More Bruno Felga »"/>More Bruno Felga »" /> Bruno Felga - Revista Ritmo Melodia
Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

Bruno Felga

Compartilhe conhecimento

O cantor, violonista, baterista, percussionista e produtor musical mineiro Bruno Felga, iniciou sua carreira musical em 1999. Sempre incentivado pelo seu pai, Napoleão, que se autointitulava “fã número 1 e puxador de palmas” do filho.

Desde então, Bruno Felga teve inúmeras bandas e oportunidades de tocar ao lado de grandes nomes da música brasileira como Milton Nascimento, Wagner Tiso, Toninho Horta, Jane Duboc, Vander Lee, Geraldo Azevedo, Paulinho Pedra Azul, Hyldon, Dalto, Robertinho Silva, Victor Biglione, Chico Amaral, Emmerson Nogueira, Zé Renato (Boca Livre), entre outros.

Durante 16 anos, Bruno Felga foi baterista, percussionista, produtor artístico e executivo do saudoso compositor, cantor e violonista Tunai, seu conterrâneo, falecido em janeiro de 2020. Juntos, gravaram discos, viajaram por todo o país e fizeram turnês no exterior.
Em 2020, Bruno Felga se lançou como cantor e violonista, realizando diversas lives e shows na região sudeste.

Participou de inúmeros festivais, com destaque para o show “Minas e os Beatles”, dentro da programação da BH Beatle Week, ao lado de Aggeu Marques, Affonsinho (ex-Hanoi Hanoi), Cláudio Venturini (14 Bis), Luiz Carlos Sá (Sá e Guarabyra), Márcio Greyck e Paulinho Pedra Azul.

Recentemente, lançou o audiovisual “Canções do Clube e de Outras Esquinas”, disponível no YouTube e nas plataformas digitais. Além das canções de autoria de seus “amídolos” (com o intuito de manter vivas as obras dos artistas e apresentá-las aos novos públicos), Bruno Felga mostra que é um artista híbrido, que flutua entre a MPB e o rock.

Em seus shows, interpreta vários clássicos e hits no formato “voz e violão” ou acompanhado de sua Banda F (com guitarra, contrabaixo, teclado e bateria). O show é animado, dançante e interativo.

Segue abaixo entrevista exclusiva com Bruno Felga para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 04/08/2025:

01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?

Bruno Felga: Nasci no dia 7 de outubro de 1984 no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Ponte Nova – MG. Registrado como Bruno Felga de Castro.

02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.

Bruno Felga: Na infância eu ouvia música no carro com meu pai (Napoleão) e num quarto de música com minha mãe (Eliana). Tenho lembrança de ouvir A Turma do Balão Mágico, Rita Lee, Ritchie, Demis Russeau, Fagner, Zezé Di Camargo e Luciano, entre outros.

03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?

Bruno Felga: Sou autodidata. Comecei o curso de Administração de Empresas, mas não concluí, pois na época já estava fazendo muitos shows e não consegui conciliar com o curso na Faculdade.

04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?

Bruno Felga: Na adolescência ouvi muito rock nacional e internacional: Engenheiros do Hawaii, Os Paralamas do Sucesso, Raimundos, Charlie Brown Jr, Guns N’ Roses, Iron Maiden, Metallica. Depois que conheci o Tunai, ele me apresentou um universo completamente diferente. Comecei a ouvir Tom Jobim, Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Clube da Esquina. Fiquei um bom tempo sem conseguir ouvir rock, mas fiz as pazes e atualmente estou ouvindo um pouco de tudo.

05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?

Bruno Felga: Iniciei minha carreira aos 15 anos de idade (1999) como baterista da banda The Phuntos, em São José do Goiabal – MG, e nunca mais parei. Lá se vão 26 anos. Como cantor, iniciei em meio à pandemia do covid-19, em 2020, após o falecimento do meu amigo e parceiro Tunai, com quem trabalhei como músico e produtor por quase 20 anos.

06) RM: Quantos álbuns lançados?

Bruno Felga: Ainda não lancei nenhum álbum solo, mas já participei de gravações de álbuns de diversos artistas. Recentemente, lancei meu primeiro audiovisual “Canções do Clube e de Outras Esquinas”, disponível no Youtube.

07) RM: Como você define seu estilo musical?

Bruno Felga: Me considero um artista híbrido que flutua entre a MPB e o rock.

08) RM: Você estudou técnica vocal?

Bruno Felga: Sou completamente autodidata. Nunca estudei técnica vocal.

09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?

Bruno Felga: Acho que é extremamente importante. Afinal, a voz é a minha principal ferramenta de trabalho e deve ser muito bem cuidada.

10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?

Bruno Felga: Admiro vários cantores e cantoras, mas acho que Milton Nascimento e Elis Regina são incomparáveis.

11) RM: Como é seu processo de compor?

Bruno Felga: Sou muito perfeccionista e isso me atrapalha um pouco. Demoro muito para finalizar uma música, pois nunca acho que está boa o suficiente. Mas não tenho um processo específico.

12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?

Bruno Felga: Não tenho tantos parceiros, mas recentemente, fiz algumas músicas em parceria com Marcos Moussallem.

13) RM: Quem já gravou as suas músicas?

Bruno Felga: Ainda não tive nenhuma música gravada por outro artista.

14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?

Bruno Felga: Ser independente é fundamental quando se quer gerir a própria carreira, porém, os investimentos são muito altos. Além disso, o showbiz é corporativista e se o artista não tem contrato com uma gravadora, dificilmente conseguirá ter acesso à grande mídia.

15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?

Bruno Felga: É muita ralação. O dia inteiro fico tentando fechar shows, ensaiando, gravando, etc.

16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?

Bruno Felga: Tento aplicar na minha carreira tudo o que aprendi trabalhado com o Tunai. Acho que o método tradicional ainda funciona muito bem. Gravar álbuns completos ao invés de singles, lançar álbuns físicos (CD, DVD e LP), fazer divulgação em jornais, rádio e TV.

17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?

Bruno Felga: A internet democratizou o acesso, mas também deu luz à muitos artistas que não têm a menor condição de lançarem músicas. Temos que garimpar muito pra achar algo relevante. No meu caso, é mais uma ferramenta pra divulgação do meu trabalho, mas não é a principal.

18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?

Bruno Felga: O home estúdio é uma tecnologia fundamental para quem faz música. Dá muita independência na criação. Hoje em dia existem trabalhos muito bons gravados em Home Studio.

19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?

Bruno Felga: Na realidade não penso na música como competição, como disputa de espaço. Me preocupo em alimentar apenas o meu público. Enquanto houver gente afim de ouvir o que canto, vou cantar.

20) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?

Bruno Felga: Sinceramente, acho que a MPB está em declínio e fadada ao fim num futuro próximo. Hoje em dia os artistas da MPB estão muito mais preocupados com atitudes, causas sociais, bandeiras, política, etc., do que com o principal, que é a Música. Artistas férteis das décadas passadas não produzem mais como produziam e muitos já estão aposentando ou partindo, deixando apenas o legado. Atualmente, nenhum artista da nova MPB me emociona.

21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?

Bruno Felga: Nossa! Já aconteceram incontáveis situações inusitadas. Brigas, foram várias. Mas, ultimamente, as coisas andam mais normais. Acho que a gente vai ficando mais tolerante com a maturidade.

22) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?

Bruno Felga: O que me deixa mais feliz é poder trabalhar e ganhar dinheiro com a Música, que é o que mais amo nessa vida. O que me deixa mais triste é a desvalorização, pois acho que poderia ganhar muito mais dinheiro e ser muito mais respeitado na minha profissão.

23) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?

Bruno Felga: Acho que existe o dom. Mas o estímulo e o esforço são fundamentais. Não adianta nascer com o dom se não desenvolvê-lo. Por isso, o estímulo na infância é muito importante.

24) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?

Bruno Felga: Até o improviso deve ser ensaiado. Acho que o ensaio é o segredo do sucesso. Ele te leva à perfeição.

25) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?

Bruno Felga: Acho que existe o improviso, mas pra que ele seja bom ou perfeito, é necessário estar seguro nas técnicas usadas. Pra isso, é necessário ensaiar exaustivamente.

26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?

Bruno Felga: Se o músico é versátil e está seguro pra improvisar na hora certa, acho que enriquece a música. Mas se é um músico pouco versátil, que não tem uma técnica legal, é melhor fazer o arroz com feijão mesmo. Agora, ficar improvisando em cima de um arranjo já definido, principalmente, quando os outros músicos estão ensaiados, acho que é falta de educação. Hoje em dia tem muito músico tocando pra ele e pros seguidores dele, não estão tocando pra música ou acompanhando o artista, que é o principal daquela gig.

27) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia Musical?

Bruno Felga: Acho que estudar harmonia é fundamental para se tornar um grande músico. Mas deve haver equilíbrio. Conheço músicos que querem colocar trinta acordes onde só cabem três, só pra mostrar que sabem tudo de harmonia. É desnecessário.

28) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?

Bruno Felga: Isso é imprevisível. Depende muito do interesse das rádios. Por exemplo: se minha música viralizar espontaneamente nas redes sociais, tenho certeza que rádios e TVs tocarão minhas músicas e me convidarão pros programas. Mas se isso não acontecer, o interesse em tocar nessas veículos será exclusivamente meu. Portanto, como as emissoras tem objetivo comercial, não vejo problema em cobrarem pra tocar. É negócio. Não romantizo isso. Porém, pago se eu quiser. Não sou obrigado.

29) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?

Bruno Felga: Ser músico é uma coisa. Ser artista é outro. Músico é profissão, igual médico, advogado, contador. Artista pode ser qualquer coisa, desde que tenha tempo e dinheiro pra investir na sua carreira. Quem quiser trilhar uma carreira musical deve entender muito bem essa diferença, senão quando chegar lá na frente ele poderá se frustrar por pensar que não conseguiu fazer sucesso e não ficou famoso. No meu caso, sou músico profissional e se vir a fazer sucesso e ficar famoso será resultado de muito trabalho e esforço. Com certeza, vale a pena!

30) RM: Quais os prós e contras do Festival de Música?

Bruno Felga: Não vejo a música como competição. Não acho que sou melhor que ninguém, mas acho que existem músicas e músicos ruins, porém, não é necessário expor. Acho que as pessoas têm mania de criar estereótipos e músico de festival é um deles. O músico precisa fazer uma música que fala do sertão, da natureza, subir no palco descalço, mal vestido, amarar um monte de fitinha no braço do violão (de preferência viola caipira), e aí sim ele terá uma chance. Todas as vezes que subi num palco de festival de música, percebi um olhar preconceituoso só porque estava bem vestido, com bons instrumentos e cantando músicas que falavam de amor. Os jurados não gostam desse meu estereótipo.

31) RM: Festival de Música revela novos talentos?

Bruno Felga: Não. A maioria dos músicos que participam de festivais de música já são músicos experientes. Alguns são conhecidos como “papa-festivais”, pois rodam o Brasil inteiro ganhando festivais. Eles vivem disso.

32) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?

Bruno Felga: A cobertura da grande mídia é comercial e não cultural. Tratando-se de negócios, eles estão certos. Têm que levar nos programas de TV os artistas mais populares, pois eles querem quantidade de telespectadores e não qualidade.

33) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?

Bruno Felga: Já fiz muitos shows pelo SESC em SP, Rio e Minas. Mas não acho que o espaço seja tão aberto. Muito pelo contrário, só consegui entrar lá através de uma produtora que indicava os artistas pra eles. Pelo SESI fizemos uma turnê pelo interior de São Paulo, pois fomos contemplados num edital. Na época foi muito bom lidar com eles. Já o Itaú Cultural, nunca fiz. Mas a Caixa Cultural já fizemos e foi muito bom, porém, exageradamente burocrático.

34) RM: Quais seus projetos futuros?

Bruno Felga: Recentemente, lancei o audiovisual “Canções do Clube e de Outras Esquinas” e estou trabalhando na divulgação. Meu próximo projeto é gravar um álbum com 12 músicas minhas e de compositores com os quais convivi no período em que trabalhei com o Tunai, além de amigos compositores menos conhecidos. Vou lançar nas plataformas digitais, mas também pretendo lançar o CD físico. Muito obrigado pelo bate-papo, Ritmo Melodia! Abraços musicais a todos os leitores.

35) RM: Quais seus contatos?

Bruno Felga: www.brunofelga.com.br | www.instagram.com/brunofelgaoficial

Canal: www.youtube.com/brunofelgaoficial

Bruno Felga – Canções do Clube e de Outras Esquinas: https://www.youtube.com/watch?v=w5nDvNFXPHA


Compartilhe conhecimento

Comments · 1

Deixe um comentário

*

Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.
Revista Ritmo Melodia
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.