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Uma Revista criada em 2001 pelo jornalista, músico e poeta paraibano Antonio Carlos da Fonseca Barbosa.

O Canto do Santo de Casa

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“Que Santo de Casa não obra milagre”, todo mundo comenta e/ou difama. Essa máxima é tatuada na sina de poetas, profetas, gênios e loucos.

Se, o seu vizinho, que não chama atenção; exceto quando alguém fala mal dele, aparecer na TV respondendo pesquisa, pagando mico em pegadinha ou reality show, sendo caso de polícia (Como vítima ou vilão). Estes fatos o fazem passar existir  para a sua comunidade. A luz mágica da TV dá vida aos anônimos. Se alguém próximo ou não, se tornar famoso pela arte que faz e que a maioria sempre duvida de sua competência e/ou criatividade, os mesmos incrédulos se tornam fãs incondicionais e amigos íntimos. E querem aparecer em programas dominicais dando depoimentos confidenciais da “nova Estrela”, contando histórias e mostrando objetos que provam a proximidade.  Mas, o “Santo de Casa” tem que propagar a ressonância do seu canto em outros cantos para ser respeitado na sua “Aldeia”.

Alguns músicos são cobrados quando alcançam a fama para não esquecerem as “suas origens”. Os mesmos conquistam as suas vitórias profissionais e pessoais através dos próprios esforços e muitas vezes solitários. E poucos receberam incentivos pessoais, materiais e espiritual; exceto dos pais, entes queridos e pouquíssimos amigos, para desenvolverem a sua Arte.

A torcida motivacional que teve da maioria dos seus conterrâneos na hora da partida é: “Se vencer estamos junto para usufruir os frutos”. Mas se “fracassar” não precisa avisar. Os artistas, hoje famosos, saíram e/ou retornaram a sua cidade natal com despedidas e recepções pouco nobres e calorosas.  Mas, após o êxito e sucesso profissional, se não tratarem bem os bajuladores, serão classificados de esnobes, arrogante e pedantes por quem nunca os apoiaram no início da carreira artística.

O profeta sabe que só longe da sua terra pode ter suas profecias aceitas e respeitadas um dia. O bom exemplo da humanidade foi Jesus Cristo de Nazaré. Mas quais são os motivos que levam artistas buscarem novos cantos e horizontes? O fenômeno é conhecido como: “A Cidade ficou pequena demais para a minha criatividade e ambição profissional e pessoal” ou “a minha arte não é valorizada como merece”. Algumas músicas retratam bem o fenômeno da partida e retornou à cidade natal em diversas visões e situações. O artista retirante busca a grande cidade por não poder esperar 300 anos de vida pela evolução natural da sua cercania.

Mas toda migração ou imigração tem seus males naturais: superpopulação e acirradas disputas profissional. Mas a guerra pela sobrevivência nas grandes cidades há pelo menos algumas possibilidades de vitórias. Enquanto no interior sobra tranquilidade e faltam oportunidades. A Prosperidade, sombra e água fresca existem para os “donos” do lugar e para os seus descendentes, os bajulares e heróis que resistem e são no leito da morte reconhecidos. Sobrando para os demais artistas a migalha que cai da boca de um “Artista tubarão”. Alguns “Santos de Casa” não se ausentam permanentemente de sua cidade, pois alcançaram um certo prestígio local e ainda não tem uma popularidade nacional e continuam na sua zona de conforto até se tornarem “carne de vaca!”.

Uns vão à luta e deixam na sua cidade um público seleto que torce para que os sonhos do artista não sejam abortados ou engolidos pela poeira da estrada. Na grande metrópole o “caboclo chora”, passa frio, humilhação, preconceito, sufoco e “a mãe não escuta” o seu lamento ou arrependimento. O “Santo de Casa” pode ou não se tornar famoso, mas após a sua guerra pessoal, profissional, os conterrâneos os respeitam pelo bom exemplo de abnegação e coragem por buscar a vitória almejada por muitos, o reencontro com a sua origem será um verdadeiro abraço fraterno. Nem os conterrâneos nem o “Santo de Casa” têm obrigações do auto reconhecimento. Cada pessoa tem que construir o seu próprio caminho devendo homenagem e agradecimento apenas àqueles que ajudaram na caminhada árdua. A cobrança pelo reconhecimento e/ou a mágoa de quem ficou ou de quem partiu não tem razão de existir.

Nascemos em algum lugar por acaso, sorte ou azar. Escolhemos outros lugares para viver e sobreviver por opção consciente de buscar o melhor que não encontrou no lugar de nascimento. Alguns artistas sentem saudades de suas origens e outros não. Muitos saíram de sua terra natal quando criança ou adolescente, tendo mais tempo de vida em outra cidade do que na sua terra natal. O que deve existir é o respeito mútuo de quem partiu e de quem ficou. A relação do “Canto do Santo de Casa” com seu local de origem será como o reencontro do amor de mãe que recebe calorosamente o filho pródigo pelo que o mesmo representa em qualidade de caráter e não por sua fama artística.

A origem pode simbolizar bem a nossa mãe e a escolha de outro lugar a nova família. Essa separação pode unir o sentimento de respeito de quem ficou e o orgulho da origem de quem partiu com “a cara e a coragem” de construir o seu destino em um melhor lugar para si.

A Vitória é a meta a atingir, mas orgulho maior são as conquistas e lições aprendida no percurso da caminhada. A fama será consequência e as vitórias os bons exemplos deixados. O êxito maior é a ousadia de lutar e dominar o próprio destino construindo a própria história com dignidade, esperança, respeito, humildade, honestidade e prosperidade.


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