minhas capacidades ou sentir que o que eu sabia não servia de nada e a única forma de se fazer a tal música que o professor ensinava era à maneira dele. Não há um único jeito de se fazer as coisas ainda mais quando se trata de arte.

31) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical? 

João Baracho: Essa é uma discussão bem difícil que já tive diversas vezes com várias pessoas e nunca cheguei à uma conclusão. Mas a princípio eu acredito que existe sim uma propensão, uma facilidade de certas pessoas para com a música. Assim como existe gente que tem facilidade com matemática ou outras matérias escolares, futebol e outros esportes, etc. Às vezes esse dom se manifesta de maneira muito objetiva como quando chega um aluno para mim, criança muitas vezes, que nunca estudou música, mas a mãe percebe que gosta e a leva para estudar. Já na primeira aula percebo que essa criança tem ouvido absoluto, por exemplo. Isso me aconteceu algumas vezes e é uma sensação muito bonita de quando a criança “enxerga” no Piano se materializando aquilo que ela ouve, mas não sabe explicar o que é. Nesse caso entendo como um dom nato da pessoa. Mas isso não quer dizer que ela vá se tornar um musicista porque tem todo o estudo, prática e “estilo de vida” pela frente que muitos não estão dispostos a encarar ou não desejam aquilo pra elas. Então, na música, há aquela máxima de “10% de inspiração e 90% de transpiração”. O tal “dom” nesse caso seria os 10%.

32) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical? 

João Baracho: Improvisação, ao meu ver, é uma maneira de compor rapidamente, quase que instantaneamente ao se tocar uma música. Mas isso na verdade acaba sendo uma maneira rápida de resumir tudo que você já ouviu de outros improvisadores e conseguir aplicar àquele momento musical. Na verdade, acho que são pouquíssimos improvisadores que são verdadeiramente originais. Na maioria dos casos o que se vê é uma pessoa hábil em repetir padrões decorados.   

33) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois? 

João Baracho: Conforme mencionei anteriormente, podem existir improvisadores que tem uma luz no momento exato em que estão tocando e aí conseguem executar algo que realmente não havia sido planejado. Mas isso é muito raro. Na maioria das vezes o músico tem um alicerce pronto do caminho que vai seguir durante o improviso e executa algo muito próximo ao que praticou antes em casa durante anos. 

34) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical? 

João Baracho: Para todo tipo de estudo musical, ou de arte em geral, há sempre uma questão de formatação de ideias por parte de métodos de ensino que pode ser inconveniente. Existe uma fábrica de ensino que torna todas as pessoas iguais. Isso acontece também fora da arte, desde a escola comum tentam colocar em caixinhas nossa maneira de pensar, obedecer, etc… Mas na arte isso pode se tornar um limitador. Por outro lado, acho que há um mercado para todos os tipos de músico. Tanto os que não desejam ser originais, mas fazem aquilo que se esperam deles, mas, todavia, os que eu mais admiro e tenho como referência são os que realmente tentam fazer algo novo às vezes até abrindo mão dos estudos tradicionais.

35) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical? 

João Baracho: A Harmonia, ao meu ver, é a parte mais interessante bonita da música na maioria dos estilos que eu aprecio. É o que me “tira do chão”, muda a percepção de realidade e me conecta com algo mais sublime, metaforicamente falando. Estudar como cada compositor monta os caminhos harmônicos, notar o que os torna únicos nesse sentido, é uma possibilidade de se obter uma base de referência auditiva, incorporar sonoridades e clarear, materializar aquelas sensações. É como quando você come alguma comida deliciosa e super temperada e então o cozinheiro te mostra como conseguiu chegar naquele sabor. Talvez você tente reproduzir a receita depois, talvez alterando um pouco os temperos ou talvez você nem queira tentar fazer pra manter aquela memória do prazer que sentiu na primeira degustação. Eu sou um pouco assim com música. O que eu gosto muito de ouvir como Wagner, Dvorák ou Radiohead, eu não aprendo a tocar e não tento compor nada parecido. Pelo menos propositalmente, mas claro que a referência fica embutida no inconsciente e se materializa de alguma forma em algum momento.

36) RM: Quais os métodos que você indica para o estudo de leitura à primeira vista? 

João Baracho: Os métodos Bona, Pozzoli… os de sempre. Mesmo eu não sendo uma boa referência para isso porque minha leitura musical à primeira vista nunca foi muito boa.

37) RM: Como chegar ao nível de leitura à primeira vista? 

João Baracho: Creio que seja muita prática. E paciência que, para ser bem sincero, eu não tenho para isso. Eu leio música só quando quero aprender algum tema difícil por exemplo, mas como sempre decorei tudo muito rapidamente, fiquei preguiçoso na prática de ler partituras e executar ao mesmo tempo. Porém a leitura de partitura me é imprescindível nos momentos em que estou acompanhando alguma gravação, quando eu no caso sou o técnico de gravação. Isso porque na música erudita normalmente a partitura é a “carta magna” da música, deve-se respeitar ao máximo as indicações do compositor, o que acaba sendo bem diferente na música popular.

38) RM: O que faz um Sound Designer? 

João Baracho: Sound designer é a definição de uma profissão que envolve conhecimento técnico de equipamentos de áudio, conhecimento musical e artístico sobre como deve soar cada tipo de música ou peça de teatro e gerenciar tudo que esteja relacionado a áudio em um evento. Esse termo aparece mais com o crescimento dos grandes musicais no Brasil, e principalmente em São Paulo, que tem início, nos moldes atuais que envolvem esse tipo de tecnologia, nos anos 2000. A partir do primeiro musical feito no então Teatro Abril, atual Teatro Renault, a peça Les Miserábles teve uma sonorização do mesmo nível que é feito na Broadway; inclusive até hoje essas peças do Teatro Renault normalmente são feitas por sound designers gringos, principal rua de teatros musicais em Nova Iorque e que tem os melhores sistemas de som e os melhores sound designers do mundo.

Para exemplificar melhor essa profissão, cito uma série de procedimentos que o sound designer tem que cuidar: Escolha dos equipamentos de áudio. Que são caixas de som para o público – PA -, retornos de palco, mesas de som, microfones para os atores, microfones para a banda, planejamento da instalação e programação da mesa de som. Por exemplo, as mesas de som atualmente são programadas previamente para que determinadas cenas tenham cada uma um som específico – cena do coro, cena de solo, cena de dança; que inclui timbragem de todas as vozes e instrumentos, equilíbrio de frequências, gerenciamento de Rádio Frequência -RF- para microfones sem fio, criação dos efeitos sonoros de sonoplastia, escolha de pessoal (microfonista e operador de áudio), mixagem de mesa de monitor para os músicos, criação de efeitos em geral como ambiência e reverberação para cada instrumento ou grupo de instrumentos.

Configuração da mesa de som para a operação. Quais microfones abrem em quais momentos. Inclui fazer o roteiro para o operador abrir qual fader (controle de volume deslizante) em determinado momento da peça. Normalmente um operador de musical fica operando oito ou dezesseis faders ao mesmo tempo durante toda a peça. Mas se a peça tem mais de dezesseis cantores e mais os microfones da banda e mais a sonoplastia feita pelo computador, como ele vai ter mão para operar tudo? Esse planejamento de como fazer agrupamentos de faders e como mudar isso durante as cenas, também é de responsabilidade do sound designer.

39) RM: Cite trabalhos seu como um Sound Designer? 

João Baracho: Urinal – o musical (2015), Carrossel, o musical (2016), Lembro todo dia de você (2017), O senhor das moscas (2017), Natasha, Pierre e o grande cometa de 1812 (2018), 1984 (2018), As Cangaceiras, guerreiras do sertão (2019), Chaves, um tributo musical (2019), Sede (2020).

40) RM: O que faz um Engenheiro de Mixagem? 

João Baracho: A mixagem de um disco ou de música ao vivo, a princípio, em uma definição talvez simplista, é a arte de juntar e equilibrar sons distintos (de vários instrumentos) e após vários processos como equalização, compressão, espaçamento de profundidade, “panoramização”, etc, entregar ao ouvinte o resultado disso em um canal (modo MONO), dois canais (modo ESTÉREO), ou mais canais (como cinema SURROUND).

Existem ainda outros milhares de tipos de mixagem, porém são menos usuais. Um outro tipo de mixagem que havia caído praticamente em desuso, mas está voltando com força é o BINAURAL, técnica aplicada para fones de ouvido em que o ouvinte “enxerga o som” girando em volta da sua cabeça. Um exemplo que ficou famoso na internet é o áudio do cabeleireiro em que você consegue sentir uma tesoura chegando perto da sua orelha, uma touca cobrindo sua cabeça e pessoas conversando ao seu redor realmente simulando um ambiente de cabeleireiro.

Porém, na verdade, hoje em dia a mixagem é muito mais do que apenas esse equilíbrio sonoro entre os instrumentos. Nela se faz um trabalho que pode ser relacionado a de um maestro somado a mais um ou vários músicos de banda. Isso porque se criam muitos efeitos que não foram feitos originalmente pelos músicos, se edita e se muda muito a forma das músicas, muitas vezes transformando completamente seu sentido e intenção originais, além de infinitas possibilidades de mudanças construtivas ou destrutivas. No sentido de por exemplo se samplear um trecho de uma música para usar em outra. Um bom exemplo disso é a música “Deixa-me dizer” da cantora Cláudia, que teve seu refrão sampleado, o tom transportado para mais agudo e usado em uma gravação de Marcelo D2 da música “Desabafo”. Ou a introdução eletrônica da música “Gimme! Gimme! Gimme!” do grupo ABBA que foi usada na música “Hung Up” da Madonna, mas de uma maneira totalmente “filtrada” com equalizadores atuando mudando seu espectro sonoro. Isso é muito feito por DJs e também é considerado um tipo de trabalho de mixagem. 

Samplear: é um aportuguesamento do verbo em inglês to sampler. A tradução de sample é amostra e então samplear é pegar uma amostra, um trecho de uma música ou de um determinado som e tirá-lo do contexto original para usar em outro contexto. Por exemplo um sampler de Piano é muito usado para instrumentos virtuais onde se grava uma amostra sonora do instrumento original que depois pode ser usado em um software ou um teclado que gera sons usando essa amostra como princípio para se modular ou expandir esse som. 

41) RM: Cite trabalhos seu como Engenheiro de Mixagem? 

João Baracho: São cerca de 25 álbuns entre CDs e DVDs que assino como mixador ou editor ou fiz que a gravação. Segue lista: Emmanuele Baldini e Luca Delle Donne (Ermanno Wolf-Ferrari Sonates em 2020); Claudette Soares, Alaíde Costa, Zezé Motta, Leci Brandão, Eliane Pitman, Ayrton Montarroyos (Homenagem à Elizeth Cardoso 100 anos – Gravado ao vivo no Sesc Pinheiros 2020); Gil Jardim e Gianluca Littera (Segredos de Vera Cruz – Música popular brasileira para gaita e orquestra – 2019); Fábio Jorge (Connexions – 2019); Caçulinha (80 anos-  2019), com participação de Mônica Salmaso, Simoninha, Daniel, Sérgio Reis, Claudette Soares, Ayrton Montarroyos, Agnaldo Rayol, Wanderléa, Tobias da Vai-Vai e Zé Luiz Mazziotti; Filipe Catto, Consuelo de Paula, Bruna Moraes, Célia e Celma, Luciene Franco, Márcio Gomes, Rafael Cortez, Edy Star, Maria Alcina, Saulo Laranjeira, Raimundo José, Claudette Soares, Roberto Seresteiro, Alaíde Costa e Ayrton Montarroyos (Um personagem chamado Ivon Curi – gravado ao vivo no teatro Itália 2019); Célia (O que não pode mais se calar – DVD – 2018); Juliana D’Agostini, Emmanuele Baldini (II – Fauré, Stravinsky – 2017); Fafá de Belém (Do tamanho certo para o meu sorriso – DVD 5.1 – 2016); Jazz Sinfônica (25 anos – 2015); Agnaldo Timóteo, Wanderléa, Marcio Gomes, Edith Veiga, Luciene Franco, Fábio Jorge, Celia, Angela Maria, Maria Alcina e Cida Moreira ( Homenagem à Leny Eversong – 2015); Édipo Rei (ópera – Theatro São Pedro 2015 – DVD); O homem dos crocodilos (ópera – Theatro São Pedro 2016 – DVD); Bodas no Monastério (ópera – Theatro São Pedro 2016 – DVD); Falstaff (ópera – Theatro São Pedro 2016 – DVD); Poranduba (ópera – Theatro São Pedro 2016 – DVD); O amor dos três reis (ópera – Theatro São Pedro 2016 – DVD); Juliana D’Agostini, Emmanuele Baldini (César Franck, Nino Rota – 2012); Juliana D’Agostini, Catalin Rotaru (Juliana D’Agostini, Catalin Rotaru – 2010); Juliana D’Agostini (Chopin / Liszt – 2009); Algol Ensamble, Carlos Moreno (Das lied von der Erde – 2009); Algol Ensamble, Carlos Moreno, Niza de Castro Tank, Fiorenza Cossotto (Stabat Mater, Pergolesi – 2008).

– Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos (Viena – 2007); Silvana Ruffier Scarinci (Safo Novella – uma Poética do Abandono nos Lamentos de Barbara Strozzi -2008 – editora Algol).

Gravações ao vivo no Teatro São Pedro de: Cantores líricos internacionais: Mariella Devia, Dimitra Theodossiou, Jose Bros, Renato Bruson, Maria Pia Piscitelli, Frederico Sacchi, Luis Gaeta, Kalid Kaludov, Nancy Fabiola Herrera, Cristina Gallardo-Domás, Maria Bayo, Giovanna Casolla, Alicia Nafé, Bruno Praticó, Juan Pons, Graciela Alperyn, Luis Lima, Bruna Baglioni, Lee Bisset, Michael Hendrick, Chiara Bonzagni, Laura Rizzo, Artemisa Repa. 

Cantores líricos nacionais: Paulo Szot, Atalla Ayan, Luisa Francesconi, Laura de Souza, Gabriela Pace, Celine Imbert, Martin Mühle, Fernando Portari, Richard Bauer, Marcelo Vanucci, Leonardo Neiva, Paulo Mandarino, Miguel Geraldi, Douglas Hahn, Rodolfo Giugliani, Rubens Medina, Lenine Santos, Ana Paula Brunkow, Rodrigo Esteves, Homero Velho, Sávio Sperandio, Sebastião Teixeira, José Galisa, David Marcondes, Inácio de Nonno, Eduardo Janho Abumhad, Saulo Javan, Licio Bruno, Rosana Lamosa, Denise de Freitas, Lina Mendes, Claudia Riccittelli, Daniella Carvalho, Luciana Bueno, Edna d’Oliveira, Ana Lucia Benedetti, Magda Painno, Anibal Mancini, Daniel Umbelino, Andreia Souza, Roseane Soares, Eric Herrero, Gustavo Lassen, Johnny França, Camila Titinger, Mere Oliveira. 

Maestros: Luiz Fernando Malheiro, Abel Rocha, João Maurício Galindo, Emiliano Patarra, Cyro Pereira, Fábio Prado, Carlos Moreno, Luiz Gustavo Petri, Roberto Duarte, Roberto Tibiriçá, Júlio Medaglia, Luciano Camargo, Gil Jardim, Lutero Rodrigues, Naomi Munakata, Teresa Longatto, Mara Campos, Thiago Pinheiro, Paulo Moura, Ricardo Castro, Marcos Sadao Shirakawa, Giuseppe Sabbatini, Nibaldo Araneda. 

Músicos: Alex Klein, Fabio Zanon, Antonio Lauro Del Claro, Antonio Menezes, Marcelo Jaffe, Robert Sueholz, Betina Stegmann, Ricardo Ballestero, Jessica Dalsant, Daniel Guedes, Sérgio de Oliveira, Luiz Garcia, Ovanir Buosi, Luis Afonso Montanha, Raiff Dantas Barreto, Maria Cecília Moita, Rogério Wolf, Fábio Cury, Cassia Renata Lima, Fernando Dissenha, Guello, Neymar Dias.

42) RM: Quais os prós e contras de uma gravação de show ao vivo? 

João Baracho: Acho que os únicos prós de uma gravação ao vivo são a emoção do momento que faz o músico tocar de uma certa maneira que pode ser interessante e a participação da plateia. De resto, eu prefiro muito mais uma gravação com controle no estúdio. Controle de emoção do artista. No estúdio se errar, basta repetir até ficar bom. E controle de vazamento dos instrumentos e retornos de palco nos microfones. Esse normalmente é o maior problema de gravações ao vivo. O que se tem feito muito atualmente é a correção em estúdio de problemas técnicos ou problemas musicais ocorridos no dia da gravação do show. Alguns álbuns são gravados novamente todos os instrumentos restando apenas o áudio da plateia da gravação original captada no dia do show. 

43) RM: Quais os seus projetos futuros? 

João Baracho: No atual momento de quarentena em virtude da pandemia de COVID-19 meu plano é voltar ao trabalho em teatros e gravações o mais breve possível. Talvez esse “normal” não volte mais. Mas preciso aguardar mais para tomar alguma decisão sobre meu futuro. Conforme mencionei anteriormente, nunca planejei muito esse rumo que minha vida tomou, as coisas foram acontecendo naturalmente pra mim. Onde eu via uma porta aberta, eu ia conferir o que poderia ter ali. Algumas poucas vezes não me identifiquei com determinados trabalhos que entrei e acabei saindo, mas sempre tentando deixar essas portas abertas. Ainda quero me estabelecer melhor no mercado de musicais e peças de teatro como sound designer porque, comparado a outros profissionais do mercado, ainda tenho um longo caminho para alcançar a experiência e conhecimento técnico que obtiveram. 

44) RM: João Baracho, Quais seus contatos para show e para os fãs?

João Baracho: [email protected] | https://web.facebook.com/jhbaracho 

Canal: https://www.youtube.com/user/jhbaracho/search?query=clipe 

Do grito: https://www.youtube.com/watch?v=uBx91iV9ihQ 

Para Yanni: https://www.youtube.com/watch?v=ibtozgcy7bA 

SERTÃO MODERNO: https://www.youtube.com/watch?v=4p4p3V5Al2g 

9 de julio: https://www.youtube.com/watch?v=1e4p3wNPK4Y 

Los Hermanos (ATAHUALPA YUPANQUI) – João Baracho e Paola Picherzky: https://www.youtube.com/watch?v=Se1TLdzgwTA 

AUBREY – BREAD (1972) – cover por @jhbaracho: https://www.youtube.com/watch?v=Pv07q0tMciY 

SCHUBERT – SERENATA: https://www.youtube.com/watch?v=EVrWrjt4Fgo 

Take on me – A-ha _ Cover by João Baracho, Brazil – video by @junior_costa25: https://www.youtube.com/watch?v=2KNNxZRF9sk 

Acreditar sem ver – música autoral: https://www.youtube.com/watch?v=4AAR4nmpEkE 

Cinema Paradiso: https://www.youtube.com/watch?v=II_wWVTCKpI


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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.