Cantor, compositor, multi-instrumentista, apresentador, ativista e engenheiro paraibano PS Carvalho iniciou na música em 2017, aos 52 anos de idade, com o álbum Homo Sapiens. Atualmente, é autor de dezenas de músicas, com mais de dois milhões de plays nas plataformas de áudio, Palco MP3 e YouTube. Também possui dezenas de videoclipes no seu YouTube. Desde 2021, vem produzindo músicas com outros artistas.
Com estilo próprio na forma de interpretar as suas composições de letras cotidianas, urbanas e reflexivas, PS Carvalho evidencia a sua singularidade. A canção “É TEMPO DE SONHAR” de PS Carvalho, lançada em 22 de novembro de 2024, traz uma letra de fácil assimilação e uma melodia suave que toca o coração. Com vibrações positivas, é perfeita para tornar celebrações sociais mais emocionantes e encantadoras. Recomendada para playlists como “Fim de Ano com Amor”, “Vibrações Positivas” e “Momentos de Alegria“.
Durante sua trajetória musical, iniciada em 2017, coleciona algumas parcerias outros artistas local, nacional e internacional. Ele agradece a confiança de todos aqueles que acreditaram no seu trabalho musical e aceitaram o seu convite, ou quando também teve a honra de ser convidado.
Os desencontros são uma triste realidade nos relacionamentos. É nessa temática que a letra da canção “Sin Sésamo” discorre, permeando uma melodia romântica contemporânea, misturando MPB com o pop. A tradução da canção “Sem Gergelim”, de PS Carvalho, foi feita por Fran Acuña (Santiago-Chile) para o espanhol, que também acrescentou alguns versos que são declamados por PS Carvalho em português.
PS Carvalho, é um dos idealizadores do Projeto Tesouro da Inclusão, junto como: Natanael Sousa, Aurélio Filho e da colaboradora Jaci Guimarães. O projeto possui dois produtos principais: livro escrito por Natanael Sousa com ilustrações de Aurélio Filho e a canção “FORRÓ DA INCLUSÃO” com melodia de PS Carvalho e letra de Natanael Sousa e PS Carvalho, baseada no texto do livro.
Além disso, tem o caderno de atividades, videoclipe (com LIBRAS), Karaokê e sugestões ilustradas para montagem de um Peça de Teatro. Para potencializar o alcance do “Projeto Tesouro da Inclusão” contam com o seleto time de embaixadores: Márcio Tadeu, Antônio Marques, Julie Caldas e Nik Fernandes.
Outra parceria local iniciada em 2024, é com a artista mirim Julie Caldas. Julie, com apenas 9 anos de idade tem desenvoltura e muito carisma. Já se apresentou com PS Carvalho em três eventos públicos: Fazendinha EWD (São João – Associação da CEF); Tardezinha Inclusiva (Dia dos Pais – Associação de Mangabeira) e O Novelo de Emoções (Abertura de Peça Infantil – Teatro Paulo Pontes).
PS Carvalho apresenta o Programa de TV, PS Jampa, desde dezembro de 2023. Programa de variedades culturais e tecnologias. Exibição ao vivo pelo YouTube da TV Ponta do Seixas e no Canal 9 da Claro TV em João Pessoa.
PS Carvalho também é apresentador do programa PS Rádio, criado no primeiro semestre de 2022 com o objetivo de divulgar as suas músicas e fortalecer a cena musical independente brasileira: https://psradio.top. PS Carvalho também é apresentador de um Podcast CURIOSIDADES MUSICAIS E TECNOLOGIA com base
no Spotify.
Rubacão Jazz & PS Carvalho, aconteceu no dia nove de novembro de 2022, no Teatro Paulo Pontes (Espaço Cultural – João Pessoa/PB) com a Orquestra Rubacão Jazz, sob a regência do Maestro Alexandre Magno e arranjo do saxofonista Issac Santos, interpretando a sua canção autoral JAMPA.
PS Carvalho no Lagoa Rock, aconteceu em março de 2021, ele foi entrevistado por Fernando Magalhães, ao vivo, pelo guitarrista da banda Barão Vermelho. Em agosto de 2021, PS se apresentou na segunda edição do “Fest Online Lagoa Rock” promovido pelo Lagoa Rock, com um conteúdo exclusivo e inédito, acompanhado dos músicos: Adriano Ismael, Marcos Rosa e Beto Preah Parayba.
PS Carvalho em novembro de 2021, premiação TROFÉU PERSONALIDADE PremiuM BeerCom 2021 pelo reconhecimento de sua atuação cultural artística Paraibana – COMIC – PB Festival da Cerveja – João Pessoa/PB.
PS Carvalho entrou para a confraria UNICOM BRASIL, como Delegado da Regional João Pessoa/PB. A posse festiva aconteceu em novembro de 2022, no SNACKBAR 83, na Praia do Cabo Branco. Foi empossado pelo Ator e Humorista Márcio Tadeu.
PS Carvalho em 2021, foi, duas vezes, artista destaque no seguimento PoP Rock, em nível nacional, no Palco MP3, a maior plataforma brasileira de músicas. Em janeiro de 2023, foi artista destaque no seguimento PoP Rock, em nível nacional, no Palco MP3, a maior plataforma brasileira de músicas. Em junho de 2023, foi artista destaque no seguimento PoP Rock, em nível nacional, no Palco MP3, a maior plataforma brasileira de músicas. Atualmente, possui mais de 38 mil execuções das suas músicas na plataforma Palco MP3.
PS Carvalho e Sons Curiosos é um projeto que consiste em criar trilhas sonoras inéditas incorporando instrumentos artesanais criados e tocados pelo músico e artista plástico Dudu Rodriguez em parceria com o cantor e compositor PS Carvalho. Preparamos duas experiências visuais para vocês. São dois videoclipes com cenas diferentes para ilustrar a nossa canção temática SONS CURIOSOS.
PS Carvalho criou o projeto Música Infantil para homenagear o nascimento da sua primeira netinha Júlia, que nasceu no dia 26 julho de 2023, ele lançou a canção infantil JÚLIA, JULINHA. Segundo PS, ele não tinha intenção de fazer músicas para crianças, porém diante dessa nova fase, na condição de avô, se sentiu à vontade para compor e lançar essa singela canção que é extensiva a todas as Júlias.
Também foi lançado, no dia das crianças (12/10/2023), um videoclipe em desenho animado para ilustrar a letra da canção JÚLIA, JULINHA. Elaboração Fátima Teixeira. Após um ano de maturação desde o lançamento da canção infantil JÚLIA, JULINHA, um momento de profunda inspiração resultou na criação da letra e melodia de AVÓS, VOVÓ e VOVÔ em apenas 15 minutos. O lançamento nas plataformas ocorreu no dia 19 de julho de 2024 Também foi lançado, no Dia dos Avós (26/07/2024), um videoclipe em desenho animado para ilustrar a letra da canção AVÓS, VOVÓ E VOVÔ. Elaboração Fátima Teixeira. A ideia foi criar uma casa no cenário do videoclipe anterior.
PS Carvalho e Tadeu Mathias, artista nascido em Campina Grande no dia 27 de julho de 1959, que em 1978, mudou-se para João Pessoa, onde começou sua carreira artística profissional. Trabalhou durante 10 anos como backvocal da banda de Elba Ramalho. Fez turnê no Brasil e exterior. Suas canções foram gravadas por Angélica, Marinês, Os Abelhudos, Elza Maria, entre outros. Compôs um dueto melódico, com PS Carvalho. Para Um Novo Amor (balada romântica). Nasceu após um longo processo de composição. A letra passa uma mensagem feliz e perspectivas pra um recomeço. Foi realizado um show no Bar Café da Usina, em João Pessoa, no dia do lançamento da canção.
PS Carvalho e Kennedy Costa, cantor, compositor paraibano que iniciou a carreira nos anos 80, inspirado por mestres da música nordestina. Lançou o CD Vem Ver a Tribo Dançar em 2003 e Carnavais, Cafuçus e Outras Folias em 2012, com hinos carnavalescos, incluindo Cafuçu. Abriu shows de artistas nacionais, como Guilherme Arantes e Lenine. Atualmente, prepara o EP O Lado Bom da Festa com artistas locais. Criou hinos icônicos do carnaval pessoense. A canção Diversidade, lançada em 04 de outubro de 2024, é um hino à liberdade e à autenticidade, desafiando normas e celebrando a diversidade em todas as suas formas.
PS Carvalho por Zezita Matos, criado em agosto de 2022, o projeto em comemoração aos cinco anos de atuação artística de PS Carvalho. Foram produzidos e disponibilizados dez vídeos de leituras de músicas autorais, interpretadas pela professora e atriz nacional Zezita Matos.
O projeto teve como culminância uma apresentação presencial no Bar Café da Usina, na Usina Energisa, em João Pessoa/PB, no dia 18 de agosto de 2022 Em novembro de 2022, dando continuidade ao projeto PS Carvalho por Zezita Matos, foi a vez da atriz Márcia Souto emprestar o seu talento para a produção de dez vídeos de leituras poéticas de músicas autorais de PS Carvalho. Em janeiro de 2023, dando continuidade ao projeto PS Carvalho por Zezita Matos e Márcia Souto, foi a vez da cordelista Silvinha França emprestar o seu talento para a produção de dez vídeos de leituras poéticas de músicas autorais de PS Carvalho.
Em setembro de 2022, nasceu o projeto PS Carvalho e Banda Tedros. Uma parceria que teve o seu primeiro show no dia 03 de setembro de 2022, no Bar Café da Usina, em João Pessoa/PB. Já houve uma segunda apresentação no BeeRDaY, no Palco Mundo, na Usina Energisa, no dia 17 de setembro de 2022. Os shows da parceria contemplam obras autorais e sucessos consagrados do rock.
‘Encontros’ selou parceria de PS Carvalho com Tedros no dia 03 de março de 2023 lançaram mais uma canção do artista paraibano PS Carvalho, com a Banda Tedros. Canção autoral 57 de PS Carvalho em parceria com o guitarrista da Tedros, Max de Lima. Trata-se de um rock blues com participação vocal de John Nery. De acordo com PS, “a canção tem uma letra alegre e exalta os encontros entre pessoas do bem que pregam: não à discriminação racial, ideológica ou religiosa. Relações verdadeiras são incondicionais, mesmo que apareçam pedras e espinhos pelo caminho. Com redes sociais engajadas e acesso à grande mídia, essa parceria potencializará a audiência”.
PS Carvalho conheceu Lívia Figueiredo na parceria musical que formou com a Big Band Rubacão Jazz, onde ela atua como pianista. Em janeiro de 2023 começaram uma parceria musical no formato voz, violão e piano. Já se apresentaram na Cervejaria Erste Sonne e no Salão do Artesanato Paraibano.
Segue abaixo entrevista exclusiva com PS Carvalho para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 16/04/2025:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
PS Carvalho: Nasci no dia 16/01/1965 em João Pessoa – PB. Registrado como Paulo Sergio Oliveira de Carvalho.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
PS Carvalho: Desde que tenho consciência da minha existência neste mundo, sempre me interessei por música. Primeiro, sob a influência do que meus pais ouviam, até desenvolver meu próprio estilo de gosto musical.
03) RM: Qual a sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
PS Carvalho: Na área musical, minha trajetória foi baseada na experiência de vida e no autodidatismo, já que nunca tive a pretensão de torná-la minha principal atividade profissional. Sempre quis ser engenheiro civil. Assim, prestei meu primeiro vestibular com êxito e conquistei, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), minha primeira graduação em Engenharia Civil, cuja colação de grau ocorreu em 1989.
Além da engenharia, também me graduei em Computação. Fascinado pela docência, concluí o Mestrado em Engenharia Urbana e, posteriormente, o Doutorado em Engenharia Mecânica, ambos pela UFPB. Essas formações me credenciaram a lecionar em praticamente todas as universidades com cursos de engenharia na cidade de João Pessoa.
Sou servidor público federal da UFPB desde 1985, onde exerço função técnico-administrativa. A música é minha atividade mais recente: teve início quando eu tinha 52 anos, no ano de 2017, com o lançamento do meu primeiro álbum, HOMO SAPIENS, contendo oito músicas, disponíveis em todas as plataformas digitais.
Já publiquei mais de 70 músicas e dezenas de videoclipes ao longo de quase oito anos de atividade musical. Tenho parcerias locais, nacionais e até internacionais. Na plataforma Spotify, já acumulo uma audiência de 2 milhões de execuções das minhas músicas.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
PS Carvalho: Como tudo na vida, há fases mais intensas. No entanto, acredito que tudo o que ouvi e acumulei ao longo dos anos teve sua importância na minha formação musical — desde as escolhas pessoais até as audições involuntárias que vinham do rádio da secretária do lar ou do gosto musical dos vizinhos, que colocavam o som nas alturas. Soma-se a isso a influência da mídia televisiva e radiofônica da época, que nos apresentava atrações musicais independentemente da nossa vontade.
Mas, sendo mais objetivo, posso citar como principais referências internacionais: The Beatles, Pink Floyd, Rolling Stones, U2, Nirvana, Guns N’ Roses, Frank Sinatra, Nat King Cole, The Police, Bob Marley, Elvis Presley, entre outros. No cenário nacional, destaco: Tom Jobim, Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan, Caetano Veloso, Cazuza, Chico César, Alceu Valença, Hyldon, Cassiano, Gonzaguinha, Guilherme Arantes, Luiz Gonzaga, Antônio Barros e Cecéu, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Capital Inicial, Skank, Legião Urbana, Raul Seixas, Zé Ramalho, Adão Negro, Tribo de Jah, Edson Gomes, entre outros.
05) RM: Quando, como e onde você começou a sua carreira musical?
PS Carvalho: Tudo começou em sala de aula, quando, inspirado nos meus alunos, compus a marchinha de carnaval Atitude Radical, em 2017. Resolvi então contratar um produtor musical para criar uma trilha profissional. Esse foi o gatilho inicial. Incentivado, na época, por um amigo que tinha uma web rádio, continuei compondo ao longo daquele ano, o que culminou no lançamento do meu primeiro álbum, Homo Sapiens, com oito músicas; exceto a marchinha, que acabou ficando de fora da publicação.
Coincidentemente, na barbearia que eu frequentava existia um projeto musical voltado para apresentações intimistas de artistas locais. Foi lá que tive a primeira oportunidade de mostrar minhas composições autorais, antes mesmo do lançamento oficial. As primeiras reações do público vieram nesse ambiente — em pouco tempo, os próprios barbeiros já sabiam cantar minhas músicas. Tudo isso aconteceu a partir de meados de 2017, um ano realmente marcante.
Após essas experiências iniciais, comecei a me apresentar em alguns estabelecimentos da minha cidade, primeiro de forma solo (voz e violão), depois acompanhado por pelo menos um músico, e mais adiante, com formações maiores, incluindo bandas e até orquestras.
06) RM: Quantos álbuns lançados?
PS Carvalho: Comecei já na era digital, por isso nunca publiquei nada em formato físico. No entanto, tenho mais de 70 músicas publicadas, distribuídas em três formatos: álbuns, EP e singles. São três álbuns — Homo Sapiens, Somos Professores e Alê Rá — e um EP intitulado Aos Críticos. As demais canções estão disponíveis no formato single, pois, nesse modelo, cada música pode ser acompanhada por uma identidade visual própria, o que considero mais interessante atualmente, tanto do ponto de vista conceitual quanto de marketing.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
PS Carvalho: Sou um artista multi-estilo, sem rótulos. Sigo a filosofia de produzir conteúdos saudáveis — ou seja, sem palavrões e com zero baixaria nas minhas letras. Por isso, minhas músicas são destinadas a todos os públicos. Atualmente, tenho músicas gravadas em diversos estilos, incluindo rock, pop rock, MPB, forró, reggae, blues, samba, frevo e música infantil.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
PS Carvalho: Cheguei a fazer algumas aulas de canto, mas concluí que minha técnica intuitiva, aliada ao conhecimento básico que adquiri, já é suficiente para interpretar minhas músicas. Até porque não pretendo criar nada que esteja além do meu alcance vocal ou que seja incompatível com minha voz.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
PS Carvalho: Considerando que a voz é o principal instrumento de um cantor, sua importância é total — especialmente para quem realiza muitos shows. No meu caso, acredito que o que fortaleceu minha voz foi a longa atuação na docência, em salas de aula sem microfone, onde eu falava por mais de seis horas por dia. Nunca forcei a ponto de ficar afônico. Acredito também que o fator genético exerça uma grande influência.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
PS Carvalho: Vou falar só das nacionais: Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia, Nara Leão, Cátia de França, Elba Ramalho, Rita Lee, Maria Rita, Cássia Eller, Marina Lima, Adriana Calcanhotto, Zizi Possi, Paula Toller e Pitty.
11) RM: Como é o seu processo de compor?
PS Carvalho: No início, era como se fossem flashes. Vinha um pedaço da música ou até a música inteira. Hoje, tenho um domínio maior e, com isso, já consigo direcionar melhor para onde quero ir. Porém, arte é também lidar com o imponderável; nem sempre as coisas tomam o rumo desejado.
A velocidade de composição também é algo fora de controle. Às vezes, tudo acontece em poucos minutos; em outras, uma música pode levar anos para ficar pronta. A maneira como mais compus foi com o auxílio do violão, que me ajuda bastante no processo criativo. Mas isso não é uma regra: já fiz músicas inteiras sem sequer pegar no instrumento.
Meu aliado indispensável para guardar ideias é o smartphone. É nele que registro fragmentos que muitas vezes viram músicas completas. Outro exercício interessante é compor com outros artistas. Nesse caso, já experimentei três formas: escrever uma parte e deixar o(a) parceiro(a) concluir; trocar ideias online, como numa “bola de bate e volta”; e sentar presencialmente para construir tudo juntos, do zero.
Também vale destacar algo que muita gente não percebe: quando parece que criei uma música rapidamente, muitas vezes é porque fiquei dias; ou até meses — com aquela ideia rondando minha cabeça. Fico ruminando o tema até que, quando decido escrever, tudo flui com naturalidade. Mas a verdade é que essa composição já vinha sendo maturada mentalmente há muito mais tempo do que durou a escrita e o encaixe melódico.
Por fim, há um tipo de composição que criei pensando em outros artistas. Nesse caso, precisei ouvir atentamente o repertório de cada um, entender suas propostas e buscar algo que, hipoteticamente, tivesse a ver com suas identidades musicais. Já compus duas canções nesse formato: Estava Escrito (MPB romântica), gravada com Carolina Frozza, de São Paulo; 100 Fim (rock), com Ciça Moreira, natural de Poços de Caldas-MG e residente em Piracicaba – SP; e A Festa (forró xote), com Francine Maria, do Ceará.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
PS Carvalho: Eu não tenho parceria fixa, porém vou citar aqui as músicas que foram frutos de composição coletiva e que foram gravadas e estão disponíveis para ouvir nas plataformas. Ficam de fora, portanto os convites que recebi para cantar músicas com outros artistas. Para Um Novo Amor (PS Carvalho, Tadeu Mathias), Encontros (PS Carvalho, Max de Lima – Banda Tedros), Diversidade (PS Carvalho, Kennedy Costa), Sons Curiosos (PS Carvalho, Dudu Rodriguez) e Redenção (PS Carvalho, Dudu Rodriguez).
13) RM: Quem já gravou as suas músicas?
PS Carvalho: Pessoas e/ou bandas que foram minhas convidadas e toparam gravar músicas minhas cantando junto comigo: Guarda Chuvas (Menos Valia), Carolina Frozza (Estava Escrito), Fabiano Guimarães (Forró Criança), Ciça Moreira (100 Fim), Francine Maria (A Festa), Bravia (Reciprocidade), Gustavo Régis (Reggae do Respeito), Old Jules e Dani Bee (Papo Livre), e Julie Caldas (É Tempo de Sonhar e Forró da Inclusão).
Destaco ainda a canção Sem Gergelim, que foi traduzida para o espanhol pela artista chilena Fran Acuña. Além de traduzir, ela também compôs alguns versos. Propus a ela traduzir esses versos para o português — e ela aceitou. Assim foi feito. No final, cheguei à conclusão de que não deveria cantar com ela, pois a música já estava perfeita em sua interpretação. Coube a mim apenas abrir a faixa recitando seus versos em português. A versão traduzida recebeu o título Sin Sésamo.
14) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
PS Carvalho: Os prós de ser um artista independente são a liberdade de gravar o que quiser, na hora que quiser, compor com outros artistas e fazer tudo o que der na cabeça (risos). Já os contras envolvem a falta de direcionamento, apoio financeiro, marketing e tudo o que sustenta uma carreira artística; desde o figurino até o fechamento de shows.
Um artista independente precisa fazer tudo; absolutamente tudo. É necessário ter conhecimento para conduzir a própria carreira com qualidade, mesmo diante das adversidades. Para suprir a falta de estrutura, o artista precisa estudar e aprender como registrar suas músicas em uma associação, disponibilizá-las nas plataformas digitais, configurar as letras, realizar ensaios fotográficos periódicos, cuidar das redes sociais, fazer networking com outros artistas e estar sempre com seu release atualizado para aproveitar qualquer oportunidade — como entrevistas em rádio, TV, jornais ou revistas. O ideal é contar com um site bem estruturado, que funcione como vitrine para o artista e facilite o acesso do público aos seus conteúdos.
15) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
PS Carvalho: Eu vinha me estruturando para ter uma participação mais efetiva no cenário presencial. Estava com banda montada e ensaiada para o show O Medo, que seria um dos maiores da minha carreira. No entanto, esse show acabou não acontecendo, pois coincidiu exatamente com a semana em que tudo parou por conta da pandemia da COVID-19. Isso caiu como uma ducha de água fria nos meus planos.
Mesmo após a pandemia, ainda tentei retomar, mas, diante das dificuldades de atuar no presencial da forma como eu pretendia, isso acabou não se concretizando. Continuo realizando shows e apresentações, mas, no momento, prefiro focar no ambiente virtual; publicando novas músicas com regularidade, estabelecendo parcerias e aceitando apenas convites seletivos, aqueles que considero viáveis e interessantes de materializar, ou quando identifico alguma oportunidade e decido montar um show.
Além disso, trabalho oito horas por dia como servidor público federal na Universidade Federal da Paraíba. Enquanto não me aposentar, fica mais difícil assumir muitos compromissos presenciais relacionados a shows e eventos.
16) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira?
PS Carvalho: Atualmente, foco principalmente nas mídias sociais. Faço publicações regulares com tudo que está relacionado às minhas músicas, sempre atento à qualidade dos posts, que considero fundamental. Sempre que possível, assisto a lives nas redes sociais para prospectar novas conexões com outros artistas e influenciadores(as). Também produzo novos videoclipes sempre que posso, pois sei que eles potencializam a divulgação das músicas.
Hoje, valorizo toda e qualquer ação que possa levar mais pessoas a ouvirem minhas músicas. Por isso, também busco espaço nas rádios. Outro fator importante são as letras: todas as minhas músicas estão com as letras disponíveis nas plataformas
17) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira?
PS Carvalho: Acredito que as redes sociais só ajudam, pois o acesso é livre. No entanto, o nível de ajuda está diretamente relacionado ao conhecimento, à qualidade do conteúdo produzido, à dedicação e ao investimento financeiro em impulsionamentos bem direcionados. Depender exclusivamente do crescimento orgânico, hoje em dia, torna-se praticamente inviável. O crescimento real exige uma combinação estratégica entre conteúdo de valor e investimento inteligente.
18) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
PS Carvalho: Só visualizo vantagens. Hoje, qualquer pessoa com poucos recursos consegue contratar alguém para produzir uma trilha com qualidade suficiente para que a canção seja executada com dignidade, sem nenhum desmerecimento. Com o avanço da tecnologia e o barateamento dos equipamentos básicos de produção, já é possível obter resultados comparáveis aos dos grandes estúdios, mesmo em home studios.
Até a bateria, que antes era um desafio, hoje pode ser simulada com perfeição. Quanto aos instrumentos como guitarras, violões e algumas percussões, eles podem ser gravados organicamente e gerar excelentes resultados em termos de qualidade. Eu mesmo fiz várias das captações de voz das minhas músicas no meu home studio, sem prejuízo algum à qualidade.
Tive a confirmação disso quando fui convidado para participar da canção Espelho D’água, da dupla paranaense Vilton e Nórton, com produção assinada por ninguém
menos que Guilherme Gê (da banda Hecto), um produtor experiente do mainstream, que recentemente lançou um álbum com Ney Matogrosso. Na ocasião, fiquei receoso de que meu áudio fosse rejeitado, já que fui eu mesmo quem o captou. Mas, para minha surpresa, deu tudo certo — e meu áudio foi aceito de primeira.
Portanto, produzir em home studio é totalmente viável, desde que os equipamentos utilizados sejam de boa qualidade e, principalmente, que o produtor tenha experiência e as habilidades necessárias para executar ou captar os instrumentos, além de saber manipular as bibliotecas e recursos disponíveis com inteligência.
19) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
PS Carvalho: Acredito que sempre foi muito difícil se sobressair no mundo da música. A diferença é que, antigamente, o artista concorria com um grupo seleto de músicos que conseguiam entrar em gravadoras e ter suas músicas lançadas. O gargalo era praticamente invisível, porque a maioria dos artistas sequer tinha a chance de gravar — permaneciam no anonimato.
Hoje, qualquer pessoa que queira gravar uma música consegue fazê-lo. Mas onde está a diferença? É que não basta apenas gravar: a música será apenas mais uma entre milhões disponíveis — e, na prática, pode se tornar “invisível”.
Atualmente, a música funciona segundo as leis do mercado. Quem determina o que será mostrado ao público são os algoritmos, que operam com base na demanda. Ou seja, só promovem os artistas e músicas mais ouvidos. No entanto, é possível driblar esse sistema investindo em divulgação paga. Por isso, mais importante do que apenas colocar uma música nas plataformas é articular estratégias para que ela efetivamente chegue até o ouvinte.
No meu caso, vejo como uma grande vantagem ser multi-estilo. Por transitar por diferentes gêneros musicais, tenho mais chances de ser descoberto e de encaixar minhas músicas em diferentes contextos, como programas de rádio, por exemplo. Quando um artista se restringe a um único estilo, suas possibilidades diminuem bastante. Além disso, nunca se sabe qual música vai cair no gosto do público. É como um cardápio de restaurante: quanto maior a variedade, mais difícil será o cliente não gostar de nenhuma opção.
Veja meu exemplo: em 2023, me tornei avô. Nunca imaginei fazer músicas infantis. Mas a realidade é que hoje tenho duas canções nesse segmento; Júlia, Julinha e Avós, Vovó e Vovô; que vêm se destacando no Spotify. Juntas, já somam mais de 106 mil execuções. No YouTube, os videoclipes dessas músicas já ultrapassam 8,2 mil visualizações.
Outro ponto importante é participar de projetos que envolvam outras linguagens além da música. No meu caso, tenho o Projeto Tesouro da Inclusão, cuja música-tema é o Forró da Inclusão. Esse projeto vai muito além da canção: inclui videoclipe com LIBRAS, karaokê, livro de história em quadrinhos, caderno de atividades, cordel e sugestão de peça teatral. Tudo isso amplia o alcance e agrega valor ao trabalho; além de ter um propósito social claro: contribuir para uma sociedade mais inclusiva.
Resumindo: eu diversifico não só os estilos musicais, como também busco oferecer ao público videoclipes e artes gráficas atrativas para ilustrar meu conteúdo nas mídias sociais. Produzo vídeos regulares, divulgando tanto minhas criações quanto as de parceiros.
20) RM: Quais os músicos já conhecidos do público que você tem como exemplo de profissionalismo e qualidade artística?
PS Carvalho: Vou citar alguns músicos que já tocaram comigo: um dos meus produtores musicais Janison Carvalho, que já tocou nos meus shows guitarra, violão e teclado. Lucas Veríssimo (sax), Filipe Azevêdo (baixo), Willtton De Oliveira (bateria), Adriano Ismael (baixo), Marcos Rosa (guitarra), Beto Preah Parayba (bateria), Max Mozart (baixo), Nido Fernandes (guitarra), Estela Marinho (Eufônio), Lívia Figueiredo (Piano), Max de Lima (guitarra), Samuel Lopes (baixo), Júnior Alves (bateria), Fael Sousa (bateria), Gilson Machado (bateria) e Tarcísio Vieira (guitarra), Túlio Vieira (baixo), Jean Silva (sanfona e teclado), músicos da orquestra Rubacão Jazz (Maestro Alexandre Magno), músicos da orquestra de frevo Paraíso Tropical (Maestro Kiko), Kennedy Costa (violão), Tadeu Mathias (violão) e Daniel Dantas (teclado).
21) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado e etc)?
PS Carvalho: A situação mais inusitada, sem dúvida, foi ter um show marcado, com banda ensaiada, divulgação excelente; incluindo entrevista ao vivo na TV; e que seria um marco importante na minha trajetória musical. No entanto, ele simplesmente não aconteceu, pois coincidiu exatamente com a semana em que o mundo parou por conta da pandemia da COVID-19.
Outra situação marcante foi quando contratei um guitarrista para um show, e ele simplesmente não compareceu ao último ensaio — já na véspera da apresentação. Sumiu. Celular desligado, nenhuma resposta nas redes sociais. Era um show para o qual eu havia me preparado para ficar mais solto no palco, sem precisar tocar. Como já não havia tempo hábil para substituí-lo, tive que assumir o violão e tocar o show inteiro, o que acabou comprometendo todo o meu planejamento.
22) RM: O que te deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
PS Carvalho: Fico muito feliz quando consigo conquistar mais uma pessoa para ouvir minhas músicas. O mais triste é não ter o apoio da minha própria família (esposa e filhos); até hoje.
23) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
PS Carvalho: Acredito, porque nunca paguei e elas tocam com frequência, sobretudo na Rádio Tabajara FM. Pelo menos na minha cidade João Pessoa.
24) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
PS Carvalho: Como tudo na vida, escolher seguir na música exige foco, dedicação e a capacidade de ignorar críticas destrutivas e decepções. No entanto, é fundamental que a pessoa esteja preparada para ser o seu maior crítico, pois se você mesmo não acredita no que está fazendo, não pode esperar que os outros acreditem. Sucesso é bem diferente de fama. E eu encaro isso com tranquilidade.
Com mais de 70 músicas publicadas, parcerias locais, nacionais e até internacionais; com composições que não apelam para o vulgar, sendo ouvidas nas plataformas, tocadas em rádios e com bom engajamento nas redes sociais, considero que minha trajetória musical é relevante e necessária. Por isso, se você escolheu a música como caminho, invista e não desista!
25) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
PS Carvalho: A lógica atual é puramente mercadológica. As pessoas costumam criticar o governo, mas, na verdade, só o poder público é capaz de fomentar a arte em sua essência. Se depender apenas do mercado, certos tipos de música jamais voltarão a ser ouvidas — ou terão uma audiência extremamente reduzida.
A audiência induzida jamais poderá ser comparada à espontânea. Prova disso é a crise de identidade sem precedentes que estamos vivendo em nossa maior festa nordestina: o São João. A celebração tem sido cada vez mais descaracterizada pela presença massiva de estilos musicais que não possuem nenhuma identidade com a cultura nordestina.
É importante lembrar que essa festa só ganhou visibilidade porque os artistas da terra cumpriram esse papel no passado. E hoje, infelizmente, muitos desses artistas são deixados à margem, inclusive pelo próprio público, que prefere prestigiar o que está na moda; aquilo que lhes é empurrado dia e noite como se fossem as únicas opções de consumo. O mais preocupante é que muitas dessas músicas têm letras pobres e vazias, contribuindo para um verdadeiro desserviço social.
26) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
PS Carvalho: Com certeza, os editais são excelentes oportunidades — mas principalmente para quem já possui uma certa estrutura e comprovação documental de sua trajetória artística. Participar desses processos exige conhecimento técnico e o cumprimento de uma série de exigências burocráticas, o que os torna praticamente inacessíveis para artistas iniciantes.
Uma possível solução é buscar o apoio de uma empresa especializada para auxiliar na elaboração da proposta. No entanto, o artista terá que arcar com um custo, sem garantia de que o projeto será aprovado e que o investimento será recuperado — a não ser que a empresa aceite entrar como parceira, dividindo os riscos com o artista.
27) RM: Como você analisa o cenário do reggae no Brasil. Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas e quais permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
PS Carvalho: Eu não sou um profundo conhecedor do reggae, pois esse nunca foi o meu principal estilo musical. Uma curiosidade é que, no meu primeiro álbum, Homo Sapiens, lançado em 2017, já havia um reggae chamado Home.
Foi somente em 2021 que conheci um radialista da minha cidade, João Pessoa, chamado Dado Belo, e a partir daí o reggae começou a ganhar novos contornos na minha trajetória musical. Ele passou a tocar Home com regularidade em seu programa Transa Reggae, transmitido às sextas-feiras pela Rádio Tabajara FM, no ar há 29 anos.
Com esse incentivo, compus uma música em homenagem a ele, intitulada Reggae Belo, que o conquistou a ponto de ele incluí-la como faixa de abertura fixa do programa, desde fevereiro de 2022, quando foi lançada.
De lá pra cá, passei a acompanhar o programa regularmente, todas as sextas-feiras, e isso me permitiu conhecer melhor a cena reggae nacional e mundial. O resultado desse envolvimento é que agora, em abril de 2025, estou lançando meu nono reggae, intitulado Reggae Rebelde.
Dentro da cena reggae brasileira, destaco como precursor o grande Edson Gomes, além de bandas como Tribo de Jah, Ponto de Equilíbrio e minha favorita, da Bahia: Adão Negro.
28) RM: Você é Rastafári?
PS Carvalho: Ser Rastafári é seguir um movimento espiritual, cultural e filosófico que surgiu na Jamaica, na década de 1930, principalmente entre a população afrodescendente, como uma resposta à opressão colonial, ao racismo e à busca por identidade e liberdade espiritual. Esse movimento está profundamente ligado à valorização das raízes africanas, especialmente da Etiópia, e à crença na libertação dos povos negros.
Apesar de não pertencer à etnia, hoje em dia, ser Rastafári — pelo menos no universo do reggae — é partilhar da filosofia e espiritualidade que esse ritmo carrega. Portanto, a resposta é sim. Infelizmente, o reggae já foi muito estigmatizado por uma suposta apologia às drogas, sobretudo à maconha, mas esse estigma vem sendo desconstruído com o tempo.
Eu me identifico com a vertente que acredita que Jah, ou qualquer outra representação de Deus, vive dentro de cada pessoa, promovendo uma conexão espiritual direta com o divino. E para comprovar que assimilei isso na prática, formulei o seguinte refrão na minha canção Jah e Fé: “Com Jah e fé, você atravessa qualquer maré!”
29) RM: Alguns adeptos da religião Rastafári afirmam que só eles fazem o reggae verdadeiro. Como você analisa tal afirmação?
PS Carvalho: Acho isso uma bobagem. A arte, por essência, carrega a abstração do real; ela transcende, é capaz de metaforizar o universo. Portanto, ninguém é dono de nada. Até porque estamos todos aqui de passagem.
Apropriar-se do conhecimento e sentir-se superior a outras pessoas é uma atitude mesquinha, que não combina com nenhuma religião séria. Religião deve ser sinônimo de acolhimento, partilha e comunhão, nunca de exclusão. Sendo assim, se esses adeptos da religião Rastafári não gostarem das minhas músicas, é muito simples: não escutem.
30) RM: Na sua opinião quais os motivos da cena reggae no Brasil não ter o mesmo prestígio que tem na Europa, nos EUA e no exterior em geral?
PS Carvalho: Acho que essa é uma questão cultural, refletindo o momento que vivemos na música no Brasil. Infelizmente, o que prevalece são as leis do mercado musical; só tem espaço quem vende, e vende muito.
Quando não há uma regulação mínima, o mercado se torna predatório, e apenas os mais fortes sobrevivem. Se fizermos uma analogia com o mercado de alimentos, é como se todos resolvessem plantar apenas café por causa do seu alto valor comercial; nesse cenário, as pessoas acabariam passando fome. A diversidade é essencial.
Além disso, se o nosso povo tivesse maior acesso à educação, desenvolveria um senso crítico mais apurado e conseguiria perceber que existem muitos outros estilos musicais a serem consumidos — além daqueles que a mídia insiste em empurrar de forma massiva e superficial.
31) RM: Quais os pros e contras de se apresentar com o formato Sound System?
PS Carvalho: Particularmente, eu não gosto. Prefiro o bom e velho voz e violão. Mas reconheço que o uso de playback ou VS pode ser uma solução para determinadas apresentações.
Gosto de shows em que há músicos no palco tocando de verdade, com instrumentos reais, sem estarem presos a um playback. No entanto, esse formato está se tornando cada vez mais comum, principalmente porque muitos espaços não remuneram de forma justa as apresentações ao vivo.
Além disso, é frequente vermos clientes de estabelecimentos se recusando a pagar o couvert artístico. Em locais de grande movimento, onde a arrecadação é alta, os estabelecimentos muitas vezes pagam ao músico um valor fixo — e ficam com todo o restante da receita gerada. É muito triste essa realidade.
32) RM: Quais as diferenças de se apresentar com banda em relação ao formato com Sound System?
PS Carvalho: Não tem nem comparação; são duas coisas completamente distintas. Com banda, você ganha mobilidade para improvisar, melhora a interação com o público e, além disso, contribui para a valorização e o emprego de outros músicos.
33) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae e o uso da maconha?
PS Carvalho: Eu nunca usei entorpecentes ilícitos. No entanto, esse assunto é recorrente e, muitas vezes, usado para diminuir quem gosta ou compõe dentro do universo do reggae. É verdade que existem muitas músicas que abordam o tema abertamente — e esse é, sim, um ponto negativo que não pode ser ignorado.
Só para dar um exemplo de como isso ainda é associado de forma automática ao gênero: venho utilizando o ChatGPT para gerar imagens e, sempre que peço algo relacionado ao reggae, ele insere folhas de maconha nos cenários. Por isso, atualmente, já incluo nos meus prompts a solicitação para não exibir folhas de maconha.
Apesar desse estigma estar diminuindo, as músicas que exaltam o uso ainda estão disponíveis e continuam sendo tocadas. Contudo, pela leitura que faço dos lançamentos mais recentes, esse tema não está mais em alta no cenário atual do reggae.
Particularmente, acredito que não combina promover uma mensagem de positividade enquanto se queima “Babilônia” e se endeusa a erva como algo benéfico para uso recreativo. Para mim, isso entra em contradição com os princípios de elevação espiritual que muitos dizem defender dentro do reggae.
34) RM: Como você analisa a relação que se faz do reggae com a cultura Rastafári?
PS Carvalho: Acho que, no início, isso era praticamente indissociável. Porém, hoje o reggae se consolidou como um ritmo mundial, que ganhou novos espaços, contornos e significados. Aqui no Brasil, a principal metrópole do reggae é a cidade de São Luís, no Maranhão, onde o estilo adquiriu uma identidade própria; inclusive, lá se dança reggae agarradinho, o que é uma característica cultural única e marcante da região.
35) RM: Quais os seus projetos futuros?
PS Carvalho: Meus projetos futuros incluem consolidar ainda mais o meu nome, PS Carvalho, no cenário do reggae; sem, no entanto, abandonar os outros estilos musicais com os quais também me identifico e gosto de atuar. Aliás, falando em consolidação de nome, PS Carvalho© agora é uma marca registrada no INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Isso significa que nenhum outro artista da música no Brasil poderá utilizar esse nome legalmente.
36) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
PS Carvalho: https://pscarvalho.top | [email protected] | https://www.instagram.com/pscarvalho.oficial | https://www.facebook.com/pscarvalho.oficial
Canal do Engenheiro: https://www.youtube.com/psvideoaulas
Canal do Artista: https://www.youtube.com/pscarvalhooficial
Link das playlists: https://www.youtube.com/@PScarvalhoOficial/playlists
Live: PS Carvalho e Alysson Silva – 03/05/2020 às 11h: https://www.youtube.com/watch?v=djJs7Q8THDM
Live Todos os Cantos: PS Carvalho – Tadeu Mathias – 04 de julho de 2020 às 21h: https://www.youtube.com/watch?v=oLualgrGrX4
Um artista talentoso que eu aprecio muito por suas composições de letras cotidianas, urbanas e reflexivas.
Parabéns para sua bela entrevista, PS Carvalho! E muito sucesso na sua trajetória musical!…