O cantor e compositor mineiro Anderson Cence nascido e criado no interior de Minas Gerais.
Iniciando sua carreira no Rock, o artista mineiro entra em carreira solo no ano de 2019 e se dedica ao Folk, com um som voltado para o Regional. Em 2020, decide que irá arriscar sua carreira pelo Rio de Janeiro e assim, começa a pegar estrada para gravações de suas músicas, em estúdios do Rio de Janeiro.
Mesmo em um momento em que tudo estava “parado” devido a pandemia do Covid-19, Anderson Cence realiza seus trabalhos com gravações em estúdios e gravações de videoclipes, para assim iniciar seu repertório autoral.
E por falar em música autoral, sua primeira composição da carreira solo, foi a música Vida no interior, música composta após o artista no caminho do trabalho, ver um casal de Pomba-Trocal brigando um com o outro em uma possível D.R. para ver quem irá ficar tomando conta do ninho.
Um mineirinho perdido no Rio de Janeiro? Nunca! O artista ao arriscar sua carreira na Cidade Maravilhosa, começou a amar o “extado”, principalmente pelo acolhimento e respeito que o carioca tem com o próximo, isso ajudou o artista a fazer muitas amizades.
Em 2024, Anderson Cence com o apoio de um Banco, faz seu primeiro show, em um espaço cultural da Lapa e inicia suas projeções para 2025, com o Projeto Estradão, na qual será realizado pelo Rio de Janeiro.
Segue abaixo entrevista exclusiva com Anderson Cence para a www.ritmomelodia.mus.br, entrevistado por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa em 03/02/2025:
01) Ritmo Melodia: Qual a sua data de nascimento e a sua cidade natal?
Anderson Cence: Nasci no dia 23/10/1986 na Zona da Mata Mineira, em São João Nepomuceno. Registrado como Anderson Augusto Duque Cence.
02) RM: Fale do seu primeiro contato com a música.
Anderson Cence: Meu primeiro contato com a música, foi ainda criança, através dos meios de comunicação, principalmente os programas de rádio. Pois eu só dormia se o rádio estivesse ligado.
03) RM: Qual sua formação musical e/ou acadêmica fora da área musical?
Anderson Cence: Eu me defino mais como compositor e no meu dia a dia, sou Funcionário Público, trabalho como Agente de Combate a Endemias.
04) RM: Quais as suas influências musicais no passado e no presente. Quais deixaram de ter importância?
Anderson Cence: Fui muito influenciado pelo Rock, bandas de Heavy Metal, Punk e Hard Rock, sempre foram minhas preferidas, mas não deixava por fora, o Rock Nacional. Eu formei algumas bandas que tocávamos Rock Nacional de bandas consagradas e músicas autorais.
Com o passar dos anos, o MPB começou a ser mais presente em minha vida. Não descartei e nem descarto nenhum gênero musical na qual passou pela minha vida, pois todos foram importantes naquele determinado momento.
05) RM: Quando, como e onde você começou sua carreira musical?
Anderson Cence: Começou na adolescência, uma reunião de amigos em um bar onde gostávamos de frequentar, com algumas cervejas na mesa. Daí tivemos a ideia de montar uma banda, como eu escrevia muita poesia, assumir como vocalista e compositor daquela futura banda.
06) RM: Quantos álbuns lançados?
Anderson Cence: Em 2015, na minha quarta banda de Rock, fizemos um álbum com 10 músicas de minha autoria. Álbum sem nome, famoso “cabeça de bacalhau”, geral sabe que existe, mas ninguém vê (risos). Os CDs só foram dados aos integrantes.
07) RM: Como você define seu estilo musical?
Anderson Cence: Hoje em dia, me vejo em um estilo musical “raro”, pois minhas músicas relatam sobre a vivência no interior. Em meio a vida simples, natureza, contos, causos e tradições.
08) RM: Você estudou técnica vocal?
Anderson Cence: Fiz um estudo bem curto de técnica vocal, para poder ter uma noção.
09) RM: Qual a importância do estudo de técnica vocal e cuidado com a voz?
Anderson Cence: O estudo de técnica vocal é importante atingir escalas do jeito certo, manter a voz limpa e sempre renovada, o estudo é importante em todas as áreas, é sempre bom a gente está atualizado.
10) RM: Quais as cantoras (es) que você admira?
Anderson Cence: Ozzy Osbourne, James Hetfield, Axl Rose, Janis Joplin, Bob Dylan, Fernanda Takai, Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Almir Sater, Humberto Guessinger.
11) RM: Como é seu processo de compor?
Anderson Cence: Deixo a música chegar naturalmente, não forço, respeito o tempo dela.
12) RM: Quais são seus principais parceiros de composição?
Anderson Cence: Sou um pouco “egoísta” para compor, mas se me chamar para uma parceria, eu vou! (risos).
13) RM: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente?
Anderson Cence: A Superação e a saída da zona de conforto, é o melhor pró de uma carreira independente. Mas em contrapartida, “correr atrás” sozinho e tomar “portas na cara”, é algo bem chato!
14) RM: Quais as estratégias de planejamento da sua carreira dentro e fora do palco?
Anderson Cence: Divulgação dos meus trabalhos através das plataformas digitais, redes sociais e em shows, inicialmente as apresentações serão pelo Rio de Janeiro.
15) RM: Quais as ações empreendedoras que você pratica para desenvolver a sua carreira musical?
Anderson Cence: Apresento meus trabalhos junto a algum projeto, para alguma empresa, na tentativa de um apoio para a realização de shows.
16) RM: O que a internet ajuda e prejudica no desenvolvimento de sua carreira musical?
Anderson Cence: A internet sendo uma ferramenta de espaço para todos, ajuda nós artistas independentes na divulgação de nossos trabalhos, para toda parte do país e do mundo. Mas ao mesmo tempo, vejo que ainda falta algo, talvez um tipo de plataforma para artistas independentes, onde pudéssemos ter o mesmo impulso e engajamento, de artistas já consagrados.
17) RM: Quais as vantagens e desvantagens do acesso à tecnologia de gravação (home estúdio)?
Anderson Cence: É bem vantajoso ter uma divulgação pessoal, em um estúdio profissional, passa um profissionalismo do artista em suas redes sociais, é um bom meio para se promover, fora que o tratamento do material fica bem qualificado, um som bem limpo. A desvantagem é que o dinheiro na qual foi gasto para esse material, poderia estar sendo investido em divulgações pagas.
18) RM: No passado a grande dificuldade era gravar um disco e desenvolver evolutivamente a carreira. Hoje gravar um disco não é mais o grande obstáculo. Mas, a concorrência de mercado se tornou o grande desafio. O que você faz efetivamente para se diferenciar dentro do seu nicho musical?
Anderson Cence: Uso temas populares, com ritmos e letras, que passe uma realidade de vivência, um som totalmente diferente dos demais. A temática de usar algo que “não se vê mais hoje em dia” é uma boa estratégia!
19) RM: Como você analisa o cenário da Música Popular Brasileira? Em sua opinião quais foram as revelações musicais nas últimas décadas? Quais artistas permaneceram com obras consistentes e quais regrediram?
Anderson Cence: Vejo a MPB como “um jardim florido”, com flores plantadas a anos atrás. Não vejo grandes destaques hoje em dia, aquele “boom”, na qual já tivemos anos atrás, de uma imensidão de artistas talentosos.
Acho muito difícil, a grande maioria dos artistas de hoje, serem reconhecidos daqui 10, 20, 30, 40, 50 anos. Eu admiro muito os trabalhos de novos artistas da MPB, como: Tiago Iorc, Melim, Anavitória, Vanessa da Mata, Jão, Silva e Marcelo Jeneci, vejo um grande destaque nesses artistas, entre os demais da “Nova MPB”, acho que suas obras irão “sobreviver” por anos e anos.
A meu ver, o regresso artístico, é quando ele perde sua essência, foge completamente com o passar do tempo, de seu começo, para tentar algo novo, na qual está “na moda”, claro que a renovação artística é importante e válida, porém, manter a “raiz” é fundamental!
O artista consistente, ele tem que permanecer na mesma essência, se manter na linha e não derrapar fora da curva, só porque está no mercado uma “nova crista da onda”, manter a pegada do início, é manter o artista vivo!
20) RM: Quais as situações mais inusitadas aconteceram na sua carreira musical (falta de condição técnica para show, brigas, gafes, show em ambiente ou público tosco, cantar e não receber, ser cantado etc)?
Anderson Cence: Quando eu tocava em uma banda de Rock, cheguei carregado no palco na hora da apresentação, eu não conseguia andar, de tão chapado que estava (risos), mas representei no palco, foi um ótimo show. E sobre os exemplos dados na pergunta, já passei por tudo isso, porém, tive o jogo de cintura, para manter a postura.
21) RM: O que lhe deixa mais feliz e mais triste na carreira musical?
Anderson Cence: Fico muito feliz ao ver meus trabalhos sendo reconhecidos e fico chateado, pela dura batalha que é ser um artista independente, a falta de valorização.
22) RM: Existe o Dom musical? Como você define o Dom musical?
Anderson Cence: Não acredito em um Dom e sim em inspiração, temos nossos momentos de inspiração, na qual nos faz aprimorar nosso trabalho.
23) RM: Qual é o seu conceito de Improvisação Musical?
Anderson Cence: Gosto sempre de me reinventar, mas sem perder minhas raízes.
24) RM: Existe improvisação musical de fato, ou é algo estudado antes e aplicado depois?
Anderson Cence: A improvisação tem que ser feita conscientemente, para isso acontecer, tem que ter muito foco e estudos.
25) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre Improvisação musical?
Anderson Cence: O foco de um trabalho é um pró, para qualquer carreira. A falta de estudo e o achar que o que se sabe já é o suficiente, é um contra na carreira.
26) RM: Quais os prós e contras dos métodos sobre o Estudo de Harmonia musical?
Anderson Cence: O foco, a dedicação, os estudos e estar sempre se atualizando, é um pró para a carreira. A falta de atualização, pelo achar que já sabe tudo, faz a pessoa parar no tempo, fazendo disso, um contra para a sua carreira.
27) RM: Você acredita que sem o pagamento do jabá as suas músicas tocarão nas rádios?
Anderson Cence: Sim, pois algumas das minhas músicas, tocam!
28) RM: O que você diz para alguém que quer trilhar uma carreira musical?
Anderson Cence: Vá em frente e não desista!
29) RM: Festival de Música revela novos talentos?
Anderson Cence: A resposta para essa pergunta, é algo muito incerto! Pois nem sempre a revelação do momento, dá continuidade na carreira.
30) RM: Como você analisa a cobertura feita pela grande mídia da cena musical brasileira?
Anderson Cence: É nítido que para ter destaque nas grandes mídias, tem que realizar um investimento alto. As redes sociais e plataformas digitais, nos ajudam bem, mas até nelas, se não investirmos, seremos “engolidos”.
31) RM: Qual a sua opinião sobre o espaço aberto pelo SESC, SESI e Itaú Cultural para cena musical?
Anderson Cence: Um grande Up na carreira do artista independente!
32) RM: Quais os seus projetos futuros?
Anderson Cence: montarei minha agenda de shows, para assim iniciar o Projeto Estradão.
33) RM: Quais seus contatos para show e para os fãs?
Anderson Cence: (32) 99807 – 2121 | [email protected]
(32) 99807 – 2121 | [email protected]
Instagram: https://www.instagram.com/andersoncence
Canal: https://www.youtube.com/@andersoncence781
Um artista mineiro, que iniciou a carreira no Rock, se dedicando ao Folk, com um som voltado para o regional! Que trajetória admirável! Ótima entrevista!
Que interessante a trajetória!