O Cantor, compositor, produtor, multi-instrumentista baiano Hosit Sales Maximus, está pesquisando e realizando as bases para o novo álbum.
Ele gerencia três projetos: Digital Cultural em fotos e vídeos, sobre o cenário musical e outras atividades artísticas; uma rádio FM web e ministrar curso de música para jovens, crianças e adultos que desejam praticar e aprender música, as aulas serão realizadas no seu estúdio no bairro Liberdade – Salvador – BA com o propósito em oferecer maior estímulo para os interessados.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Hosit Sales Maximus para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 27/03/2021:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Hosit Sales Maximus: Nasci no dia 24/07/1968 em Salvador – Bahia. Registrado como Hosit dos Santos Costa Sales.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Hosit Sales Maximus: O meu primeiro contato com a música foi com os meus pais: Duder Sales; o meu maior incentivador e Francisca Sales, ambos em suas profissões: Comissário de Polícia Civil e Professora, mas que sempre foram admiradores, pesquisadores da música em todos os seus estilos e vertentes além de colecionadores de diversos discos de vinil.
Lembro-me bem que a música reggae sempre esteve presente na minha casa, com o meu pai sempre comprando discos, novidades lançadas naquela época e que até hoje estão comigo, e fazem parte de um acervo para inúmeras pesquisas.
E tenho grande apreço e respeito por eles terem construído esse acervo. Eu, os preservo com muito carinho e passo aos meus filhos o valor e os ensinamentos através destas obras, que muito ouvi e muito me inspiraram.
03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Hosit Sales Maximus: Ainda criança eu sempre gostei do Teclado, Piano, Cravo, Gaitas. Essa sonoridade sempre me deixou extasiado e na escola de música da UFBA – Universidade Federal da Bahia comecei os meus primeiros estudos para crianças e jovens. Eu não me formei e tornei autodidata.
E na minha primeira banda, Águas de Cheiro, fui vocalista e tecladista. Além da música sou professor formado licenciado em Educação Física pela UFBA, e Desenhista Técnico. Também sou um criador nato dos meus projetos artísticos culturais.
Nos campos áudio e visual estou sempre criando e dando ideias, em cada detalhe, até nas criações das capas dos meus singles, EP e álbuns. E gosto de fazer o meu marketing, a minha publicidade, gosto desse trabalho, desse desempenho em minhas atividades.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Hosit Sales Maximus: No cenário nacional, sempre ouvi de tudo, ao lado dos meus pais (Duder e Francisca Sales) quando criança. Músicas de boas letras, boas melodias, sempre me liguei num bom conceito musical, conteúdo literário, bons arranjos, desde as obras mais românticas como: Agnaldo Timóteo, sempre admirei a Jovem guarda, Roberto Carlos, Paulo Sérgio, Wanderléa e companhia, ao som da A cor do Som, 14Bis, Tim Maia, Zé Ramalho, Raul Seixas, com suas letras que pareciam prever o futuro, as mais efervescentes como RPM, Rock nos anos 1980. Gosto muito Música Clássica, Orquestras em diversos estilos.
E as nossas bandas afrobaianas como Olodum e a lendária banda Reflexu’s, qual acompanhei ensaios e cheguei a ser convidado para ser tecladista da banda, mas na época não pude por conta dos compromissos com a banda Pop Axé.
Daí fui buscando outros gostos e estudando outros estilos com o surgimento das bandas Cidade Negra, Skank, O Rappa, e já gostava de Edson Gomes, que inclusive o seu primeiro LP presenteei a minha mãe, Ilê Aiyê pela influência marcante africana, Timbalada.
No campo internacional; Burning Spear, Jacob Miller, Dom Carlos, Israel Vibration, são muitos. Fui criado ouvindo música boa. E cada um, continua com a sua importância e contribuindo com o seu conhecimento.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Hosit Sales Maximus: Em 1988, tive a ideia e vontade em criar um trabalho musical próprio. Em 1989, nasceu a banda “Águas de Cheiro”, em que fiz história e tendo grande reconhecimento, um misto de Pop e Axé Music ou música axé como queiram. E, vieram muitos eventos, shows, na capital em várias cidades e estados, em vários palcos e carnavais com grandes nomes do cenário musical como Ilê Aiye, Edson Gomes, Tonho Matéria, dentre outros.
Eu comecei me sentir a cada dia mais entusiasmado com a influência do Reggae e Samba Reggae que começaram a fortalecer e aumentar a vontade de iniciar um trabalho mais voltado para o reggae, como tínhamos muitos shows, os músicos relutavam em mudar o gênero musical e a banda resistiu até início de 2001.
E após a partida do meu pai (Duder Sales) em 2002 passei a ter um viés voltado mais ainda para as questões familiares. E dei um tempo para a música no que se diz a respeito de músicos e shows, mas continuei a compor, mas já com outra filosofia, e pesquisas no que já queria fazer, o reggae.
Em 2005, iniciei as minhas pesquisas e composições, mas pensando em criar a minha própria identidade nessa área. Eu sempre pensei em ter minha banda, aos 14 anos de idade já escrevia minhas letras, já compunha minhas melodias, sempre observando o pessoal do violão no ginásio Duque de Caxias no bairro Liberdade em Salvador – BA onde estudei e cresci.
Em 1989, foi meu primeiro evento profissional no antigo teatro Nazaré em Salvador – BA que hoje pertence ao colégio Salesiano e lá aconteceram as participações de Tonho Matéria, Edilson Santana, no qual foi o lançamento da banda pop axé “Águas de Cheiro” em que chegamos até a gravar um álbum completo.
06) RM: Quantos álbuns lançados?
Hosit Sales Maximus: Após anos de pesquisas, para encontrar e ter a minha própria referência, identidade reggae. No final de 2019, lancei o meu primeiro EP – “Estrada a fora” com as músicas: “Liberdade”, “É muita onda”, “O amanhã”.
Entre 2020, lancei os singles “Espinho da rosa” e “Chamar” que estão em todas as plataformas digitais com grande repercussão através de um selo nacional com notoriedade internacional.
Estou em fase de pesquisas e ajustes das bases, para a gravação do próximo álbum, que será impactante, com muitas inovações harmônicas e melódicas.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Hosit Sales Maximus: Meu estilo musical é ímpar, por conta do meu histórico performático e pesquisas, encontrei a essência do reggae para o meu jeito, Sutil Pop Reggae Praia. Uma sonoridade alegre, que também fala de amor, mas inovador, dançante de pegada forte, com a essência gênese do reggae.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Hosit Sales Maximus: Sim, estudei técnica vocal em um breve momento, mas com muita dinâmica.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Hosit Sales Maximus: Muito importante o estudo de técnica vocal, pois temos que saber o básico para um bom trabalho de voz: o fluxo de ar que é o combustível para a voz e o princípio para uma boa emissão vocal.
Além da consistência muscular da laringe através da movimentação das pregas vocais e o shape. Ou seja, a configuração do trato vocal para o desempenho em cada trabalho ou obra etc.
Além de comer frutas como maçã, beber água para evitar o pigarro, evitar gritos, sussurros, evitar café, cigarro, bebidas alcoólicas. E fazer exercícios, bocejar e relaxar na medida do possível procuro fazer tudo isso. Já é um bom início nos cuidados com a voz (risos).
10) RM: Quais os cantores (as) que você admira?
Hosit Sales Maximus: Gosto muito dos cantores: Toni Garrido, Ras Buta, Ras Bernardo, Tonho Matéria, Paulo da Gama, Nengo Vieira, Marcionilio, Edson Gomes, Burning Spear, Winston Rodney, Jorge Benjor, que foi inovador em seu estilo com o (Samba Rock). E cada um com sua performance, gosto desses. E as cantoras: Gilmelândia, Mariene de Castro, Tanya Stephens, como eu disse cada uma no seu jeito e estilo. Eu fui criado ouvindo coisa boa.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
Hosit Sales Maximus: Natural e espontâneo sem forçar a barra, daí surge qualquer estilo, gênero, ritmo, mas com lógica, fundamentação e teoria. A melodia surge sobre o que eu quero na composição e todas as ideias de criação harmonia, imagino os arranjos, vão surgindo. Ressalto que sou eclético e versátil na minha forma de compor buscando sempre inovações.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Hosit Sales Maximus: Eu sou introspectivo, bastante particular, gosto de compor sozinho na maior parte dos meus trabalhos, me sinto mais à vontade e depende do momento não faço escolhas, mas tenho dois grandes amigos nesse contexto, mais próximos como, Edilson Santana que costumo chamar de compadre e Tonho Matéria de compadre e padrinho (risos), mas sempre me mantive a disposição e busco combinar parcerias para os novos trabalhos quem sabe através da RitmoMelodia.
13) RM: Quem já gravou as suas músicas?
Hosit Sales Maximus: Tenho várias propostas e músicas já em mãos de grandes artistas na Bahia e em outros estados, a paciência é uma virtude.
14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Hosit Sales Maximus: Os prós é a independência e tempo para pesquisar, realizar o que queremos e gostamos de fazer, sem a imposição de gravadoras. A persistência é positiva pela busca.
Os contras: buscar apoios, mesmo com um trabalho magnifico que parte da grande mídia enxerga, mas teima em não querer ver por várias razões. O importante é acreditar no meu trabalho, mas procurando fazer sempre com que a grande mídia enxergue e reconheça, isso é sempre bom.
15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Hosit Sales Maximus: Ser pragmático, ter objetivos definidos, ter uma boa equipe de trabalho, pés no chão, humildade, ter vontade, raça e sabedoria para não levar tudo no peito, e fazer grandes amigos.
16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Hosit Sales Maximus: O mais importante foi buscar ter o meu próprio espaço, para me sentir à vontade em meu próprio estúdio. E dele investir e buscar alternativas para a própria manutenção e sobrevivência do trabalho, com ensaios e projetos para outros artistas, além dos bons contatos com a mídia escrita, televisiva e digital assim como vocês.
17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Hosit Sales Maximus: Graças a Deus, a internet só tem ajudado e espero que continue assim.
18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Hosit Sales Maximus: Busquei o meu próprio espaço, independência de estúdios de gravadoras. E luto para efetivá-lo e mantê-lo, os custos em equipamentos são altíssimos e nem todos podem ter este acesso. Agradeço se gravadoras quiserem investir no meu trabalho, estou aqui (risos).
19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Hosit Sales Maximus: Ser o diferencial, ter identidade, não ser mais um nesse ou naquele gênero ou estilo, trazer o Sutil Pop Reggae Praia de Hosit Sales Maximus.
20) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Hosit Sales Maximus: Tonho Matéria com grande sensibilidade pelo outro, Nengo Vieira, Edson Gomes, Lazzo Matumbi.
21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?
Hosit Sales Maximus: Na questão qualidade técnica as vezes acontece, faz parte do momento, do equipamento utilizado, acredito que ninguém escapa desse fato. E a questão cantar, tocar e não receber aconteceu uma única vez que nos pagaram com uma nota promissória no início do pop Axé. E a vontade em ir foi tão grande, e seguimos para um distrito da cidade Nazaré na Bahia e ainda tinha um tipo de dono da cidade que queria que tocássemos até o amanhecer sem parar (risos).
Mas tudo foi resolvido quando apareceu um amigo dono de uma loja de carros de Salvador – BA e disse; “os meninos não vão mais tocar e vão é comer agora”, depois de tudo caímos na gargalhada, éramos todos com 18, 19 anos de idade. Tudo cria experiência e hoje os contratos estão bem mais específicos e diretos.
22) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Hosit Sales Maximus: Mais feliz, são os meus filhos Heider Sales, DericK Sales, Hiani Sales, Hajan Sales, esse já maior um pouco mais distante, mas também gostando do meu som. E os jovens que sabem o que é a boa música, não só a minha. E isso me deixa muito feliz, o reconhecimento do público ao meu gênero musical, estilo ou vertente.
Essa entrevista, por exemplo, é um reconhecimento, mesmo a revista estando voltada também para diversos outros gêneros e estilos da música, mas sabem reconhecer um bom trabalho. E ter a certeza de que faço um bom trabalho com qualidade literária, musical e este foi absorvido, mesmo que não tenha ocorrido com milhões de pessoas.
Mas fui bem aceito e elogiado me deixando muito feliz e satisfeito, e me deixa com uma vontade ainda maior em realizar um trabalho cada vez melhor, com excelência. E triste não tenho o porquê estar, pois a luta e Sol estão para todos, mas os lobos vorazes oportunistas estão por aí em toda a parte e a falta de apoio básico na carreira musical existe em diversos ambientes.
23) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Hosit Sales Maximus: Nunca paguei jabá e isso nunca me representou, mas se eu pagasse obviamente, eles teriam que assumir o compromisso em tocar. Mas já consegui que minhas músicas sejam tocadas sem pagamento de jabá. Hoje existem outros meios para divulgar o meu trabalho e sinceramente não lembro nem que o jabá existe.
24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Hosit Sales Maximus: Projete o seu trabalho, inicie, acredite e siga em frente e persista, sempre tente para não se frustrar de não ter tentado.
25) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Hosit Sales Maximus: Cada um com o seu interesse, conforme o que convém e o momento. Na questão reggae vivemos em um país voltado ao carnaval, e as mentes dos observadores do lucro estão muito voltados para isso que é até natural.
Mas música reggae tem várias vertentes e estilos magníficos. E não só Hosit Sales, mas muitos olhares estão percebendo que um novo estouro do reggae está começando a acontecer, e acredito sim que estou fazendo parte dessa história.
26) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Hosit Sales Maximus: Poderia ter menos burocracia e olhar bem mais para todos, o Brasil é grande.
27) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Hosit Sales Maximus: Muitos não inovaram por conta talvez da resistência em seus conceitos e filosofias o que é respeitável, ou oportunidades deixadas para trás. E houve um gigantesco empobrecimento literário dos anos 1990 para cá, mas em vários gêneros musicais, e ainda bem que muitos como eu e a sua revista RitmoMelodia, lutamos para mudar essa realidade com inovações, inteligência, alegria, raça, cultura, pesquisa e história, sem baixarias que sempre promovem o empobrecimento literário.
Todos estão aí na luta cada um de sua forma, conforme o tempo e condições disponíveis. Não houve regresso e sim a espera pelas condições oportunas. E com mais paciência, sabedoria, educação, cultura influenciada na história, e riqueza nas letras em todos os gêneros, vertentes e estilos musicais, ninguém ficará para trás. Dessa forma, e digo ninguém regrediu.
Vejo também que alguns assimilam com um pé atrás, querem absorver, gostar do reggae, mas ficam reticentes por conta de terem estigmatizado o reggae, misturando a música à religião rastafári e a maconha, que em nada tem a ver fazer reggae, não precisa usar para fazer reggae ou qualquer outro tipo de som. E sabemos que em vários seguimentos musicais usam drogas até piores.
Mas quando o estigma acabar para a grande mídia e grandes empresários enxergarem o novo estouro, as desconfianças, os céticos e até os preconceituosos ao gênero musical irão desaparecer.
28) RM: Você é Rastafári?
Hosit Sales Maximus: Eu sou brasileiro tenho a minha admiração pelas religiões de matriz africana mesmo sendo de batismo Católico. Hoje me considero ecumênico, pois procurei estudar e conhecer diversas religiões e ficamos onde nos sentimos bem acreditando no criador.
E posso até trazer comigo a estética rastafári que sempre admirei e gosto, mas não sigo a religião, não falo sobre doutrinas ou dogmas. Meu núcleo família em minha vida ao acompanhamento e o respeito aos meus pais pela minha criação me deixaram tão livre ao ponto de ter ou não determinada religião.
Eu sempre fui curioso por diversas religiões e sou um estudante ecumênico e não estou ligado a uma religião, pois acredito que a força, a proteção e a salvação vêm do criador do universo, mas estou próximo das religiões de matrizes africanas, por estudo, fé, boas práticas e admiração.
29) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como vocês analisam tal afirmação?
Hosit Sales Maximus: Discordo desses alguns, com todo o respeito a filosofia deles, mas acredito que a música reggae tem que ser feita com cautela, sabedoria e fundamentos e não aleatoriamente.
E qualquer cantor que queira seguir a linha reggae tem o direito em fazê-la, seja falando em amor ou questões sociais, respeitar a sua gênese e a linha de cada um. É o que faço independente do conceito de religião, pois a música é universal.
Toda música tende a passar por sua fase de evolução e com o reggae não pode ser diferente, temos que caminhar para frente em qualquer vertente do reggae até porque o nome continuará sendo reggae e é universal. E temos muitos exemplos de quem faz o reggae com a mesma pegada e genialidade que os rastafáris e não são adeptos da religião transmitindo excelentes mensagens.
30) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?
Hosit Sales Maximus: Não podemos negar que o idioma inglês é um fator importante que influência muito, e a porta de entrada para o reggae no mundo começou por ser cantado em língua inglesa, igual aos ritmos mais rápidos como Rock, Blues, Jazz, SKA e depois o formato que conhecemos hoje.
E cada país tem a sua forma de definir o reggae. O brasileiro com o idioma português, indígena, africano, talvez sejamos um dos povos de língua não anglo saxônica que mais soube assimilar as variáveis do reggae.
Eu, estudo e vejo as vertentes do reggae, e como nós temos o potencial em transformar, e até imitar com genialidade mesmo com a diferença linguística, com o nosso samba, samba reggae, chorinho, xote, xaxado, forró como disse Gilberto Gil, que o xote tem quase a mesma pegada do reggae, talvez até por ser um país de mistura de raças temos esses facilitadores musicais, mas pouco difundidos por conta da língua e distância.
Outro fator era a distância do Brasil com esses países, já ao contrário o que se tocava e toca na Jamaica sempre chegou com facilidade aos EUA e vice-versa. Hoje existem várias formas de viajar e divulgar sem sair de casa, já a Jamaica pertence a comunidade britânica e esse era e é um facilitador para a divulgação. E há de citar que o sucesso do reggae aconteceu após Bob Marley seguir para a Inglaterra.
31) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Hosit Sales Maximus: Posso chamar o Dom de percepção e admiração desde que chegamos ao mundo. E defino que o incentivo e o meio onde estamos ou cresceremos nos dá essa percepção musical. E que vem aflorando com o nosso cognitivo, as nossas funções cognitivas, e muito estudo e ensaios, daí posso dar o nome de Dom.
32) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?
Hosit Sales Maximus: Os festivais de música surgiram realmente para divulgar talentos, como os festivais de rádio, tv, estudantis dentre outros. E esses artistas tinham visibilidade e as músicas se tornaram eternas com qualidade em suas boas letras não se tornando assim descartáveis.
E com isso empresários prontos para mantê-los no auge, mesmo com o interesse de garantir os seus lucros. Mas ao passar dos anos os festivais perderam a sua essência muitas músicas passaram a ser muito descartáveis sem qualidade literária. E com a rapidez tecnológica e mais facilidades nas produções de gravação os festivais deixaram de despertar o interesse em bons artistas.
E muitos produtores do ramo apenas passaram a produzir apenas para as massas como forma de puro comércio, sem a preocupação com a qualidade e em transmitir uma boa mensagem que a eternizasse a música e o artista.
33) RM: Festivais de Música revelam novos talentos?
Hosit Sales Maximus: Os festivais de música seriam para revelar novos talentos, mas como muitos artistas e músicas se tornaram descartáveis de uma forma apenas comercial. E quando o artista consegue um bom momento, se não houver um suporte por trás ficará a desejar, e voltara ao esquecimento, ou seja, uma falsa sensação de fama ou reconhecimento.
34) RM: Quais os pros e contras de se apresentar com o formato Sound System?
Hosit Sales Maximus: Depender do local e o momento, vai gerar uma economia nos custos operacionais: cachê, transportes, hospedagem e outros acertos contratuais envolvendo várias pessoas.
E com o Sound System é observar a qualidade desse material de trabalho, esses custos seriam reduzidos. Agora a energia e vibração com o grupo musical acompanhando e equipe de trabalho, é um diferencial na musicalidade. Mas curto e gosto do Sound System ou sistema de som acompanhante.
35) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System?
Hosit Sales Maximus: Eu acredito que a energia positiva aumenta com a banda e equipe e se transforma em incentivo no palco, frente a frente com a plateia. O formato Sound System, acho bom, é inovador e muita tecnologia envolvida, gosto dessa evolução tecnológica, tudo é progresso, mas com minha banda com o pessoal fazendo ao vivo sentimos a alma e os elementos se unirem.
36) RM: Quais os seus projetos futuros?
Hosit Sales Maximus: Projetos existem muitos, aliás as nossas vidas são movidas por projetos, alguns que estão em ensaio e dentro em breve poderei divulgar. Mas tenho à vontade em ministrar aulas de música em meu estúdio para crianças, jovens, adultos e pessoas de todas as idades com alguns amigos parceiros e parceiras além de um projeto para entrevistas na rádio web Estúdio Radar FM no programa Supremacia Reggae Brasil.
37) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Hosit Sales Maximus: (71) 99124 – 7524 | 98811 – 1292 | [email protected]
| https://web.facebook.com/sales.sales.73
| https://www.instagram.com/hositsalesmaximus/
|https://open.spotify.com/artist/65fHvrQjaFLY3QmkPgL3K1
Canal: https://www.youtube.com/channel/UCnWOMe4M_zTfmqd–HF-4QQ
Playlist do EP: https://www.youtube.com/watch?v=0–uTganmRA&list=PLOtQ0wA7LREwnghCFXnLcqgVmLqSy91rn
Live de Hosit Sales Maximus & sua banda Lanças de Fogo: https://www.youtube.com/watch?v=-euVLlo492o