A cantora, compositora e violonista paulistana Anabel Bian, é a terceira geração de músicos da sua família. Neta de Octávio Franchini, trombonista e saxofonista que acompanhou as orquestras de Silvio Mazzuca, Simonetti e Osmar Milani.
Ela iniciou a carreira cantando em bares e eventos, interpretando clássicos da música brasileira e internacional. Integrou por dois anos o ‘CoralUSP’, regido pelo maestro André Juarez. Com o grupo, apresentou-se em diversos locais, como: Teatro Alfa, Memorial da América Latina, programas televisivos, eventos, etc. Junto a essa experiência, começou a estudar canto e teoria musical com Marisa Figueiredo. Após alguns anos fazendo releituras, se empenhou no seu primeiro álbum, chamado “Adição”, que traz as suas composições. A produção musical é uma parceria com Pipo Pegoraro, conceituado músico e produtor da atualidade. Ela fez show no: Centro Cultural SP, A Hebraica, Clube Pinheiros, Ao Vivo Music, FNAC Paulista, Teatro da Vila, Feiras Culturais da Prefeitura de SP, Amparo-SP, Ilha Comprida-SP, Santana de Parnaíba-SP, Francisco Morato – SP, e muitos outros.
Em 2011, fez parte do grupo “Vazante”, idealizado por Kléber Albuquerque, ao lado de Nô Stopa, Daniella Alcarpe, Elaine Guimarães e o próprio Kléber que assina as canções. Um grupo que expressa feminilidade e tem o elemento água como base do espetáculo. Atualmente, divulga as canções de seu segundo álbum “Sinais Vitais”, gravado com patrocínio da ‘Sociedade da Cerveja’, através do ProAC – Governo do Estado de SP. Na produção musical deste trabalho, Anabel contou com a parceria de Daniel Oper, cantor, músico e produtor. O lançamento foi em Setembro de 2013, dentro de uma temporada em São Paulo com 10 shows de grande sucesso. Assim, ganha notoriedade pelas excelentes apresentações. Grande marca da artista são os músicos consagrados (Alex Frontera, Lael Medina, Beto Angerosa, Manoel Cruz, Davidovitch) que a acompanham e tornam o show ainda mais brilhante. Traz a seu modo, canções de Vander Lee, Cordel do Fogo Encantado, Kléber Albuquerque, 5 a Seco, Criolo, além de suas composições.
Paralelamente, apresenta o Programa “Espaço 48” na Rede NGT TV, desde dezembro 2012 e entrevista vários artistas do cenário da boa música brasileira. O Programa vai ao ar aos Domingos, em horário nobre, com boa audiência em âmbito nacional. Artista da nova geração faz da música a sua maior expressão e pretende agradar várias gerações.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Anabel Bian para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistada por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 16 de abril 2014:
01) RitmoMelodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Anabel Bian: Nasci no Dia Internacional da Mulher 08/03 em São Paulo-SP.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Anabel Bian: Foram meus Vinis (LPs)! Tinha uma vitrola no quarto e sempre ganhava um vinil de presente. Comecei com os infantis, claro. A gente dedicava um tempo apenas para ouvir música. Hoje, enquanto ouvimos estamos fazendo algo ao mesmo tempo. Eu me fantasiava com qualquer pedaço de pano e ia dublar!
03) RM: Qual a sua formação musical e acadêmica fora música?
Anabel Bian: Sempre estudei música fora de instituições. Comecei no CoralUSP, onde fiquei por dois anos e passei a fazer aulas particulares de canto e violão. Fora da música, fiz magistério, cheguei a prestar vestibular para Psicologia, mas resolvi pensar mais um pouquinho, já que havia uma incerteza. Nesse tempo, cantava, e me decidi!
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente? Quais deixaram de ter importância?
Anabel Bian: Difícil falar de influências. Tive um passado ‘no rock e no eletrônico’. Anos 80 e 90, sabe? A música chamada de MPB veio mais tardiamente para meu acervo. Todas tem sua devida importância, fazem parte da minha história.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Anabel Bian: De brincadeira em luau, na praia de Ilha Comprida – SP, eu comprei meu violão. Voltava para São Paulo com uma necessidade de cantar. Arrumei um músico parceiro, o Kalifa, e fomos tocar na noite paulistana. Ganhamos pouco dinheiro e muita experiência! Não sou muito boa com datas, mas em determinado momento comecei a escrever e conhecer composições inéditas que me mostravam, e resolvi gravar meu primeiro trabalho, o CD – Adição. Pipo Pegoraro é meu amigo desde a adolescência e também me deu algumas aulas de Violão. Foi pra lá que corri após essa decisão. Esse álbum foi lançado em 2008.
06) RM: Quantos CDs lançados (quais os músicos que participaram nas gravações)? Qual o perfil musical de cada CD? E quais as músicas que se destacaram em cada CD?
Anabel Bian: Foram dois. O CD – Adição, em 2008, que traz minha ansiedade! Gostava, queria gravar. Então podemos perceber estilos diversos. Tem samba, reggae, pop, uma versão remix. Creio que mesmo dentro desses ritmos díspares, conseguimos uma identidade num todo. Produzido por Pipo Pegoraro, que assina também as linhas de baixo e violão. Temos no time de músicos: Tatá Muniz, Maia, Páblo Casella, Bruno Serroni, Ivan Zurawski, Leandro Pedroso. Os destaques ficam por conta de ‘Eu quero mais’ e ‘Maloca Baile’. E o mais recente, lançado em setembro de 2013, chamado ‘Sinais Vitais’. Difícil definir um estilo quando a própria sigla MPB se perde em sua designação. Traz composições minhas e outras que, de alguma maneira, me chamaram atenção. Numa fase de perceber peculiaridades do dia a dia, nossas crenças e valores, fiz minha difícil seleção de repertório. Os super músicos que participaram: Lael Medina, Beto Bertrami, Manoel Cruz, Beto Angerosa, Davidovitch, Rubens Allan, Tchelo Nunes, Cleyton Rodrigues e o Daniel Oper, que assina comigo a produção musical desse trabalho. Sou amiga-fã do Oper e senti que precisava dele nessa fase. Tenho diferentes feedbacks das canções, é muito pessoal, mas percebo que ‘Por um triz’ é bem queridinha!
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Anabel Bian: MPB, Pop, Fresh, Yellow, Feeling!
08) RM: Como você se define como cantora/interprete?
Anabel Bian: Procuro sentir o que a música diz, como se todas fossem minhas, com a carga que cada uma carrega e, quando encontro, somos uma só.
09) RM: Você estudou técnica vocal?
Anabel Bian: Sim. Minha querida professora ‘Marisa Di’. Técnica só funciona com sentimento e vice versa!
10) RM: Quais as cantoras que você admira?
Anabel Bian: As cantoras que se entregam. Aquelas que dão vida às canções. É bom passar a gostar de uma música porque ganhou a interpretação brilhante de alguém. Gosto de olhar para a geração recente e uma mais conhecida do público que posso citar é Maria Rita. Laura Pausini e Adriana Mezzadri estão dentro também! Fugindo um pouco do clichê Elis Regina, que sempre terá sua posição entre as ‘tops’, claro.
11) RM: Você compõem? Quem são seus parceiros musicais?
Anabel Bian: Costumo dizer que me atrevo. Às vezes a composição acontece e pronto. Meu único parceiro até então é Daniel Oper, em ‘A Prece’. Mas pretendo desenvolver mais parcerias. É gratificante!
12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Anabel Bian: Independente apenas de gravadoras! Dependemos de tantas coisas (risos). O bom é ter liberdade, claro, de criar e de escolher. Eu peguei bem a fase da mudança no mercado, em que as gravadoras perdiam forças para a internet. A vantagem seria ter o investidor e os caminhos prontos, mas não sei se teria o mesmo gosto. Artista gosta de ter autonomia, isso sempre causou incômodos em acordos.
13) RM: Como você analisa o cenário musical brasileiro. Em sua opinião quem foram às revelações musicais nas duas últimas décadas e quem permaneceu com obras consistentes e quem regrediu?
Anabel Bian: Eu vejo modismos fortes. Parece que o mercado é dividido por fases: a fase Lambada, Axé, Sertaneja, Rap. E creio que muito se perde dessa maneira. É tanta riqueza de ritmos e diversidades que não dá para parar nisso ou naquilo. É limitador. O bom é saber que existe muita gente interessada nas criações e que busca ouvir além do que a grande mídia impõe ao público. Sair da postura de ouvinte passivo é fundamental para nossa arte. Bom, uma revelação maravilhosa foi Lenine, que veio à tona! Não me cabe dizer quem regrediu. Muitos mudam para melhor ou pior. Questão de gosto!
14) RM: Qual ou quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Anabel Bian: Então deixa falar Lenine de novo (risos). Vander Lee, Kléber Albuquerque… Tenho ouvido muita gente nova no cenário, talvez não tão conhecidos assim, mas são tão bons!
15) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical?
Anabel Bian: Situações assim fazem parte do currículo! Não receber o cachê já aconteceu. Não tocar por falta de cabos também, show de rua sem palco. Coisas mais comuns no início, mas mesmo assim pode acontecer a qualquer um. A falta de condição técnica e estrutura acontecem muito.
16) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Anabel Bian: Fico feliz simplesmente por cantar! É o momento que me sinto inteira, viva. Por meio da música, mexer com as emoções, despertar sentimentos e memórias. Muitas vezes me emociono interpretando uma canção e vejo pessoas se emocionando junto comigo. É único. As canções são verdadeiros portais.Triste é nos dias de hoje ainda não ser, por muitos, considerado uma carreira: “Ah, você canta? Que bom! Mas trabalha com o quê?” Isso porque muitos cantores/ músicos precisam ter carreira paralela em outra área.
17) RM: Nos apresente a cena musical na cidade que você mora?
Anabel Bian: Nossa, é tão vasta quanto à própria cidade. Imagina, mais de 10.000.000 de habitantes, quanta diversidade não há? Se 1% for artista, já são 100.000 mentes compondo (risos). São Paulo recebe influências do mundo inteiro! Muito desses novos ritmos, que se misturam, foram criados aqui. Todos os dias têm shows em vários lugares. Muitos são gratuitos ou a preços populares. Casas de shows, Teatros, Sescs, Bares. Isso me lembrou do trecho de uma música de Ana Carolina: “Se precisar de alguma coisa vai lá no meu armazém, tem de tudo, quase tudo tem.”
18) RM: Quais os músicos ou/e bandas que você recomenda ouvir?
Anabel Bian: Anabel Bian, claro (risos). Ouçam de tudo para escolher com dignidade! Pesquisem novos artistas, ouçam os veteranos, entendam nossas canções! Apenas não fiquem estagnados musicalmente e saibam filtrar.
19) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Anabel Bian: Em algumas já toca. Depende da rádio e da cidade. E, principalmente, dos ouvintes!
20) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Anabel Bian: Boa Sorte!
21) RM: Quais os seus projetos futuros?
Anabel Bian: Não tive oportunidade de cantar fora do Brasil ainda, então é uma ótima ideia.
22) RM: Quais os seus contatos para show?
Anabel Bian: www.anabelbian.com.br | agente: Dulcério Lima: (11) 3259 – 7079 / 11 998456 – 7651 | [email protected]