Guilherme Dantas

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Cantor, compositor e sanfoneiro, o cearense Guilherme Dantas diz que enxerga com os olhos do coração. Com deficiência visual desde que nasceu, ele iniciou, aos 4 anos, sua conexão com a música de forma instintiva, dominando o teclado por ouvido. Sua habilidade o levou a conquistar múltiplos prêmios em concursos e a desenvolver sua vocação como instrumentista, com destaque para sua maestria na sanfona.

Em 2007, Guilherme recebeu uma bolsa para estudar no Souza Lima, o maior conservatório de música da América Latina, localizado em São Paulo. Na capital paulista, aprimorou seus conhecimentos no piano e explorou diferentes vertentes artísticas.

Não demorou para que convites para estudar no exterior surgissem, mas Dantas escolheu voltar para o Ceará para se dedicar a sua verdadeira paixão: o forró. Desde então, suas composições ganharam reconhecimento, marcando presença nos repertórios de artistas consagrados como Wesley Safadão, Gusttavo Lima, Mano Walter e Xand Avião.

Em 2024, Guilherme Dantas assinou contrato com a Vybbe, renomada empresa de gerenciamento de carreiras, marcando o início de uma nova fase em sua trajetória artística. Seu primeiro DVD, intitulado “Prazer, Guilherme Dantas”, conta com participações especiais de Xand Avião, Tarcísio do Acordeon e Dorgival Danta, além de ser o primeiro projeto audiovisual de forró que conta com audiodescrição.

Entre os lançamentos recentes de 2025, o artista tem trabalhado a série de EPs “Como Seria”, na qual resgata grandes sucessos do forró e outros ritmos nordestinos em novos medleys. O projeto reúne releituras de músicas que marcaram gerações, reafirmando seu compromisso com a valorização da cultura nordestina e o diálogo entre tradição e modernidade.

Guilherme Dantas é o nome por trás de grandes hits do forró e sertanejo que ultrapassam 50 milhões de visualizações nos aplicativos de música. Compositor cearense assina sucessos que ultrapassam 50 milhões de visualizações no YouTube e 30 milhões de streams no Spotify, gravados por nomes como Wesley Safadão, Tarcísio do Acordeon e Jonas Esticado.

Suas músicas, interpretadas por alguns dos maiores nomes do país, conquistaram milhões de pessoas, entre elas: “Deixa Eu Te Superar”, lançada por Tarcísio do Acordeon, no DVD Nossa História (2022), ultrapassa 30 milhões de streams no Spotify e 50 milhões de visualizações no YouTube.

Já “Me Ame ou Me Deixe”, sucesso na voz de Wesley Safadão em seu DVD Ao Vivo em Brasília (2016), soma 10,5 milhões de streams no Spotify e mais de 10 milhões de views no YouTube. “Difícil de Superar”, single de Jonas Esticado lançado em 2022, acumula mais de 5 milhões de reproduções e 3,5 milhões de visualizações, enquanto “Tô Com Medo”, lançada em 2024 por Guilherme em parceria com Tarcísio, soma mais de 1 milhão de views e mais de 100 mil streams, números que crescem diariamente.

Guilherme nasceu com deficiência visual e encontrou na arte uma forma de enxergar o mundo. Natural do Ceará, onde o forró está em todos os cantos, foi nesse ambiente que ele desenvolveu sua paixão pela música nordestina.

Em 2007, recebeu uma bolsa de estudos no Conservatório Souza Lima, em São Paulo, o maior da América Latina. Lá, aprimorou seu domínio no piano e teve contato com diferentes vertentes musicais. Hoje, é reconhecido também como um instrumentista talentoso, com destaque para seu domínio da sanfona, instrumento que se tornou marca registrada de seus shows.

Além de suas composições, Guilherme tem se dedicado a projetos que reforçam sua identidade artística e cultural. Um deles é a série de EPs “Como Seria”, lançada em 2025, onde revisita grandes sucessos do forró e de outros ritmos nordestinos em medleys emocionantes. O projeto une tradição e modernidade e reafirma o compromisso do artista com a valorização das raízes do Nordeste.

No palco, Guilherme entrega verdade, emoção e representatividade. Em junho deste ano, ele foi uma das atrações do palco principal do São João de Campina Grande (PB), o maior do mundo, com um show emocionante e cheio de simbolismo.

“Estar aqui é a realização de um sonho. Como artista com deficiência visual, isso representa muito mais do que um show. É plantar a semente para que outros cantores também possam chegar”, declarou o artista. Depois de se destacar como compositor, Guilherme Dantas aposta em novos projetos para ampliar ainda mais seu alcance no cenário nacional.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Guilherme Dantas para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 27/10/2025:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Guilherme Dantas: Nasci no dia 03/05/1991 em Fortaleza, Ceará.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Guilherme Dantas: A primeira coisa que eu lembro foi que eu tocava muito em bateria de criança, tambor, violãozinho de criança, teclado, instrumentos infantis. Que não eram necessariamente instrumentos, mas eles faziam algum barulho e eu já gostava disso com três, quatro anos de idade.

03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Guilherme Dantas: Eu tenho formação técnica em música pelo conservatório Souza Lima e tenho o segundo grau completo.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Guilherme Dantas: Todas influências musicais possíveis. Eu sempre ouvi muita música, do pop e do rock ao samba, forró, MPB e reggae. Eu procurei sempre ouvir de tudo, escutar e absorver de tudo um pouco.

05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?

Guilherme Dantas: Eu comecei uma carreira mesmo tocando na escola da minha mãe e da minha tia, elas eram professoras de uma escola pública, eu comecei cantando lá. Então todo evento que tinha, aniversário da escola, Dia das Mães, como eu já tocava teclado então eu tocava muito lá. Depois passei a tocar em churrascarias, aniversários de pessoas conhecidas, isso ainda muito novo, com oito, nove anos de idade (início dos anos 2000).

06) RM: Quantos álbuns lançados?

Guilherme Dantas: Cinco álbuns oficiais e dezenas de álbuns promocionais, algo que no forró é muito recorrente.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Guilherme Dantas: Ah, eu sou um forrozeiro, um sanfoneiro, que toca forró autêntico, mas com uma pitada de coisas atuais.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Guilherme Dantas: Com certeza, estudei, estudo canto. Fiz e faço até hoje terapia com fonoaudióloga.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Guilherme Dantas: O talento se nasce com ele, mas estudar é muito importante para aprimorar o pouco que a gente sabe. Então é muito importante o estudo para resolver algumas coisas que às vezes a gente faz errado e o estudo tá ali para nos auxiliar quanto a isso.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Guilherme Dantas: De Luiz Gonzaga a Michael Jackson.

11) RM: Como é o seu processo de compor?

Guilherme Dantas: Não tem uma regra, eu componho de qualquer jeito. Componho deitado, andando. Componho em silêncio, no barulho. Componho com outros parceiros e só também. Faço a melodia e a letra ao mesmo tempo ou escrevo e depois faço a melodia. Ou também faço só a melodia e depois que vem a letra.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Guilherme Dantas: São muitos, mas os que eu mais faço músicas são Jota Reis, Caninana, Renno Poeta, Kinho Chefão, são os meninos que compõe mais comigo.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Guilherme Dantas: Weslwy Safadão, Xand Avião, João Gomes, Henrique e Juliano, Tarcísio, Magníficos, Zé Cantor e por aí vai.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Guilherme Dantas: Acho que o pró é poder ser quem somos, colocar nossa verdade. Já o contra é que às vezes o artista independente, ele é meio marginalizado, as pessoas não tem tanto respeito. Mas a gente vai quebrando isso com o trabalho.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Guilherme Dantas: Minha carreira é muito focada em positividade, né? A minha superação como deficiente visual, já é algo positivo, então a gente traduz isso na nossa carreira como um todo. Seja cantando músicas boas que falem de coisas bacanas, mas também nas atitudes.

Então, estar sempre presente em projetos sociais, eu gosto. Estar sempre ajudando artistas, estar envolvido em coisas que façam o bem. E na carreira musical estar sempre cantando coisas boas, que tragam boas vibrações, que não agridam verbalmente a mulher, isso tudo conta.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?

Guilherme Dantas: Foco muito nesse marketing positivo, que aos poucos vem dando muito certo e na superação também de mostrar para as pessoas que eu, mesmo com deficiência visual, consegui. Esse lado tem trazido muitos frutos bons pra gente.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?

Guilherme Dantas: Eu acho que a internet mais ajuda do que atrapalha. A internet hoje é uma grande porta, tem trazido muitos seguidores pra gente. Aos poucos, as pessoas vêm entendendo o meu trabalho e eu acho que eu não vejo nenhum ponto que atrapalha muito não.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Guilherme Dantas: Só tem vantagem. A música hoje ela se popularizou. Alguém como eu que estudou consegue gravar, mas alguém que não tem estudo consegue também gravar. Até hoje tem as inteligências artificiais que ajudam demais nisso. Eu só vejo como positivo, como vantagem.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Guilherme Dantas: Mostrar a minha verdade, muito além da música. Mostrar quem eu sou de dentro para fora, eu acho que hoje as pessoas enxergam muito isso. Não que a música esteja em último plano, mas hoje ela está ali lado a lado com o discurso que mostro.

20) RM: Como você analisa o cenário do Forró. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Guilherme Dantas: O forró tem um defeito que é que alguns artistas copiam muito uma ideia que deu certo. Mas talvez isso não seja só no forró, é algo da música como um todo. Às vezes algo dá certo ali para alguém e vem uma galera e copia. Mas fora isso tem muitos artistas que fizeram um grande trabalho, o Xand, o Safadão, o João Gomes.

O João agora na sua atual geração é o maior de todos, nessa geração nova. Mas o Safadão e o Xand são como se fossem líderes de um movimento, estão no topo da cadeia. E tem muitos outros que fazem grandes trabalhos, o Nattan também é um cara da nova geração que está ali, tem o seu lugar altíssimo no topo.

21) RM: Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?

Guilherme Dantas: Olha, são muitas! Eu poderia ser injusto se eu citasse, né? Atualmente tem muita coisa boa feita. O grande porém é que tem muita música ruim que tem palavrão, que fala mal da mulher e que materializa as coisas. Essas músicas têm ganhado um grande espaço, não sei por qual motivo, mas ainda assim existem grandes músicas sim, tanto no forró quanto no sertanejo.

22) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para o show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?

Guilherme Dantas: Eita que eu sou ruim de memória (risos). Eu fui cantar uma vez no Amazonas, no Tocantins. Aí chegando no show, o pessoal da minha produção falou que era impossível fazer o show lá, que o som não dava conta, né? Aí eu lembro que o técnico de som falou assim ‘eu lavo minhas mãos, aqui não dá’.

Chegou então um cara e falou: ‘você faz o quê, rapaz?’. Ele disse ‘aqui não dá não, esse som não dá não’. Aí ele falou assim ‘você sabe quem sou eu’. E o meu técnico ‘não, quem é você?’. Ele respondeu, ‘eu sou o prefeito da cidade e vocês vão tocar aqui, no som que tiver’. Aí o meu técnico ‘não, senhor. Pois sendo assim a gente toca’. Aí arrumaram lá de qualquer jeito e conseguimos tocar. É a prova que às vezes tecnicamente algo não dá certo, mas quando se tem um pouquinho de paciência as coisas acontecem, né?

23) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Guilherme Dantas: Eu acho que o que me deixa feliz é o que deixa feliz qualquer artista, o reconhecimento, o aplauso, o calor humano. O que me deixa triste eu acho que é o fato de às vezes não ser tão compreendido. O sanfoneiro por si só já é um artista esquisito, sanfoneiro não dá em toda árvore. Eu acho que as pessoas ainda não compreenderam muito bem e o sanfoneiro ainda não tem seu espaço, como outros cantores têm.

24) RM: Qual a sua opinião sobre o movimento do “Forró Universitário” nos anos 2000?

Guilherme Dantas: Acho muito bom o que foi produzido no movimento do “Forró Universitário”. Eu acho que o forró tem algo agora nesse movimento que estava faltando, que é o reconhecimento das raízes. É o reconhecimento do verdadeiro nordestino, do vaqueiro, da pessoa do campo, essa valorização do interior. Isso tem sido muito legal.

25) RM: Quais os grupos de “Forró Universitário” chamaram sua atenção?

Guilherme Dantas: Eu gosto muito dessa turma que faz um forró, mas o forró de boas letras, né? O João, o Nattan, o Tarcísio, curto muito essa galera. E tem muitas outras pessoas, como Mestrinho. Tem uma turma que faz um forró bom.

26) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Guilherme Dantas: Sim sim, a música boa ela tem espaço. É só chegar a hora certa!

27) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Guilherme Dantas: Faça com amor, faça com verdade. Não se curve a todo momento a opinião de um e de outro porque senão você vai se perder. Comece fazendo o que você acredita, mesmo que pareça esquisito, mesmo que pareça estranho, faça a sua verdade.

28) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Guilherme Dantas: O pró do festival de música é que se você conseguir entrar se apresentará para um grande público, né? E o contra é que os festivais hoje são na sua grande maioria fechados com somente grandes atrações, então é difícil alguém que tá começando entrar.

29) RM: Hoje os Festivais de Música revelam novos talentos?

Guilherme Dantas: Não, acho que a internet hoje é mais fácil para mostrar novos talentos.

30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Guilherme Dantas: Acho que a grande mídia é o povo, quando o povo quer. É quem faz a melhor cobertura (risos).

31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Guilherme Dantas: Bom, eu não conheço esses espaços, mas quero conhecer. Se me derem a oportunidade, eu quero estar por dentro.

32) RM: Qual a sua opinião sobre as bandas de Forró das antigas e as atuais do Forró Estilizado?

Guilherme Dantas: Forró das antigas é um forró único, que deixou e deixará sua grande marca, acredito que para os próximos anos e para as gerações seguintes. Já o forró atual, esse que eu falei que tem boas letras, ele ainda será muito bem falado.

33) RM: Qual a sua opinião sobre o uso do Teclado no Forró?

Guilherme Dantas: Maravilhoso! Tudo que vem para democratizar, para deixar mais fácil, é bom.

34) RM: Quais os seus projetos futuros?

Guilherme Dantas: Tudo que for bom, que faça bem aos ouvidos das pessoas, eu farei.

35) RM: Quais seus contatos?

Guilherme Dantas: Shows: (85) 99644-4878 | https://www.instagram.com/guilhermedantasoficial

Canal: https://www.youtube.com/user/Guilhermedantas01

Guilherme Dantas – Sanfona E São João: https://www.youtube.com/watch?v=OSdWPm7B5Dw

Assessoria de imprensa – Novità Comunicação Estratégica:
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