O cantor e compositor carioca lança o primeiro single intitulado “Paz e Amor” a composição faz parte do novo álbum que será lançado em agosto, com uma guinada definitiva em sua trajetória artística.
Após se destacar no cenário do Trap, R&B e Afrobeats, Felth agora mergulha de cabeça na fusão entre o samba-rock, a soul music e o pagode, com inspiração em nomes como Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Seu Jorge, Ludmilla, Sandra de Sá e a estética clássica da Motown Records.
O primeiro single, “Paz e Amor” é um grito de esperança em meio ao caos da cidade. Inspirado em um episódio de violência na Zona Norte do Rio, onde Felth nasceu, a canção mistura crítica social, desejo de ascensão e romance, com referências a Djavan, Seu Jorge e à realidade das periferias brasileiras, bem dançante e de sua autoria. Dono de um timbre grave marcante o show do Felth traz um repertório primoroso e tem animado o público por onde se apresenta.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Felth para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 21/07/2025:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Felth: Nasci no dia 22/03/1996 no Rio de Janeiro. Registrado como Felipe Rocha Pereira.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Felth: Meu primeiro contato com a música foi aos 7 anos de idade, quando minha avó me deu meu primeiro violão. Foi através dele que eu comecei a desenvolver a habilidade da audição. Colava meu ouvido no rádio e tentava reproduzir as melodias das músicas nota por nota.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Felth: Eu sou autodidata quando o assunto é violão e voz e com relação a produção musical eu me formei como beatmaker na Academia dos Beats. Na vida acadêmica, cheguei a ingressar no curso de Arquitetura da PUC – RJ. Curso ao qual tranquei no quarto período por não me identificar e pela música estar falando mais alto na minha vida!
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Felth: Eu sempre amei escutar as programações musicais das rádios, diferentes gêneros e fui mudando o que eu gostava de escutar com o decorrer do tempo! Meu pai sempre apreciou sambas de enredo antigos, assistia a clipes de músicas internacionais naqueles CDs de feira que prometiam mais de 1000 clipes em um só CD. Eu estava sempre ali aproveitando junto. Isso me fez aumentar a gama de sonoridade e tato musical. Houve uma época em que eu só escutava samba e pagode, outra época que comecei a curtir muito pop rock nacional, outra em que o hip hop tomou conta dos meus fones de ouvido. Tudo isso me influenciou e eu utilizo essa experiência na criação da minha identidade e no meu show.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Felth: Minha carreira musical começou após eu trancar a matrícula do curso de Arquitetura da PUC – RJ. Eu defini: – Ou eu entro de cabeça na música e tento até o final, ou serei infeliz o resto da vida. Em 2016 para 2017, comecei na internet mostrar meu trabalho através dos covers, e cantando ao vivo nas oportunidades que tinha.
06) RM: Quantos álbuns lançados?
Felth: Em breve lançarei meu primeiro álbum: Felth Black Samba. Lancei o single Paz e Amor em todas as plataformas digitais
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Felth: Com tanta variedade na nossa musicalidade é até difícil definir um só estilo, mas eu posso dizer que sou do samba … da black music brasileira.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Felth: Cheguei a entrar na Escola Villa-Lobos, mas não foi o que eu imaginava, ai tentei apenas os cursos e vídeos online. Hoje, o curso que mais me fez mudar e adquirir técnicas vocais foi o do Marcio Guerra Canto, método MGC.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Felth: Total. É com estudo e prática que se adquire o conhecimento necessário para respirar no momento certo, pra não machucar suas pregas vocais, para cantar por horas e não sair rouco.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Felth: É uma grande lista. Admiro cantores tanto pela voz quanto pela personalidade, postura, posicionamento, então ai vão alguns nomes: Seu Jorge, Emílio Santiago, Alcione, Xande de Pilares, Thiaguinho, Clara Nunes, Hungria Hip Hop, Mano Brown, Cassia Eller, Gilberto Gil, Caetano Veloso.. e a lista não para…
11) RM: Como é seu processo de compor?
Felth: Muito diverso, não tenho fórmula nem regra.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Felth: Hoje, meu principal parceiro de composição se chama Marcelo Vicente Rolim. O número de parceiros vai aumentando conforme nosso trabalho vai evoluindo!! É normal músicas terem 4, 5, 6 compositores!
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Felth: A maior dificuldade está na parte financeira e na continuidade. A internet democratizou em muito o poder de uma música despontar da noite pro dia, mas ainda assim é preciso gerir e tomar bastante cuidado com todo o backstage que um artista precisa. É muito mais do que produzir a música e lançar nas plataformas. Já pelo lado bom, é ter a liberdade de escolha e seguir o caminho que quiser é uma vantagem.
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Felth: Desenvolver um repertório atemporal, mantendo a postura de um artista respeitado pela voz e pelos princípios, com uma agenda positiva ao longo dos anos.
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?
Felth: Não tem nada mais empreendedor que cuidar dos pilares que eu acredito que sejam os mais importantes dessa vida: Mente, Corpo e Espírito.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Felth: A internet nos possibilita uma super exposição que até anos atrás só era possível em veículos de comunicação como tvs e rádios, então essa janela “gratuita” de exposição é perfeita pra todos nós. O único problema é a forma como as pessoas tem consumido arte hoje em dia! Baseadas em micro vídeos e cortes, fazendo com que muitos artistas lancem coisas genéricas, sem profundidade artística alguma. Tornaram os “números” (muitas vezes comprados) em parâmetros pra colocar certos artistas em prateleiras mais importantes que outros. Isso é totalmente errado na minha visão.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Felth: Eu não vejo desvantagens em home estúdio, apenas prós. Eu mesmo sou fruto disso, de começar estudando e gravando em casa, mostrando meu talento da forma como dava, pra depois alcançar produções e patamares mais altos! Eu até incentivo novos artistas a fazerem o mesmo!
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Felth: Realmente o mercado fica um pouco saturado por conta da concorrência, mas a minha meta sempre foi buscar e desenvolver o meu diferencial. No meu caso, a voz grave, é o poder que tenho pra me diferenciar da maior parte dos cantores atuais, que focam em tentar os maiores agudos possíveis.
19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileiro. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Felth: Acho que a MPB tem excelentes representantes atuais e que ainda serão descobertos. Os Garotin, Jotape, Marvilla com o pagode, eu e tantos outros. Não cabe a mim falar sobre regressão de artistas, todos tem o seu momento.
20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?
Felth: Todo artista no início se depara com situações precárias em certos lugares. Cantar só para os trabalhadores do local, por exemplo, já aconteceu diversas vezes. Sobre ser cantado, já aconteceu diversas vezes também (risos), isso deixa a nossa autoestima mais elevada! Ainda mais eu, que na infância era considerado um cara feio.
21) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Felth: Não tem nada melhor nesse mundo que trabalhar com o que ama! Ainda não me deparei com a parte triste da carreira musical, acho que certas desilusões, quebra de expectativa, são normais em todas as áreas. Eu só sigo o fluxo trabalhando e persistindo no meu sonho.
22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Felth: Dom não é nada mais nada menos que facilidade para efetuar certas ações. Mas de nada adianta o dom se não houver raça e determinação.
23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
Felth: Saber sair de situações adversas da melhor forma possível.
24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Felth: Existe improvisação de fato. Pensando em show, por exemplo, acredito que cada plateia reage de uma forma ao seu show. No meio dele, você consegue distinguir o que é melhor ou não pra aquele momento. Acho que é isso.
25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Felth: Improvisar gera malícia pra sair de situações que perderam o controle. O ruim é que você fica exposto ao erro.
26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Felth: Não sei dizer os contras do estudo de Harmonia Musical. Cada método funciona de diferentes formas de pessoa pra pessoa.
27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Felth: Tudo depende da forma como se negocia. Mas eu acredito no poder do povo. A rádio toca o que o povo quer ouvir. No início as vezes é preciso pagar, mas a meta é sempre fazer com que a música passe a ser pedida.
28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Felth: Digo que faça, se isso realmente for o sonho e a determinação de vida dela. Sempre focando em desenvolver qual é o diferencial dela para as demais pessoas.
29) RM: Festival de Música revela novos talentos?
Felth: Festivais de música tem o poder de lançar novos talentos.
30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Felth: A cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira é fraca. Poucos programas de TV e rádio que realmente incentivam essa arte. Muitos se baseiam no número de streamings que o artista tem (que já sabemos que com dinheiro você consegue muito espaço) e perpetuam o trabalho de pessoas, que não são boas o suficiente para tal exposição.
31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Felth: Esses espaços motivam a nova cena musical e de quem busca um caminho de vida na arte!
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
Felth: Aguarde, acompanhe e verá.
33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Felth: (11) 98196 – 0396 (Marcio Rolim) | https://felth.com.br | [email protected] | https://www.instagram.com/felth
Canal: https://www.youtube.com/@FELTH
FELTH – Paz e Amor: https://www.youtube.com/watch?v=AqgimLaNeIQ21
FELTH – Dia de Sorte – Ao Vivo: https://www.youtube.com/watch?v=E6Y1V8JIB4w
Canal: https://www.youtube.com/channel/UC3eqBiBZTSTe-2pdCLhL_8A
Um artista com um primeiro single muito importante abordando um tema tão real e necessário para gerar reflexão. Ótima entrevista!