O compositor, cantor, guitarrista e produtor musical, Dom Malta é um artista natural de Mogi das Cruzes – SP com mais de 20 anos de experiência na música e cultura.
Desde o início de sua carreira, esteve envolvido em diversos projetos musicais que mesclam reggae, jazz, rock e MPB contemporâneo, transmitindo mensagens de elevação espiritual, consciência coletiva e bemestar. Dom Malta foi integrante da banda “O Clã Roots” e fez apresentações em importantes festivais culturais, como Virada Cultural, Festival de Inverno e Reggae é a Lei.
Em carreira solo, liderou a banda “Nova Pangea” e produziu o projeto musical “Se tem que está acontecendo”, que inclui 12 faixas autorais e três videoclipes, com distribuição nacional e internacional.
Além de suas atividades como músico, Dom Malta é reconhecido por suas contribuições culturais, participando de iniciativas educativas e sociais em parceria com a Secretaria de Cultura de Mogi das Cruzes. Ele também se destaca como produtor musical e diretor artístico, trabalhando com outros artistas da região para promover a cultura e a música independente.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Dom Malta para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 27/08/2025:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Dom Malta: Nasci no dia 08/05/1982 Mogi das Cruzes – SP. Registrado como Erivelton Aparecido Malta.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Dom Malta: Ainda criança minhas primeiras lembranças são as de escutar o disco Minas de Milton Nascimento.
03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Dom Malta: Minha formação musical foi através dos mestres: Ilídio José Veloso e Odilon Jr (avó da minha esposa). Fora da música estou a concluir tecnólogo em Gestão Ambiental.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Dom Malta: Minhas influências são música brasileira, jazz, reggae e rock.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
Dom Malta: Iniciei minha carreira musical em 2000 me apresentando em eventos particulares e na época em Showmissios.
06) RM: Quantos álbuns lançados?
Dom Malta: Lancei dois álbuns: em 2016, um com a banda O Clã (Vitor Braga na Bateria, Gil Cecchin no Baixo, Nathan Penteado no Teclado, Fabiano Malvão no Percussão, Hudson na Guitarra solo, Dom Malta na Guitarra base e voz). Em 2025, lancei o álbum – Soul In Reggae, carreira solo. Até final de 2025, lançarei o segundo álbum solo com as participações de: Juliano Hodapp, baterista da Planta & Raiz, e Vell Rangel fazendo backvocal.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Dom Malta: Defino minha música como diferente, não algo experimental mas como uma música que com outras misturas que levaram a um resultado diferente.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Dom Malta: Estudei técnica vocal com Elio Jr, tive um bom período de estudos em que tenho como hábito os exercícios do período que tive aulas.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Dom Malta: Os cuidados com a voz são importantes para manter a saúde e melhorias em performance tanto nas gravações e apresentações.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Dom Malta: Cantores que sempre me encantaram são: Milton Nascimento, Freddy Mercury, Michael Jackson, Bob Marley, Ken Boothe.
11) RM: Como é o seu processo de compor? Quais são seus principais parceiros de composição?
Dom Malta: Meu processo na criação musical é bem espontâneo, frases e melodias vem na mente e o violão para entender a harmonia, a partir desse princípio mentalizou novas frases até achar as métricas da canção. Geralmente componho música sozinho, mas já ajudei a terminar letras dos amigos da banda.
12) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Dom Malta: Os prós de desenvolver uma carreira musical de forma independente é que você pode controlar mais as ações do planejamento de carreira e pode evitar uma série de atritos em diversas situações. Os contras são que aumentam e muito as responsabilidades para que gerência a própria carreira.
13) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Dom Malta: Minha estratégia tem como base a produtividade, em relação a gravação de música para novos álbuns e registros de filmagem como apresentação ao vivo e clipes.
14) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
Dom Malta: Como artista independente a maioria das ações são voluntária, pessoas dispostas a ajudar pelo amor à música.
15) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
Dom Malta: A Internet ajuda a divulgar eventos e interação direta com o público.
16) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Dom Malta: Às tecnologias deixaram mais acessíveis aos artistas de menor expressão financeira a poder registrar seus trabalhos com qualidade. Não vejo desvantagens home estúdio nessa condição, mais artista tem condições de expor seus trabalhos.
17) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Dom Malta: No passado era muita dificuldade para gravar em estúdio, além dos preços altos por hora e contar com a possibilidade do resultado não ser satisfatório. As facilidades de gravação em home estúdio abriu as possibilidades de gravar músicas sem alterar em nada a qualidade musical das produções, mas nem tudo produzido em home estúdio tem um padrão de qualidade de mercado. Meu diferencial é fazer a música sem padrões de gênero, sinceridade nas palavras e ações do desenvolvimento das canções.
18) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
Dom Malta: Se tratando de banda de Reggae, eu gosto muito do trabalho das bandas: Natiruts e Groundation.
19) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?
Dom Malta: Das situações citadas na pergunta aconteceram um pouquinho de tudo na minha carreira, exceto brigas. Já cheguei em lugares em que não tinha equipamentos ou instrumentos, já combinei um cachê e recebi menos sem justificativa, já levei volta de músico de uma formação que fizemos entre outras…
20) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Dom Malta: Sou muito feliz por poder fazer música e transmito isso, ver a satisfação do público ao interagir comigo é o alimento da minha alma. Triste é a forma que é considerada a música pelos contratantes.
21) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Dom Malta: Para tocar música na grande mídia, se não for por pagamento Jabá é por influências. Só existem essas duas formas.
22) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Dom Malta: Recomendo sempre ter uma fonte de renda antes até conseguir trabalhar exclusivamente com a música.
23) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Dom Malta: A grande mídia está onde consegue manipular e o mercado musical é de músicas com baixa intelectualidade, tanto nas melodias quanto nas letras. Nesse cenário grandes nomes estão ofuscados diante do mercado que vende outros valores através da música.
24) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Dom Malta: Eventos de editais são os mais rentáveis para artistas de pequeno e médio porte. É excelente poder contar com esses editais que dá as condições para poder fazer bons trabalhos.
25) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Dom Malta: Reggae no Brasil existe uma divisão bem silenciosa. Na Jamaica, os “Lovers” e os “Rastas ” tem a mesma importância tanto na ilha quanto em outras partes do mundo inclusive, no Brasil. No Brasil os “Lovers” são que chamamos de POP e tem um mercado maior que as bandas engajadas nas filosofias, gerando um conflito musical enorme que é fácil de identificar nos festivais com participantes em que os grupos pouco se cruzam nesses eventos.
26) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa tal afirmação?
Dom Malta: O Reggae já tocavam antes dos artistas introduzirem a filosofia Rastafári. Através das bandas de Reggae que seguem a filosofia Rastafári. O reggae se popularizou mundialmente, mas a música se popularizou mais que a filosofia Rastafári. Daí usar da música Reggae sem a filosofia se torna vago para quem é adepto ao Rastafári, mas a grandeza da arte da música se tornou maior. E só no Brasil que tem esse tipo de situação. Uma série de cantores jamaicano não são rasta, por exemplo, Jimmy Cliff.
27) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?
Dom Malta: No Brasil já não tratamos a arte como arte, mas como entretenimento. E se for falar de cultura, essa não é legitimamente a nossa que dá base para ter interpretação individual ou seus nichos. Assim, tudo que nos trouxeram é uma adaptação da nossa cultura para com o contexto geral.
28) RM: Quais os pros e contras de se apresentar com o formato Sound System?
Dom Malta: Sound System é uma forma de expressão igual a qualquer outras, e não acredito que haja algo contra.
29) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System?
Dom Malta: A diferença é o som com banda é mais orgânico, mais vivo, conta com a energia de um grupo de pessoas que elevam as sensações da execução da música.
30) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae e o uso da maconha?
Dom Malta: Filosoficamente como o Reggae se popularizou com os artistas de Reggae Rastafári que fazem o uso consciente da erva (cannabis sativa) em forma medicinal e espiritual, a associação com o reggae é direta, mas a erva também é para uso recreativo que é relacionado diretamente com quem não segue a filosofia Rastafári, mas escuta a música Reggae.
31) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a cultura Rastafári?
Dom Malta: A música deu voz a filosofia Rastafári e se espalhou por seus fundamentos espirituais e filosóficos, a música é a melhor forma para chegar até as pessoas para entenderem.
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
Dom Malta: Estou terminando as vozes do seu segundo álbum solo. Divulgar as imagens do show no Teatro Vasques em Mogi das Cruzes – SP.
33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Dom Malta: (11) 99483-9290 | [email protected] | https://www.instagram.com/domerimalta
Canal: https://www.youtube.com/@dommalta6481
Álbum Soul In Reggae: https://open.spotify.com/intl-pt/album/6R2YkzaokBYh4L11dFlvjP?si=Qfq23s98QGmdyU9Mxg1tlQ&nd=1&dlsi=c1e641274cb842f6
A musoca brasileira tem lugar!! Viva.
Sempre bom conhecer a trajetória de um novo artista. São tantos talentos, cada um com sua particularidade, que compartilham do mesmo empenho.